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Importância do sistema de produção enxuta como ferramenta de gestão nas empresas

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<strong>Importância</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong> <strong>como</strong> <strong>ferramenta</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>gestão</strong> <strong>nas</strong> <strong>empresas</strong><br />

Bianca Floriano da Costa (bia_floriano@hotmail.com)<br />

Tiago Juvêncio Men<strong>de</strong>s (tiago.men<strong>de</strong>s@intelbras.com.br)<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Paulo Henrique Paulista<br />

Resumo: O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Produção Enxuta tem si<strong>do</strong> amplamente utiliza<strong>do</strong> em muitas <strong>empresas</strong>,<br />

<strong>como</strong> estratégia para obtenção <strong>de</strong> vantagens competitivas no merca<strong>do</strong>, buscan<strong>do</strong> a eliminação<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sperdícios nos seus processos produtivos. Neste senti<strong>do</strong>, algumas <strong>empresas</strong> vêm<br />

implementan<strong>do</strong> este conceito <strong>como</strong> <strong>ferramenta</strong> <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>. O objetivo <strong>de</strong>ste TCC é informar a<br />

importância da Produção Enxuta <strong>nas</strong> organizações e suas principais características em<br />

relação à Produção Empurrada. Expor também, os pré-requisitos para a implantação e as<br />

vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>.<br />

Palavras-chave: Produção Enxuta; Kanban; Estratégia.<br />

1. Introdução<br />

Devi<strong>do</strong> à globalização diversas <strong>empresas</strong> enxergaram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong><br />

seu merca<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, porém ao mesmo tempo isso as forçou a competirem entre si,<br />

resultan<strong>do</strong> em uma busca por custos menores, maior qualida<strong>de</strong> nos produtos e serviços e<br />

impulsionou o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processos produtivos mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s a essa realida<strong>de</strong>.<br />

Através <strong>de</strong> investimentos em processos produtivos que atendam melhor às expectativas <strong>do</strong>s<br />

clientes, as <strong>empresas</strong> buscam vantagens competitivas no merca<strong>do</strong>.<br />

O objetivo central <strong>do</strong> pensamento enxuto é o <strong>de</strong> produzir mais com menos recursos e<br />

menos mão-<strong>de</strong>-obra, obten<strong>do</strong> ganhos em produtivida<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

produtos. (RIANI, 2014).<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício aplica-se a tu<strong>do</strong> que não agrega valor ao produto (WOMACK e<br />

JONES, 2004), não sen<strong>do</strong> atrativo para os clientes e diminuin<strong>do</strong>, assim, as chances <strong>de</strong> uma<br />

organização permanecer no merca<strong>do</strong>.<br />

Partin<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> exposto, objetivou-se informar qual a importância da Produção Enxuta<br />

<strong>nas</strong> organizações e suas principais características em relação à Produção Empurrada. Expor<br />

também, os pré-requisitos para implantação e as vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong>sse <strong>sistema</strong><br />

puxa<strong>do</strong>, possibilitan<strong>do</strong> à organização obter maior rentabilida<strong>de</strong>.<br />

1


2. Meto<strong>do</strong>logia<br />

O trabalho será elabora<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> <strong>como</strong> base revisões bibliográficas especializadas na<br />

área <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong>, que será realizada através <strong>de</strong> pesquisas na internet em busca <strong>de</strong> artigos<br />

eletrônicos publica<strong>do</strong>s e livros.<br />

A fundamentação teórica (também chamada <strong>de</strong> revisão bibliográfica, referencial teórico,<br />

marco teórico ou revisão <strong>de</strong> literatura) é uma visão crítica <strong>do</strong> conhecimento científico existente<br />

que é significante para o trabalho que o aluno/pesquisa<strong>do</strong>r está <strong>de</strong>senvolvimento. Uma<br />

fundamentação teórica é uma consi<strong>de</strong>ração ao <strong>do</strong> que foi publica<strong>do</strong> em um da<strong>do</strong> tema por<br />

estudiosos e pesquisa<strong>do</strong>res cre<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong>s. Ao se escrever uma fundamentação teórica, o<br />

propósito é comunicar aos leitores quais conhecimentos e i<strong>de</strong>ias foram estabelecidas acerca<br />

<strong>de</strong>sse tema e quais são os seus pontos fortes e seus pontos fracos (MARTINS, MELLO e<br />

TURRIONI, 2014, p. 29).<br />

3. Revisão da literatura<br />

3.1 Produção Empurrada<br />

Conforme Hax e Can<strong>de</strong>ia (1984), os <strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>produção</strong> empurra<strong>do</strong>s, podiam ser<br />

classifica<strong>do</strong>s <strong>como</strong> Produção em Massa, caracteriza<strong>do</strong> por linhas <strong>de</strong> <strong>produção</strong> contínuas<br />

<strong>de</strong>stinadas à <strong>produção</strong> em larga escala <strong>de</strong> um mesmo produto, Produção sob Encomenda em<br />

que será produzi<strong>do</strong> ape<strong>nas</strong> um produto e to<strong>do</strong> o fluxo <strong>de</strong> <strong>produção</strong>, fluxo <strong>de</strong> materiais e fluxo<br />

<strong>de</strong> informação serão novos e especiais para este produto e Produção Intermitente (Produção em<br />

Lotes) que possui <strong>como</strong> proprieda<strong>de</strong> a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s diferentes <strong>de</strong> diversos produtos<br />

que utilizam os mesmos recursos em uma mesma fabrica.<br />

Thurer e Godinho Filho (2012) <strong>de</strong>stacam que nesse <strong>sistema</strong>, existem planos <strong>de</strong> <strong>produção</strong><br />

que empurram os produtos ao longo <strong>do</strong> processo e logo após são armazena<strong>do</strong>s no estoque até o<br />

momento <strong>de</strong> venda.<br />

Características da Produção Empurrada (LEI, 2011).<br />

a) Ritmo <strong>de</strong> <strong>produção</strong> em discordância com o ritmo <strong>de</strong> vendas;<br />

b) Eleva<strong>do</strong>s estoques em processo;<br />

c) Lead time <strong>de</strong> <strong>produção</strong> extenso e sujeito a gran<strong>de</strong>s modificações;<br />

d) Programação da <strong>produção</strong> fundamentada essencialmente em previsões <strong>de</strong> vendas;<br />

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e) Or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>produção</strong> ingressan<strong>do</strong> em vários pontos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>;<br />

f) Afastamento entre processos clientes e fornece<strong>do</strong>r;<br />

g) Gestão <strong>de</strong> <strong>produção</strong> fundamentada em MRP, sen<strong>do</strong> usualmente mais caras que<br />

operações baseadas em kanban.<br />

3.2 Produção Enxuta<br />

Segun<strong>do</strong> Vollmann (1997), o conceito <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong> se expandiu, e tornan<strong>do</strong>-se<br />

uma filosofia gerencial que procura, além <strong>de</strong> colocar o componente certo no lugar certo e na<br />

quantida<strong>de</strong> certa, também elimina os <strong>de</strong>sperdícios.<br />

Um <strong>do</strong>s pilares da <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong> é o Just in Time (JIT), que utiliza um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>produção</strong> puxada, visan<strong>do</strong> produzir no tempo certo e na quantida<strong>de</strong> exata, com o objetivo <strong>de</strong><br />

reduzir os estoques e também <strong>de</strong> melhorar constantemente os processos (LAMBERT;<br />

SCHWIETERMAN, 2012).<br />

Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Lambert e Schwieterman (2012), o Jit é mais <strong>do</strong> que uma<br />

<strong>ferramenta</strong> <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> da <strong>produção</strong>, é também um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> das pessoas para a Qualida<strong>de</strong><br />

Total, que garante a participação, o comprometimento e não conformismo <strong>do</strong> individuo.<br />

Para enten<strong>de</strong>r melhor a Produção Enxuta, Womack et al. (1990) mo<strong>de</strong>la essa filosofia<br />

<strong>de</strong> <strong>produção</strong> da seguinte maneira:<br />

a) É um <strong>sistema</strong> produtivo conecta<strong>do</strong>, com foco no fluxo <strong>de</strong> <strong>produção</strong>, produzin<strong>do</strong> em<br />

pequenos lotes, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> a filosofia Just in Time e um nível reduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> estoques;<br />

b) Abrange ações <strong>de</strong> prevenção em vez <strong>de</strong> correção <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos;<br />

c) Trabalha com Produção Puxada em vez <strong>de</strong> Produção Empurrada, basea<strong>do</strong> em<br />

previsões <strong>de</strong> vendas;<br />

d) É organizada, flexível, composta por colabora<strong>do</strong>res polivalentes;<br />

e) Pratica o envolvimento das pessoas na solução das causas <strong>do</strong>s problemas, visan<strong>do</strong> à<br />

agregação <strong>de</strong> valor ao produto final;<br />

final.<br />

f) Trabalha com relacionamento <strong>de</strong> parceria intensivo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fornece<strong>do</strong>r até o cliente<br />

Cusumano (1994) <strong>de</strong>staca os seguintes princípios para gerenciamento da <strong>produção</strong>: a<br />

minimização <strong>do</strong>s lotes <strong>de</strong> <strong>produção</strong>, redução <strong>do</strong>s estoques intermediários no processo, a<br />

3


concentração da <strong>produção</strong> <strong>de</strong> componentes e montagem, a <strong>de</strong>manda puxada com cartões<br />

kanban, o nivelamento da <strong>produção</strong>, a redução <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> preparação das máqui<strong>nas</strong> (setup),<br />

a padronização <strong>do</strong> trabalho, entregas automatizadas a prova <strong>de</strong> falhas (poka-yoke), funcionários<br />

polivalentes, aumento da terceirização, seleção da automação e melhoria contínua <strong>do</strong> processo<br />

(kaizen).<br />

Um <strong>do</strong>s pontos básicos para a implantação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Produção Enxuta, objetivan<strong>do</strong><br />

a rentabilida<strong>de</strong>, redução <strong>do</strong>s custos <strong>nas</strong> organizações, é a redução e mesmo eliminação <strong>de</strong> todas<br />

as suas perdas. Perdas são ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>snecessárias que geram custo e não agregam valor. De<br />

acor<strong>do</strong> com Womack (1996) os sete tipos <strong>de</strong> perdas i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s por Shigeo Shingo, no <strong>sistema</strong><br />

Toyota <strong>de</strong> Produção, foram:<br />

Perda por super<br />

<strong>produção</strong><br />

Perda por fabricação <strong>de</strong><br />

produtos <strong>de</strong>feituosos<br />

Perda por estoque<br />

Perda no próprio<br />

processamento<br />

Perda por transporte<br />

Perda por esperas<br />

Perdas por<br />

movimentações<br />

são:<br />

Figura 1 - Sete perdas i<strong>de</strong>ntificadas no <strong>sistema</strong> Toyota <strong>de</strong> Produção<br />

Fonte: Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Womack (1996)<br />

De acor<strong>do</strong> com HINES & TAYLOR (2000), os cinco princípios da <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong><br />

− Especificar o que gera e o que não gera valor sob a perspectiva <strong>do</strong> cliente;<br />

− I<strong>de</strong>ntificar to<strong>do</strong>s os passos necessários para produzir o produto ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong><br />

processo, <strong>de</strong> forma que não gere <strong>de</strong>sperdícios;<br />

− Promover ações cujo objetivo seja <strong>de</strong> criar um fluxo <strong>de</strong> valor contínuo, sem<br />

interrupções, ou paradas;<br />

− Fabricar somente em quantida<strong>de</strong>s requeridas pelo consumi<strong>do</strong>r;<br />

− Empenhar-se para manter uma melhoria contínua, buscan<strong>do</strong> a remoção <strong>de</strong> perdas e<br />

<strong>de</strong>sperdícios.<br />

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Conforme HINES & TAYLOR (2000), <strong>de</strong>ntro da filosofia da Produção Enxuta, existem<br />

diversas <strong>ferramenta</strong>s que po<strong>de</strong>m ser implantadas <strong>nas</strong> <strong>empresas</strong> para reduzir os <strong>de</strong>sperdícios<br />

encontra<strong>do</strong>s no ambiente produtivo. Dentre algumas, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar o <strong>sistema</strong> kanban,<br />

mapeamento e análise <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> valor, sete sensos (utilização, limpeza, segurança,<br />

responsabilida<strong>de</strong>, conservação, disciplina e ambiental), <strong>gestão</strong> visual, kaizen, poka-yoke,<br />

nivelamento da <strong>produção</strong> (heijunka), ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action), diagrama <strong>de</strong><br />

Ishikawa, entre outras.<br />

Para reduzir as perdas e assegurar a melhor utilização da capacida<strong>de</strong> instalada,<br />

LAMBERT e SCHWIETERMAN (2012) afirmar que a solução é a implantação <strong>de</strong> um <strong>sistema</strong><br />

puxa<strong>do</strong>r, asseguran<strong>do</strong> que seja produzi<strong>do</strong> ape<strong>nas</strong> o que é solicita<strong>do</strong> pelo cliente e que os<br />

estoques que necessitem ser manti<strong>do</strong>s sejam planeja<strong>do</strong>s e dimensiona<strong>do</strong>s por supermerca<strong>do</strong>s.<br />

Para programar e movimentar a <strong>produção</strong> conectan<strong>do</strong> os processos é utiliza<strong>do</strong> o cartão<br />

kanban (sinaliza<strong>do</strong>r) que <strong>de</strong>termina pela <strong>gestão</strong> visual o que realmente é necessário produzir,<br />

evitan<strong>do</strong> o excesso <strong>de</strong> <strong>produção</strong>, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s principais <strong>ferramenta</strong>s da Produção Enxuta.<br />

Como resulta<strong>do</strong>, dispomos <strong>de</strong> menores estoques, maior produtivida<strong>de</strong>, resposta rápida no<br />

atendimento <strong>do</strong> cliente, menores lotes <strong>de</strong> inspeção, balanceamento e nivelamento da <strong>produção</strong>,<br />

fluxo contínuo, maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exposição <strong>do</strong>s problemas, maior responsabilida<strong>de</strong> na<br />

programação diária pelo chão-<strong>de</strong>-fábrica, entre outros (GODINHO FILHO 2013).<br />

Segun<strong>do</strong> ARAUJO (2004) diversas <strong>empresas</strong> <strong>do</strong>s mais varia<strong>do</strong>s setores têm alcança<strong>do</strong><br />

benefícios significativos com a a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong>, porém, muitos<br />

gestores ainda se complicam com as técnicas ao tentar implantar partes isoladas <strong>de</strong> um <strong>sistema</strong><br />

enxuto sem entendê-lo <strong>de</strong> maneira completa (fluxo e impactos sistêmicos na organização). As<br />

mudanças são difíceis <strong>de</strong> serem adaptadas pela gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res, embora<br />

sejam para tornar o processo mais eficiente. Porém, quanto mais conhecimento as pessoas<br />

adquirirem sobre a proposta da Produção Enxuta, torna-se mais compreensivel as expectativas<br />

e diminuem as frustrações que acompanham as mudanças.<br />

3.2.1 Sistema Kanban<br />

O Sistema Kanban segun<strong>do</strong> (Moura, 2003), é uma <strong>ferramenta</strong> <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> <strong>produção</strong><br />

cuja função é realizar um pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> fabricação e a função <strong>de</strong><br />

instruções <strong>de</strong> retirada no processo subsequente. Só é permiti<strong>do</strong> produzir peças <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com<br />

um programa <strong>de</strong> <strong>produção</strong> estabeleci<strong>do</strong> pelo <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> <strong>produção</strong>. O <strong>sistema</strong><br />

5


Kanban tem a função <strong>de</strong> notificar o colabora<strong>do</strong>r primeiro, que está fazen<strong>do</strong> a peça e se essa<br />

peça é realmente necessária.<br />

É uma forma visual <strong>de</strong> controlar a <strong>produção</strong> e os estoques da empresa, que traduzi<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

japonês tem significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> sinal conforme Figura 2 e Figura 3.<br />

Figura 2 - Cartão Kanban<br />

Fonte: Elabora<strong>do</strong> pelos autores<br />

Figura 3 - Quadro Kanban<br />

Fonte: Elabora<strong>do</strong> pelos autores<br />

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O Cartão Kanban é um dispositivo sinaliza<strong>do</strong>r que autoriza e dá instruções para a<br />

<strong>produção</strong> ou retirada <strong>de</strong> itens em um <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong> (LEI, 2011).<br />

O quadro Kanban informa visualmente a priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qual item <strong>de</strong>ve ser produzi<strong>do</strong>,<br />

com base na utilização <strong>de</strong> cores que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com LEI (2011), significam:<br />

Cartões da faixa ver<strong>de</strong>: volume a ser puxa<strong>do</strong> para colocar na <strong>produção</strong>;<br />

Cartões da faixa amarela: volume <strong>de</strong> segurança <strong>do</strong> item e precisa ser coloca<strong>do</strong> na<br />

<strong>produção</strong>;<br />

Cartões da faixa vermelha: volume <strong>de</strong> segurança <strong>do</strong> item na faixa crítica e precisa ser<br />

colocar em <strong>produção</strong> com urgência.<br />

A implantação <strong>de</strong> um Sistema Kanban envolve primeiramente a mudança da cultura <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Produção Empurra<strong>do</strong> para <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Produção Puxa<strong>do</strong>, seguin<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> controles<br />

visuais <strong>de</strong> <strong>produção</strong> e estoque.<br />

De acor<strong>do</strong> com Moura (2003), as principais funções <strong>do</strong> kanban são:<br />

• Acionar o processo <strong>de</strong> fabricação ape<strong>nas</strong> quan<strong>do</strong> necessário;<br />

• Ajudar no balanceamento da <strong>produção</strong>;<br />

• Paralisar a linha <strong>de</strong> <strong>produção</strong> quan<strong>do</strong> surgem problemas;<br />

• Permitir o controle visual <strong>do</strong> andamento <strong>do</strong> processo;<br />

• Melhorar a produtivida<strong>de</strong>, minimizan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdícios;<br />

• Envolver os trabalha<strong>do</strong>res no processo;<br />

• Fornecer informações sobre o inventário, o produto e processo.<br />

3.2.1.1 As bases para implementação <strong>do</strong> Sistema Kanban<br />

De acor<strong>do</strong> com Scherer e Ribeiro (2013), Greef e Freitas (2012), Godinho Filho<br />

(2013), para que o Sistema Puxa<strong>do</strong> controla<strong>do</strong> por kanban consiga trazer os resulta<strong>do</strong>s<br />

espera<strong>do</strong>s, alguns fatores <strong>de</strong>vem ser observa<strong>do</strong>s:<br />

- A i<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> fluxo contínuo na <strong>produção</strong> é muito importante e antece<strong>de</strong> a<br />

implementação <strong>do</strong> kanban. Layout funcionais com estoques <strong>de</strong> entrada e saída <strong>nas</strong> máqui<strong>nas</strong>,<br />

movimentação excessiva e <strong>de</strong>sorganização são prejudiciais a um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> basea<strong>do</strong><br />

na <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> cliente, por isso é necessário realizar melhorias no processo, por meio da análise<br />

<strong>do</strong> fluxo contínuo;<br />

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- A capacida<strong>de</strong> produtiva e o tempo <strong>de</strong> setup são fatores <strong>de</strong>cisivos em um processo <strong>de</strong><br />

mudança. É fundamental resolver os problemas causa<strong>do</strong>s por tempos <strong>de</strong> setup muito eleva<strong>do</strong>s,<br />

a fim <strong>de</strong> trazer resulta<strong>do</strong>s significativamente melhores;<br />

- Para implementar o Sistema Puxa<strong>do</strong>, os cálculos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> kanban <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong><br />

lote e <strong>do</strong> supermerca<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vem ser realiza<strong>do</strong>s com base na <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> cliente e atualiza<strong>do</strong>s<br />

periodicamente;<br />

- Utilizar <strong>de</strong> um Sistema Just in Time para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>do</strong>s clientes, ou seja,<br />

aquelas ligadas a custo, qualida<strong>de</strong> e entrega. Desta forma, aumentan<strong>do</strong> o nível <strong>de</strong><br />

competitivida<strong>de</strong> no merca<strong>do</strong>;<br />

- A mudança <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> empurra<strong>do</strong> para o <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong> melhora no fluxo, ou seja,<br />

tem-se contene<strong>do</strong>res mais apropria<strong>do</strong>s, padronização na instrução <strong>de</strong> trabalho, redução no<br />

tamanho <strong>do</strong>s lotes e principalmente a redução <strong>de</strong> movimentação <strong>de</strong> materiais, pois são<br />

programa<strong>do</strong>s em lotes múltiplos sem retorno <strong>de</strong> materiais na hora <strong>do</strong> setup, ocasionan<strong>do</strong><br />

melhora na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos;<br />

- O <strong>sistema</strong> kanban precisa trabalhar com nivelamento e balanceamento <strong>do</strong>s estoques<br />

da <strong>produção</strong> para ter bons níveis <strong>de</strong> entrega, com a utilização <strong>de</strong> supermerca<strong>do</strong>s. Com isso,<br />

trabalha com vários produtos ao mesmo tempo em lotes menores, diferente da Produção<br />

Empurrada;<br />

Antes <strong>de</strong> colocar em ação o <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong>, é necessario verificar se a organização<br />

possui condições básicas necessárias que viabilizem a implantação. Por exemplo, a estabilida<strong>de</strong><br />

básica da operação <strong>do</strong>s 4 Ms (Máquina, Méto<strong>do</strong>, Matéria-Prima e Mão-<strong>de</strong>-Obra), estabilida<strong>de</strong><br />

da programação, envolvimento <strong>do</strong> pessoal e da alta administração, confiabilida<strong>de</strong> nos<br />

processos, ter um fluxo produtivo bem claro e <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, padroniza<strong>do</strong> com tempo <strong>de</strong> takt <strong>de</strong>fini<strong>do</strong><br />

pela <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> cliente.<br />

3.2.2 Heijunka Box<br />

Para Niimi (2004), Heijunka é uma <strong>ferramenta</strong> <strong>de</strong> gerenciamento visual, que auxilia<br />

os opera<strong>do</strong>res a realizarem a programação da <strong>produção</strong>, indican<strong>do</strong> o item e quantida<strong>de</strong> a serem<br />

produzi<strong>do</strong>s pela linha <strong>de</strong> montagem, conforme Figura 4.<br />

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Figura 4 – Quadro Heijunka Box<br />

Fonte: Elabora<strong>do</strong> pelos autores<br />

O quadro Heijunka Box é a principal <strong>ferramenta</strong> aplicada para gerar estabilida<strong>de</strong> na<br />

<strong>produção</strong>, nivelan<strong>do</strong> os produtos conforme takt diário da linha. Para Tardin (2001) o quadro<br />

funciona da seguinte maneira:<br />

Toda vez que for consumi<strong>do</strong> um produto pelo cliente, o cartão kanban que o<br />

acompanha volta para o quadro kanban que após completar a área ver<strong>de</strong> (volume <strong>de</strong> puxada <strong>do</strong><br />

item), é coloca<strong>do</strong> no quadro heijunka box para ser programa<strong>do</strong>. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cartões kanban<br />

<strong>de</strong> cada produto, representa o estoque <strong>do</strong> mesmo, <strong>como</strong> em um supermerca<strong>do</strong>. Esse <strong>sistema</strong><br />

elimina a programação da linha em casos normais.<br />

Além da função <strong>de</strong> nivelamento, o quadro heijunka possui a função <strong>de</strong> programação<br />

da <strong>produção</strong>, permitin<strong>do</strong> que os opera<strong>do</strong>res visualizem o que precisa ser monta<strong>do</strong> e enxerguem<br />

problemas <strong>como</strong> longos setups, falta <strong>de</strong> material, qualida<strong>de</strong> entre outros problemas. É<br />

importante que o nivelamento da <strong>produção</strong> seja realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma maneira a minimizar os<br />

problemas causa<strong>do</strong>s pelo <strong>de</strong>snivelamento <strong>do</strong> fluxo <strong>do</strong> valor, para uma planejamento e controle<br />

da <strong>produção</strong> mais eficaz.<br />

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Conforme Tardin (2001), os heijunka box são complementares ao <strong>sistema</strong> kanban, pois<br />

além <strong>de</strong> mostrarem a situação <strong>de</strong> estoque <strong>do</strong>s itens através <strong>do</strong>s cartões kanban, ele também<br />

mostra o ritmo com que a <strong>produção</strong> <strong>de</strong>ve seguir.<br />

O heijunka box, juntamente com o <strong>sistema</strong> kanban e fluxo <strong>de</strong> valor, são <strong>ferramenta</strong>s<br />

indispensáveis para o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong> eficiente (TARDIN, 2001).<br />

3.2.3 Fluxo <strong>de</strong> valor<br />

Segun<strong>do</strong> Rother e Shook (1998) a Análise <strong>do</strong> Fluxo <strong>do</strong> Valor é outra <strong>ferramenta</strong> muito<br />

importante para ser implantada no Sistema <strong>de</strong> Produção Enxuta. Esta <strong>ferramenta</strong> permite o<br />

mapeamento <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> valor, analisan<strong>do</strong> toda ação que agrega ou não valor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a matériaprima<br />

até o consumi<strong>do</strong>r. Essa técnica segue as etapas mostradas na Figura 5.<br />

Família <strong>de</strong> Produto<br />

Desenho <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> atual<br />

Desenho <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> futuro<br />

Plano <strong>de</strong> trabalho<br />

Figura 5 – Etapas <strong>do</strong> mapeamento <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> valor<br />

Fonte: Rother e Shook (1998)<br />

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De acor<strong>do</strong> com Rother e Shook (1998), o fluxo <strong>de</strong> valor po<strong>de</strong> ser entendi<strong>do</strong> <strong>como</strong> o<br />

caminho da <strong>produção</strong> <strong>de</strong> um produto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o consumi<strong>do</strong>r final até o fornece<strong>do</strong>r, possibilitan<strong>do</strong><br />

uma representação visual <strong>de</strong> cada processo <strong>de</strong> material e informação. Após este mapeamento,<br />

<strong>de</strong>senha-se o mapa <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> futuro, sen<strong>do</strong> representação visual <strong>de</strong> <strong>como</strong> o fluxo po<strong>de</strong> vir a ser.<br />

O passo final é <strong>de</strong>senvolver e promover a implantação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> ação que<br />

<strong>de</strong>screve <strong>como</strong> será realizada a transação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> atual para o esta<strong>do</strong> futuro. Um exemplo <strong>de</strong><br />

mapa <strong>do</strong> fluxo <strong>de</strong> valor é apresenta<strong>do</strong> na Figura 6.<br />

Figura 6 – Mapa <strong>do</strong> Fluxo <strong>de</strong> Valor<br />

Fonte: Rother e Shook (1998)<br />

Conforme Andra<strong>de</strong> (2002), essa técnica permite:<br />

• Uma visão ampla <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o fluxo, e não ape<strong>nas</strong> <strong>do</strong>s processos isoladamente;<br />

• Auxilia a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s <strong>de</strong>sperdícios <strong>do</strong> fluxo;<br />

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• Mostra a relação entre os fluxos <strong>de</strong> materiais e <strong>de</strong> informações;<br />

• Fornece uma linguagem simples e comum para tratar os processos <strong>de</strong><br />

manufatura;<br />

• Torna as <strong>de</strong>cisões mais visíveis, permitin<strong>do</strong> uma discussão prévia das possíveis<br />

alternativas <strong>de</strong> melhorias;<br />

• Forma base para planos <strong>de</strong> ações.<br />

3.3 Estratégia e <strong>gestão</strong><br />

A empresa <strong>como</strong> um to<strong>do</strong> precisa fazer parte da transformação <strong>do</strong> cenário atual da<br />

Produção Empurrada para Produção Enxuta, envolven<strong>do</strong> o alinhamento <strong>de</strong> todas as áreas com<br />

foco nos mesmos objetivos. Caso contrario, o <strong>sistema</strong> não fará a conexão interna ente os<br />

processos, cliente e fornece<strong>do</strong>res e torna-se ape<strong>nas</strong> uma <strong>ferramenta</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong>. (WALTER;<br />

TUBINO, 2013)<br />

A alta administração precisa estar no local, ambiente (Gemba), <strong>como</strong> exemplo o chão<br />

<strong>de</strong> fábrica para enten<strong>de</strong>r as dificulda<strong>de</strong>s e as vantagens <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>, a fim <strong>de</strong> tomar as <strong>de</strong>cisões<br />

estratégicas certas <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong>.<br />

O papel da área comercial é vital para o sucesso <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong>, pois os volumes<br />

e mix <strong>de</strong> vendas são a base para os cálculos <strong>do</strong> dimensionamento <strong>do</strong>s supermerca<strong>do</strong>s estoques<br />

intermediários. Precisa ter um compromisso claro com o tempo <strong>de</strong> takt que norteia o ritmo<br />

comum <strong>de</strong> vendas, <strong>produção</strong> e entrega <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res, caso contrário é prejudicial para o<br />

<strong>sistema</strong> enxuto.<br />

Basea<strong>do</strong> no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Lambert e Schwieterman,<br />

2012, temos <strong>como</strong> importância no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>:<br />

• Diminuição <strong>do</strong>s estoques;<br />

• Menor ocupação <strong>do</strong>s armazéns;<br />

• Programação da <strong>produção</strong> nivelada;<br />

• Maior rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> atendimento <strong>do</strong>s clientes;<br />

• Estabilida<strong>de</strong> no processo <strong>de</strong> manufatura;<br />

• Fabricação em pequenos lotes <strong>de</strong> produtos diferentes, <strong>produção</strong> flexível;<br />

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• Melhor qualida<strong>de</strong> no produto final;<br />

• Integração <strong>de</strong> diversas áreas da organização, <strong>como</strong> o crescimento mútuo;<br />

• Mudança <strong>de</strong> cultura, repensan<strong>do</strong> <strong>como</strong> <strong>de</strong>senvolver os processos <strong>de</strong> trabalho,<br />

<strong>como</strong> projetar as máquina e <strong>ferramenta</strong>s, <strong>como</strong> <strong>de</strong>ve comprar <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res e <strong>como</strong> planejar<br />

as equipes;<br />

• Produzi<strong>do</strong> ape<strong>nas</strong> o que o cliente realmente <strong>de</strong>seja, eliminan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdícios no<br />

<strong>sistema</strong> produtivo.<br />

Muitos <strong>do</strong>s problemas que ocorrem com os <strong>sistema</strong>s puxa<strong>do</strong>s estão na sua <strong>gestão</strong>, pois<br />

o Planejamento e Controle da Produção (PCP) precisa acompanhar a mudança transferin<strong>do</strong> a<br />

responsabilida<strong>de</strong> da programação da <strong>produção</strong> diária para o chão <strong>de</strong> fábrica, on<strong>de</strong> cada processo<br />

se comunica diretamente com outro, sem necessariamente passar pelo PCP. Caso contrário, o<br />

<strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong> per<strong>de</strong> sua agilida<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong>, além <strong>do</strong>s ganhos <strong>como</strong> o envolvimento das<br />

pessoas da <strong>produção</strong> e muitas vezes essa interferência implica em seguir com elementos <strong>do</strong><br />

<strong>sistema</strong> empurra<strong>do</strong> anterior, crian<strong>do</strong> um <strong>sistema</strong> parcialmente puxa<strong>do</strong> (UTIYAMA e<br />

GODINHO FILHO, 2013).<br />

O PCP precisa acompanhar os níveis <strong>do</strong> supermerca<strong>do</strong>, revisan<strong>do</strong> os seus volumes<br />

mensalmente e dimensionan<strong>do</strong> conforme cada caso e também quan<strong>do</strong> houver uma variação<br />

gran<strong>de</strong> no tempo <strong>de</strong> takt diário.<br />

Para se alcançar o sucesso <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong> é fundamental que as pesssoas sejam<br />

treinadas <strong>de</strong> forma que fique claro e tranparente qual é o trabalho padrão da <strong>gestão</strong> da Produção<br />

Enxuta.<br />

3.3.1 Vantagens e <strong>de</strong>svantagens competitivas da <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong><br />

A busca por uma posição favorável no merca<strong>do</strong> é uma estratégia competitiva que visa<br />

estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças da concorrência no meio<br />

industrial (PORTER, 1989).<br />

Pensan<strong>do</strong> em estratégia <strong>de</strong> <strong>produção</strong>, a primeira preocupação que se percebe <strong>nas</strong><br />

<strong>empresas</strong> está relacionada ao custo x benefício, ten<strong>do</strong> em vista que o que mantém qualquer<br />

organização no merca<strong>do</strong> é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar lucros da venda <strong>de</strong> seus produtos.<br />

13


3.3.1.1 Vantagens competitivas<br />

As vantagens competitivas são muitas, <strong>como</strong>: aumento da produtivida<strong>de</strong>, redução <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>feitos, redução <strong>de</strong> área ocupada, redução <strong>de</strong> estoques, redução <strong>de</strong> lead time <strong>de</strong> manufatura,<br />

entre outros.<br />

Buscan<strong>do</strong> vantagens competitivas sobre seus concorrentes, uma empresa necessita <strong>de</strong><br />

operações eficientes e eficazes <strong>de</strong> manufatura. Segun<strong>do</strong> Slack (2009), para alcançar este<br />

objetivo é mandatório aten<strong>de</strong>r cinco exigências exibidas na figura abaixo:<br />

Qualida<strong>de</strong><br />

Fazer certo<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

Fazer rápi<strong>do</strong><br />

Confiabilida<strong>de</strong><br />

Fazer pontualmente<br />

Flexibilida<strong>de</strong><br />

Mudar o que está sen<strong>do</strong> feito<br />

Custo<br />

fazer barato<br />

Figura 7- Cinco passos para se obter vantagem competitiva<br />

Fonte: Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Slack (2009)<br />

No caso da qualida<strong>de</strong> <strong>como</strong> uma vantagem, o <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong> traz o conceito <strong>de</strong><br />

estoques minimos na <strong>produção</strong>. Com o nivel reduzi<strong>do</strong> <strong>do</strong>s estoques, as falhas ficam cada vez<br />

mais perceptiveis <strong>nas</strong> ativida<strong>de</strong>s produtivas e torna as operações mais eficientes combaten<strong>do</strong> a<br />

causa <strong>do</strong>s problemas e permitin<strong>do</strong> que se faça correto da primeiravez (LAMBERT;<br />

SCHWIETERMAN, 2012). A melhoria contínua nos processos e gerenciamento da qualida<strong>de</strong><br />

total (Total Quality Management – TQM) dá suporte à implantação da Produção Enxuta.<br />

14


Com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>do</strong>s erros com a diminuição <strong>do</strong>s estoques, permite<br />

ganhos <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> na <strong>produção</strong>. No entanto, a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> maiores responsabilida<strong>de</strong>s para<br />

a operação possibilita uma <strong>produção</strong> mais ágil, pois com a capacitação <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s a<br />

conhecer to<strong>do</strong>, ou quase to<strong>do</strong> processo, passam a agregar novas funções, tornan<strong>do</strong>-se os <strong>do</strong>nos<br />

<strong>do</strong> processo, ten<strong>do</strong> a responsabilida<strong>de</strong> sobre as falhas. Outro ponto liga<strong>do</strong> na rapi<strong>de</strong>z no<br />

processo está relaciona<strong>do</strong> com a redução <strong>do</strong> setup, on<strong>de</strong> a Produção Puxada transforma o tempo<br />

<strong>de</strong> preparação interno (com o processo para<strong>do</strong>) em tempo <strong>de</strong> preparação externo (com o<br />

processo rodan<strong>do</strong>) (SCHERER e RIBEIRO, 2013).<br />

A vantagem <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser percebida por meio <strong>do</strong>s controles estatísticos<br />

<strong>do</strong> processo (CEP), realiza<strong>do</strong>s pelos opera<strong>do</strong>res no momento da <strong>produção</strong>. Outra filosofia<br />

utilizada é o Six Sigma.<br />

Quanto à flexibilida<strong>de</strong>, <strong>como</strong> a <strong>produção</strong> <strong>enxuta</strong> prega a utilização <strong>de</strong> lotes menores<br />

por meio <strong>de</strong> arranjo celular, é caracterizada pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alteração <strong>do</strong>s lotes <strong>de</strong><br />

<strong>produção</strong>, dividin<strong>do</strong> os processos em células, que são responsáveis por <strong>de</strong>terminadas famílias<br />

<strong>de</strong> produtos (JONES, 2006).<br />

Com a utilização <strong>de</strong> lotes menores e uma <strong>produção</strong> contínua, on<strong>de</strong> a <strong>produção</strong> é<br />

solicitada pelo cliente (interno ou externo) por meio <strong>do</strong> cartão kanban, possibilita o término da<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> um produto e início <strong>de</strong> outro com maior agilida<strong>de</strong>, pois não temos retorno <strong>de</strong><br />

material <strong>do</strong>s itens <strong>do</strong> produto anterior (JONES, 2006)<br />

Em relação à redução <strong>do</strong>s custos, temos a redução <strong>do</strong>s tempos <strong>de</strong> setup, menor número<br />

<strong>de</strong> peças <strong>de</strong>feituosas e o item que po<strong>de</strong>mos atribuir com maior valor que é a redução <strong>do</strong>s<br />

estoques, um ativo que significa imobilização <strong>de</strong> recursos sem rendimento, geran<strong>do</strong> a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior capital para financiar a ativida<strong>de</strong> produtiva.<br />

3.3.1.2 Desvantagens competitivas<br />

A utilização ina<strong>de</strong>quada, po<strong>de</strong> acarretar em um efeito contrário ao espera<strong>do</strong>, causan<strong>do</strong><br />

assim a ineficiência oraganizacional.<br />

Fundamentalmente, precisa-se consi<strong>de</strong>rar as questões relacionadas aos recursos<br />

humanos, pois o <strong>sistema</strong> enxuto exige maior auxílio e confiança <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res e<br />

administra<strong>do</strong>res, exigin<strong>do</strong> uma estrutura <strong>de</strong> cargos e salários que <strong>de</strong>monstre o reconhecimento<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> <strong>do</strong> valor que os funcionarios agregam ao produto. Caso contrário, o <strong>sistema</strong> a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />

15


po<strong>de</strong> não gerar resulta<strong>do</strong>s, aumentan<strong>do</strong> a insatisfação entre os colabora<strong>do</strong>res e seus gestores.<br />

(CUSUMANO, 1994).<br />

A implantação da Produção Enxuta po<strong>de</strong> <strong>de</strong>mandar custos eleva<strong>do</strong>s em sua fase inicial,<br />

pois se faz necessario investimentos pesa<strong>do</strong>s em arranjo físico da linha produtiva, para formato<br />

<strong>de</strong> células estabelecidas para <strong>de</strong>terminada família <strong>de</strong> produtos.<br />

É condição expressa <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> puxa<strong>do</strong> a existência <strong>de</strong> planos mestres <strong>de</strong> <strong>produção</strong><br />

estáveis, que é uma <strong>ferramenta</strong> <strong>de</strong> PCP e da alta direção, para <strong>de</strong>terminar a melhor forma <strong>de</strong><br />

aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda, levan<strong>do</strong>-se em conta as restrições e capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> parque fabril instala<strong>do</strong>.<br />

Um problema encontra<strong>do</strong> <strong>nas</strong> organizações é o fato <strong>de</strong> acontecer a maior parte <strong>do</strong> faturamento<br />

no final <strong>do</strong> mês, ocasionan<strong>do</strong> dificulda<strong>de</strong>s no <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> Produção Enxuto. (LAURINDO e<br />

MESQUITA, 2000).<br />

A fim <strong>de</strong> garantir o aumento da flexibilida<strong>de</strong> das ativida<strong>de</strong>s da <strong>produção</strong> e <strong>de</strong> manter<br />

o <strong>sistema</strong> enxuto que é o gran<strong>de</strong> diferêncial em relação ao <strong>sistema</strong> empurra<strong>do</strong> e<br />

consequentimente a melhora na estrutura <strong>do</strong>s custos, é necessario que a organização reduza os<br />

tempos <strong>de</strong> setup.<br />

É extremamente importante que os parceiros tenham a total visualização da <strong>de</strong>manda<br />

que <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r, produzin<strong>do</strong> ape<strong>nas</strong> o que a empresa espera para si, somente o necessário,<br />

reduzin<strong>do</strong> seus estoques e evitan<strong>do</strong> o efeito chicote, que é uma onda <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> estoques<br />

senti<strong>do</strong> inverso da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos (HINES; HOLWEG; RICH, 2004).<br />

4 Consi<strong>de</strong>rações finais<br />

O trabalho apresenta<strong>do</strong> busca através da revisão <strong>de</strong> literatura, servir <strong>como</strong> base<br />

informativa da importância <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Produção Enxuta <strong>nas</strong> estratégias organizacionais,<br />

buscan<strong>do</strong> vantagens competitivas, por meio <strong>de</strong> seus processos produtivos, garantin<strong>do</strong> o seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Esse trabalho procurou através <strong>do</strong>s conceitos referentes à Produção Puxada, informar<br />

as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>ste <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong>, suas vantagens e <strong>de</strong>svantagens<br />

competitivas.<br />

Esta nova filosofia <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> orientada para a qualida<strong>de</strong> em geral, rapi<strong>de</strong>z<br />

na entrega para o cliente, confiabilida<strong>de</strong> no fornece<strong>do</strong>r, flexibilida<strong>de</strong> na <strong>produção</strong>, redução <strong>do</strong>s<br />

16


custos, vem sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong>s últimos anos por várias <strong>empresas</strong> que estão se<br />

estruturan<strong>do</strong>, para manter-se no merca<strong>do</strong> cada vez mais competitivo.<br />

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