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Geologia E Recursos Minerais<br />
Geologia E Recursos Minerais<br />
CARTA DE RECURSOS MINERAIS DA FOLHA SANTA CRUZ – SB.24-Z-B-III<br />
Autores: Cunha. A.L.C., Oliveira. S.F.<br />
CPRM – Superintendência Regional do Recife<br />
A Folha Santa Cruz está inserida sobre os Domínios Rio Piranhas - Seridó e São José do Campestre, na Província Borborema,<br />
nordeste do Brasil. Essa região foi alvo de diversos projetos de prospecção e pesquisa mineral ao longo do tempo, devido<br />
principalmente às ocorrências de tungstênio, tântalo, nióbio, muscovita, feldspatos, água marinha (berilo) e ouro. Na porção central<br />
da folha existe um prospecto de ouro de grande relevância na área da folha, trata-se da antiga Mina São Francisco conhecida<br />
hoje como Projeto Borborema.<br />
O levantamento de recursos minerais faz parte do Projeto de Mapeamento Geológico da Folha Santa Cruz, na escala<br />
1:100.000, executado pela CPRM. A metodologia de trabalho consistiu no levantamento de toda base de dados de ocorrências<br />
minerais existentes extraídas do banco de dados eletrônico da CPRM (GEOBANK®) e de outros projetos executados pela CPRM<br />
em décadas passadas, através de criteriosa revisão bibliográfica.<br />
Durante as etapas de campo, as informações<br />
foram checadas, os pontos revisitados, normalmente<br />
realocados e novas ocorrências foram cadastradas.<br />
Os dados foram revalidados e o banco<br />
de dados existente atualizado. O levantamento de<br />
campo (descrição das características geológicas dos<br />
depósitos minerais), além de dados de aerogeofísica<br />
e geoquímica de sedimento de corrente, batéia e menos<br />
frequente, de química de rocha, agregaram informações<br />
para subsidiar a delimitação de áreas potenciais<br />
e a construção da carta de recursos minerais.<br />
O resultado final apresentado nesse trabalho<br />
inclui uma base de dados com o registro de 792<br />
pontos de recursos minerais (ocorrências, depósitos<br />
minerais, garimpos e minas, ativos e paralisados),<br />
incluindo 462 ocorrências inéditas. Todo esse conjunto<br />
representa 32 substâncias minerais agrupadas<br />
em sete classes utilitárias, incluindo gemas, metais<br />
nobres, metais não ferrosos e semimetais, metais<br />
ferrosos, materiais de uso na construção civil, rochas<br />
e minerais industriais e recursos energéticos.<br />
Destacam-se as ocorrências de scheelita (W)<br />
e minerais extraídos de rochas pegmatíticas, tais<br />
como tantalita/columbita (Ta / Nb), berilo (Be),<br />
muscovita (mus) e minerais gemológicos como<br />
água marinha e granada. Ouro (Au), e rochas ornamentais<br />
(gnaisse, granito, pegmatitos e/ou granitos pegmatóides, micaxisto, quartzitos e mármore) são ocorrências menos<br />
frequentes, porém não menos importantes.<br />
SÍNTESE PETROGRÁFICA DAS ROCHAS AFLORANTES<br />
NA REGIÃO DO PICO DA NEBLINA (AM)<br />
Autores: Souza, A.G.H. 1 ; Bastos Neto, A.C. 2 ; Luzardo, R. 1 ; Souza, C.M.B. 3 .<br />
1<br />
CPRM - Superintendência Regional de Manaus; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3 Geóloga autônoma<br />
Na parte leste da região conhecida como “Cabeça do Cachorro” (Estado do Amazonas), situam-se alguns dos pontos<br />
mais altos do Brasil, incluindo o Pico da Neblina, o ponto culminante do país, com 2.995,30 m de altitude, situado no município<br />
de Santa Isabel do Rio Negro, na Serra do Imeri. O embasamento desta área é constituído pelo Complexo Cauaburi (litofácies<br />
Tarsira), em contato com metassedimentos da Formação Serra da Neblina que sustentam a Serra do Imeri.<br />
Antigos trabalhos descrevem quartzo-arenito ou arenito milonítico para as rochas desta unidade. Ao longo do perfil, percorrido<br />
durante 7 dias, da foz do Igarapé Tucano até o Pico da Neblina, foram descritos fillitos, meta-grauvacas, meta-arenito e<br />
meta-conglomerados, cortadas por frequentes veios de quartzo. Próximos ao local conhecido como Mirante ocorrem dois<br />
tipos de granitoides.<br />
O cume do pico da Neblina é formado por uma camada de meta-arenito, com seixos imersos numa matriz de granulação<br />
média, de direção NE e mergulho de 40ºSE, afetada por dobramentos e foliações com a mesma atitude, sugerindo tratarse<br />
de um plano de cavalgamento. Ao microscópico petrográfico, o filito contém veios de quartzo boudinados, além de opacos<br />
e uma incipiente clivagem de crenulação.<br />
O meta-arenito apresenta evidências de deformação, como forte extinção ondulante no quartzo e nos feldspatos, subgrãos<br />
recristalizados de quartzo (GBR), além da presença de fragmentos de rocha, o que sugere ser de composição imatura<br />
texturalmente, indicando fonte mais proximal dos sedimentos. A foliação metamórfica é muito bem definida pela orientação<br />
da muscovita. A meta-grauvaca, com muscovita fina orientada segundo a foliação, contém granada e porfiroclastos de quartzo<br />
suportados pela matriz de finas lamelas de muscovita, apresentando forte extinção ondulante e formação de sub-grãos<br />
recristalizados.<br />
Ocorrem três tipos de granitoides descritos num mesmo afloramento. O que predomina é um biotita-clorita meta-monzogranito,<br />
de granulação média a grossa, composto por plagioclásio (36%), quartzo (30%), K-feldspato (22%), clorita (7%),<br />
biotita (4%), anfibólio (1%), epidoto e opacos como traços. Este granitoide é cortado por um meta-leucomonzogranito, de<br />
granulação média, com textura granoblástica poligonal, composto por quartzo (35%), K-feldspato (33%), plagioclásio (30%)<br />
e raros cristais de biotita (1%), anfibólio (1%) e epidoto (TR). Uma terceira fácies é hololeucocrático, constituído por quartzo<br />
(43%), K-feldpspato (30%), plagioclásio (17%), biotita (2%), muscovita (3%), granada (1%), zoisita e epidoto como traços, e<br />
afetado por seritização e saussuritização, classificado como sienogranito milonítico.<br />
As rochas que constituem a Serra do Imeri foram correlacionadas ao Supergrupo Roraima, que é tipicamente representado<br />
pelas rochas sedimentares pouco ou nada deformadas que ocorrem no Bloco Pacaraima (Roraima), onde formam serras<br />
tabulares (tepuis). Nossas observações mostram que a Serra do Imeri, constituída pela Formação Serra da Neblina, teve uma<br />
evolução geológica bem mais complexa do que aquela do Bloco Pacaraima, afetada por metamorfismo e por uma deformação<br />
relativamente intensa, características estas que resultaram no seu relevo muito acidentado.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Serra do Imeri, Formação Serra da Neblina, metassedimentos<br />
Em todo este conjunto, destaca-se ainda uma ocorrência de granada e o aumento substancial de cadastro de materiais<br />
para uso na construção civil, como pedreiras de granito e mármore com uso fundado para agregados além de significativa quantidade<br />
de garimpos de scheelita.<br />
PALAVRAS-CHAVE:<br />
Folha Santa Cruz; Recursos Minerais<br />
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