E<strong>SP</strong>ECIALeu tenho a vontade de realizar, se estoutendo todo esse respaldo, não tenhocomo errar. Vamos ter que dar certo,mesmo. Porque, quando todo mundoestá unido num mesmo propósito, agoraé encontrar a divisa, assim o diabo nãopega. Quem sabe o que está buscando eonde quer chegar, encontra os caminhose o jeito de caminhar. Então, acreditoque, com todos de mãos dadas, comcerteza, tudo vai dar certo.Você acredita que a Contabilidadeestá deixando de ser uma profissão eminentementemasculina?Resposta - Acredito e vou dizerporque. Na época em que curseiCiências Contábeis, nós até brincávamos,porque tinha uma novelacujo nome era “Éramos Seis” e nanossa turma éramos seis mulheres eéramos apontadas como uma coisaextraordinária, porque os professoresentravam e diziam: “Olha, seis mulheres!”.Hoje, o que nós estamosvendo é que a presença feminina émaciça. Assim como o Técnico emContabilidade está se direcionandopara ser Contador, da mesma forma“A mulherprocura umaprofissão que nosdá, acima de tudo,empregabilidade,que é ogrande ganhoda profissãocontábil.52“acontece com relação à mulher, coma presença feminina. Quer dizer que amulher procura uma profissão que nosdá, acima de tudo, empregabilidade, queé o grande ganho da profissão contábil.A Contabilidade é excelente porquetemos um horário mais flexível, temosum leque de atuação muito grande.A Contabilista pode lecionar, pode teruma empresa de Contabilidade, comum horário flexível, para conseguir conciliartudo isso. A mulher despertou e,inteligentemente, está aí ocupando oseu espaçoAproveitando esse momento de pazque você disse que está tendo com osCRCs, quais são os projetos do CFC paraos Regionais?Resposta - Existe, desde a décadade 90, no CFC, o que a gente chamade visão sistêmica. Todos os nossosprojetos são disseminados de umaforma geral. Ao falar de fiscalizaçãopreventiva, lembrei-me que vamos terum seminário onde vamos pegar todoo nosso plano de fiscalização, todas asestratégias, e vamos focar para o Brasilcomo um todo. A nossa idéia é sempreestar disseminando essa visão conjunta.O sistêmico tem que ser uma correntecom elos fortalecidos. A partir do momentoque eu tenho um regional ououtro extremamente bem estruturadoe que eu tenha os demais cheios decarências, nunca vamos passar para asociedade a grandeza de nossa profissão.Conversando com alguns professoresda Universidade de São Paulo, dizíamoso seguinte: temos 388 mil profissionaisna nossa classe, destes há menos de200 mestres. A U<strong>SP</strong>, a única universidadebrasileira que forma doutores emContabilidade, formou 146 doutores.Mas quantos estão na ativa, quantosfaleceram e quantos não estão maistrabalhando? Como é que pode, numuniverso tão grande, tão vasto, nóstermos um número tão pequeno? Emestres, não chegamos a ter mais que“Que as pessoasfaçam parte, tragamcríticas construtivase, acima de tudo,fortaleçam sua classe.É a partir daí quea classe contábilvai ter voz, vai serouvida e vai daruma contribuiçãomais efetiva a toda“sociedade brasileira.800 mestres. Por isso é que estamos atoda hora falando e parece repetitivo.É a Educação Continuada, tem que ser,não há outro caminho. Porque, a partirdaí, qualquer outro segmento ligado àContabilidade vai ter um reflexo positivo.Se não investirmos no ensino e na educação,se não aprimorarmos, não vamosconseguir deslanchar. Alguns nichos demercado vêm sendo fortalecidos, masa obrigação do CFC é olhar o todo.Temos um topo da pirâmide que estáse fortalecendo, mas a base continuacom muitas carências.Como estamos num ano eleitoral, oCFC tem algum projeto voltado para avida política?Resposta - Neste ano, vamos comemorarsessenta anos de criação do CFC.Queremos lançar uma campanha grande.Pensamos em comemorar os nossos
n o 158 MAR/ABR/MAI 2006sessenta anos e aliar isso ao momentopolítico. Se estamos nesse período deeleição, se nesse período aconteceramtantos dissabores, acho que é o momentode fortalecer a imagem do profissionalda Contabilidade como aquele profissionalque prima pela transparência epela ética. Estamos pensando em fazeruma campanha nacional nesse sentido. Ese conseguirmos nos conscientizar, quemaravilha! Só de profissionais contábeissão quase quatrocentos mil. Se cadapessoa tiver a consciência de sua responsabilidadesocial, tiver a consciênciaque pode ser um formador de opinião,só com uma classe, podemos fazer adiferença no país. Então, pretendemosfazer isso. O Conselho de São Paulo ealguns outros regionais já estão concretamentemostrando iniciativas positivas,firmando convênios com os TribunaisRegionais Eleitorais, onde vamos colocarprofissionais da Contabilidade àdisposição para analisar as contas dospartidos políticos. Onde existe controle,os desmandos não acontecem. Nós pagamosum preço muito grande, porqueparece que estamos sempre atreladosaos desmandos da coisa pública. Nóspodemos, por meio dos Contadorespúblicos, das prefeituras, em todos osórgãos, ter profissionais conscientes, queestejam alertas, para tornarem-se fiscais.Nós precisamos de fiscais da sociedadee acho que o profissional contábilé o melhor, está bem mais preparadopara isso.Qual é a sua mensagem para osContabilistas brasileiros?Resposta - Creio que a mensagemé que acreditamos muito em nossaprofissão e cada vez mais precisamosnos orgulhar dela, porque essa pujançaque nós já atingimos, todo esse graude evolução, é causa de orgulho paranós e todos precisam ter consciênciadisso. Precisamos de um chamamentopara que os profissionais participeme fortaleçam suas entidades, paraque tenhamos realmente condiçõesde fazer um trabalho profícuo, emprol de todos. Eu sempre digo quea gente só ama aquilo que conhece.Algumas pessoas criticam. As críticassão positivas, quando elas são construtivas.Então, que as pessoas façamparte, tragam críticas construtivas e,acima de tudo, fortaleçam sua classe.É a partir daí que a classe contábilvai ter voz, vai ser ouvida e vai daruma contribuição mais efetiva a todasociedade brasileira.53