17incluin<strong>do</strong> seus fatores determinantes, foi estu<strong>da</strong><strong>do</strong> para uma população de 786 gestantes <strong>por</strong>meio <strong>da</strong> aplicação de questionários. O nível de incômo<strong>do</strong> foi relata<strong>do</strong> em uma escala quevariou de 0 (nenhum incômo<strong>do</strong>) a 10 (incômo<strong>do</strong> insu<strong>por</strong>tável). Os níveis de NO 2 foramdetermina<strong>do</strong>s combinan<strong>do</strong>-se medições em 93 pontos localiza<strong>do</strong>s dentro <strong>da</strong> área de estu<strong>do</strong> eposterior interpolação com uso de técnicas geoestatísticas. Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>mostraram que uma alta <strong>por</strong>centagem (aproxima<strong>da</strong>mente 50%) de mulheres relatou incômo<strong>do</strong>de nível médio a alto devi<strong>do</strong> ao ruí<strong>do</strong> e à poluição <strong>do</strong> ar e permitiram concluir que oincômo<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> <strong>por</strong> poluentes ambientais pode levar a alguns efeitos psicológicos, quediminuem a quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>, ou até mesmo a efeitos fisiológicos, que afetam odesenvolvimento pré-natal, sen<strong>do</strong> fatores que devem ser observa<strong>do</strong>s na implementação depolíticas ambientais.Em estu<strong>do</strong> mais recente realiza<strong>do</strong> na Noruega, Amundsen et al. (2008) analisaram as relaçõesexposição-resposta relativas ao incômo<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> pela poluição atmosférica veicular. Nesteestu<strong>do</strong>, foram estabeleci<strong>da</strong>s associações entre o incômo<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> <strong>por</strong> poeira e cheiro degases de escapamento com indica<strong>do</strong>res de poluição atmosférica (NO 2 , MP 10 e MP 2,5 ). Paraanalisar as principais questões <strong>da</strong> pesquisa foram utiliza<strong>do</strong>s os três estu<strong>do</strong>s empreendi<strong>do</strong>s emOslo nos outonos de 1987, 1994 e 1996 (KLÆBOE et al., 2000) e <strong>do</strong>is estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s naci<strong>da</strong>de de Drammen em 1998 e 1999 (FYHRI, 2001). As relações médias foram estima<strong>da</strong>s <strong>por</strong>meio de um modelo de regressão logística (logit), o qual permitiu a obtenção de curvasexposição-resposta. Fatores determinantes como gênero, i<strong>da</strong>de, nível educacional, ocupação,tabagismo e sensibili<strong>da</strong>de foram controla<strong>do</strong>s <strong>por</strong> meio de uma análise multivaria<strong>da</strong>. Demaneira geral, as relações mostraram um aumento significativo no incômo<strong>do</strong> pela poluição <strong>do</strong>ar como função <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res de exposição (NO 2 , MP 10 e MP 2,5 ). Um resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>estimou que para uma exposição de 30 µg/m³ de MP 10 , cerca de 30% <strong>da</strong> população estariaaltamente incomo<strong>da</strong><strong>da</strong> pela poeira, enquanto que pelo menos 65% estaria pouco incomo<strong>da</strong><strong>da</strong>.Uma conclusão im<strong>por</strong>tante <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> foi a de que as pessoas podem apresentar alto nível deincômo<strong>do</strong>, mesmo quan<strong>do</strong> expostas a níveis de poluição abaixo <strong>do</strong>s valores recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>s.Stenlund et al. (2009) estu<strong>do</strong>u os fatores que influenciam o incômo<strong>do</strong> e os sintomas de saúdedecorrentes <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> ar. O estu<strong>do</strong> teve como objetivo principal investigar os efeitos deuma intervenção de redução de poluição <strong>do</strong> ar (pre<strong>do</strong>minantemente poeira e fuligem) sobre apoluição percebi<strong>da</strong>, o incômo<strong>do</strong> e os sintomas de saúde. Outro objetivo foi realizar um testecom um modelo a fim de descrever a inter-relação entre poluição <strong>do</strong> ar, poluição percebi<strong>da</strong>,
18percepção de risco à saúde, incômo<strong>do</strong> e sintomas de saúde. As pesquisas foram realiza<strong>da</strong>s naci<strong>da</strong>de de Oxelösund na Suécia, antes e após o fechamento de uma planta de sinterização.Foram seleciona<strong>do</strong>s, aleatoriamente, indivíduos <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de com i<strong>da</strong>de entre 18 e 75 anos,sen<strong>do</strong> 738 na primeira etapa <strong>da</strong> pesquisa (1995) e 684 na segun<strong>da</strong> etapa (1998). Os resulta<strong>do</strong>sindicaram que após o fechamento <strong>da</strong> planta de sinterização, o ambiente foi percebi<strong>do</strong> comomenos empoeira<strong>do</strong>, os mora<strong>do</strong>res foram mais positivos em sua percepção de risco e relatarammenos incômo<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à poeira, fuligem e substâncias que causam o<strong>do</strong>r. Por outro la<strong>do</strong>, nãofoi encontra<strong>da</strong> diferença entre os sintomas de saúde relata<strong>do</strong>s nas duas etapas <strong>da</strong> pesquisa. Oestu<strong>do</strong> concluiu que a intervenção foi bem sucedi<strong>da</strong> no que diz respeito à percepção <strong>da</strong>poluição <strong>por</strong> poeira e fuligem, ao incômo<strong>do</strong> atribuí<strong>do</strong> à poeira, fuligem e substânciaso<strong>do</strong>ríferas e à percepção de risco. Além disso, a percepção <strong>da</strong> poluição e a percepção de riscoà saúde desempenham um im<strong>por</strong>tante papel na compreensão e estimativa <strong>do</strong> incômo<strong>do</strong>percebi<strong>do</strong>.A análise <strong>do</strong>s trabalhos descritos nesta seção permite constatar o crescente interesse <strong>por</strong>estu<strong>da</strong>r outros efeitos <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> ar que não os tradicionalmente considera<strong>do</strong>s sobre asaúde. Na maioria <strong>do</strong>s trabalhos, os níveis de incômo<strong>do</strong> foram estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s quanto à poluiçãodecorrente <strong>do</strong> tráfego de veículos, associa<strong>do</strong>s a poluentes de referência como o NO 2 , aspartículas inaláveis grossas (MP 10 ) e as partículas finas (MP 2,5 ). O trabalho realiza<strong>do</strong> <strong>por</strong>Stenlund et al. (2009) inova ao considerar aspectos subjetivos como a percepção de risco nadescrição <strong>do</strong>s níveis de incômo<strong>do</strong>. Consideran<strong>do</strong> a poluição atmosférica na RGV,caracteriza<strong>da</strong> <strong>por</strong> consideráveis emissões de partículas sedimentáveis (PS) e a ausência deestu<strong>do</strong>s que analisam os fatores que influenciam a intensi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> incômo<strong>do</strong> causa<strong>do</strong> <strong>por</strong> estepoluente, justifica-se a im<strong>por</strong>tância <strong>da</strong> realização <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>.3.1.2 Poluição atmosférica e percepção de riscoConforme Santaella (1998 apud FREIRE, 2011), perceber é estar diante de algo que seapresenta, não somente através <strong>do</strong>s olhos, mas também de outros órgãos sensoriais,alimentan<strong>do</strong> o sistema cognitivo e nessa perspectiva não há engessamento de interpretações edefinições, não existin<strong>do</strong> certo ou erra<strong>do</strong>.
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83REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASABNT
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91ANEXO A - QUESTIONÁRIO: INCÔMOD
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