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livro_narrativa_policial

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insetos”. Outrossim, é importante ressaltar que, durante décadas, as duas<br />

obras em questão foram das que alcançaram imensa popularidade entre os<br />

jovens leitores de faixa escolar. O artigo também aponta fatores que levaram<br />

essas narrativas a congregarem tamanho apelo durante tanto tempo. Ainda<br />

que, nos últimos anos, as histórias de Lúcia Machado de Almeida não<br />

venham mais encontrando tanto eco, o autor destaca a importância de se<br />

resgatar essa memória para a história do romance de enigma no Brasil. Em<br />

“A periferia como matéria do roman noir em obras francesas<br />

contemporâneas”, Geraldo R. Pontes Jr. apresenta o tratamento da<br />

criminalidade crescente na periferia francesa por novos autores que vivem na<br />

própria periferia, de origem árabo-islâmica, assim como franco-franceses<br />

que também se debruçam sobre a questão. O artigo examina como entre<br />

os autores que são filhos da diáspora pós-colonial essa escrita distinguese<br />

de uma produção rotulada como periférica e voltada para questões de<br />

identidade, a literatura beur, já que no gênero policial não insistem na<br />

autoafirmação biográfica. Ao mesmo tempo, mostra que esses autores<br />

não deixam de dialogar com a crítica política e social pertinente àquela<br />

corrente. No último trabalho, de Márcio de Pinho Botelho, “Junior, um<br />

detetive em La ciudad ausente”, se debruça sobre o papel da narrativa<br />

policial dentro do romance La ciudad ausente, do escritor argentino<br />

Ricardo Piglia, levando em conta o fato de que os textos piglianos são<br />

marcados pela reflexão acerca do gênero policial, em especial sua<br />

variação norte-americana, o noire ou hard-boiled. O artigo expõe como<br />

Piglia se apropria do policial noire, utilizando para isso a figura de Junior,<br />

jornalista e personagem principal da trama, articulando a matriz<br />

proposta por Dashiel Hammet e por Raymond Chandler à tradição<br />

literária argentina. Tal leitura aponta para o viés político que o escritor dá<br />

ao seu texto, pois, ao estabelecer este diálogo entre universal e particular,<br />

a principal referência nacional de seu texto é a de Rodolfo Walsh, escritor<br />

< sumário<br />

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