Jornal Paraná Outubro 2015

ENTRESSAFRA
Manutenção
em tempos de crise
É preciso adotar critérios técnicos na estratégia de redução de custos para que a
economia inicial não resulte em gastos ainda maiores, posteriormente DA EQUIPE DE REDAÇÃO
Reduzir custos é a grande
meta a ser alcançada na
manutenção de entressafra
deste ano. “Poucas vezes na
história do setor se perseguiu
tanto isso”, afirma o
consultor e engenheiro
açucareiro Ramon Orlando
Villarreal, da V&R Consultoria
e Projetos Ltda.
Em um dos mais longos
períodos de dificuldades
econômicas enfrentado
pelo setor, iniciado em
2008 com a crise financeira
internacional e agora somado
aos problemas na
economia brasileira, as indústrias
sucroenergéticas
buscam saídas para continuarem
trabalhando.
É em época de crise que
algumas empresas recorrerem
a reduções nos custos
com manutenção, nos gastos
em investimentos, em
treinamentos operacionais
e até a diminuição de reparos
em equipamentos. Os
recursos financeiros destinados
à manutenção são
determinados pela diretoria
e a equipe da indústria precisa
definir e alocar os gastos
de acordo com a
demanda.
É certo que não é necessária
a manutenção de
todos os equipamentos da
indústria, com gastos elevados
e sem retorno. Em alguns
casos, essa intervenção
excessiva leva até mesmo a
quebra do equipamento.
Mas há também aqueles
pontos críticos da indústria
onde a manutenção é fundamental,
e é preciso focar
o trabalho nestes sob o
risco de paralisar todos os
processos, em caso de quebra
durante a safra, ou por
garantirem a segurança de
toda operação.
Ramon alerta que é preciso
muito cuidado ao lançar
mão da estratégia de
economizar na manutenção,
analisando e planejando
esta muito bem, além
de adotar critérios técnicos
na definição de onde cortar
gastos. “Num primeiro momento,
pode se obter uma
redução de custo imediata,
mas no médio e longo prazos
isso pode aumentar os
gastos significativamente,
levando a quebra de equipamentos
ou paradas não
programadas”.
Programar com antecedência
O consultor Ramon Orlando Villarreal diz que é preciso programar a manutenção
de entressafra com bastante antecedência, já em maio, principalmente
quando os recursos disponíveis são escassos. Durante toda a safra,
recomenda, é preciso mapear e acompanhar o desempenho de cada equipamento,
monitorando com medições periódicas, análise visual, de vibração, termografia
e outras.
Os indicadores obtidos é que permitirão avaliar o estado geral da máquina,
detectar qualquer problema e elaborar o plano de manutenção na entressafra
de acordo com a realidade de cada usina, em conjunto com especialistas e fabricantes
dos equipamentos.
“O grande diferencial dessa forma de trabalho será detectar problemas críticos
que às vezes passam despercebidos durante várias safras, aumentando os
custos e reduzindo a lucratividade”, afirma Ramon, ressaltando que essa análise
técnica e econômica facilitará uma tomada de decisão mais assertiva e certamente
gerará oportunidades para melhorias.
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Jornal Paraná - Outubro 2015