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Jornal Paraná Julho 2016

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SYNTEGRAÇÃO<br />

Tem que proteger o solo<br />

São usados plantio em faixas,<br />

cobertura com palha e vegetação,<br />

alteração do layout e<br />

sistematização, redução do tráfego<br />

e da compactação e outros<br />

Com o objetivo de manter o<br />

solo protegido e a lavoura de<br />

cana de açúcar produtiva, o<br />

produtor e consultor Luiz Carlos<br />

Dalben vive testando e<br />

aprendendo novos manejos.<br />

“Tem que ter liberdade, raciocinar,<br />

usar novas tecnologias.<br />

Para cada local há um tipo diferente<br />

de trabalho do solo,<br />

dependendo do ambiente de<br />

produção, das condições existentes”,<br />

disse na primeira edição<br />

do Syntegração <strong>2016</strong>.<br />

Para ele, uma das vantagens<br />

da colheita mecânica de cana<br />

crua é não deixar o solo descoberto.<br />

“Tivemos uma alteração<br />

no regime de chuvas. Não<br />

dá para confiar em um padrão.<br />

Também ampliamos o período<br />

de plantio. Planta-se cana praticamente<br />

o ano todo, em<br />

todas as condições de clima.<br />

Há ainda maior manutenção<br />

dos carreadores, e mais canais<br />

escoadouros e para vinhaça,<br />

que se não cuidados,<br />

podem propiciar a abertura de<br />

erosões com as chuvas. Por<br />

isso tem que redobrar os cuidados<br />

e minimizar a concentração<br />

de água”, afirmou.<br />

Ao definir a forma de como<br />

trabalhar sua área de canavial,<br />

pensando na colheita mecanizada,<br />

o produtor tem que pensar<br />

em gerar o menor tráfego<br />

possível, com o menor número<br />

de manobras e compactação<br />

do solo, buscar maior infiltração<br />

de água, menor gasto<br />

com diesel e custo do transbordo<br />

e o mínimo possível de<br />

perdas, pisoteio e impurezas<br />

Além da palha - retira em<br />

média 46%, sobrando ainda<br />

sete toneladas por hectare -,<br />

Dalben protege o solo com vegetação<br />

em toda a área de<br />

risco em períodos chuvosos.<br />

Adota práticas conservacionistas<br />

com o plantio de crotalária<br />

(spectabilis e juncea) e já cultivou<br />

soja e amendoim. Evita o<br />

plantio nas épocas de maior<br />

risco, faz plantio semidireto e<br />

em sistema de meiose, fazendo<br />

o preparo do solo e plantio<br />

em faixas. “Fazer por etapas<br />

dá menos trabalho do que ter<br />

que corrigir o solo destruído<br />

por erosão”, ressaltou o consultor.<br />

Quanto mais carreadores,<br />

mais a água corre, por isso<br />

Dalben reduziu o número, inverteu<br />

carreadores e cobriuos<br />

com vegetação, cuidando<br />

com as águas provenientes de<br />

estradas mestres e de águas<br />

externas. Também tampa canais<br />

de vinhaça em áreas e<br />

épocas de risco, quando não<br />

estiver em uso.<br />

minerais e vegetais. Isso levando<br />

em conta produtividade<br />

da lavoura, espaçamento,<br />

condições do solo, custo da<br />

colheita e tudo mais.<br />

“É preciso cuidar da gestão<br />

da colheita mecanizada trabalhando<br />

com conhecimento,<br />

comprometimento, dinamismo<br />

e vocação. Preciso conhecer<br />

meu custo de colheita para<br />

O preparo do solo é direcionado,<br />

profundo e canteirizado,<br />

em leve desnível, tendendo<br />

a um menor número<br />

de operações. A alteração do<br />

layout dos talhões reduziu os<br />

gastos com máquinas. Em<br />

uma das áreas, de 33 hectares,<br />

com a nova sistematização<br />

reduziu em 44% as manobras,<br />

quase três horas de<br />

hora/máquina.<br />

Gestão da colheita<br />

ver onde está o problema e<br />

como resolver”, afirmou o<br />

consultor Luiz Carlos Dalben,<br />

ressaltando que perdas, arranquio,<br />

impureza, pisoteio<br />

tem que ser exceção e não<br />

regra.<br />

“Hoje temos instrumentos<br />

diferentes de conservação do<br />

solo, melhor distribuição e infiltração<br />

de água, minimizando<br />

concentrações e reduzindo a<br />

velocidade da água”, afirmou<br />

Dalben. Ele tem redimensionado<br />

e invertido terraços ou<br />

mesmo eliminado eles.<br />

“Para tirar terraço tem que<br />

ter muito critério e o manejo e<br />

sistematização do solo é bem<br />

diferente do sistema convencional.<br />

Tem que preparar a<br />

área para a mudança e tem a<br />

hora certa de fazer. É um paradigma<br />

que, se não bem trabalhado,<br />

pode dar com os<br />

burros na água. Depois que o<br />

canavial implantou, aí é tranquilo”<br />

comentou, citando que<br />

não tem nenhum problema<br />

com corrimento de água ou<br />

erosão.<br />

O consultor destacou a importância<br />

de fazer uma higienização<br />

da lavoura, organizando,<br />

limpando a área de pedras<br />

ou tocos. “Falta de cuidado<br />

dá mais prejuízo que espaçamento<br />

errado”, disse citando<br />

que a manutenção responde<br />

por 28,36% do custo<br />

de colheita, mais do que o diesel,<br />

27,19%, o salário e encargos,<br />

19,34% e a depreciação,<br />

16,99%.<br />

Também afirmou que a regulagem<br />

da máquina tem que<br />

“Fazer por etapas<br />

dá menos trabalho<br />

do que ter que corrigir<br />

o solo destruído por<br />

erosão”, disse Luiz<br />

Carlos Dalben<br />

ser feita com frequência, conforme<br />

a demanda, ou o produtor<br />

estará jogando dinheiro<br />

fora. Com a mudança da variedade<br />

e da textura e umidade<br />

do solo, muda a regulagem da<br />

máquina, tanto da plantadeira<br />

como da colheitadeira. “Não<br />

tem dificuldade com a colheita<br />

mecânica, mas técnica e treinamento.<br />

Tem que ter atitude<br />

e continuidade”, ressaltou.<br />

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<strong>Julho</strong> <strong>2016</strong> - <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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