o discurso de identidade no debate online sobre uma bebida - IEL
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III Simpósio Nacional Discurso, I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Socieda<strong>de</strong> (III SIDIS)DILEMAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE“Earl Grey” tea is a drink for girls and confirmed bachelors. Same for Pimm's.Ryeatley [05]Dito <strong>de</strong> outra maneira, gostar ou não <strong>de</strong> um sabor <strong>de</strong> chá é <strong>uma</strong> experiênciarestrita ao âmbito da esfera particular; discutir <strong>sobre</strong> esse sabor, dando à discussãoum vies referente às políticas <strong>de</strong> representação e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, é trazer o problemapara o espaço público – <strong>no</strong> espaço digital, fronteira entre público e privado ganha<strong>no</strong>vas dimensões (Mitra, 1997). Nas palavras <strong>de</strong> Castells (2011:53):Discursos enquadram as opções do que as re<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ou não fazer. Nasocieda<strong>de</strong> em re<strong>de</strong>, <strong>discurso</strong>s são gerados, pensados, disseminados,internalizados e incorporados na ação h<strong>uma</strong>na <strong>no</strong> espaço socializado dacomunicação construído ao redor <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s locais-globais <strong>de</strong> comunicaçãomultimodal e digital, incluindo a mídia e a internet. Po<strong>de</strong>r, na socieda<strong>de</strong> em re<strong>de</strong>,é o po<strong>de</strong>r da comunicação.A dinâmica dos proferimentos encontrados <strong>no</strong>s espaços dialógicos <strong>online</strong>examinados indicam a existência <strong>de</strong> <strong>uma</strong> certa tendência à circularida<strong>de</strong> daargumentação em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s questões i<strong>de</strong>ntitárias centrais, como a reiteração<strong>de</strong> oposições – um “nós” ingleses versus um “eles” do leste europeu, com ressalvas àTwinings por ter passado para o lado “<strong>de</strong>les” – que, não obstante, não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong>lado a percepção da relação com esse outro e a afirmação <strong>de</strong> <strong>uma</strong> “Britishness”. Não<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> haver, <strong>no</strong> entanto, posições específicas <strong>de</strong>ssa argumentação, que, porsuas singularida<strong>de</strong>s, serão examinadas <strong>no</strong> próximo tópico.4. Especificida<strong>de</strong>s dos argumentos utilizadosNesta última parte, o foco está na análise sumária das formulaçõesdiscursivas gerais presentes <strong>no</strong>s 389 comentários. Não existiu propriamente <strong>uma</strong>“discussão” <strong>no</strong> sentido <strong>de</strong> tomadas <strong>de</strong> posição diferentes, mas <strong>no</strong>tou-se <strong>uma</strong><strong>sobre</strong>valorização do sentido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação entre os atores a partir <strong>de</strong> seusargumentos. Buscou-se observar o princípio orientador <strong>de</strong> cada um dos argumentos,partindo do princípio <strong>de</strong> que, ao formulá-lo, o participante da discussão fundamentasua exposição a partir <strong>de</strong> um conjunto mais ou me<strong>no</strong>s rígido <strong>de</strong> pressupostos queorientam sua visão da questão, um fundamento argumentativo <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> umethos do indivíduo <strong>no</strong> qual o <strong>discurso</strong> se referenciava. A tabela abaixo resume estes