AS FEIRAS LIVRES COMO ESPA++ºO DE ... - aader.org.ar
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Os produtos oriundos da agricultura famili<strong>ar</strong> respondem por grande p<strong>ar</strong>te da produção dealimentos no Brasil, os quais são disponibilizados diretamente e/ou indiretamente aos consumidores,c<strong>ar</strong>acterizando-se por alimentos de qualidade.Apes<strong>ar</strong> dessa importância, este segmento enfrenta inúmeros problemas, principalmenteàqueles relacionados ao mercado, que exige determinados padrões de produção, sanitários e deapresentação dos produtos, difíceis de ser adotado num modelo de agricultura essencialmentefamili<strong>ar</strong> diversificada. Em suma, os grandes mercados atacadistas e os intermediários, forçam oprodutor a especialização, c<strong>ar</strong>acterística que não combina com a agricultura famili<strong>ar</strong>. Emconsequência dessa dificuldade de adaptação e de outros fatores, esses agricultores perdem seupatrimônio, e perde-se um capital de conhecimento que poderia ser utilizado p<strong>ar</strong>a encontr<strong>ar</strong> soluçõesalternativas (LAMARCHE, 1993).Por outro lado, a necessidade de inserção do agricultor famili<strong>ar</strong> nos mercados faz com queeste segmento crie suas estratégias de produção e de comércio muitas vezes opostas as estratégiasjá anteriormente estabelecidas como: ampli<strong>ar</strong> seus rendimentos, que anteriormente eram préestabelecidas;g<strong>ar</strong>antir a reprodução do núcleo famili<strong>ar</strong> e do patrimônio; reduzir custos; minimiz<strong>ar</strong>riscos. Segundo Wanderley (1999), a diversificação de recursos nas propriedades, juntamente comatividades complement<strong>ar</strong>es fora das propriedades, poderão definir estratégias que visam assegur<strong>ar</strong> asua sobrevivência e g<strong>ar</strong>antir a reprodução das gerações futuras.Através da diversificação de produtos da agricultura famili<strong>ar</strong>, os agricultores diminuem osriscos o que pode oferecer mais segurança ante contratempos ocorridos nas colheitas, podendodesta forma reduzir os riscos de frustrações, g<strong>ar</strong>antindo assim a renda famili<strong>ar</strong>. Conforme Penrose(1979) a diversificação de produtos na agricultura é “[...] a melhor b<strong>ar</strong>reira contra todos os tipos dealterações adversas e, portanto, a melhor maneira de contrabalanç<strong>ar</strong> a vulnerabilidade da firma a taisalterações”. A diversificação pode ser um diferencial p<strong>ar</strong>a a comercialização, visto que pode acess<strong>ar</strong>mercados de venda direta, atendendo as diferentes necessidades dos consumidores.Os canais de comercialização dos produtos da agricultura famili<strong>ar</strong>, conforme Pierri e Valente(2000) podem ser classificados em quatro formas:• Vendas diretas: São todas as operações em que o agricultor é responsável pela entregadireta da mercadoria ao consumidor final, tais como: entregas ao domicílio, tele-entregas,feiras livres, feiras especializadas e vendas na propriedade.• Integração vertical: São todas as venda de produtos como matéria-prima p<strong>ar</strong>a beneficiamentopelo comprador.• Vendas p<strong>ar</strong>a distribuição: São todas as formas de comercialização indiretas de produtos daagricultura famili<strong>ar</strong>, tais como: atacadistas, v<strong>ar</strong>ejistas, distribuidores, restaurantes,supermercados e exportação.• Mercados institucionais: São os mercados criados pelo Programa de Aquisição de Alimentosda Agricultura Famili<strong>ar</strong> (PAA).Considerando que um dos grandes desafios da agricultura famili<strong>ar</strong> é sua inserção nosmercados, produtores isolados dificilmente são capazes de atingir escala de produção suficiente p<strong>ar</strong><strong>ar</strong>ealiz<strong>ar</strong> transações comerciais rentáveis. Em muitos casos vende sua produção a um intermediário,por um preço mais baixo, deixando de se apropri<strong>ar</strong> de uma m<strong>ar</strong>gem de renda que poderia obtervendendo diretamente p<strong>ar</strong>a o consumidor. Segundo Gomes Júnior et al,(2008), as formas tradicionaisde comercialização, baseadas em relacionamento individual com intermediários são responsáveispela baixa renda dos agricultores famili<strong>ar</strong>es, perante suas atividades na agricultura famili<strong>ar</strong>.Uma das maneiras de inserção desses produtores nos mercados, segundo o <strong>ar</strong>gumentopresente nas obras de Ribeiro et al, (2003) e Pierri e Valente (2000), seria a ação em conjunto, ondeestes seriam capazes de reduzir custos de comercialização, atingir regul<strong>ar</strong>idade de oferta e viabiliz<strong>ar</strong>a capacidade de negociação de preços, resultando em vantagens competitivas e remoção dosg<strong>ar</strong>galos no escoamento da produção.