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Revista Dr Plinio 208

Julho 2015

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a esqueleto; isso é muito mais o esqueleto de um<br />

prédio do que um prédio propriamente dito.<br />

Ora, é bonito notar que essa foto mostra o único<br />

templo erguido na antiga Roma em louvor da<br />

pureza. Segundo a mitologia, Vesta era uma deusa<br />

virgem, que só poderia ser cultuada por virgens<br />

as quais deveriam manter o tempo inteiro um fogo<br />

aceso diante dela, como homenagem. As vestais<br />

— era o nome delas — eram mulheres que deveriam<br />

ser elas mesmas virgens. Se alguma delas fosse<br />

apanhada em pecado contra a castidade, era enterrada<br />

viva. E também era enterrada viva a vestal<br />

que, designada para guardar o fogo durante a noite,<br />

deixasse que este se apagasse. Era uma responsabilidade<br />

grande ficar a noite toda, no silêncio de<br />

Roma daquele tempo, vigiando para que o<br />

fogo não se extinguisse. Eram estas as únicas<br />

obrigações exigidas delas: serem virgens<br />

e não permitir que a chama se apagasse.<br />

Ali se instalou depois uma igreja católica,<br />

e é uma paróquia na qual as beatas vão<br />

rezar o terço, fazer Via Sacra, onde havia,<br />

até há pouco, bênção do Santíssimo Sacramento,<br />

muito tempo depois do culto a essa<br />

deusa ter ali cessado. Então, no local de<br />

culto usado por seus perseguidores, a Igreja<br />

Católica harmoniosamente instalou um<br />

templo da Religião verdadeira, em nome da<br />

qual o sangue dos mártires foi derramado.<br />

Altaneira, sempre com vitalidade, a torre<br />

medieval que se eleva aqui mostra a vitória,<br />

na Idade Média, sobre o mundo pagão<br />

romano: a vitória da Igreja sobre a gentilidade<br />

e todos os seus adversários.<br />

Ninguém é inteiramente<br />

anônimo para o outro<br />

Ao lado desses dois monumentos tão expressivos<br />

e tão notáveis pelo seu contraste, está o povinho<br />

tranquilo que vive nos braços da História<br />

e nos braços da Fé, com a naturalidade de quem<br />

vive a existência de todos os dias. Perto disso, o<br />

magnífico Rio Tibre, o qual nesse contexto parece<br />

representar o curso da História que vai passando,<br />

lembra ao povinho como as coisas mudam ao<br />

longo do tempo. Mas “stat Crux dum volvitur orbis<br />

— a Cruz está de pé, enquanto o mundo inteiro<br />

se vira e revira”; onde a Igreja deitou a sua mão<br />

sagrada, ali ela continua.<br />

A senhora dessa outra pintura é uma espécie<br />

de governanta, e não a dona da casa. As do-<br />

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