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ARTIGO<br />
Reportagem: Fulano de tal / Fotos: Fulano de tal<br />
Manutenção de aero<strong>na</strong>ves,<br />
motores e componentes:<br />
o que temos e o que queremos<br />
Quando se trata de manutenção<br />
de aero<strong>na</strong>ves, seus componentes<br />
e acessórios, nosso primeiro pensamento<br />
é voltado para regras<br />
e procedimentos padronizados,<br />
controles precisos e infalíveis,<br />
além de técnicos altamente trei<strong>na</strong>dos<br />
e constantemente atualizados<br />
em suas habilitações.<br />
Porém, a rápida evolução tecnológica,<br />
da qual a aviação é parte<br />
integrante, traz até nós algumas<br />
indagações relacio<strong>na</strong>das a esta<br />
atividade em âmbito <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Operam hoje no <strong>Brasil</strong>, uma gama<br />
de aero<strong>na</strong>ves de grande porte,<br />
sendo das mais diversas procedências<br />
ou Estados de Fabricação.<br />
Como descrito <strong>na</strong> Convenção de<br />
Chicago, temos aero<strong>na</strong>ves america<strong>na</strong>s,<br />
européias, fabricadas por<br />
consórcios envolvendo diversos<br />
países e também em crescente<br />
número, aero<strong>na</strong>ves manufaturados<br />
aqui em nosso país visto que,<br />
nossa indústria aeronáutica está<br />
em franco desenvolvimento e expansão.<br />
Evidentemente, não podemos esquecer<br />
as aero<strong>na</strong>ves de pequeno<br />
porte, que cruzam nosso céu, mas<br />
que independente do tamanho<br />
ou operação, necessitam estar em<br />
perfeitas condições de aero<strong>na</strong>vegabilidade<br />
e para isso dependem<br />
do cumprimento fiel dos requisitos<br />
de manutenção.<br />
Esta considerável fatia da aviação<br />
civil brasileira circula pelas empresas<br />
de manutenção, para suas revisões,<br />
inspeções e manutenções<br />
programadas e demais atividades<br />
necessárias para um voo seguro.<br />
Porém, devido ao prolongado<br />
tempo de operação dessas aero<strong>na</strong>ves,<br />
para alguns modelos, não<br />
temos mais publicações técnicas,<br />
para outros não há atualização<br />
dos manuais, programas de manutenção<br />
para aero<strong>na</strong>ves “geriátricas”,<br />
cujas horas de operação<br />
exigiria, no mínimo, cuidados especiais<br />
e inspeções diferenciadas,<br />
com itens específicos para as áreas<br />
de maior desgaste e fadiga da<br />
aero<strong>na</strong>ve.<br />
Alguns procedimentos, como estocagem<br />
de aero<strong>na</strong>ves e componentes,<br />
programa de controle de<br />
corrosão, mapa de lavagem de<br />
aero<strong>na</strong>ves e motores, são desconsiderados<br />
ou desconhecidos por<br />
grande parcela dos mantenedores.<br />
Quanto à formação dos mecânicos<br />
de manutenção, está de<br />
acordo com a legislação em vigor<br />
e supre as necessidades de aprendizado,<br />
visto que a base dos ensi<strong>na</strong>mentos<br />
técnicos é sempre um<br />
motor convencio<strong>na</strong>l e uma aero<strong>na</strong>ve<br />
de pequeno porte, sendo<br />
que essa instrução vai avançando<br />
para motores a jato e aero<strong>na</strong>ves<br />
maiores com o decorrer do tempo<br />
do curso e das discipli<strong>na</strong>s ministradas.<br />
Na questão da formação a “discrepância”<br />
a ser ressaltada se relacio<strong>na</strong><br />
ao inglês técnico, visto as<br />
aero<strong>na</strong>ves operadas e mantidas<br />
possuírem seus manuais <strong>na</strong> língua<br />
inglesa, o que representa, por vezes,<br />
dificuldades ao mantenedor.<br />
Mesmo sendo o inglês técnico uma<br />
discipli<strong>na</strong> inserida <strong>na</strong> grade curricular<br />
dos cursos para mantenedores,<br />
necessitamos ter mecanismos que<br />
propiciem uma constante instrução,<br />
atualização, com a fi<strong>na</strong>lidade<br />
de desfazer qualquer dúvida em<br />
relação ao descrito nos manuais e<br />
tarefas a serem cumpridas.<br />
Configuram-se, assim, as demandas<br />
da manutenção de aero<strong>na</strong>ves,<br />
motores e componentes, nos dias<br />
de hoje, sendo essa a manutenção<br />
que temos.<br />
Portanto, a manutenção que queremos,<br />
traz no seu contexto os avanços<br />
da tecnologia afi<strong>na</strong>dos com<br />
pesquisa e atenção especial ao recurso<br />
mais importante o mantenedor,<br />
ou seja, aquele que faz voar.<br />
Milton cardoso de Lima, sub oficial da reserva<br />
da FAB. Intergrante da sessão de prevenção do<br />
Seripa V<br />
JAN/MAR • 2012 - <strong>Voar</strong> <strong>na</strong> <strong>Amazônia</strong> <strong>Brasil</strong> 61