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SYNTEGRAÇÃO<br />
Tem que proteger o solo<br />
São usados plantio em faixas,<br />
cobertura com palha e vegetação,<br />
alteração do layout e<br />
sistematização, redução do tráfego<br />
e da compactação e outros<br />
Com o objetivo de manter o<br />
solo protegido e a lavoura de<br />
cana de açúcar produtiva, o<br />
produtor e consultor Luiz Carlos<br />
Dalben vive testando e<br />
aprendendo novos manejos.<br />
“Tem que ter liberdade, raciocinar,<br />
usar novas tecnologias.<br />
Para cada local há um tipo diferente<br />
de trabalho do solo,<br />
dependendo do ambiente de<br />
produção, das condições existentes”,<br />
disse na primeira edição<br />
do Syntegração <strong>2016</strong>.<br />
Para ele, uma das vantagens<br />
da colheita mecânica de cana<br />
crua é não deixar o solo descoberto.<br />
“Tivemos uma alteração<br />
no regime de chuvas. Não<br />
dá para confiar em um padrão.<br />
Também ampliamos o período<br />
de plantio. Planta-se cana praticamente<br />
o ano todo, em<br />
todas as condições de clima.<br />
Há ainda maior manutenção<br />
dos carreadores, e mais canais<br />
escoadouros e para vinhaça,<br />
que se não cuidados,<br />
podem propiciar a abertura de<br />
erosões com as chuvas. Por<br />
isso tem que redobrar os cuidados<br />
e minimizar a concentração<br />
de água”, afirmou.<br />
Ao definir a forma de como<br />
trabalhar sua área de canavial,<br />
pensando na colheita mecanizada,<br />
o produtor tem que pensar<br />
em gerar o menor tráfego<br />
possível, com o menor número<br />
de manobras e compactação<br />
do solo, buscar maior infiltração<br />
de água, menor gasto<br />
com diesel e custo do transbordo<br />
e o mínimo possível de<br />
perdas, pisoteio e impurezas<br />
Além da palha - retira em<br />
média 46%, sobrando ainda<br />
sete toneladas por hectare -,<br />
Dalben protege o solo com vegetação<br />
em toda a área de<br />
risco em períodos chuvosos.<br />
Adota práticas conservacionistas<br />
com o plantio de crotalária<br />
(spectabilis e juncea) e já cultivou<br />
soja e amendoim. Evita o<br />
plantio nas épocas de maior<br />
risco, faz plantio semidireto e<br />
em sistema de meiose, fazendo<br />
o preparo do solo e plantio<br />
em faixas. “Fazer por etapas<br />
dá menos trabalho do que ter<br />
que corrigir o solo destruído<br />
por erosão”, ressaltou o consultor.<br />
Quanto mais carreadores,<br />
mais a água corre, por isso<br />
Dalben reduziu o número, inverteu<br />
carreadores e cobriuos<br />
com vegetação, cuidando<br />
com as águas provenientes de<br />
estradas mestres e de águas<br />
externas. Também tampa canais<br />
de vinhaça em áreas e<br />
épocas de risco, quando não<br />
estiver em uso.<br />
minerais e vegetais. Isso levando<br />
em conta produtividade<br />
da lavoura, espaçamento,<br />
condições do solo, custo da<br />
colheita e tudo mais.<br />
“É preciso cuidar da gestão<br />
da colheita mecanizada trabalhando<br />
com conhecimento,<br />
comprometimento, dinamismo<br />
e vocação. Preciso conhecer<br />
meu custo de colheita para<br />
O preparo do solo é direcionado,<br />
profundo e canteirizado,<br />
em leve desnível, tendendo<br />
a um menor número<br />
de operações. A alteração do<br />
layout dos talhões reduziu os<br />
gastos com máquinas. Em<br />
uma das áreas, de 33 hectares,<br />
com a nova sistematização<br />
reduziu em 44% as manobras,<br />
quase três horas de<br />
hora/máquina.<br />
Gestão da colheita<br />
ver onde está o problema e<br />
como resolver”, afirmou o<br />
consultor Luiz Carlos Dalben,<br />
ressaltando que perdas, arranquio,<br />
impureza, pisoteio<br />
tem que ser exceção e não<br />
regra.<br />
“Hoje temos instrumentos<br />
diferentes de conservação do<br />
solo, melhor distribuição e infiltração<br />
de água, minimizando<br />
concentrações e reduzindo a<br />
velocidade da água”, afirmou<br />
Dalben. Ele tem redimensionado<br />
e invertido terraços ou<br />
mesmo eliminado eles.<br />
“Para tirar terraço tem que<br />
ter muito critério e o manejo e<br />
sistematização do solo é bem<br />
diferente do sistema convencional.<br />
Tem que preparar a<br />
área para a mudança e tem a<br />
hora certa de fazer. É um paradigma<br />
que, se não bem trabalhado,<br />
pode dar com os<br />
burros na água. Depois que o<br />
canavial implantou, aí é tranquilo”<br />
comentou, citando que<br />
não tem nenhum problema<br />
com corrimento de água ou<br />
erosão.<br />
O consultor destacou a importância<br />
de fazer uma higienização<br />
da lavoura, organizando,<br />
limpando a área de pedras<br />
ou tocos. “Falta de cuidado<br />
dá mais prejuízo que espaçamento<br />
errado”, disse citando<br />
que a manutenção responde<br />
por 28,36% do custo<br />
de colheita, mais do que o diesel,<br />
27,19%, o salário e encargos,<br />
19,34% e a depreciação,<br />
16,99%.<br />
Também afirmou que a regulagem<br />
da máquina tem que<br />
“Fazer por etapas<br />
dá menos trabalho<br />
do que ter que corrigir<br />
o solo destruído por<br />
erosão”, disse Luiz<br />
Carlos Dalben<br />
ser feita com frequência, conforme<br />
a demanda, ou o produtor<br />
estará jogando dinheiro<br />
fora. Com a mudança da variedade<br />
e da textura e umidade<br />
do solo, muda a regulagem da<br />
máquina, tanto da plantadeira<br />
como da colheitadeira. “Não<br />
tem dificuldade com a colheita<br />
mecânica, mas técnica e treinamento.<br />
Tem que ter atitude<br />
e continuidade”, ressaltou.<br />
16<br />
<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>