maria cristina salimena da silva - UFF
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RESUMO<br />
Camundongo mdx, o modelo animal <strong>da</strong> distrofia muscular de Duchenne,<br />
desenvolve uma miopatia inflamatória recessiva liga<strong>da</strong> ao cromossoma X,<br />
caracteriza<strong>da</strong> por degeneração <strong>da</strong>s miofibras esqueléticas e substituição por<br />
tecido conjuntivo. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma possível<br />
relação do dimorfismo sexual com o padrão <strong>da</strong> lesão e mu<strong>da</strong>nças no<br />
microambiente do músculo esquelético durante diferentes fases <strong>da</strong> miopatia.<br />
Foram incluídos camundongos machos e fêmeas <strong>da</strong>s linhagens mdx e controle<br />
C57 (não-distrófico) com 4 e 8 semanas de vi<strong>da</strong> pós-natal. Um grupo de<br />
camundongos mdx foi submetido à castração cirúrgica: ovariectomia (OVX) e<br />
orquiectomia (OOX) e outro grupo foi tratado com tamoxifen, droga agonista do<br />
receptor de estrógeno dissolvi<strong>da</strong> em resina ELVAX, implanta<strong>da</strong> no músculo<br />
esquelético direito, tendo o contralateral como controle não tratado. Secções<br />
transversais de músculo gastrocnêmio incluído em parafina foram processa<strong>da</strong>s<br />
para histoquímica e coradsa pelo picrosírius, Giemsa, oil red e imunohistoquímica<br />
para identificação de molécula de adesão NCAM, células<br />
progenitoras (SCA-1) e macrófagos (Mac-1+ e F4-80). Fragmentos congelados<br />
de músculo foram processados para determinação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />
metaloproteases MMP-2 e MMP-9. A análise histomorfométrica mostrou nos<br />
camundongos mdx machos não operados e OOX, um percentual maior de<br />
mionecrose e menor regeneração do que nas fêmeas controle e OVX, que<br />
exibiram percentual maior de miofibras regenerando (64%, p0.05) e fêmeas (p>0.05),<br />
embora mdx machos apresentassem menor número de adipócitos que as<br />
fêmeas parea<strong>da</strong>s. Camundongos mdx machos e fêmeas, em especial os<br />
castrados (OOX e OVX), apresentaram maior ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> MMP-2 e -9 do que<br />
o grupo controle C57 não-distrófico. Análise intergrupo mostrou ativi<strong>da</strong>de<br />
aumenta<strong>da</strong> <strong>da</strong> MMP-9 no mdx macho OOX e <strong>da</strong> MMP-2 nas fêmeas mdx OVX.<br />
Músculo esquelético de camundongos mdx, machos e fêmeas, tratados com a<br />
droga tamoxifen apresentaram maior número de células musculares íntegras e<br />
redução acentua<strong>da</strong> de macrófagos do que o músculo contralateral. Em<br />
conjunto, os resultados indicam os efeitos benéficos dos hormônios sexuais<br />
femininos endógenos e do modulador do receptor de estrógeno, tamoxifen,<br />
como estratégia de tratamento capaz de minimizar inflamação e mionecrose<br />
(efeito antinflamatório), de funcionar como mantenedores <strong>da</strong> integri<strong>da</strong>de<br />
estrutural <strong>da</strong>s miofibras esqueléticas (integri<strong>da</strong>de do sarcolema) e de promover<br />
regeneração muscular no camundongo mdx com distrofia de Duchenne.