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volume1_2016_NIDE

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cabendo aos técnicos desenvolver as condições que potenciem este mesmo processo,<br />

de maneiras que se criem oportunidades significativas que façam sentido<br />

à pessoa e às suas características idiossincráticas.<br />

Para além do mais, a intervenção psicológica com o apoio da animação<br />

sociocultural permitirá em muitos casos contrariar a tendência para a sobremedicação,<br />

realidade que permanece e que nas idades mais avançadas, dada a<br />

tendência para outros problemas de saúde, prevê um risco de interação psicofarmacológica<br />

ainda maior (Klausner & Alexopoulos, 1999).<br />

Não obstante as taxas de sucesso não diferirem, trabalhar com pessoas<br />

idosas tem-se revelado especialmente forte e exigente para o técnico, quando<br />

comparado com outras faixas etárias (APA, 2014; Lima, 2012; Satre, Knight &<br />

David, 2006), podendo ele mesmo chegar a acreditar que não haverá muito a<br />

fazer (Grilo, 2012). Não é possível deixar de mencionar que um dos primordiais<br />

objetivos no trabalho com pessoas idosas, nomeadamente as que passam a residir<br />

em lares, é o de evitar que as mesmas se autoexcluam de viver (Jacob, 2007),<br />

e esta nem sempre é tarefa fácil.<br />

É essencial que o psicólogo reserve em si a capacidade de aceitar os processos<br />

internos de cada um, mas, simultaneamente, que ajude a restante equipa<br />

e familiares a trabalhar, também internamente, estas questões, que, por sua<br />

vez, habitualmente crescem acompanhadas de sentimentos de frustração e<br />

impotência em quem rodeia quem assim se sente. Como em todas as valências<br />

do cuidar, é crucial que o técnico, antes de mais, cuide de si e da sua própria<br />

saúde mental.<br />

Trabalhar com pessoas idosas pode ser complexo pela sua aproximação<br />

à realidade da morte, da dor e da doença. No entanto, como se torna claro, é<br />

altamente enriquecedor e é um privilégio conviver diariamente com tais histórias<br />

de vida, passadas e presentes, provavelmente cada vez mais próximas da<br />

humildade plena.<br />

Bibliografia<br />

Almeida, L. & Quintão, S. (2012). Depressão e Ideação Suicida em Idosos<br />

Institucionalizados e Não Institucionalizados em Portugal. Acta Medica<br />

Portuguesa, 25 (6), 350-358.<br />

American Psychological Association [APA] (2014). Guidelines for Psychological<br />

Practice With Older Adults. American Psychologist, 69 (1), 34 – 65.<br />

40 | Cadernos Intervenção Cultural e Educação Artística

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