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Revista Penha | junho 2016

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

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gente<br />

educação<br />

José Ferreira<br />

Escola Patrício Prazeres<br />

Comissão Social de Freguesia<br />

A <strong>Penha</strong> tem<br />

“recursos e<br />

potencialidades<br />

imensos”<br />

Residente na área da atual <strong>Penha</strong> de França desde<br />

2000, José Ferreira já presidiu à Assembleia de<br />

Freguesia de São João. O seu trabalho na Câmara<br />

Municipal de Lisboa, no âmbito dos Gabinete de<br />

Apoio aos Bairros de Intervenção Prioritária (GABIP)<br />

e do Programa BIP-ZIP confere-lhe experiência<br />

e conhecimento.<br />

Conhece a fundo a realidade local, as instituições,<br />

os problemas, e é por isso que está na Comissão<br />

Social de Freguesia.<br />

É importante “que as pessoas possam dedicar-se à sua<br />

freguesia a título individual, sem serem representantes<br />

de nada, motivadas pelo interesse nas problemáticas<br />

que afetam a sua população”.<br />

Na sua opinião, a <strong>Penha</strong> de França tem “recursos e<br />

potencialidades imensos”. E prontamente discorre sobre<br />

a riqueza do movimento associativo, do património,<br />

das relações. “A junção das duas freguesias criou um<br />

património institucional invejável, ao nível desportivo,<br />

cultural e até religioso. Temos aqui ícones da cidade,<br />

como o Mosteiro da <strong>Penha</strong>, o Mosteiro de Santos-o-Novo,<br />

o Museu do Azulejo, a Casa Pia, entre outros…”.<br />

Acredita que seria interessante promover uma cultura de<br />

portas abertas, que estimulasse os fregueses a entrar nos<br />

equipamentos privados ou de acesso restrito, dando os<br />

exemplos do Mosteiro de Santos-o-Novo e do cemitério,<br />

“um património riquíssimo que merece ser visitado”.<br />

“Há vizinhos a morar ao lado das escolas e que nunca<br />

lá entraram, a não ser para ir votar. Porque não realizar<br />

um magusto, uma tarde de convívio?”.<br />

Tal objetivo pode receber um impulso significativo<br />

com o roteiro que está a ser elaborado pela Comissão<br />

Social de Freguesia, um “guia de recursos, em que cada<br />

pessoa e cada instituição, cada empresa, diga ‘estou<br />

aqui e posso oferecer isto’”.<br />

José Ferreira confidencia-nos que gosta de dar um<br />

passeio pela freguesia, percorrendo-a quase de uma<br />

ponta à outra: “Aproveito para avaliar as necessidades,<br />

ver como estão as coisas, ver se encontro gente”.<br />

Confessa que lhe “compraz muito a requalificação<br />

da Praça Paiva Couceiro pela Câmara e a revitalização<br />

da praça promovida pela Junta. É um espaço de união<br />

entre as duas antigas freguesias, que já era partilhado<br />

antes”. Só gostaria que houvessem mais espaços verdes<br />

no território, sugerindo o aproveitamento dos espaços<br />

expectantes que ainda existem.<br />

Convidado a destacar um projeto particularmente<br />

positivo, nomeia a intervenção no Bairro da Quinta do<br />

Lavrado no âmbito do programa BIP-ZIP. “Começámos<br />

quase a pedir autorização para entrar. É um bairro difícil,<br />

fechado ao exterior, mal feito arquitetonicamente”.<br />

A criação do campo multiusos, a limpeza e desmatação<br />

da envolvente, a requalificação de uma “praceta dos<br />

pequeninos”, o apoio ao novo espaço para a juventude<br />

e à loja social trouxeram vida nova ao Lavrado.<br />

Sublinha que a ideia da Junta, da Câmara e dos parceiros<br />

“vai no sentido de as pessoas perceberem que nada<br />

é gratuito. Por muito pouco que se tenha, há sempre<br />

algo para dar. Se dei algo de mim, não quero estragar.<br />

O BIP‐ZIP funciona muito segundo esta lógica, mesmo<br />

do ponto de vista da garantia de conservação. Gera<br />

um sentimento de pertença”.<br />

60 anos da Escola<br />

A sua história conta-nos uma vida de 60 anos,<br />

de 1956 a <strong>2016</strong>. Antiga Escola Comercial Feminina<br />

recebeu em 1930 o nome de Augusto Patrício<br />

dos Prazeres (1859-1922), lente catedrático<br />

do antigo Instituto Industrial e Comercial de Lisboa,<br />

contabilista, professor, político, reformador da<br />

contabilidade pública em 1907 e da lei de seguros<br />

do mesmo ano.<br />

A Escola começou a funcionar com<br />

uma frequência de 348 alunos,<br />

alcançando os 2027 alunos no ano<br />

letivo de 1945-46.<br />

Esteve sediada sucessivamente em<br />

edifícios do Largo do Contador-Mor,<br />

da Escola Primária n.º 10, da Costa<br />

do Castelo, do Paço de S. Vicente e<br />

na Escola Técnica Elementar Nuno<br />

Gonçalves, até que foi colocada em<br />

sede própria.<br />

Inaugurada em 24 de maio de<br />

1956, começou a ser construída em<br />

10 de março de 1954, tendo a obra<br />

importado em 7 000 contos.<br />

Situada na parte oriental da cidade,<br />

numa zona ocupada por quintas,<br />

o espaço da Escola constitui uma<br />

das zonas verdes da Freguesia<br />

da <strong>Penha</strong> de França, ocupa um<br />

terreno de 14000 m 2 , na Quinta das<br />

Comendadeiras ao Alto do Varejão,<br />

com uma área coberta de 2000 m 2<br />

e prevista para uma frequência de<br />

1000 alunos de ambos os sexos.<br />

Desde a sua fundação a Escola teve<br />

25 diretores, nos primeiros 44 anos<br />

a predominância foi masculina, só<br />

após o 25 de abril de 1974 a gestão<br />

foi assegurada na sua maioria<br />

por mulheres.<br />

Ao longo dos anos as estruturas<br />

físicas têm tido muitas modificações,<br />

por forma a dar resposta a serviços<br />

da escola. No entanto alguns<br />

marcos são emblemáticos, para<br />

além da imponência do edifício,<br />

pois enquadrado na paisagem<br />

ribeirinha, acolhe dois murais<br />

de Almada Negreiros e surge<br />

na confluência do Mosteiro<br />

de Santos‐o‐Novo, sendo uma<br />

referência geográfica para quem<br />

percorre a zona oriental da cidade.<br />

Em 2003 a Escola sofreu uma<br />

profunda mudança, pois deixou<br />

de ser secundária para ser básica,<br />

tendo sido criado o Agrupamento<br />

Vertical de Escolas Patrício Prazeres.<br />

Foi uma transformação com<br />

contestação, onde existiu luta,<br />

mas sem retorno, pois a decisão<br />

do Ministério da Educação era<br />

irrevogável e tudo o que pudesse ter<br />

sido feito não teria mantido a Escola<br />

Secundária. Foi uma alteração<br />

profunda na carreira profissional<br />

de todos os que trabalhavam neste<br />

organismo público.<br />

Em 2011, o Agrupamento<br />

passou a integrar a lista dos<br />

estabelecimentos de ensino de<br />

Território Escolar de Intervenção<br />

Prioritária, por forma a dar resposta<br />

aos novos desafios socioeducativos.<br />

Atualmente o Agrupamento de<br />

Escolas Patrício Prazeres é constituído<br />

pela escola sede (antigo edifício<br />

da Escola Secundária), pela Escola<br />

Básica e Jardim de Infância Rosa<br />

Lobato de Faria (antiga Escola Básica<br />

n.º 21, situada na atual freguesia<br />

de São Vicente) e pela Escola Básica<br />

e Jardim de Infância Professor<br />

Oliveira Marques (antiga Escola<br />

Básica n.º 15, situada na freguesia<br />

da <strong>Penha</strong> de França). Frequentam<br />

o agrupamento 800 alunos,<br />

trabalhando 75 professores<br />

e 30 assistentes operacionais<br />

e/ou técnicos.<br />

Parabéns à Patrício Prazeres!<br />

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