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Revista Penha | julho 2016

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.

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De cinema a Igreja<br />

Os anos 20 foram um período de ouro do cinema em Portugal e nomeadamente em<br />

Lisboa. As salas de exibição dos primórdios, do início do séc. XX, estavam localizadas<br />

no Chiado: era o caso do Chiado Terrasse e do Salão Ideal, na Rua do Loreto - este último<br />

reaberto em 2014 com o nome Cinema Ideal. Com o tempo, os cinemas começaram a<br />

subir a Avenida da Liberdade, salas com muitas centenas de lugares: por exemplo o<br />

Condes, em 1916, e mais tarde o Tivoli, em 1924.<br />

Antigo Max Cine<br />

Atualidade<br />

Os lisboetas estavam mais que<br />

rendidos aos filmes e as salas de<br />

exibição passaram das grandes<br />

avenidas para os bairros, onde se<br />

encontrava uma população ávida<br />

de espectáculo. Foi assim que a 14<br />

de setembro de 1929 abriu o Max<br />

Cine, na Rua Barão Sabrosa.<br />

Era um cinema muito grande, com<br />

700 lugares, e o seu nome evoca o<br />

ator francês Max Linder, uma das<br />

primeiras estrelas de cinema de<br />

renome internacional, que cometera<br />

suicídio poucos anos antes.<br />

O blogue ‘Restos de Coleção’<br />

reproduz uma página da revista<br />

‘Cinéfilo’ (suplemento semanal<br />

do jornal ‘O Século’), de 1930,<br />

que o descreve como “uma das<br />

mais interessantes, conhecidas e<br />

populares salas de reposições da<br />

capital”. Acrescenta ainda o ‘Cinéfilo<br />

‘que na altura os “seus espectáculos<br />

registam enchentes consecutivas, já<br />

porque os filmes que se apresentam<br />

vêm precedidos de grande fama, já,<br />

também, porque os seus preços são<br />

acessíveis a todas as bolsas”.<br />

Durante décadas assim foi<br />

acontecendo, mas nos anos 50<br />

chegaram os gigantes do cinema,<br />

como o Monumental, o São Jorge,<br />

o novo Condes ou, particularmente,<br />

o Império, ali tão perto na Alameda<br />

Afonso Henriques, cheio de<br />

modernidade, conforto, e quase<br />

1700 lugares.<br />

Velhinho, este cinema de bairro vaise<br />

apagando. Até que fecha portas<br />

no final dos anos 60, sendo vendido<br />

à Paróquia de São João Evangelista<br />

a 1 de maio de 1968. O Max é<br />

transformado em Igreja, mantendo<br />

alguns dos seus elementos<br />

identificativos, como a fachada.<br />

Agora em Junho voltou a passar<br />

um filme, ‘A Paixão de Joana D’Arc’<br />

de Carl Dreyer. Um acontecimento<br />

isolado e integrado na iniciativa<br />

‘Salão Piolho’ do Inatel.<br />

Até um dia destes, Max!<br />

26<br />

AF_JFPF REVISTA JULHO.indd 26 01/07/16 18:55

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