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REVISTA SERVICO GEOLOGICO

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Geologia E Recursos Minerais<br />

Geologia E Recursos Minerais<br />

NOVA OCORRÊNCIA DE ROCHA ALCALINA<br />

NO ESTADO DE SANTA CATARINA<br />

RECUPERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO ACERVO DE<br />

DADOS GEOQUÍMICOS DA CPRM: PANORAMA ATUAL<br />

Autores: Provenzano, C.A.S. 1 ; Stropper, J.L. 1 ; Sander, A. 1,2<br />

1<br />

CPRM - Superintendência Regional do Recife de Porto Alegre; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica<br />

Autores: Mota, C. E. 1 ; Larizzatti, J. H. 1 ; Moreira, A. P. C. 1 ; Porto, C. G. 1 ; Silveira, F. V. 2 ; Cunha, F. 1<br />

CPRM – 1 Escritório do Rio de Janeiro; 2 Sede, Brasília<br />

A geologia do Estado de Santa Catarina já é reconhecida pelo seu potencial para fosfato magmatogênico, haja vista os<br />

conhecidos depósitos próximos às cidades de Lages e Anitápolis. Esse potencial foi maximizado após o levantamento aerogeofísico<br />

realizado pela CPRM em 2011, que obteve dados de aerogamaespectometria e de aeromagnetometria. A partir da<br />

análise desses dados foram identificadas anomalias com significativo potencial para rochas com minerais radioativos e magnéticos,<br />

algumas dessas estão inseridas em áreas com arcabouço tectono-estrutural condizente para corpos alcalinos.<br />

Com essas informações iniciaram-se as investigações de campo que permitiram a identificação de uma nova ocorrência de<br />

rocha alcalina nas proximidades da cidade de Alfredo Wagner e há aproximados 8 km de Anitápolis. As amostras de rocha<br />

CA-121C e CA-129, identificadas inicialmente como lamprófiros, se caracterizam pela textura panidiomórfica média a fina, definida<br />

pela euedria dos fenocristais de piroxênio e flogopita envolvidos por uma matriz fina, rica em micrólitos de plagioclásio<br />

e material microcristalino a vítreo.<br />

Os fenocristais têm grão fino a médio, com tamanho dos grãos entre 1,2 a 0,5 mm, orientados pelo fluxo magmático que<br />

também alinha os micrólitos da matriz. A matriz mostra baixa resolução ótica, mas podem ser distintos micrólitos de plagioclásio<br />

prismáticos e cristálitos extremamente finos de minerais máficos, muito possivelmente do mesmo piroxênio que ocorre<br />

como fenocristal. Ainda integra a paragênese a apatita, presente na forma de finas e longas agulhas incolores.<br />

Apesar do elevado nível de intemperismo, foi feita análise de rocha total nessas duas amostras que ocorrem com valores<br />

de elementos maiores de MgO (4,27 a 6,43%), TiO2 (1,70 - 3,00%), o CaO (8,09 - 23,41%) com grande variação, enquanto<br />

que a SiO2 está abaixo de 44,23%. O NaO varia entre 2,39 e 5,08, enquanto o K2O varia de 1,25 a 4,07. Com base no total de<br />

álcali versus sílica, as amostras são classificadas como traquiandesitos e ocorrem na zona limítrofe entre o campo das rochas<br />

alcalinas e subalcalinas.<br />

Considerados esses dados e as descrições petrográficas preliminares optou-se por classificá-las como lamprófiros. A<br />

partir dos dados aeromagnetométricos, foi aplicada a técnica da deconvolução Euler 3D na anomalia do lamprófiro, onde se<br />

obteve uma estimativa de profundidade média situada entre 100 a 140 m para a fonte/rocha magnética.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

Rocha alcalina; Lamprófiro; Geofísica; Santa Catarina<br />

A CPRM possui um amplo e valioso banco de dados de geoquímica, resultado de mais de 40 anos de levantamentos. O<br />

acervo compreende um volume aproximado de 450.000 amostras de diversos materiais geológicos, analisadas por diversos<br />

métodos analíticos. Atualmente, este acervo encontra-se em processo de reorganização e validação, para ser disponibilizado à<br />

sociedade em breve, via GEOBANK.<br />

O objetivo é apresentar um panorama do estado atual do acervo geoquímico e quais são as perspectivas futuras. O motivo<br />

é que na base de dados ocorrem inconsistências, inclusive casos de localização inadequada. Além disso, novas informações<br />

geoquímicas são continuadamente produzidas, inclusive reanálise de alíquotas existentes no acervo, e que precisam estar integradas<br />

com os dados de legado. Para a análise dos dados foram utilizados softwares livres e de código aberto, como o Quantum<br />

GIS (Ferramenta SIG) e o RapidMiner (ETL e Business Intelligence), além de scripts Python e bibliotecas como Django, Pandas e<br />

Matplotlib. A unificação destes dados foi implementada no banco de dados PostgreSQL 9.3/PostGIS 2.0.7.<br />

Em linhas gerais, o acervo geoquímico pode ser subdividido em dois conjuntos de dados: O acervo histórico, do início<br />

da década de 1970 até o final da década de 2000, extraídas do GEOBANK; e Levantamentos geoquímicos do final da década de<br />

2010, de posse da DIGEOQ. A partir de observações e pesquisa de documentos internos, um modelo conceitual foi elaborado<br />

que permitisse a integração entre as fontes distintas. Uma das diretrizes do modelo é a preservação das coordenadas originais e<br />

as transformações para objetos Geometry, projetados em SIRGAS2000.<br />

O resgate das coordenadas e parâmetros cartográficos foi feito preditivamente, através de consultas às bases cartográficas<br />

da época. Os dados geográficos recentes, na sua maioria, são coletados via GPS, com exceção de informações enviadas em planilhas<br />

ou fichas. Os erros locacionais devem-se as seguintes razões: (1) Erros humanos por digitação incorreta, principalmente em<br />

época pré-GIS; (2) Erros computacionais, pela definição incorreta dos algoritmos de conversão de coordenadas.<br />

Atualmente, duas atividades estão em execução: A consolidação e a consistência dos dados. O trabalho de consolidação<br />

representa exatamente a unificação de todos os dados produzidos, inclusive os sabidamente incorretos, para a análise de padrões<br />

e requisitos e validar os procedimentos descritos nos manuais da CPRM. O processo de consistência corresponde a verificação<br />

dos metadados, pontos (inclusive sistemas de coordenadas) e de dados analíticos. Esta etapa implica em consulta aos<br />

mapas e relatórios originais para reajustar as amostras que porventura estejam deslocadas, incluir ou excluir amostras faltantes,<br />

ajustar metadados e boletins analíticos.<br />

Paulatinamente, os dados (novos e históricos) corrigidos e validados pela DIGEOQ serão disponibilizados ao público via<br />

GEOBANK, nas modalidades de consulta a metadados e download de resultados analíticos, em formato CSV, compactados em<br />

arquivos ZIP. Por fim, a CPRM, através de ações como a descrita neste trabalho, reforça o compromisso em dar credibilidade técnica<br />

aos dados disponibilizados para benefício da sociedade.<br />

PALAVRAS-CHAVE:<br />

Geoquímica, Acervo, Banco de Dados<br />

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