PORLINDOLFO NUNESGESTÃO EMPRESARIAL – UMA QUESTÃO DEEDUCAÇÃO E ÉTICADurante a consolidação do diagnósticode uma situação em determinadaempresa, constatamos uma dificuldademuito maior do que os distúrbios queatrapalham o bom desenvolvimentoda equipe, prejudicando bastante osresultados. Essa causa é motivo muitofreqüente nas avaliações e traz consigouma dificuldade na condução da orientaçãodos caminhos a serem sugeridospelos profissionais, devido à real percepçãocom relação ao que vamos chamarde diagnóstico diferencial. Muitas vezes,vemos que determinado grupo tem emseu meio um certo integrante, que écompetente, bem preparado, mas queapresenta dificuldades de relacionamentocom seus pares. Isso se dá por dois aspectosimportantes: a sua educação e osseus princípios, pois eles dizem respeitoà formação desse profissional.É muito importante que nos detenhamosum pouco nesses dois tópicos.Sofremos, atualmente, de umaflexibilidade muito grande em nossospadrões, a ponto de sermos levadosa uma condescendência com nossosprincípios, de modo que certas distorçõespassam a ser encaradas como “normais”,tanto social como pessoalmente, e aospoucos aceitas e difundidas, trazendoconsigo uma série de “defeitos” nosdiversos círculos – sociais, familiarese profissionais.Já observamos esse fato em algumasempresas, o que permite que entendamosque qualquer condescendência ou“tolerância” levam a problemas comnossos colegas de trabalho, com o grupono qual estamos inseridos e com a empresa.Esse tópico é bem diferente doscitados anteriormente, que privilegiamo indivíduo que age de forma desleal,8muitas vezes desonesta, escondendodistúrbios sérios como inveja negativa,ambição desmesurada e modos deoperabilidade pouco decentes; mas talpessoa não entende isso como errado,mas como algo “bom”, louvável e parao bem da empresa, porque essa faltade ética é entendida como arrojo eagressividade profissional. Essas situaçõestêm se tornado muito freqüentes, oque começa a nos preocupar, pois, alémde uma sólida formação profissional, aética deve ser a base da personalidadedo indivíduo.Infelizmente, essa é uma patologiade difícil acesso psicoterapêutico, e cujosresultados se aproximam do insucesso.Portanto, somos levados a sugerir oafastamento desse funcionário, pois serásó uma questão de tempo para que oproblema se alastre!“Além de umasólida formaçãoprofissional,a ética deveser a base dapersonalidadedo indivíduo.“O outro aspecto a ser comentadoé a educação, intrinsecamente ligada aotópico anterior, e que também traz algumasconsiderações importantes. Uma delasé a freqüente confusão entre educar eestudar, como se fossem sinônimos etratados da mesma forma.Educação é a soma da informação,conhecimento (estudo), vivências,experiências etc., portanto, algo muitocomplexo e de grande investimentopor parte do indivíduo. Quando nosreferimos a alguém como educado,estamos querendo dizer tudo isso enão simplesmente que é alguém queestudou!Em nossa experiência, temos encontradodiversos profissionais muitoestudados, mas nem sempre igualmenteeducados ou éticos, enquanto que aeducação e ética deveriam ser alicercesde toda a formação desses indivíduos.É muito frustrante vermos profissionaistão preparados, porém, com códigosinternos tão “flexíveis”, ”tolerantes”,que acabam por deixar a impressão deque agem pelo princípio da “vantagem”.Também é uma questão de tempo atémostrarem que só estudo não dá contade seu sucesso.Lembrando os fundamentos confucionistasdos princípios (Li), virtude(De) e educação, conseguiremos o equilíbrio(inclusive emocional) para nospostarmos adequadamente em qualquermeio, sobretudo no empresarial.Daí que educação e ética passam a serimprescindíveis numa boa gestão.LINDOLFO NUNES - Psiquiatra,psicanalista e empresário de RH.
n o 158 MAR/ABR/MAI 2006ARTIGOJOSÉ HENRIQUE VIDALESCRITÓRIO CONTÁBIL PRECISA DE MARKETINGO Contador sempre se manteveconcentrado em suas atribuiçõestécnicas, voltando-se pouco para omercado. Nos dias de hoje, entretanto,tal postura não é uma receita boapara o sucesso. Com o advento daconcorrência, cada vez mais intensa ecompetente, o marketing passa a seruma necessidade. A essência da idéiado marketing é identificar, entender eatender bem as necessidades de umgrupo de clientes, sejam elas racionaisou emocionais, construindo umarelação mutuamente positiva, sólidae duradoura.O Contador empreendedor, autônomoou empresário contábil precisaconhecer um pouco mais de marketinge colocá-lo efetivamente em prática.Muitos confundem marketing com publicidadeou com posturas agressivasincompatíveis com a imagem profissionalque o Contador precisa transmitir. Obom marketing não é nada disso.O marketing é uma filosofia pelaqual fazer negócios pressupõe quea razão da empresa seja atender as“Marketing éidentificar,entendere atenderbem asnecessidadesde um grupode clientes,sejam elasracionais ouemocionais.“necessidades dos clientes de modo eficientee competitivo; é um conjuntode conceitos e técnicas com enfoquena segmentação do mercado, posicionamentoestratégico e, por fim, umconjunto de atividades que otimiza arelação com o cliente.Por onde começar? A implantaçãode um escritório contábil vai demandaruma mudança de comportamento doContador, o que não é fácil. Pensamentose sentimentos são fatores que complicamesta mudança. É preciso estudarmuito bem o assunto com diretrizes eprojeções, porque qualquer mudançaprimeiramente tem que reconhecer, comvisão e determinação, a necessidade“em busca do quê?”.JOSÉ HENRIQUE VIDAL - Pós–graduandoem Controladoria e Finanças no InstitutoNacional de Pós-graduação.9