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TRABALHOS CONVIDADOS<br />
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESTRATIGRAFIA E A PALEONTOLOGIA<br />
DA FOLHA SANTA MARIA/RS (1:100.000)<br />
TRABALHOS CONVIDADOS<br />
OS LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS E GEOFÍSICOS DO BRASIL:<br />
AVANÇOS E PERSPECTIVAS<br />
Autores: Godoy, M.M.; Kischlat, E.-E<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre<br />
Autor: Reginaldo Alves dos Santos<br />
1<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
O mapeamento da Folha Santa Maria na escala 1:100.000 abrange parte da porção central do estado do Rio Grande do Sul,<br />
limitada entre os meridianos 54º00’ W e 53º30’ W e os paralelos 30º00’ S e 29º30’ S. Desde a década de 1970, a região tem sido alvo<br />
de estudos e mapeamentos geológicos em diferentes escalas, sendo que maioria dos levantamentos teve foco na organização<br />
litoestratigráfica regional, com importante apoio de dados paleontológicos do período Triássico.<br />
O Serviço Geológico do Brasil – CPRM, a partir do ano de 2007, iniciou a cartografia geológica da região com o mapeamento<br />
da Folha Agudo, e posteriormente, Geoparque Quarta Colônia/RS e Folha Sobradinho. O início desses trabalhos foi baseado<br />
no conceito de estratigrafia de sequências, mas durante a conclusão da Folha Santa Maria, optou-se pela litoestratigrafia do<br />
Grupo Rosário do Sul para a definição do período Triássico da coluna geológica.<br />
A principal razão para a mudança foi à dificuldade de correlação entre as duas “fácies” litológicas triássicas antes reconhecidas<br />
para o Membro Alemoa com as duas cenozonas (i.e., Hyperodapedon e Dinodontosaurus) também reconhecidas para este<br />
mesmo Membro. Diferentes interpretações estratigráficas e paleontológicas indicam que a Cenozona Dinodontosaurus tanto<br />
poderia estar sobreposta ao Membro Passo das Tropas, quanto, alternativamente, sotoposta. Nesta última hipótese, o Membro<br />
Passo das Tropas estaria entre dois pacotes litológicos reconhecidos como sendo o Membro Alemoa, mas somente diferenciáveis<br />
pelos respectivos fósseis-guia (Dinodontosaurus no pacote sedimentar sotoposto, Hyperodapedon no pacote sedimentar<br />
sobreposto). Uma terceira hipótese seria o questionamento da própria correlação desses arenitos como compondo um evento<br />
estratigráfico único para o Membro Passo das Tropas, o que explicaria as diferentes interpretações da posição do arenito como<br />
sotoposto, sobreposto, ou intercalado ao Membro Alemoa.<br />
Na Folha Santa Maria a presença da Cenozona Dinodontosaurus foi inconclusiva. Caso seja sotoposta ao Membro Passo<br />
das Tropas, não estaria preservada, caso seja sobreposta, não foi, até o momento, detectada (i.e., sem o registro de Dinodontosaurus,<br />
seu fóssil-guia, e na exclusão de Hyperodapedon). Futuramente, trabalhos de campo com foco na prospecção de fósseis,<br />
serão conduzidos na região visando o melhor entendimento da correlação entre os modelos lito e bioestratigráficos correntes.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Santa Maria, Cenozonas, Dinodontosaurus.<br />
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vem executando, desde 2003, um amplo programa de levantamentos geológicos<br />
básicos em todo o Brasil, que permitiram um grande avanço no conhecimento geológico e ampliando as oportunidades<br />
de novos investimentos minerais no país. O processo da retomada dos levantamentos geológicos foi acompanhado de um<br />
programa ambicioso de levantamentos aerogeofísicos, com prioridade na Região Amazônica, onde até recentemente permaneciam<br />
os chamados “vazios cartográficos”. Esses levantamentos, realizados pelos métodos magnetométrico e gamaespectrométrico<br />
de alta resolução, com linhas de voo com espaçamento de 500 metros, já recobriram mais de 90% da área dos<br />
terrenos cristalinos do Brasil.<br />
Desde então foram produzidos 341 mapas geológicos, disponibilizados no site da CPRM, sendo 285 na escala de 1:100.000,<br />
desenvolvidos pela própria CPRM ou através de parcerias com diversas Universidades, e 50 mapas na escala 1:250.000 (prioritariamente<br />
na Amazônia), além de 6 mapas na escala 1:50.000.<br />
Na busca de oferecer ao país cada vez mais oportunidades para o desenvolvimento do setor mineral, em 2015 a CPRM<br />
elaborou duas novas estratégias para a geração e disponibilização de produtos cartográficos de qualidade com maior rapidez,<br />
estabelecendo-se como meta principal a priorização de áreas já reconhecidamente mineralizadas, ou áreas com conhecimento<br />
geológico muito baixo mas com ambientes geológicos potenciais para depósitos minerais. Foram estabelecidas, então, duas<br />
ações para alcançar estes objetivos: uma delas voltada para a integração e reavaliação de dados nas principais províncias minerais<br />
brasileiras (Ação “Áreas de Relevante Interesse Mineral-ARIMs”). Como exemplos temos os projetos Carajás, Tapajós, Quadrilátero<br />
Ferrífero, Seridó, etc.; a outra ação está voltada para a integração de dados e mapeamento geológico sistemático em<br />
áreas geologicamente pouco conhecidas, mas com associações lito-estruturais importantes (Ação “Levantamentos Geológicos<br />
e Potencial Mineral de Novas Fronteiras”). Nesta ação estão os projetos Rio Maria, Sudeste de Rondônia, Alto Moxotó, Chorrochó<br />
-Macururé, Oeste de Goiás, etc. Em todos os projetos os dados de campo são levantados com detalhe da escala 1:100.000, e os<br />
produtos preliminares apresentados no final de 2015 são Mapas de Integração Geológica, onde a interpretação dos dados dos<br />
levantamentos aerogeofísicos tiveram um papel fundamental no avanço do conhecimento geológico, na formulação de novos<br />
modelos evolutivos e no melhor entendimento do controle das mineralizações. Foram selecionadas áreas prioritárias para estudos<br />
de maior detalhe em 2016.<br />
Outros produtos cartográficos recentemente desenvolvidos pela CPRM são os Mapas de Integração-Geofísica-Geológica,<br />
escala 1:250.000, que visam agregar valor aos levantamentos aerogeofísicos de alta resolução, com seleção de áreas anômalas<br />
para cheque de campo. Estes mapas são escolhidos prioritariamente na Região Amazônica, em áreas de difícil acesso ou sem<br />
programação prevista para mapeamentos geológicos a curto e médio prazos. São disponibilizados para os usuários no prazo<br />
máximo de 01 ano, e já foram concluídos e disponibilizados 12 desses mapas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
MAPEAMENTO GEOLÒGICO, LEVANTAMENTO AEROGEOFÍSICO.<br />
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