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REVISTA SERVICO GEOLOGICO

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Hidrologia e GestÃo Territorial<br />

MAPA GEOMORFOLÓGICO DOS MUNICÍPIOS DE RESENDE E ITATIAIA - RJ<br />

Autores: Dantas, M.E.; Pôssa, J.T; Shinzato, E.<br />

CPRM - Serviço Geológico do Brasil<br />

Os municípios de Resende e Itatiaia estão inseridos na depressão interplanáltica do rio Paraíba do Sul – uma região geomorfológica<br />

exaustivamente descrita pela literatura, tradicionalmente denominada de domínio de mares de morros (Ab’Saber,<br />

2003). Todavia, estes municípios exibem uma notável geodiversidade, onde se destaca um conjunto de morfoestruturas, tais<br />

como: bacias sedimentares, depressões interplanálticas, escarpas serranas e maciços intrusivos de rochas alcalinas.<br />

A elaboração do mapa geomorfológico foi executada em escala 1:25.000, a partir da proposição de uma compartimentação<br />

morfológica dos terrenos, obtida a partir da avaliação empírica dos diversos conjuntos de formas e padrões de relevo posicionados<br />

em diferentes níveis topográficos (Ab’Saber, 1969). Com base em tais pressupostos, foi adotada a metodologia proposta por Dantas<br />

(2013), na qual enfatiza a delimitação de unidades<br />

homólogas (padrões de relevo) por fotoanálise, conforme<br />

biblioteca de padrões de relevo pré-estabelecida.<br />

Foram empregadas técnicas de sensoriamento remoto<br />

(interpretação de fusão de imagens de satélite X MDE<br />

– Shinzato et al., 2012), acompanhadas de abrangente<br />

revisão da literatura (mapas temáticos e artigos que<br />

descrevem os municípios de Resende e Itatiaia). Os padrões<br />

de relevo são determinados, principalmente, a<br />

partir da análise das amplitudes e declividades predominantes,<br />

associadas com a geometria das vertentes.<br />

Para definição e mapeamento de padrões de<br />

relevo, adotaram-se os 3º e 4º táxons da metodologia<br />

de Ross (1992). Em adendo, foram identificados dois<br />

primeiros táxons, individualizando as unidades morfoestruturais<br />

e morfoesculturais em cada município.<br />

Juntamente com este mapeamento, foram avaliadas<br />

litologias e estruturas, os solos e as coberturas inconsolidadas<br />

e os seguintes parâmetros morfométricos:<br />

Mapa geomorfológico esquemático dos municípios de Resende e Itatiaia - RJ<br />

amplitude altimétrica; gradiente; e geometria de topos<br />

e vertentes. A etapa de trabalho de campo serviu para aferir todo o mapeamento gerado, assim como a avaliação de litologias<br />

e perfis de solo representativos.<br />

Foram identificadas nos municípios em apreço três unidades morfoestruturais: o Cinturão Orogênico do Atlântico (Faixa Móvel<br />

Ribeira); as Bacias Sedimentares Cenozoicas; e as Coberturas Sedimentares Quaternárias. O primeiro abrange um diversificado conjunto<br />

de unidades geomorfológicas, destacando-se: a Escarpa da Serra da Mantiqueira e a Depressão Interplanáltica do Médio Vale do rio<br />

Paraíba do Sul. Tais terrenos são sustentados por rochas ígneo-metamórficas de idade Pré-Cambriana. Entretanto, uma tectônica cenozoica<br />

decorrente da abertura do Atlântico promoveu um rejuvenescimento do relevo de todo o vale do Paraíba do Sul, caracterizado<br />

como serras e escarpas intercaladas por um domínio de colinas e morros baixos dissecados, com marcante ocorrência de voçorocamentos.<br />

Ressaltam-se, ainda maciços intrusivos de rochas alcalinas que dominam a paisagem regional, por meio do Maciço do Itatiaia<br />

e Morro Redondo. As Bacias Sedimentares Cenozoicas são representadas por rochas sedimentares pouco litificadas de idade eocênica<br />

da Bacia de Resende (Ramos, 2003), esculpidas num relevo de tabuleiros e morrotes. Configura-se num extenso hemigraben, cuja borda<br />

norte é delimitada por escarpa de falha, que se estende numa direção E-W, cruzando ambos os municípios. Por fim, as Coberturas<br />

Sedimentares Quaternárias se distinguem pelas planícies e terraços fluviais que margeiam os rios principais e por um grande número<br />

de rampas de alúvio-colúvios sobre o domínio colinoso e de rampas de colúvio-tálus sobre o domínio serrano.<br />

O ATLAS GEOQUÍMICO DO ESTADO<br />

DE RORAIMA, REGIÃO NORTE DO BRASIL<br />

Autores: Marmos, J.L.; Freitas, A.F.; Andretta, E.R.; Viana, E.C.A.; Mafra, L.C.M.<br />

CPRM - Serviço Geologico do Brasil<br />

Hidrologia e GestÃo Territorial<br />

A CPRM - Serviço Geológico do Brasil desenvolve, em todo o país, o Projeto “Levantamento Geoquímico de Baixa Densidade”,<br />

que envolve coleta, análises físico-químicas e interpretação dos resultados de milhares de amostras de águas fluviais,<br />

sedimentos de corrente e solos de diferentes ambientes geológicos. Seus principais objetivos são: a) fornecer subsídios técnicos<br />

à saúde pública, por meio da identificação de anomalias de elementos/substâncias essenciais e/ou nocivos à ingestão humana<br />

e animal; b) identificar focos de contaminação natural e antrópica nos compartimentos amostrados; c) detectar ocorrências de<br />

bens minerais. Corresponde a mapeamento geoquímico regional onde as amostras de águas e de sedimentos são coletadas, no<br />

mesmo ponto, em bacias de drenagem com área de captação entre 100 e 300 km2 e as de solos no centro de cada folha 1:50.000.<br />

Sedimentos e solos são analisados por ICP-MS, na fração menor que 80 mesh, para 52 elementos após digestão por água-régia;<br />

nas águas são determinadas as concentrações de 27 cátions, por ICP-AES, e de 7 ânions, por cromatografia. No Estado de Roraima,<br />

região norte do Brasil, os trabalhos de campo se iniciaram em meados de 2009 e foram concluídos em 2012, tendo sido<br />

coletadas 429 amostras de sedimento, 427 de água e 160 de solos. Teve-se sempre o cuidado de coletar todas as amostras de<br />

uma mesma bacia num único período hidrológico evitando-se, assim, a introdução do fator sazonalidade quando da elaboração<br />

dos mapas geoquímicos.<br />

O Estado tem 225.000 km2, porém a amostragem só foi possível em cerca de 60% dessa área já que o restante representa<br />

terras indígenas de acesso restrito. Os resultados finais são disponibilizados na forma do “Atlas Geoquímico de Roraima”, onde<br />

se inserem os mapas de distribuição geoquímica dos elementos em águas, sedimentos e solos, acompanhados dos parâmetros<br />

estatísticos (média, mediana, desvio-padrão, etc), textos explicativos e comparação com valores legais de referência para cada<br />

elemento (resoluções de órgãos ambientais nacionais e internacionais). Nos três meios amostrais mais de uma dezena de elementos<br />

metálicos (Ba, Be, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Li, Ni, Pb, Sb, U, V e Zn) apresentaram, em alguns pontos, teores acima dos valores<br />

de referência utilizados neste estudo. Todos esses teores, entretanto, muito provavelmente refletem apenas a composição do<br />

substrato geológico das regiões em que ocorrem (“contaminações” naturais), obviamente impresso nas drenagens e solos amostrados.<br />

Valores isolados anômalos em locais únicos poderiam levar à suspeita de contaminação antrópica, entretanto a baixa<br />

ocupação humana nesses locais não permite tal afirmação.<br />

Mesmo na região sudeste do Estado, a de maior ocupação antrópica do interior, os resultados não revelaram impactos<br />

ambientais significativos seja em águas, sedimentos ou solos. Nesse aspecto, o fato mais marcante diz respeito a uma pequena<br />

drenagem na periferia de Boa Vista (capital de Roraima), cujas águas revelaram as mais altas concentrações de cloreto, sulfato,<br />

sódio e a maior condutividade elétrica de todo universo amostral. Este córrego drena a estação de tratamento de esgotos de Boa<br />

Vista, o que indica que o tratamento dos resíduos orgânicos ali realizados não tem sido eficiente.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

GEOQUÍMICA, ÁGUAS FLUVIAIS, RORAIMA<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

GEOMORFOLOGIA; FOTOANÁLISE; RESENDE<br />

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