19Segun<strong>do</strong> Amundsen et al. (2008), há poucas pesquisas que detalham exatamente como aspessoas percebem os diferentes tipos de poluentes ambientais e <strong>por</strong> que reagem adversamentea eles, destacan<strong>do</strong> que as pessoas podem reagir cognitivamente e o conhecimento de que elase suas famílias vivem em ambientes insalubres pode ser considera<strong>do</strong> um agente estressor, oque pode ser provoca<strong>do</strong> <strong>por</strong> estímulos visuais, o<strong>do</strong>res não prejudiciais ou até mesmo <strong>por</strong>notícias veicula<strong>da</strong>s pela mídia.De acor<strong>do</strong> com Stenlund et al. (2009), a percepção <strong>da</strong> poluição <strong>do</strong> ar é basea<strong>da</strong>pre<strong>do</strong>minantemente no aspecto visual e químico-sensorial e tem mostra<strong>do</strong> ser um bomindica<strong>do</strong>r de poluição atmosférica.Sobre o aspecto visual, Hyslop (2009) relata que o mesmo tem um efeito em nossa fisiologia epsicologia, destacan<strong>do</strong> que a percepção <strong>da</strong> poluição está relaciona<strong>da</strong> com o estresse, oincômo<strong>do</strong> e os sintomas de depressão. Além disso, o autor relata que os seres humanos podemdetectar visualmente baixos níveis de poluição e que as percepções são influencia<strong>da</strong>s pelolocal, acesso à informação e características socioeconômicas.De acor<strong>do</strong> com Freire (2011), a percepção de risco corresponde à maneira como as pessoasinterpretam as ameaças e vulnerabili<strong>da</strong>des às quais se encontram expostas e a forma deperceber o risco para um indivíduo ou determina<strong>do</strong> grupo social, fornece elementos paraanalisar o grau de conhecimento, interesses e valores em relação ao grau de aceitação ouintolerância desse risco.A percepção de risco atribuí<strong>da</strong> à exposição ambiental envolve aspectos pessoais <strong>do</strong> indivíduocomo crenças, atitudes, julgamentos e sentimentos. Dentre esses sentimentos, pode-se citar apreocupação com o comprometimento <strong>da</strong> saúde (STENLUND et al., 2009).Segun<strong>do</strong> Bianco et al. (2008), as pessoas recebem informações e formam os seus valoresbasea<strong>da</strong>s em suas experiências passa<strong>da</strong>s, comunicações de fontes científicas e <strong>da</strong> mídia, degrupos familiares, entre outros. De forma semelhante, as percepções de riscos à saúde sãoincor<strong>por</strong>a<strong>da</strong>s em diferentes ambientes econômicos, sociais e culturais (OMS, 2003 apudBIANCO et al., 2008).Embora ca<strong>da</strong> pessoa provavelmente perceba o risco de maneira diferente, pesquisasextensivas têm identifica<strong>do</strong> algumas características comuns que influenciam a percepção derisco, destacan<strong>do</strong> três fatores principais: a natureza <strong>do</strong> perigo em si, as características <strong>da</strong>s
20pessoas que percebem o risco e o contexto social em que o risco ocorre (BIANCO et al.,2008).Alguns estu<strong>do</strong>s têm investiga<strong>do</strong> a percepção <strong>da</strong> poluição e a percepção de risco associa<strong>da</strong>s àpoluição <strong>do</strong> ar em diversos países como Austrália (BADLAND e DUNCAN, 2009), ReinoUni<strong>do</strong> (HOWEL et al., 2003; DAY, 2007, MOFFATT e PLESS-MULLOLI, 2003), Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s (NIKOLOUPOULOU et al., 2011), República Checa (ŠLACHTOVÁ et al., 1998) eCanadá (WAKEFIELD et al., 2001). Outros estu<strong>do</strong>s fazem uma ampla revisão sobre oassunto, consideran<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s de diversas pesquisas realiza<strong>da</strong>s (BICKERSTAFF eWALKER, 2001; DALTON, 2003; BICKERSTAFF, 2004).No Brasil, um estu<strong>do</strong> recente (MONIZ et al., 2012), investigou a percepção de riscosambientais e à saúde de mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> município de Bom Jesus <strong>da</strong> Serra, Bahia quanto aexposição ao amianto. Foram aplica<strong>do</strong>s questionários em uma amostra de 83 indivíduos,seleciona<strong>do</strong>s intencionalmente, consideran<strong>do</strong> características como faixa etária, gênero, tempoe local de moradia. Dentre os principais riscos ambientais relata<strong>do</strong>s, a contaminação <strong>do</strong> arpela poeira foi pre<strong>do</strong>minante, sen<strong>do</strong> a poeira de amianto cita<strong>da</strong> como causa<strong>do</strong>ra de problemasde saúde para os residentes <strong>do</strong> município, principalmente na área próxima à mina.As definições apresenta<strong>da</strong>s aqui mostram que a percepção <strong>da</strong> poluição e a percepção de riscotêm influência sobre o quanto a população se sente ameaça<strong>da</strong> ou vulnerável frente a umestressor ambiental. No caso específico de poluição <strong>por</strong> PS, há uma escassez de trabalhos queabor<strong>da</strong>m estes conceitos, que podem ser muito im<strong>por</strong>tantes para compreender o incômo<strong>do</strong>causa<strong>do</strong> <strong>por</strong> essas partículas, visto que podem ser percebi<strong>da</strong>s no ambiente com maiorfreqüência que outros poluentes devi<strong>do</strong> ao aspecto visual e sensorial.3.2 MATERIAL PARTICULADOA United States Environmental Protection Agency - US-EPA (2012) define o materialparticula<strong>do</strong> (MP) como uma mistura complexa de partículas extremamente pequenas egotículas de líqui<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> constituí<strong>do</strong> <strong>por</strong> diversos componentes, incluin<strong>do</strong> áci<strong>do</strong>s (comonitratos e sulfatos), compostos orgânicos, metais e partículas de solo ou poeira.
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