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livro_narrativa_policial
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Na parede da sala do meu apartamento eu olhava um<br />
quadro com uma foto ampliada de Kirsten. Eu a amaria<br />
para sempre. Amor aeternus. (FONSECA, 2009, p.177)<br />
O amor romântico, que é eterno e transcende a morte, se faz<br />
presente no romance de Rubem Fonseca. Diferente, contudo, da<br />
narrativa romântica em terceira pessoa, as primeiras páginas do romance<br />
fonsequiano apresentam uma série de crimes narrados pelo próprio<br />
matador profissional com a intenção de tornar evidente o seu bom<br />
desempenho nessas execuções. Nesse primeiro momento, o leitor parece<br />
assistir a um filme de ação no qual as imagens se sucedem com muita<br />
rapidez. O autor, de certa forma, faz uso de estereótipos vendidos pelas<br />
mídias audiovisuais que formam o gosto do público pela redundância.<br />
Além disso, o leitor está diante de assassinatos movidos por uma violência<br />
abstrata na medida em que esse matador profissional até mesmo evita<br />
informações sobre a identidade das vítimas e o que motivou esses crimes.<br />
A violência segue outros rumos a partir do momento em que José,<br />
o narrador-protagonista, passa a narrar a perseguição de que é alvo.<br />
Os antecedentes dos crimes tornam-se importantes, já que se trata da<br />
identificação dos indivíduos que o ameaçam. O narrador é o mesmo,<br />
porém sua percepção dos fatos é outra. Nesse caso, o raciocínio lógico<br />
não está a serviço da justiça, mas da própria sobrevivência do criminoso.<br />
José é também o nome do assassino de aluguel do conto “O anjo da<br />
guarda” (FONSECA, 1997). Contrariando as expectativas, José mata Jorge,<br />
o mandante do crime, e salva a vida da mulher que deveria assassinar,<br />
porque nela projeta a imagem materna. Indivíduo atomizado, resta-lhe,<br />
apenas, a nostalgia de uma origem (FIGUEIREDO, 2003, p.42). Embora<br />
sem o desejo de retorno a essa origem, a imagem terna da mãe também<br />
está presente em O seminarista:<br />
< sumário<br />
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