volume1_2016_NIDE
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ser estimuladas competências físicas e de autonomia, mas também emocionais<br />
e cognitivas, em prol da promoção de uma postura de vida ativa, participativa<br />
e de melhor aceitação da própria condição etária. Procura-se, essencialmente,<br />
nos dias de hoje, que os idosos consigam estar eles próprios mais implicados<br />
nas transformações das suas formas de vida, enquanto agentes ativos do seu<br />
próprio desenvolvimento (Antunes & Pereira, 2014; Gama, Teodoro & Simões,<br />
2014; Jacob, 2007), intervindo-se em variados âmbitos complementares, consoante<br />
os problemas que se apresentem (Osorio, 2008).<br />
Esta ideia de envelhecimento ativo dependerá substancialmente do estado de<br />
saúde da pessoa (Ministério da Saúde, 2004), diferindo claramente do conceito<br />
de envelhecimento ao longo da vida (Organização Mundial de Saúde [OMS],<br />
2001; 2002). Aliás, Pereira (2012) defende inclusive que a definição de envelhecimento<br />
ativo carece de melhor sustentação, tornando-se vaga e conducente a<br />
equívocos, sugerindo mesmo a ideia de vida ativa, dado que nem a idade cronológica<br />
será suficiente para definir este processo (Fonseca, 2004). Sendo um<br />
paradigma transversal a várias organizações mundiais, nem entre as mesmas<br />
parece haver consenso na sua definição (Marques, Batista & Silva, 2012), incluindo<br />
a própria enunciação a sensação de distinguir o processo de envelhecimento<br />
normal do ativo. Não obstante, a ideia que transparece, principalmente pela<br />
definição adotada pela Organização Mundial de Saúde (2002; José & Teixeira,<br />
2014), será a de que, ao falarmos de envelhecimento ativo, falamos hoje de um<br />
conceito multidimensional e inclusivo, mais humanista e contextualmente<br />
sensível, prezando-se não tanto a quantidade mas a qualidade, isto é, envelhecer<br />
bem. Este conceito acabou por se tornar, generalizadamente, objetivo político,<br />
modelo central de intervenção nas sociedades ocidentais (Ribeiro, 2012).<br />
Assim, a intervenção com pessoas de idade avançada tem ganhado proeminência,<br />
baseada numa crença de que tanto os adultos mais novos como os mais<br />
velhos mantêm a capacidade de crescimento e mudança (Lima, 2012), sendo a<br />
posição contrária a este credo considerada discriminação 3 . A manutenção da<br />
dignidade será o derradeiro objetivo (Sequeira, 2010), numa lógica de intervenção<br />
e de promoção ao longo da vida (Ribeiro, 2012).<br />
Instrumento fundamental para a convivência e para a participação (Osorio,<br />
2008), efetivamente, a animação sociocultural parece ter ganhado protagonismo<br />
aquando da intervenção com a população idosa (Jacob, 2007). Podendo<br />
3 Preconceitos relativamente à idade: Idadismo, ou ageist, no inglês<br />
24 | Cadernos Intervenção Cultural e Educação Artística