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Geologia E Recursos Minerais<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
GEOQUÍMICA MULTIELEMENTAR DE SEDIMENTOS DE<br />
CORRENTE NO ESTADO DE SÃO PAULO: ABORDAGEM<br />
ATRAVÉS DA ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA<br />
Autor: Mapa, F. B.<br />
CPRM – Serviço Geológico do Brasil<br />
Este trabalho apresenta resultados geoquímicos multielementares de sedimentos de corrente no estado de São Paulo, obtidos<br />
através do projeto institucional do Serviço Geológico do Brasil denominado “Levantamento Geoquímico de Baixa Densidade<br />
no Brasil”. Dados analíticos de 1422 amostras de sedimento de corrente obtidos por ICP-MS (Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry)<br />
em fração menor que 80 mesh, para 32 elementos químicos (Al, Ba, Be, Ca, Ce, Co, Cr, Cs, Cu, Fe, Ga, Hf, K, La, Mg, Mn, Mo,<br />
Nb, Ni, P, Pb, Rb, Sc, Sn, Sr, Th, Ti, U, V, Y, Zn e Zr), foram processadas e abordadas através da análise estatística uni e multivariada.<br />
Os resultados da aplicação de técnicas estatísticas univariadas, além de mostrarem eficácia no controle de qualidade dos<br />
dados, fornecem valores consistentes de background geoquímico (teor de fundo) para todo estado de São Paulo para os 32 elementos<br />
químicos analisados. A análise georreferenciada das distribuições geoquímicas unielementares (mapas geoquímicos)<br />
evidenciam a compartimentação geológica da área: as duas principais províncias geológicas do estado de São Paulo, Bacia do<br />
Paraná e Complexo Cristalino, se destacam claramente na maioria das distribuições geoquímicas. Unidades geológicas de maior<br />
expressão, como a Formação Serra Geral e o Grupo Bauru também são<br />
claramente destacadas. Outras feições geoquímicas indicam possíveis<br />
áreas contaminadas e unidades geológicas não cartografadas. As distribuições<br />
do cromo e outros elementos menores revelam uma importante<br />
divisão geoquímica do Grupo Bauru.<br />
Os resultados da aplicação de métodos estatísticos multivariados aos<br />
dados geoquímicos com 24 variáveis (Al, Ba, Ce, Co, Cr, Cs, Cu, Fe, Ga, La, Mn,<br />
Nb, Ni, Pb, Rb, Sc, Sr, Th, Ti, U, V, Y, Zn e Zr) permitem definir as principais assinaturas<br />
e associações geoquímicas existentes em todo estado de São Paulo<br />
e correlacioná-las aos principais domínios litológicos. A análise de agrupamentos<br />
em modo Q fornece oito grupos de amostras geoquimicamente<br />
correlacionáveis, que georreferenciadas reproduzem os principais compartimentos<br />
geológicos do estado: Complexo Cristalino, Grupos Itararé, Quatá<br />
e Passa Dois, Formação Serra Geral e Grupos Bauru e Caiuá. A análise discriminante<br />
multigrupos comprova, estatisticamente, a classificação dos grupos<br />
formados pela análise de agrupamentos e fornece as principais variáveis discriminantes: Fe, Co, Sc, V e Cu. A análise de componentes<br />
principais abordada em conjunto com a análise fatorial pelo método de rotação varimax fornecem os principais fatores multivariados e<br />
suas respectivas associações elementares. O georreferenciamento dos valores de escores fatoriais multivariados delimitam áreas onde<br />
as associações elementares ocorrem (províncias geoquímicas) e fornecem mapas geoquímicos multivariados para todo o estado.<br />
Com base em uma visão integrada dos resultados obtidos neste trabalho, conclui-se a necessidade de execução dos<br />
levantamentos geoquímicos de baixa densidade em todo país em caráter de prioridade, pois são altamente eficazes na definição<br />
de backgrounds regionais e delimitação de províncias geoquímicas com interesse metalogenético e ambiental. Concluise<br />
também a necessidade de execução do mapeamento geológico contínuo em escala adequada (maiores que 1:100.000)<br />
para toda área do estado de São Paulo, principalmente nas porções que apontam para possíveis existências de unidades não<br />
cartografadas nos mapas geológicos disponíveis.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
LEVANTAMENTO GEOQUÍMICO DE BAIXA DENSIDADE;<br />
GEOQUÍMICA DE SUPERFÍCIE; BACKGROUND GEOQUÍMICO<br />
SIGNIFICADO TECTÔNICO DAS ROCHAS<br />
DE ALTO GRAU DO NORTE DE MATO GROSSO<br />
Autores: 1 Rizzotto, G.J; 1 Ladeira, C.A.; 1 Rios, F.S; 1 Duarte, T.B.; 1 Lopes, L.B.; 1 Gonçalves, G.F.; 1 Netto, G.B.; 1 Fuentes, D.B.V.;<br />
2<br />
Oliveira, A.C.; 2 Lisboa, T.<br />
1<br />
CPRM – Superintendência Regional de Goiânia; 2 CPRM Superintendência Regional de Manaus<br />
Bordejando a Bacia dos Caiabis, no interflúvio dos rios Juruena e Teles Pires afloram em uma faixa (230x30km) contínua de<br />
direção EW, migmatitos orto e paraderivados, além de granulitos máficos e félsicos, os quais compõem o Complexo Nova Monte<br />
Verde (CNMV). As rochas deste complexo configuram uma intensa anomalia gravimétrica positiva e formam uma estrutura geológica<br />
arqueada. Sugere-se uma redefinição estratigráfica e genética para o CNMV onde as rochas supracrustais de alto grau, constituídas<br />
por paragnaisses, granulitos félsicos, migmatitos paraderivados e subordinadamente gnaisses calcissilicáticos e formação<br />
ferrífera bandada, as quais doravante passam a constituir a Unidade Paraderivada-Bacaeri-Mogno do CNMV, enquanto que os ortognaisses<br />
tonalíticos/granodioríticos/quartzo-dioríticos, migmatitos (diatexitos e metatexitos ortoderivados), granulitos máficos e<br />
enderbitos, constituem a Unidade Ortoderivada-Vila Progresso do referido complexo. Destaca-se o estágio avançado de fusão dos<br />
migmatitos não sendo possível reconhecer distintamente o paleossoma e o neossoma. Assim sendo, predominam os diatexitos<br />
com estrutura do tipo schlieren, turbulenta e nebulítica,<br />
enquanto que os metatexitos são estromáticos. No<br />
geral, possuem bandamento gnáissico e mesodobras<br />
com plano axial de direção EW.<br />
Expressivo plutonismo granítico associado a<br />
vulcanismo félsico bordeja tanto a norte como a sul as<br />
rochas de alto grau do Complexo Nova Monte Verde.<br />
Ou seja, o CNMV representa a crosta inferior exumada,<br />
a qual foi colocada lado a lado com granitóides e<br />
vulcânicas pouco ou nada deformados. Situação geológica<br />
equiparada com os Complexos de Núcleo Metamórfico<br />
identificados nos registros geológicos do Pré-<br />
Cambriano ao Recente.<br />
Dados estruturais, petrográficos e de campo,<br />
aliados a dados isotópicos indicam que a cristalização<br />
dos migmatitos e granulitos foi contemporânea com a deformação, ou seja, entre 1790-1770Ma. Granitos da Suíte Juruena (fácies<br />
São Pedro, São Romão, Juruena, Nova Canaã, Apiacás e Paranaíta) e vulcanismo félsico associado (Grupo Colíder), possuem idades<br />
de cristalização entre 1800-1780Ma e exibem características de cristalização sin-tectônica. A assinatura isotópica de Sm-Nd tanto<br />
dos migmatitos como dos granitos é idêntica (TDM = 2,0-2,2 Ba; Nd =-3,9 a +2,5), sugerindo derivação crustal Paleoproterozóica<br />
com interação de fonte mantélica. Desta forma, os dados indicam um único evento magmato-tectônico que ocorreu no intervalo<br />
de tempo de 1800 a 1770Ma.<br />
Nos modelos geotectônicos propostos até então para esta região, as rochas do CNMV seriam representantes de complexo<br />
de subducção/arco magmático continental. No entanto, o que se observa é a ausência de feições e registros característicos de uma<br />
tectônica de margem convergente, tais como nappes e estruturas cavalgantes de baixo ângulo, vergência tectônica, prisma acrescionário,<br />
zona de sutura e paragênese metamórfica de alta pressão.<br />
A nova proposta tectônica aqui sugerida é que os migmatitos do CNMV, juntamente com os granitóides da Suite Juruena e<br />
vulcânicas associadas foram derivados por fusão parcial da crosta Paleoproterozóica Tapajós, por mecanismo de descompressão<br />
promovido por regime tectônico extensional ao longo de margem continental. A fonte de calor necessária a este processo pode ter<br />
sido fornecida por underplating de magma basáltico. Uma implicação deste modelo é que fusão parcial e extensão foram coevas.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
MIGMATITOS, GRANULITOS, TECTÔNICA EXTENSIONAL<br />
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