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Aviação e Mercado - Revista - 8

Produzir Aviação e Mercado é um grande aprendizado e uma responsabilidade bem interessante que nos faz pensar, analisar e refletir sobre o futuro da humanidade. Ao mesmo tempo que contamos boas e verdadeiras histórias que trazem grandes aprendizados, como a do B-52 pelo Robinson e a da AFA pelo Elisandro, temos que estar atentos aos demais temas que podem e devem auxiliar os profissionais do mercado, necessitamos ser útil na vida de cada um. Seguindo esse preceito, vamos nessa edição passar experiência e ensinamentos do Denis para os pilotos e futuros pilotos, orientar como devemos elaborar um bom curriculum com base nos conhecimentos e ensinamentos do Alexandre. A Sandra relata os dramas e chama a atenção para a responsabilidade dos proprietários e pilotos de aeronaves sobre os riscos de acidentes aéreos, e, caso ocorra, como devemos proceder com as famílias das vitimas. Eu e o Martin, estamos colocando a indústria 4.0 mais uma vez no centro do debate, trazendo algumas das grandes mudanças que estão por vir e as que já estão presentes em nosso dia-a-dia. Muitas transformações vem ao nosso encontro. Falando em tecnologia, estamos iniciando a cobertura da indústria de drones, que faz parte da indústria 4.0 e da aeroespacial. Esse segmento acaba de ser regulamentado pela ANAC e promete profundas mudanças na aviação agrícola nos próximos anos, onde, inicia a profissão de piloto de drone e gradativamente reduz o número de pilotos de aeronaves agrícolas. A 10 anos decretava-se a falência da Varig, Telmo Schoeler, ex-conselheiro faz uma analise técnica do caso sobre a ótica de quem participou ativamente no processo. Analisamos o PDCA da Embraer que está revolucionando a indústria aeronáutica brasileira, um modelo que deve ser seguido por outros segmentos da indústria nacional. Dirane, nosso piloto amazonense, explica a profissão de coordenação de voo que exige um profissional multitarefa e necessita de formação continua. Boa leitura em mais uma edição totalmente grátis para você.

Produzir Aviação e Mercado é um grande aprendizado e uma responsabilidade bem interessante que nos faz pensar, analisar e refletir sobre o futuro da humanidade.
Ao mesmo tempo que contamos boas e verdadeiras histórias que trazem grandes aprendizados, como a do B-52 pelo Robinson e a da AFA pelo Elisandro, temos que estar atentos aos demais temas que podem e devem auxiliar os profissionais do mercado, necessitamos ser útil na vida de cada um.
Seguindo esse preceito, vamos nessa edição passar experiência e ensinamentos do Denis para os pilotos e futuros pilotos, orientar como devemos elaborar um bom curriculum com base nos conhecimentos e ensinamentos do Alexandre.
A Sandra relata os dramas e chama a atenção para a responsabilidade dos proprietários e pilotos de aeronaves sobre os riscos de acidentes aéreos, e, caso ocorra, como devemos proceder com as famílias das vitimas.
Eu e o Martin, estamos colocando a indústria 4.0 mais uma vez no centro do debate, trazendo algumas das grandes mudanças que estão por vir e as que já estão presentes em nosso dia-a-dia. Muitas transformações vem ao nosso encontro.
Falando em tecnologia, estamos iniciando a cobertura da indústria de drones, que faz parte da indústria 4.0 e da aeroespacial. Esse segmento acaba de ser regulamentado pela ANAC e promete profundas mudanças na aviação agrícola nos próximos anos, onde, inicia a profissão de piloto de drone e gradativamente reduz o número de pilotos de aeronaves agrícolas.
A 10 anos decretava-se a falência da Varig, Telmo Schoeler, ex-conselheiro faz uma analise técnica do caso sobre a ótica de quem participou ativamente no processo.
Analisamos o PDCA da Embraer que está revolucionando a indústria aeronáutica brasileira, um modelo que deve ser seguido por outros segmentos da indústria nacional.
Dirane, nosso piloto amazonense, explica a profissão de coordenação de voo que exige um profissional multitarefa e necessita de formação continua.
Boa leitura em mais uma edição totalmente grátis para você.

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<strong>Revista</strong> Multimídia<br />

Conheça a histÓria da AFA<br />

e os passos para formação de<br />

pilotos Militares no Brasil<br />

Edição 08<br />

O imortal b-52<br />

E mais!<br />

Horus<br />

Aeronaves:<br />

com fome de<br />

crescimento<br />

no mercado<br />

de Drones


<strong>Revista</strong> Multimídia<br />

Editorial<br />

Capa<br />

Edição 08<br />

a História<br />

do B-52<br />

80<br />

Ed.: 08<br />

Produzir <strong>Aviação</strong> e <strong>Mercado</strong><br />

é um grande aprendizado e<br />

uma responsabilidade bem interessante<br />

que nos faz pensar,<br />

analisar e refletir sobre o futuro<br />

da humanidade.<br />

Ao mesmo tempo que contamos<br />

boas e verdadeiras histórias<br />

que trazem grandes<br />

aprendizados, como a do B-52<br />

pelo Robinson e a da AFA<br />

pelo Elisandro, temos que estar<br />

atentos aos demais temas<br />

que podem e devem auxiliar<br />

os profissionais do mercado,<br />

necessitamos ser útil na vida<br />

de cada um.<br />

Seguindo esse preceito, vamos<br />

nessa edição passar experiência<br />

e ensinamentos do Denis<br />

para os pilotos e futuros pilotos,<br />

orientar como devemos<br />

elaborar um bom curriculum<br />

com base nos conhecimentos<br />

e ensinamentos do Alexandre.<br />

A Sandra relata os dramas e<br />

chama a atenção para a responsabilidade<br />

dos proprietários<br />

e pilotos de aeronaves<br />

sobre os riscos de acidentes<br />

aéreos, e, caso ocorra, como<br />

devemos proceder com as famílias<br />

das vitimas.<br />

Eu e o Martin, estamos colocando<br />

a indústria 4.0 mais uma vez<br />

no centro do debate, trazendo<br />

algumas das grandes mudanças<br />

que estão por vir e as que já<br />

estão presentes em nosso dia-<br />

-a-dia. Muitas transformações<br />

vem ao nosso encontro.<br />

Falando em tecnologia, estamos<br />

iniciando a cobertura da<br />

indústria de drones, que faz<br />

parte da indústria 4.0 e da<br />

aeroespacial. Esse segmento<br />

acaba de ser regulamentado<br />

pela ANAC e promete profundas<br />

mudanças na aviação agrícola<br />

nos próximos anos, onde,<br />

inicia a profissão de piloto de<br />

drone e gradativamente reduz<br />

o número de pilotos de<br />

aeronaves agrícolas.<br />

A 10 anos decretava-se a falência<br />

da Varig, Telmo Schoeler,<br />

ex-conselheiro faz uma<br />

analise técnica do caso sobre<br />

a ótica de quem participou<br />

ativamente no processo.<br />

Analisamos o PDCA da Embraer<br />

que está revolucionando a<br />

indústria aeronáutica brasileira,<br />

um modelo que deve ser<br />

seguido por outros segmentos<br />

da indústria nacional.<br />

Dirane, nosso piloto amazonense,<br />

explica a profissão de<br />

coordenação de voo que exige<br />

um profissional multitarefa<br />

e necessita de formação<br />

continua.<br />

Boa leitura em mais uma edição<br />

totalmente grátis para você.<br />

Foto de Capa: Divulgação<br />

10 anos Caso Varig 06<br />

AFA: História e Formação de Cadetes 12<br />

Acidentes Aéreos e o descaso<br />

com as famílias das vítimas 22<br />

PDCA: Programa de Desenvolvimento<br />

da Cadeia Aeronáutica 30<br />

A fórmula correta de montar seu currículo 44<br />

Venda Seu Voo 50<br />

Indústria 4.0: riscos,<br />

ATAques e precauções<br />

PARA os negócios<br />

e pessoas 52<br />

Coordenação de Voo: uma profissão<br />

multi-tarefas 78<br />

Cmte. Denis: Por que descontinuar<br />

uma aproximação? 86<br />

Presidente e Editor<br />

Vilso Ceroni<br />

Adm/Financeiro<br />

Nivea Ceroni<br />

nívea@grupoc.com.br<br />

Proj. Gráfico, Web Design<br />

e Diagramação<br />

Pedro R. de Oliveira<br />

Redação<br />

redacao@aviacaoemercado.com.br<br />

Comercial e Marketing<br />

55 11-3467-6504<br />

contato@aviacaoemercado.com.br<br />

Repres. Comercial em Manaus<br />

Jone Cavalcante Dirane<br />

55 92 9 9172-8682<br />

diraneaviacao@gmail.com<br />

www.aviaçãoemercado.com.br<br />

Colaboradores:<br />

• Alexandre Scoth<br />

Vilso Ceroni<br />

Presidente e Editor<br />

Drones:<br />

uma nova era<br />

PARA a<br />

AViação 68<br />

• Denis Bianchini<br />

• Elisandro Souza<br />

• Joni Cavalcanti Dirane<br />

• Martin Seefelder<br />

• Robinson Farinazzo Casal<br />

• Sandra Assali<br />

• Telmo Schoeler<br />

4 aviação & mercado aviação & mercado 5


10 anos da<br />

falência da Varig<br />

Passados 10 anos da derrocada<br />

da Varig com sua venda à<br />

Gol, cabe fazer uma reflexão<br />

sobre a solução dada ao caso.<br />

Como integrante do grupo<br />

consultivo contratado para<br />

idealizar um plano de reestruturação<br />

da companhia antes<br />

da decretação de sua falência,<br />

o qual não foi implementado<br />

por conta da desastrosa intervenção<br />

do Governo Federal,<br />

de um incoerente posicionamento<br />

de seus credores, especialmente<br />

os estatais e de uma<br />

tradicional visão meramente<br />

jurídica do judiciário, pergunto:<br />

quem ganhou e quem perdeu?<br />

Claramente, poucos foram<br />

os ganhadores e muitos<br />

os perdedores, o que significa<br />

que ela não foi boa.<br />

Texto: Telmo<br />

Schoeler (*)<br />

A solução dada ao caso envolveu<br />

a clássica separação<br />

da companhia em duas: uma<br />

empresa “boa”, com ativos,<br />

marcas etc., e uma empresa<br />

“podre”, onde ficam os problemas,<br />

as dívidas e os credores.<br />

A “boa”, não detentora<br />

nem sucessora dos passivos, é<br />

vendida para um novo investidor<br />

e o dinheiro arrecadado<br />

vai para a “podre” (massa falida),<br />

a fim de liquidar passivos<br />

dentro de um ordenamento e<br />

prioridade estabelecidos em lei.<br />

Este procedimento é juridicamente<br />

legal, operacionalmente<br />

possível e até usual. Mas é difícil<br />

ser a melhor solução, pois os<br />

recursos arrecadados na venda<br />

da parte “boa” nunca cobrem<br />

os passivos.<br />

Foi bom para a Gol: ganhou<br />

porte, eliminou um concorrente<br />

importante, ficando com<br />

sua marca e adquiriu o fundo<br />

de comércio. Para os credores<br />

– funcionários, pensionistas,<br />

fornecedores, bancos e o Esta-<br />

6 aviação & mercado aviação & mercado 7


do (leia-se, o “cidadão”, pelo<br />

menos em tese beneficiário dos<br />

impostos devidos pela massa)<br />

–, um péssimo negócio. Muito<br />

melhor para todos os credores<br />

teria sido a solução que nossa<br />

equipe de consultores articulou<br />

e construiu integralmente dentro<br />

do espírito dos processos<br />

internacionais de recuperação<br />

empresarial e posteriormente<br />

incorporados à lei 11.101, qual<br />

seja: a maioria (ou totalidade)<br />

dos credores converteriam créditos<br />

em capital, eliminando ou<br />

reduzindo substancialmente o<br />

passivo; investidor estratégico<br />

do ramo (no caso, a Lufthansa)<br />

aportaria novo capital e lideraria<br />

uma nova gestão; investidor<br />

financeiro brasileiro (fundo de<br />

investimento) aportaria capital<br />

de forma a assegurar o controle<br />

acionário nacional que a lei vigente<br />

local obrigava existir.<br />

Poderíamos ter a Varig viva, com<br />

todos os seus ativos – tangíveis,<br />

intangíveis, “slots”, pessoas etc.<br />

– capitalizada, profissionalizada<br />

e bem gerida, capaz de pagar<br />

passivos restantes, inclusive<br />

tributários, com evidente valorização<br />

em Bolsa, permitindo<br />

a recuperação de créditos pela<br />

venda das ações, como ocorreu<br />

na recuperação da GM, em que<br />

até dívidas tributárias foram liquidadas<br />

dessa forma. O único<br />

perdedor seria o antigo controlador<br />

– Fundação Rubem Berta, a<br />

verdadeira responsável pela derrocada<br />

da companhia. Nada mais<br />

aderente à lógica internacional<br />

adiante incorporada à lei 11.101<br />

que diz que o objetivo de um<br />

processo de recuperação é man-<br />

8 aviação & mercado aviação & mercado 9


ter a “entidade econômica” funcionando,<br />

não havendo nenhuma<br />

menção nem preocupação em<br />

manter a pregressa “estrutura e<br />

propriedade societária”.<br />

Infelizmente, este foi mais um<br />

caso tratado dentro da lógica<br />

estritamente jurídica da antiga<br />

lei de concordatas e falências,<br />

ou seja, onde a incapacidade<br />

de pagamento e a recuperação<br />

eram temas de um processo<br />

apenas estritamente judicial,<br />

envolvendo leis, advogados e<br />

juízes, sendo os credores caudatários<br />

e alheios a ele, razão<br />

pela qual a absoluta maioria<br />

das concordatas acabava em<br />

falência. No caso Varig e mesmo<br />

depois dele, ainda estamos,<br />

no Brasil, longe da compreensão<br />

verdadeira da recuperação<br />

empresarial, um processo que<br />

deve ser jurídico – gerencial,<br />

ou seja, cujo diagnóstico, solução<br />

e implementação requerem<br />

um conjunto de advogados, administradores,<br />

financiadores,<br />

investidores, gestores de crise<br />

etc., sem esquecer da participação<br />

realista e construtiva dos<br />

credores para avaliar e aceitar o<br />

“plano de recuperação”, como<br />

veio mais tarde a ser preconizado<br />

na lei. Este é muito mais<br />

do que o controlador / devedor<br />

pedir desconto, prazo de carência<br />

e amortização, cabendo<br />

ser um plano de viabilidade e<br />

sucesso em benefício dos credores.<br />

Nada diferente do que se<br />

faz pelo mundo desenvolvido a<br />

fora. Simples assim, em termos<br />

de técnica, realismo, eficácia e<br />

resultado. m<br />

(*) Telmo Schoeler,<br />

ex-conselheiro da Varig, é<br />

presidente da Orchestra Soluções<br />

Empresariais e da Strategos<br />

Consultoria Empresarial<br />

10 aviação & mercado aviação & mercado 11


Texto e fotos:<br />

Elisandro<br />

Souza<br />

para escola de aeronáutica do<br />

exercito. Ao final da década<br />

de 1930 com Getúlio Vargas no<br />

poder, ele é convencido pelo<br />

ministro da guerra, visto que<br />

a segunda grande guerra batia<br />

as portas do Brasil, a criar<br />

uma aeronáutica separada do<br />

exercito. Então Getúlio simplesmente<br />

retira todas as aeronaves<br />

do Exército e da Marinha<br />

do Brasil e reúne tudo nos<br />

Afonsos na Escola de Aeronáutica<br />

do Exército e cria o Ministério<br />

da Aeronáutica.<br />

Já naquela época começava-se<br />

a estudar a retirada da instrução<br />

de voo dos Afonsos devido<br />

ao aumento dos voos comerciais,<br />

o controle aéreo precário<br />

da época levava as aeronaves<br />

comerciais para uma rota de<br />

colisão com as aeronaves de<br />

instrução. Queria-se tirar o voo<br />

inicial do Rio, mas esbarava na<br />

falta de verba.<br />

Quando houve a fusão das<br />

duas aviações do Exército e<br />

Marinha o governo então chama<br />

de Forças Aéreas Nacionais.<br />

Levando então para o então<br />

ministro da Aeronáutica Salgado<br />

Filho a carta de solicitação<br />

para que o voo de instrução<br />

saísse dos Afonsos, Como Salgado<br />

Filho tinha uma grande<br />

proximidade com Getúlio, Getúlio<br />

então determina a criação<br />

de uma Comissão para<br />

procurar terras no Brasil a fora<br />

para então mudarem o local<br />

de instrução.<br />

Os responsáveis pela escolha<br />

dividem então o Brasil em seis<br />

partes, não por regiões, mas<br />

por partes. Tirando então a<br />

Amazônia brasileira, e o norte<br />

do Matogrosso (Lembrando<br />

que naquela época só se havia<br />

um Matogrosso), por questões<br />

obvias que naqueles locais só<br />

havia então florestas, tirando<br />

o frio do Sul do país, tira-se o<br />

calor excessivo do Nordeste e<br />

não podendo ficar na região do<br />

RJ e ES devido ao crescimento<br />

da aviação comercial. Em um<br />

voo pelo interior de São Paulo<br />

Doorgal Borges (aspirante da<br />

AFA<br />

Academia da<br />

Força Aérea<br />

Brasileira<br />

A nossa jornada pela Academia<br />

da Força Aérea Brasileira<br />

começa com um voo tranquilo<br />

Porto Alegre/Guarulhos e de<br />

lá mais duas horas e meia de<br />

carro até Pirassununga, que<br />

por sinal é uma cidade muito<br />

aconchegante. Em torno das<br />

14h chegamos à sessão de comunicação<br />

social e fomos recebidos<br />

pela 1o Ten REP Vanessa<br />

A história<br />

A Academia nasceu com o<br />

do Galeão no RJ, ocorre que<br />

na aviação naval daquela época<br />

nem todos eram brasileiros<br />

e nem todos militares, nós tínhamos<br />

uma forte influencia<br />

europeia na aviação naval com<br />

franceses e italianos voando<br />

aqui, isso ocorreu logo ao fim<br />

da guerra do contestado, aonde<br />

vem a ter a primeira vítima<br />

de acidente de uma aeronave<br />

Ortolan dos Anjos. A minha nome de Escola de Aeronáutica,<br />

militar em solo brasileiro, Ricardo<br />

maior preocupação é trazer a<br />

história completa da Academia<br />

e fatos que poucas pessoas sabem<br />

como surgem os aviadores<br />

e o futuro que aguarda a AFA.<br />

com a criação do minis-<br />

tério da Aeronáutica no ano<br />

de 1941, sendo o ministério a<br />

razão da fusão entre a aviação<br />

naval e a aviação do exercito<br />

Kirk, em 1915.<br />

Em seguida o exército brasileiro<br />

cria o que vem a ser chamada<br />

de a quinta arma, em 1919<br />

é criada então a aviação militar,<br />

Em se tratando de história ninguém<br />

sendo em seguida criada<br />

dez anos depois que Santos<br />

melhor do que o mestre<br />

Serginho Ramos para nos contar<br />

os fatos e curiosidades.<br />

Dumont fez o primeiro voo em<br />

1906, portanto em 1916, é criada<br />

a aviação naval no Pontão<br />

a escola de aviação no mesmo<br />

ano no Campo dos Afonsos.<br />

Em 1930 mudando de nome<br />

12 aviação & mercado aviação & mercado 13


6ª turma da Arma de <strong>Aviação</strong>,<br />

em 22 de dezembro de 1932.),<br />

notou a topografia da região<br />

que faz divisa com MG. Sendo<br />

o clima perfeito, sem morros e<br />

tráfego aéreo, então se compreende<br />

que a região entre<br />

as cidade de Ribeirão Preto e<br />

Campinas seria o local da nova<br />

escola militar.<br />

Havendo ainda o entrave de<br />

que as terras teriam que serem<br />

doadas e não havia estas terras<br />

nesta região, Getúlio então determina<br />

que desaproprie terras<br />

nesta região de Ribeirão Preto<br />

e Campinas, desapropriando<br />

6502 hectares de terras na Fazenda<br />

de Pirassununga, sendo<br />

grande parte margeado pelo<br />

rio Mogiguassu. A área que<br />

hoje a AFA utiliza é de 1700<br />

Hectares, o restante é criado a<br />

Fazenda da Aeronáutica. Tendo<br />

hoje 1500 hectares de mata<br />

nativa, com servos, onças pardas,<br />

capivara, cobras, entre outras.<br />

Construindo primeiramente<br />

em 1942 os hangares do setor<br />

Whisky (Atualmente utilizado<br />

pelo EDA (Esquadrão de Demonstração<br />

Aérea ou Esquadrilha<br />

da Fumaça) e uma pista<br />

de grama para operar o North<br />

American T-6 aeronave de instrução<br />

utilizada na época para<br />

a instrução.<br />

Quando somente em 1947 é<br />

então assinado o restante da<br />

documentação dos acordos<br />

para utilização da terra, uma<br />

mera formalização já que as<br />

terras já haviam sido desapropriadas.<br />

O então Destacamento Precursor<br />

da Escola de Aeronáutica<br />

ainda era subordinado ao RJ,<br />

no início da década de 1950<br />

voltasse as obras, recebendo o<br />

primeiro efetivo somente em<br />

1960. Em 17 de outubro de<br />

1960, foi inaugurado o Destacamento<br />

Precursor de Aeronáutica,<br />

durante as festividades<br />

da semana da Asa, com a<br />

presença do Exmo Sr Ministro<br />

da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro<br />

do Ar Francisco de Assis<br />

Corrêa de Mello, do Governa-<br />

14 aviação & mercado aviação & mercado 15


dor do Estado de São Paulo e<br />

de outras autoridades. A nova<br />

Escola teve como primeiro Comandante<br />

o Major Aviador<br />

Aloysio Lontra Netto. Em 1964<br />

a primeira turma do terceiro<br />

ano se torna a primeira a voar<br />

em solo paulista. Já solados no<br />

T-21 chegam então para voar<br />

o T-6. Em 1965 o Brasil inicia<br />

a intenção de compra do Cessna<br />

T-37, sendo a primeira leva<br />

chegando em 1967. Entre 1965<br />

e 1966 asfaltamento da pista<br />

principal devido ao uso do T37.<br />

A mudança de denominação,<br />

de Escola de Aeronáutica para<br />

Academia da Força Aérea (AFA),<br />

deu-se no ano de 1969. Em 1971<br />

a Academia foi transferida para<br />

suas novas instalações.<br />

Atividades aéreas<br />

Com a aeronave Neiva T-25<br />

para a instrução primária, possuíndo<br />

dois assentos e um motor<br />

a pistão, marca Lycoming IO<br />

540 K1D5, de 300 HP. A aeronave<br />

T-27 ou Embraer EMB-312<br />

Tucano utilizado para a instrução<br />

avançada, também de<br />

dois lugares, é equipado com<br />

um motor turbo-hélice Pratt &<br />

Whitney de 750 SHP.<br />

A instrução com a aeronave<br />

T-25 é realizada no Setor Leste<br />

da AFA, no 2° Esquadrão<br />

de Instrução Aérea, que tem a<br />

disposição uma pista de 1.902<br />

m de comprimento, com a Taxiway<br />

na mesma dimensão.<br />

A instrução com a aeronave<br />

T-27 é realizada no Setor Oeste<br />

da AFA, no 1° Esquadrão<br />

16 aviação & mercado aviação & mercado 17


de Instrução Aérea, que tem a<br />

disposição duas pistas de 2.000<br />

m de comprimento, com a Taxiway<br />

na mesma dimensão.<br />

A AFA tem uma intensa atividade<br />

aérea devido principalmente<br />

a instrução dos cadetes<br />

e também dos seus oficiais instrutores,<br />

chegando a quase 2/5<br />

do que se voa por toda a FAB,<br />

sendo considerado o Aeródromo<br />

com o maior movimento de<br />

aeronaves militares da América<br />

Latina. Para que tudo ocorra<br />

dentro da mais completa segurança,<br />

a AFA mantém um serviço<br />

de alerta de Busca e Salvamento<br />

(SAR), com helicóptero<br />

(H-50 - Helibrás Esquilo) e tripulação,<br />

além de um SESCINC,<br />

previsto nos Batalhões de Infantaria<br />

da Aeronáutica, no<br />

caso o BINFA-84 e Ambulância/<br />

UTI, durante as 24 horas.<br />

Os cadetes<br />

Os cadetes tem um preparo<br />

voltado para a excelência, com<br />

uma rotina marcada por estudo<br />

e preparo físico, no primeiro<br />

ano de AFA os cadetes<br />

não voam apenas tem estudos<br />

e preparações para o segundo<br />

ano, onde começa os voos.<br />

No primeiro ano de voo o cadete<br />

tem o contato com a aeronave<br />

Neiva T-25, tendo missões<br />

com durações de 1h a 1h15.<br />

O curso no segundo ano se divide<br />

em quatro fases:<br />

Pré solo: Primeiro contato com<br />

a aeronave, momento em que<br />

eles vão sair sozinhos para visões<br />

após serem checados.<br />

Manobras e acrobacias: Os cadetes<br />

aprende a fazer manobras<br />

inicialmente, como oito preguiçoso,<br />

chandele, trevo entre outros.<br />

Após vai para o check de<br />

mac aonde o após isso ele esta<br />

apto a realizar tais manobras.<br />

Formatura: A fase de formatura<br />

consiste em aprender a<br />

18 aviação & mercado aviação & mercado 19


voar com acompanhamento<br />

mútuo com outra aeronave,<br />

lado a lado, onde o instrutor<br />

vai orientando ao cadete como<br />

voar seguindo o líder e como<br />

voar como ala. Até chegar no<br />

nível RC onde estará apto a<br />

voar este tipo de missão.<br />

Navegação visual: Onde se<br />

inicia os voos entre cidades da<br />

região, achando uma ponte,<br />

cruzamento ou algo determinado<br />

anteriormente no briefing.<br />

Após tem a navegação<br />

para Rio Preto onde há o pouso<br />

fora da AFA para abastecimento<br />

e logo após o retorno.<br />

Iniciando esta fase somente no<br />

quarto ano.<br />

Hoje um cadete é cobrado ao<br />

extremo devido ao curto tempo<br />

que existe para a formação, até<br />

para conseguir absorver o máximo<br />

de informações possíveis.<br />

Voando em torno de 52 horas<br />

até a formação básica.<br />

O futuro<br />

A AFA hoje busca em médio<br />

prazo a troca das aeronaves<br />

de instrução básica, não descartando<br />

a possibilidade de os<br />

cadetes iniciarem o voo direto<br />

nos T-27, a busca pela excelência<br />

é um dos fatores que tornou,<br />

e constantemente mantem<br />

a AFA entre as melhores<br />

instituições formadores de<br />

aviadores militares no mundo.<br />

A impressão que saímos pelos<br />

portões é que hoje temos uma<br />

formação de primeiro mundo em<br />

termos de aviação militar, em termos<br />

de material possuem o necessário<br />

para a missão que cumprem,<br />

porém em material humano falando<br />

em comprometimento e<br />

eficiência, com toda a certeza<br />

possuem muito mais que o necessário<br />

garantindo assim a formação<br />

daqueles jovens que em um<br />

futuro próximo manterão a soberania<br />

do nosso espaço aéreo. m<br />

Acesse aqui mais fotos e vídeos exclusivos da AFA<br />

20 aviação & mercado aviação & mercado 21


O ALTO ÍNDICE DE<br />

ACIDENTES<br />

AÉREOS NA AVIAÇÃO,<br />

A AUSÊNCIA DE SEGURO<br />

E O IMPACTO GERADO NOS<br />

FAMILIARES<br />

DAS VÍTIMAS<br />

Texto: Sandra Assali<br />

Infelizmente e indiscutivelmente,<br />

temos presenciado um<br />

numero alarmante de acidentes<br />

aéreos no Brasil. Entre os<br />

anos de 2012 e 2016 foram registrados<br />

966 acidentes aéreos,<br />

resultando num triste numero<br />

de 609 mortes. Não fica difícil<br />

imaginar, o alto numero de famílias<br />

atingidas pelas perdas<br />

de seus entes queridos e quanto<br />

o trabalho da ABRAPAVAA<br />

tem sido solicitado, levando<br />

sua experiência, acolhendo,<br />

prestando apoio e orientação.<br />

Em 20 anos de existência, nunca<br />

trabalhamos tanto. Sim,<br />

imagino que se deva também<br />

pelo fato de a ABRAPAVAA<br />

estar mais conhecida, diante<br />

de nosso trabalho e nossa assistência<br />

em casos de repercussão<br />

como GOL, TAM 3054, Air<br />

France, Eduardo Campos, Thomaz<br />

Alckmin, Roger Agnelli,<br />

Chapecoense, etc. e entre mais<br />

de 150 acidentes aéreos por<br />

todo o Brasil.<br />

Hoje, o que mais tem nos surpreendido,<br />

tem sido o alto índice<br />

de acidentes com a aviação<br />

geral, táxi aéreo, aviação<br />

experimental, agrícola e mais<br />

preocupante ainda, a constatação<br />

do alto índice de aeronaves<br />

que não estão cobertas<br />

por seguro inclusive, não renovando<br />

seguro RETA, condição<br />

para autorização de voo.<br />

Sabemos que nosso País é<br />

imenso. Sabemos também, das<br />

deficiências de nosso órgão regulador<br />

e fiscalizador, que não<br />

dá conta de cumprir seu papel.<br />

Mais ainda, sabemos da falta<br />

de prudência de inúmeros pilotos,<br />

o excesso de segurança,<br />

a falta de familiaridade com<br />

esta ou aquela aeronave, falta<br />

de experiência, a fadiga, não<br />

estar habilitado para determinado<br />

modelo de aeronave<br />

e tantos outros fatores, que<br />

tem gerado esse numero tão<br />

alto de fatalidades e por conseguinte,<br />

um numero tão alto<br />

de familiares em sofrimento.<br />

Como se não bastasse o impacto<br />

gerado pela perda de um<br />

filho, de uma mãe, um irmão<br />

ou um grande amigo, gerando<br />

dor, saudade, interrupção prematura<br />

de uma vida e do convívio<br />

familiar, a ultima coisa que<br />

se imagina vivenciar também,<br />

diante de tanta adversidade é<br />

saber que aquela aeronave não<br />

possuía seguro, seja ele o RETA,<br />

22 aviação & mercado aviação & mercado 23


o Seguro de Responsabilidade<br />

Civil e o Seguro do Casco.<br />

E infelizmente, um numero<br />

grande de aeronaves sem cobertura<br />

de seguro (s) tem sido<br />

constatado pela ABRAPAVAA.<br />

E como sabemos? Sabemos<br />

a ideia de um empresário, gerar<br />

um negócio, transportando<br />

vidas sem a responsabilidade<br />

de uma Apólice de Seguros.<br />

Será que imaginam como seria<br />

se acontecesse com eles?<br />

Temos constatado um crescimento<br />

Quando os familiares são informados<br />

que o avião em que<br />

seu ente querido faleceu não<br />

possuía seguro, surge um misto<br />

de tristeza e revolta afinal,<br />

muitas vezes, esses familiares<br />

perdem seu provedor e num<br />

quando os familiares nos solicitam<br />

em acidentes com a primeiro momento, o Seguro<br />

orientação e começamos aviação experimental. Sabemos<br />

RETA é importantíssimo, como<br />

a colher informações sobre o<br />

que é considerada uma um primeiro suporte financei-<br />

acidente, em busca de informações<br />

que possa ajudá-los e<br />

então constatamos, a ausência<br />

aviação de risco portanto, por<br />

conta e risco de seu transportador,<br />

para seu uso próprio e<br />

ro, uma vez que as contas continuam<br />

a chegar, as responsabilidades<br />

são inúmeras, como<br />

de Apólice. Dificil demais proibida sua exploração para contratar um advogado para<br />

transmitir essa informação aos fins comerciais portanto, caso representá-los, darem início a<br />

familiares. Na verdade, enquanto<br />

um acidente aéreo aconteça, um inventário e as demais necessidades<br />

ABRAPAVAA nos in-<br />

dignamos. Nos é inconcebível<br />

não haverá investigação e tampouco<br />

cobertura de seguro. básicas do dia a dia.<br />

A ABRAPAVAA tem buscado<br />

24 aviação & mercado aviação & mercado 25


conscientizar os proprietários<br />

de aeronaves, quanto a importância<br />

o valor é descontado no momento<br />

do Acordo mas indisdependentes.<br />

O valor do Seguro RETA tinha<br />

como referência de cálculo,<br />

até então, a OTN – Obrigações<br />

do Tesouro Nacional, referência<br />

essa, que foi extinta em<br />

1995. Ou seja, para as aéreas,<br />

foi o melhor dos mundos,<br />

ninguém chamava a atenção<br />

para esse “pequeno detalhe”<br />

afinal, uma vez que deixou de<br />

existir, ajustes deixaram de ser<br />

feitos e assim ficou de 1995 até<br />

2009 (quando entrou em vigor<br />

o novo valor).<br />

Entramos com nosso pedido, num<br />

valor que fosse relativo ou pela<br />

referência dos valores dos EUA<br />

ou Europa. Atualizando os valores<br />

dos últimos 14 anos (de 1995<br />

da contratação de um cutivelmente, ele é essencial a 2007), usando o índice IPCA,<br />

Seguro Aeronáutico – Reta, num momento pós-acidente chegamos a R$ 137 mil reais.<br />

Casco e Responsabilidade Civil<br />

e de mantê-los em dia afinal,<br />

nunca se sabe quando o mesmo<br />

será necessário.<br />

para muitos familiares.<br />

Em 2007, com o acidente TAM<br />

3054 e diante da realidade de<br />

um valor de seguro RETA tão<br />

Imaginem o que ocasionamos.<br />

Foram 2 anos de reuniões, debates,<br />

inúmera audiências, empresas<br />

aéreas alegando que não<br />

discutivelmente, um progresso<br />

atenção a experiência do pi-<br />

empresa aérea, com suas per-<br />

Quando a ABRAPAVAA foi defasado, num momento de inflação<br />

teriam condições de arcar com<br />

R$ 66 mil contra R$ 14 mil loto, com mais treinamento, das também, sejam suas tri-<br />

altíssima no Brasil e a cla-<br />

fundada, o valor do Seguro<br />

valores tão altos em suas apó-<br />

anteriormente, um suporte dirimindo assim, a chances de pulações, as famílias desses<br />

RETA era de R$ 14 mil reais. ra e absurda diferença dos valores<br />

lices e mais uma serie de outras<br />

financeiro aos familiares para um acidente aéreo.<br />

tripulantes, o prejuízo finan-<br />

Sim, esse era o valor pago pelo<br />

pagos em relação aos EUA e razões. Lógico, ideal seria como<br />

seus primeiros momentos Sempre me recordo de uma ceiro de um acidente aéreo, a<br />

RETA por uma vida, até o ano<br />

de 2009. A primeira vez que<br />

Europa, a ABRAPAVAA resolveu<br />

buscar uma atualização nesses<br />

estava e que assim ficasse.<br />

E... após muitas discussões e<br />

após vivenciar experiência tão<br />

difícil e dolorosa e sabemos...<br />

máxima do CENIPA, que diz imagem da empresa, o acolhimento<br />

e assistência aos fami-<br />

mais ou menos assim – “se<br />

a ABRAPAVAA foi convidada valores, com a sensibilização ajustes, para que se pudesse<br />

a questão material tem relevante<br />

acha caro investir em segurança,<br />

liares das vitimas.<br />

para participar no NTSB – National<br />

Transportation Safety<br />

Board, em Washington, em<br />

1998, no Congresso de Family<br />

dos órgãos públicos, do consumidor,<br />

aéreas, Anac etc.<br />

Iniciei os contatos com a Procuradoria<br />

da República em<br />

adequar ao orçamento na aviação<br />

como um todo, chegamos<br />

ao valor de R$ 49 mil reais, que<br />

entrou em vigor em maio de<br />

importância, principal-<br />

mente se quem faleceu provia<br />

aquela família.<br />

A ABRAPAVAA sempre deu<br />

experimente um aciliares<br />

dente aéreo”.<br />

Em todos os sentidos e para todos<br />

um acidente aéreo é impac-<br />

Com certeza, o ideal é que não<br />

aconteça mas, em acontecendo,<br />

primordial estarem preparadas<br />

para passarem por todo<br />

Assistance, levando nossa Brasília e na sequência, com o 2009. Valor esse ajustado pelo<br />

importância ao valor de Setante.<br />

Impactante para a família esse momento de turbulência,<br />

experiência numa palestra, MPF – Ministério Publico Federal<br />

índice IPCA, que hoje, maio de<br />

guro RETA em padrões internacionais<br />

atingida, pela dor, pela perda, com integridade, seriedade<br />

como primeira Associação de<br />

Assistência a familiares de vitimas<br />

do Brasil, lá obtivemos a<br />

informação de que, nos EUA,<br />

esse seguro é de US$ 120 mil<br />

que, sensibilizados, abraça-<br />

ram nossa causa, certos da necessidade<br />

de um valor que ao<br />

menos, fosse um suporte a familiares<br />

atingidos pela perda<br />

2017, estamos um valor aproximado<br />

de R$ 66 mil reais.<br />

Longe do ideal... considerando<br />

que esse valor é descontado<br />

no momento do Acordo, ou<br />

pois entendemos,<br />

que sendo o valor do seguro<br />

mais adequado à nossa realidade,<br />

teremos aeronaves (e aí<br />

diga-se, aviação geral, regular,<br />

pela saudade e por terem de reorganizar<br />

suas vidas e seguirem<br />

em frente e junte-se aí, todas<br />

as dificuldades advindas, tanto<br />

emocionais, quanto financeiras.<br />

e dedicação. Afinal... o transporte<br />

de passageiros, são a finalidade<br />

fim de uma empresa<br />

aérea. O respeito é essencial!<br />

Sempre reforço a importância<br />

e na Europa, em torno de 130 trágica de um ente querido, seja, é na verdade um adiantamento<br />

etc.), mais seguras, com maior Impactante também, para de uma empresa aérea possuir<br />

mil Euros. Sim, sabemos que de quem muitas vezes, eram<br />

à indenização mas, in-<br />

atenção a manutenção, maior todo o sistema envolvido. A cobertura do RETA, Responsa-<br />

26 aviação & mercado aviação & mercado 27


ilidade Civil e Caso também. dia seguinte à renovação, um são exata do pesadelo vivido...<br />

Vou citar um exemplo conhecido<br />

avião meu caiu na baía de de olhos abertos!<br />

e que, a propósito, faço Guanabara, sem vítimas mas, Srs proprietários de aerona-<br />

menção a ele em meu livro “O<br />

Dia Que Mudou Minha Vida”<br />

com o dinheiro do seguro, ves. Sejam responsáveis. A<br />

paguei o Ometto”. Muito ABRAPAVAA vem preparando<br />

O Cmte.Rolim, à época, presidente<br />

da TAM, era uma pessoa<br />

provavelmente e pelas informações<br />

recebidas, foi com a<br />

um movimento de conscientização<br />

ao usuário para que se<br />

centralizadora, todas as cobertura do casco que ele certifique de que a aeronave<br />

e, qual não foi a surpresa, ao<br />

tomadas de decisões passavam<br />

por ele e, em uma entrevista<br />

resolveu sua dívida. Ou seja,<br />

para todos os efeitos e finalidades,<br />

que embarcarão, possui seguro<br />

RETA inclusive, seguro de<br />

constatar que o Seguro estava<br />

vencido. No mesmo instante,<br />

definitivamente, o se-<br />

a revista Playboy, somente 3<br />

Responsabilidade Civil.<br />

solicitei a troca da aeronave<br />

meses após o acidente com o<br />

TAM 402, ele cita que “estava<br />

vencendo o prazo de renovação<br />

guro é uma garantia.<br />

O que mais insisto com os empresários<br />

da aviação, tanto<br />

Sabemos do recurso do RAB<br />

no site da ANAC, onde todos<br />

podemos acessar e obtermos<br />

afinal, minha vida estava em<br />

risco. Qual não foi minha surpresa<br />

quando o responsável<br />

da Apólice de suas aero-<br />

quanto a questão do RETA, informações acerca de uma<br />

pela empresa se adiantou e<br />

naves e ele estava pensando quanto ao Seguro de Responsabilidade<br />

Civil, é que, tentem<br />

em não renovar”. Disse que<br />

“estava devendo ao Ometto imaginar por todo o processo<br />

aeronave mas, vivi uma experiência<br />

que demonstra, que não<br />

permite confiar plenamente<br />

disse: “de forma alguma, não<br />

estamos com o Seguro vencido,<br />

ele foi renovado e vou<br />

e que não sabia se renovava a<br />

a que esses familiares são na atualização das informa-<br />

lhe mostrar”. Em seguida,<br />

Apólice ou pagava o Ometto”. expostos após momento tão ções lá contidas.<br />

pegou o renovação da Apólice<br />

Pois bem, quase no final do traumático. Reconheçam que Precisei viajar para Coari, no<br />

entre seus arquivos e me<br />

dia e do prazo, resolveu ouvir<br />

o conselho de um amigo se<br />

deveria renovar ou não. Esse<br />

amigo o aconselhou a renovar<br />

afinal, estaria coberto no caso<br />

de uma tragédia e que poderia<br />

se entender com o Ometto<br />

e renegociar essa dívida.<br />

E... diz o Cmte.Rolim: “foi a<br />

melhor coisa que fiz pois, no<br />

aquela vitima escolheu sua<br />

empresa para voar. É tentarem<br />

se colocar no lugar desses<br />

familiares naquele momento.<br />

De se imaginarem vivendo<br />

experiência semelhante. Ninguém<br />

imagina o que se vive<br />

após se perder um ente querido<br />

num acidente aéreo. Só<br />

quem vivencia tem a dimen-<br />

Amazonas, para atender familiares<br />

de um acidente aéreo<br />

e chegando a Manaus, segui<br />

para uma empresa de táxi aéreo<br />

que me levaria a Coari. Lá<br />

chegando, perguntei ao responsável<br />

qual seria a aeronave<br />

que viajaríamos e tão logo<br />

ele me apontou, anotei o prefixo,<br />

acessei o RAB da ANAC<br />

trouxe para constatar. Sim, a<br />

Apólice havia sido renovada e<br />

no entanto, não estava atualizada<br />

no site da ANAC. Fiquei<br />

tranquila. De qquer forma, se<br />

não tivesse me mostrado a renovação,<br />

com certeza, teria<br />

exigido a troca da aeronave.<br />

VIDA não tem preço! Nem a<br />

minha, nem a sua... m<br />

28 aviação & mercado aviação & mercado 29


PDCA<br />

Programa de<br />

Desenvolvimento<br />

da Cadeia<br />

Aeronáutica<br />

Um modelo<br />

inteligente<br />

a ser<br />

replicado<br />

em outros<br />

segmentos<br />

industriais<br />

no Brasil.<br />

Texto Vilso Ceroni<br />

Antes de falarmos mais a fundo<br />

sobre o PDCA vamos apresentar<br />

alguns dados do setor<br />

Aeronáutico Brasileiro.<br />

Tamanho do PIB desse<br />

mercado: US$ 7 bilhões, o<br />

que representa algo como<br />

2% do PIB geral do país.<br />

A Origem:<br />

Número de indústrias:<br />

Em 2010 a ABDI (Agência Brasileira<br />

Em torno de 160 empresas<br />

de Desenvolvimento In-<br />

compõem o APL aeronáutico<br />

dustrial), iniciou um programa<br />

brasileiro; 120 sediadas Postos de trabalho: aproxi-<br />

de fortalecimento da atividade<br />

em São José dos Campos e madamente no país um total<br />

da cadeia aeronáutica, o foco<br />

o restante espalhadas por de 50 mil empregos diretos e<br />

era o fortalecimento dessa cadeia<br />

municípios de SP, RJ, MS, PR, indiretos.<br />

produtiva formada por<br />

RS e MG.<br />

pequenas e médias empresas,<br />

Perspectivas 2017:<br />

onde muitas delas foram constituídas<br />

Importações - 2016 - o percentual<br />

Estimados investimentos<br />

por ex-funcionários da<br />

de participação do ae-<br />

da ordem de R$ 12 bilhões<br />

Embraer e formados pelo ITA,<br />

30 aviação & mercado aviação & mercado 31<br />

ronáutico nas importações totais<br />

brasileiras equivale a 3,2%.<br />

Exportações - 2016 - o percentual<br />

de participação do<br />

setor nas exportações totais<br />

foi 3,9% - US$ 7.259.818.457<br />

FOB). Em relação a 2015 houve<br />

um aumento de 2,3% da<br />

participação das peças aeronáuticas<br />

no total de exportações<br />

do setor.<br />

entre 2015-2018, decorrentes<br />

do programa FX-2<br />

(novo caça da Força Aérea<br />

Brasileira – FAB) e de novos<br />

projetos em fase de desenvolvimento<br />

nas empresas<br />

do setor. A Embraer deverá<br />

fazer investimentos importantes<br />

em virtude do desenvolvimento<br />

da sua nova<br />

geração de jatos comerciais,<br />

o E-2, (em torno de<br />

R$ 3,5 bilhões), bem como<br />

pela continuidade dos projetos<br />

de novos jatos executivos<br />

(Legacy 450 e 500)<br />

e da conclusão do desenvolvimento<br />

(certificação e<br />

implantação da capacidade<br />

produtiva) do cargueiro<br />

militar KC-390.<br />

Para quem quiser aprofundar<br />

a analise sobre o<br />

setor aeronáutico, apresentamos<br />

em nossa edição<br />

6 de <strong>Aviação</strong> e <strong>Mercado</strong><br />

uma matéria completa<br />

sobre o mesmo. Basta<br />

acessar gratuitamente.


com excelentes conhecimentos<br />

tecnológicos para suprir as<br />

diversas demandas da cadeia<br />

produtiva da indústria aeroespacial<br />

brasileira.<br />

Em paralelo também ocorreram<br />

parcerias de desenvolvimentos<br />

com empresas e entidades<br />

do Canadá, Suécia e<br />

França, para entender como<br />

eram feito os programas de<br />

desenvolvimento de fornecedores<br />

dos mesmos, alguma<br />

empresas brasileiras também<br />

fizeram parte desse processo<br />

de aprendizagem.<br />

O resultado foi o reconhecimento<br />

de que as empresas<br />

brasileiras tinham muitas fragilidades<br />

em gestão financeira,<br />

gestão estratégica, gestão de<br />

pessoas, de estoque, etc.. o que<br />

impactava diretamente em sua<br />

evolução e nos seus negócios<br />

gerando muitas dificuldades<br />

no relacionamento e fornecimento<br />

com seus clientes, inclusive<br />

com a Embraer, empresa<br />

A Funcionalidade<br />

Por se tratar de um projeto<br />

publico privado e o PDCA<br />

funcionar perante a legislação<br />

brasileira, foi necessário estrupresas<br />

participantes são destados<br />

obtidos com o progra-<br />

32 aviação & mercado aviação & mercado 33<br />

que lidera o setor no Brasil.<br />

Ao mesmo tempo em que a<br />

ABDI desenvolvia seu projeto<br />

a Embraer também caminhava<br />

com o seu programa de<br />

evolução, qualificação e melhorias<br />

dos seus fornecedores,<br />

e ambas utilizavam os mesmos<br />

conceitos das semanas<br />

kaizens e o sistema de manufatura<br />

enxuto, com foco nos<br />

conceitos e padrões da indústria<br />

brasileira visando a busca<br />

de melhor produtividade.<br />

A Junção<br />

No ano de 2014, na discussão<br />

do programa Brasil Maior, era<br />

muito forte a questão sobre a<br />

cadeia produtiva da indústria<br />

aeronáutica para entender de<br />

fato todas as dificuldades das<br />

empresas que faziam parte da<br />

mesma, a Embraer solicitou a<br />

ABDI a incorporação dos esforços<br />

entre os programas, uma<br />

vez que os mesmos buscavam<br />

os caminhos e resultados similares<br />

e tinham a mesma cadeia<br />

produtiva como foco.<br />

Essa união de esforços conseguiria<br />

atender a um número<br />

maior de empresas dentro<br />

da cadeia produtiva, trazendo<br />

maior competitividade do<br />

setor em âmbito nacional e<br />

internacional. Também seria<br />

possível colaborar com as mesmas,<br />

em sua evolução mais<br />

rápida em tecnologias, gestão,<br />

relacionamento e qualidade<br />

dos produtos. Isso seria<br />

de grande importância para<br />

preparar as empresas para o<br />

conceito da indústria 4.0 que<br />

já acelerava muito nas cadeias<br />

produtivas de outros países e<br />

o Brasil não poderia ficar mais<br />

uma vez para trás, era necessário<br />

agir, desenvolver e aumentar<br />

a competitividade.<br />

As empresas nacionais precisavam<br />

ser mais independentes<br />

da Embraer e deveriam ganhar<br />

musculatura no âmbito<br />

da gestão e da tecnologia.<br />

Após analises e definições de<br />

quem e como seria feito, surgiu<br />

o PDCA – Programa de desenvolvimento<br />

da Cadeia Aeronáutica.<br />

Os objetivos<br />

O PDCA foi criado com os<br />

objetivos de desenvolver as<br />

empresas através de soluções<br />

inovadoras gerando evolução<br />

tecnológica com ampliação<br />

da produtividade para atender<br />

as demandas da empresa<br />

líder do projeto, a Embraer.<br />

Também visa o desenvolvimento<br />

e preparação das empresas<br />

para o mercado internacional,<br />

ou seja, estrutura-las<br />

para atender e estarem aptas<br />

a fornecerem para Airbus,<br />

Boeing e outras.<br />

Para internacionalizar essas<br />

empresas existem muitas competências<br />

internas criticas que<br />

precisam e merecem ser tratadas<br />

e evoluídas, desde a formação<br />

de preço, tributação,<br />

regras cambiais, normas de exportação,<br />

embalagens, etc.<br />

turar de forma que o mesmo<br />

não tivesse entraves ou reprovação<br />

de órgão de fiscalização<br />

do governo e MPF.<br />

A ABDI entra com os recursos<br />

financeiros por meio de um<br />

acordo de cooperação com<br />

o Parque Tecnológico de São<br />

José dos Campos, que por sua<br />

vez contrata através de licitação<br />

pública uma das melhores<br />

escolas de negócios do país,<br />

a Fundação do Cabral, para<br />

aplicar, monitorar e desenvolver<br />

o programa em parceria<br />

com a Embraer que em contra<br />

partida coloca sua equipe de<br />

técnicos e especialistas para<br />

fazerem parte do programa e<br />

apoiarem no desenvolvimento<br />

do mesmo, buscando os<br />

melhores resultados possíveis.<br />

O programa só funciona porque<br />

tem a participação intensa<br />

da Embraer, e os esforços<br />

de desenvolvimento das em-<br />

tinados para que atendam as<br />

necessidades da mesma e com<br />

isso se qualifiquem para fornecer<br />

a outras empresa nacionais<br />

e internacionais.<br />

A Embraer e a Fundação Dom<br />

Cabral, entram no dia-a-dia<br />

da produção e gestão de cada<br />

uma das empresas participantes<br />

e identificam todas as fragilidades<br />

e gargalos que estão<br />

atrapalhando no crescimento<br />

e na produtividade de seus<br />

produtos e serviços. Após essa<br />

etapa é elaborado um mapa<br />

de cada empresa contendo<br />

todas as melhorias necessárias<br />

e na sequência desenvolvido<br />

um plano de ação que deve<br />

ser implantado e aperfeiçoado<br />

conforme a evolução e ganhos<br />

de cada participante.<br />

A ABDI, além dos recursos financeiros,<br />

participa da aplicação,<br />

do desenvolvimento e o<br />

acompanhamento dos resul-


ma. Em setembro de 2017 termina<br />

o segundo ciclo de aplicação,<br />

encerrada essa etapa, será feito<br />

um levantamento geral e detalhado<br />

de cada empresa para saber<br />

a evolução e as necessidades<br />

que ainda precisam ser sanadas<br />

para analisar a continuidade do<br />

PDCA e se determinadas empresa<br />

ainda continuaram no<br />

programa ou se já ganharam a<br />

maturidade de gestão para andarem<br />

com as próprias pernas,<br />

tanto no fornecimento para a<br />

Embraer, quanto para a internacionalização.<br />

Desembolsos<br />

com verbas públicas:<br />

2014<br />

1º PDCA<br />

Valor Total: R$ 1.047.959,20<br />

Participação ABDI:<br />

R$ 940.546,00 (90%)<br />

Contrapartida CECOMPI:<br />

R$ 107.413,20 (10%)<br />

Participação ABDI:<br />

R$ 794.162,90 (90%)<br />

Contrapartida CECOMPI:<br />

R$ 88.922,88 (10%)<br />

Total PDCA (1º e<br />

2º ciclo) = R$ 1.931.044,98<br />

Resultados da Indústria<br />

Aeronáutica Brasileira com<br />

apoio do PDCA.<br />

O setor aeronáutico no Brasil<br />

se destaca por sua alta intensidade<br />

tecnológica, altos<br />

investimentos em P,D&I, elevado<br />

grau de exportação de<br />

produtos, além da grande<br />

potencialidade de transbordamento<br />

de tecnologias para<br />

outros setores industriais. O<br />

setor movimenta cerca de US$<br />

7 bilhões, o que representa<br />

algo como 2% do PIB geral do<br />

país. Em 2016, o percentual<br />

de participação do setor nas<br />

exportações totais foi 3,9% -<br />

(US$ 7.259.818.457 FOB). Em<br />

relação a 2015 houve um aumento<br />

de 2,3% da participação<br />

das peças aeronáuticas no<br />

total de exportações do setor.<br />

As empresas deste setor inovam<br />

por meio e em função<br />

de produtos, mercados, eficiência,<br />

qualidade ou por sua<br />

capacidade de aprendizado e<br />

de implementação de mudanças,<br />

na busca de sua competitividade<br />

e oportunidades de<br />

ingresso em novos mercados.<br />

Além disso, as pequenas e médias<br />

empresas fornecedoras<br />

da cadeia produtiva aeronáutica<br />

brasileira têm uma particularidade<br />

que merece ser observada<br />

na sua relação com a<br />

empresa integradora do setor.<br />

A despeito de abrigar a Embraer,<br />

terceira maior fabricante<br />

de jatos comerciais do mundo,<br />

a cadeia de suprimentos<br />

nacional de pequeno e médio<br />

porte, não se inseriu nas redes<br />

globais como em outros países:<br />

muitas delas não conseguiram<br />

diversificar atividades<br />

e portfólio de clientes, e dependem<br />

quase exclusivamente<br />

da fabricante de aviões.<br />

Neste setor, a Embraer é a principal<br />

responsável pela geração<br />

de emprego e renda nesse setor<br />

de alta tecnologia, que<br />

gera produtos de altíssimo valor<br />

agregado. Tal fato traz rebatimentos<br />

para sua rede de<br />

fornecedores e parceiros industriais,<br />

que precisam acompanhá-la<br />

pari passu na vanguarda<br />

da tecnologia aeronáutica.<br />

Segundo dados da Associação<br />

das Indústrias Aeroespaciais do<br />

Brasil (AIAB), esse setor gera<br />

aproximadamente no país um<br />

total de 50 mil empregos diretos<br />

e indiretos.<br />

nhecida mundialmente como<br />

uma atividade industrial que<br />

gera alta agregação de valor,<br />

geradora de empregos de alto<br />

nível, sendo percebida como<br />

alto valor estratégico para os<br />

fabricantes globais Airbus,<br />

Boeing e a canadense Bombardier.<br />

No Brasil, o setor é reconhecido<br />

por sua reconhecida<br />

inteligência de mercado, quer<br />

seja a capacidade da empresa<br />

líder de reconhecer nichos do<br />

mercado global e investir nos<br />

que possuem alta probabilidade<br />

de sucesso. Exemplos disso<br />

Brasília, ERJ-145, E-Jets, Sistema<br />

Astros etc. O setor também<br />

conta com reconhecidos<br />

institutos e centros de pesquisa<br />

que detêm excelente base<br />

tecnológica, em diversas regiões<br />

do país.<br />

Os investimentos do setor são<br />

direcionados basicamente pelas<br />

demandas do mercado e<br />

pelos elevados montantes envolvidos<br />

para a amortização<br />

gradual ao longo dos longos<br />

ciclos dos produtos – em geral,<br />

de 15 a 25 anos. Estão estimados<br />

investimentos da ordem<br />

2018, decorrentes do programa<br />

FX-2 (novo caça da Força<br />

Aérea Brasileira – FAB) e de<br />

novos projetos em fase de desenvolvimento<br />

nas empresas<br />

do setor. A Embraer deverá<br />

fazer investimentos importantes<br />

em virtude do desenvolvimento<br />

da sua nova geração<br />

de jatos comerciais, o E-2, (em<br />

torno de R$ 3,5 bilhões), bem<br />

como pela continuidade dos<br />

projetos de novos jatos executivos<br />

(Legacy 450 e 500) e da<br />

conclusão do desenvolvimento<br />

(certificação e implantação<br />

2016<br />

2º PDCA<br />

Valor Total: R$ 883.085,78<br />

A indústria aeronáutica é reco-<br />

são as aeronaves Bandeirante, de R$ 12 bilhões entre 2015- da capacidade produtiva) do<br />

34 aviação & mercado aviação & mercado 35


cargueiro militar KC-390. Além<br />

desses projetos, a empresa<br />

também realiza investimentos<br />

em pesquisa e desenvolvimento<br />

(P&D) de novas tecnologias,<br />

nem sempre associadas a um<br />

produto específico, mas que<br />

poderão vir a ser integradas a<br />

seus projetos no futuro (P&D –<br />

pré-competitivo).<br />

Apesar dos investimentos previstos<br />

para os próximos anos,<br />

o setor vem sofrendo com a<br />

dificuldade de se atrair investimentos<br />

de risco, com prazos<br />

de carência maiores que 10<br />

anos. Destaque-se que nos países<br />

centrais, os fabricantes aeronáuticos<br />

recebem subsídios<br />

naturais via compras governamentais<br />

para a Defesa, além<br />

de investimentos em P&D diretamente<br />

nas empresas, com as<br />

encomendas tecnológicas. Tal<br />

fato pode afetar significativamente<br />

a manutenção da competitividade<br />

da empresa líder,<br />

para sua próxima geração de<br />

aeronaves comerciais, num cenário<br />

onde a competitividade<br />

é medida globalmente.<br />

A despeito do bom desempenho<br />

da empresa líder do setor,<br />

sua cadeia produtiva ainrio<br />

da inovação e a geração<br />

de novas tecnologias são fundamentais<br />

para o futuro de<br />

qualquer empresa, e o desenvolvimento<br />

de soluções tecnológicas<br />

críticas cria competências<br />

internas fundamentais ao<br />

negócio das PMES da cadeia<br />

produtiva aeronáutica, principalmente,<br />

num contexto de<br />

necessidade de investimentos<br />

contínuos em tecnologias<br />

avançadas para o desenvolvimento<br />

de aeronaves cada vez<br />

mais modernas, seguras e eficientes.<br />

Nosso desafio é acelerar as<br />

inovações hoje realizadas pelas<br />

empresas do setor para alcançar<br />

a liderança tecnológica<br />

e enfrentar a competição nos<br />

mercados globais. Importante<br />

destacar que este projeto permite<br />

ainda elevar o investimento<br />

privado em P,D&I, meda<br />

é frágil, com empresas de<br />

pequeno e médio porte em<br />

sua grande maioria, ou seja,<br />

o adensamento da cadeia<br />

produtiva ainda carece, de<br />

políticas públicas focadas na<br />

melhoria da produtividade,<br />

gestão e inovação da base de<br />

fornecedores nacionais.<br />

Neste contexto, o PDCA de<br />

iniciativa conjunta da ABDI e<br />

da empresa líder, tem como<br />

objetivo fortalecer a cadeia<br />

e torná-la mais competitiva.<br />

Para os fornecedores, além<br />

dos óbvios atrativos de melhores<br />

resultados, a melhoria<br />

de qualidade e produtividade<br />

permite não apenas ampliar o<br />

fornecimento de peças para a<br />

líder do setor, mas, também,<br />

de fornecerem para outras indústrias.<br />

O programa busca<br />

ampliar a maturidade em gestão<br />

e a capacidade de atendimento<br />

das encomendas que o<br />

mercado demanda, apoiando<br />

em soluções e desafios tecnológicos<br />

para as empresas da<br />

cadeia nacional.<br />

A ABDI entende que o cenálhorar<br />

o posicionamento de<br />

setores estratégicos na cadeia<br />

global de valor, e ampliar a inserção<br />

da indústria brasileira<br />

no comércio internacional.<br />

Destaque-se que pesquisas realizadas<br />

no Brasil e nos EUA<br />

demonstram que as empresas<br />

usuárias dos conhecimentos<br />

nas áreas de Lean Manufacturing,<br />

finanças, qualidade,<br />

supply chain, engenharia de<br />

manufatura e conscientização<br />

aeronáutica ou de modelos<br />

sistêmicos de gestão apresentam<br />

melhorias expressivas dos<br />

seus resultados, com impactos<br />

na inovação e na produtividade.<br />

Resultados como redução<br />

do tempo de entrega de produtos,<br />

redução dos desperdícios<br />

de matérias primas e no<br />

número de peças com defeito,<br />

melhoria na utilização da<br />

capacidade instalada de máquinas<br />

e do ciclo operacional,<br />

capacidade de implementar<br />

controles de custos, de atendimento<br />

ao cliente e de vendas,<br />

melhoria geral no ambiente<br />

organizacional, impactam na<br />

produtividade e maturidade<br />

das empresas, bem como em<br />

sua competitividade.<br />

Acrescente-se ainda que empresas<br />

compradoras como<br />

Embraer, Bombardier, Boeing<br />

e Airbus tentam se fortalecer<br />

no mercado através do<br />

aprofundamento de especialidades<br />

e de competências,<br />

e com a aquisição de bens e<br />

serviços em outras empresas,<br />

que constituem a sua rede de<br />

fornecedores. Esta estratégia<br />

realça a importância dos fornecedores<br />

no desempenho da<br />

empresa demandante, não so-<br />

36 aviação & mercado aviação & mercado 37


mente visando a redução de<br />

custos, mas, envolvendo também<br />

questões como acesso a<br />

tecnologias e conhecimentos.<br />

Assim, a aquisição de bens e<br />

serviços altamente especializados<br />

pode trazer para a empresa<br />

compradora a aquisição de<br />

especialidades e competências<br />

dos fornecedores, ou seja, a<br />

empresa passa a ter o papel de<br />

incentivar e acompanhar o desenvolvimento<br />

e a fabricação<br />

de um determinado produto<br />

ou processo produtivo.<br />

Desde o início do programa,<br />

em 2010, a participação de fabricantes<br />

locais de peças, componentes<br />

e montagens nos aviões<br />

da empresa líder Embraer,<br />

mais que dobrou nos últimos<br />

cinco anos, passando de 32 mil<br />

tipos de peças em 2010 para 66<br />

mil em 2016. Essa transforma-<br />

ção não veio por acaso, mas,<br />

sim, em função do PDCA, que<br />

tem tornado a cadeia local de<br />

fornecedores mais competitiva,<br />

preparando essas empresas<br />

para eventualmente exportar<br />

os produtos e serviços desenvolvidos<br />

no País.<br />

Somente em 2015 a cadeia local<br />

entregou 5 milhões de peças<br />

para a fabricação de aeronaves,<br />

que já estão sendo usadas também<br />

na produção dos protótipos<br />

dos novos jatos comerciais, os E-<br />

-Jets E2, e no avanço do cargueiro<br />

KC-390. Esse volume é aproximadamente<br />

3 vezes maior,<br />

quando comparado com o que<br />

foi produzido em 2010. Em faturamento,<br />

o aumento também<br />

foi expressivo: o volume financeiro<br />

de vendas dessas empresas<br />

para a fabricante de aviões cresceu<br />

73% no mesmo período.<br />

O PDCA traz as condições<br />

para que as cerca de 70 PMES<br />

da cadeia de fornecedores<br />

se tornem independentes da<br />

empresa líder, busquem alternativas<br />

e capacidades tecnológicas,<br />

identificando também<br />

oportunidades de transbordamentos<br />

tecnológicos e de<br />

competências para outros setores<br />

produtivos.<br />

Em razão disso, essa mesma<br />

cadeia já começou a despertar<br />

o interesse de grandes<br />

players internacionais. Além<br />

disso, nos últimos 4 anos a cadeia<br />

nacional de suprimentos<br />

aumentou sua infraestrutura<br />

em 15.400 metros quadrados<br />

em ampliação de área fabril<br />

e a aquisição de novas máquinas<br />

gerou um investimen-<br />

38 aviação & mercado aviação & mercado 39


to de R$ 167 milhões. Nesse<br />

mesmo período, constatou-se<br />

um aumento de 1.200 postos<br />

de trabalho.<br />

Para a empresa fornecedora<br />

Alltec, o PDCA propiciou as<br />

condições necessárias e a visão<br />

estratégica, viabilizando<br />

a diversificação da carteira de<br />

clientes da empresa. A empresa<br />

aumentou para 30% o<br />

percentual de vendas destinados<br />

a outros setores. Antes<br />

do Programa, este percentual<br />

ficava entre 5% a 10%. Esta<br />

diversificação trouxe maior<br />

segurança para a gestão de<br />

negócios da Alltec, e aos seus<br />

clientes.<br />

A empresa fornecedora Pan-<br />

-Metal mudou sua visão estratégica,<br />

e começou a estudar as<br />

potencialidades do mercado<br />

40 aviação & mercado aviação & mercado 41


internacional. Em menos de 4<br />

anos a empresa, especializada<br />

em usinagem, desenvolveu<br />

tecnologia para a montagem<br />

do piso dos aviões, onde espera<br />

um incremento gradual nas<br />

vendas em função do E2.<br />

Destaque-se, também, que<br />

algumas empresas desenvolveram<br />

novas tecnologias para<br />

o KC 390 (gun drilling, estrutura<br />

do pára-brisas e peças<br />

de grandes dimensões e para<br />

o E2 (usinagem em inconel,<br />

montagens estruturais e usinagem<br />

de alta complexidade).<br />

A cadeia produtiva investiu<br />

em máquinas de 4 e 5 eixos,<br />

almejando a fabricação de peças<br />

de maior complexidade,<br />

como montagens de conjuntos,<br />

para futuramente termos<br />

empresas de nível tier 2.<br />

Os dados acima são especialmente<br />

relevantes, quando<br />

consideramos o cenário da<br />

produção industrial no País.<br />

De acordo com o IBGE, em<br />

outubro 2016, o acumulado<br />

dos 12 meses anteriores mostrava<br />

uma queda de 8,4%<br />

na produção industrial. Na<br />

categoria de bens de capital,<br />

onde o setor se encaixa,<br />

a queda foi ainda mais acentuada:<br />

17,4% no acumulado<br />

dos últimos 12 meses.<br />

A ABDI entende que o desafio<br />

da sobrevivência das organizações,<br />

aliado à competitividade<br />

e à agilidade tecnológica, faz<br />

emergir novas técnicas gerenciais,<br />

as quais buscam manter<br />

as organizações em um cenário<br />

constante de mudanças,<br />

desenvolvendo sistemas administrativos<br />

eficientemente<br />

ágeis e suficientemente fortes<br />

para os padrões estabelecidos<br />

pela nova formação econômica<br />

da sociedade. “A globalização<br />

da economia e o surgimento<br />

rápido e contínuo de<br />

novas tecnologias impõem-se<br />

como forma de mobilizar as<br />

organizações para a obtenção<br />

do grau máximo de competitividade,<br />

modernidade e qualidade,<br />

de modo a assegurarem<br />

sua sobrevivência e o seu<br />

crescimento”.<br />

Para Maria Luisa, o PDCA<br />

tem se mostrado fundamental<br />

para as empresas, como<br />

um diferencial no mercado<br />

competitivo. O PDCA já é<br />

um programa efetivo e de<br />

sucesso, uma vez que a gestão<br />

da inovação é essencial<br />

dentro de qualquer organização<br />

que tenha em seus<br />

objetivos estratégicos o desenvolvimento<br />

constante de<br />

novos produtos e processos,<br />

ou aperfeiçoamento significativo<br />

desses. m<br />

42 aviação & mercado aviação & mercado 43


Montando seu<br />

Curriculum<br />

Por Alexandre Scoth,<br />

consultor de carreira<br />

Detalhamento<br />

do curriculum<br />

Informações do candidato:<br />

Nome:<br />

FELIPE DE ABREU SANTORO<br />

Preferencialmente com tamanho<br />

em destaque e negrito, utilize<br />

tipos de letras simples como:<br />

Arial, calibri ou verdana tamanho<br />

16 negrito.<br />

Dados Pessoais:<br />

Rua Brasil, 218<br />

Jardim Alto Vento<br />

CEP.: 15112-280<br />

Cidade: Rio Santo - CE<br />

(85) 2734-2467 /<br />

(85) 9767-4767.<br />

e-mail:<br />

felipe.abreu@yahoo.com.br<br />

Preferencialmente em fonte pequena<br />

tamanho 8 ou no máximo<br />

10, pois o mais importante é<br />

ter seus telefones e endereço de<br />

e-mail corretamente grafados.<br />

Meus caros amigos.<br />

É com muita satisfação que<br />

iniciamos esse trabalho por este<br />

passo, pois ele é o início de tudo. Considero<br />

o curriculum um verdadeiro cartão de visitas, pois é<br />

através dele que a empresa e o selecionador terão acesso as<br />

suas informações e imagem. Sugiro aqui um modelo simples para a<br />

aviação comercial, conheço uma série de outros modelos, mas acredito<br />

que o mais simples é o mais eficaz. Vou detalhar a importância de cada<br />

sessão do curriculum para que você não tenha dúvidas.<br />

A primeira dica é válida para<br />

qualquer tipo de trabalho.<br />

O currículo é uma amostra do<br />

que é o profissional.<br />

Por isso, deve ser bonito e<br />

agradável de ler.<br />

Faça-o de maneira que possua<br />

harmonia, como por exemplo,<br />

utilizar o mesmo tamanho<br />

de fonte para todos os<br />

subtítulos, talvez os deixando<br />

em negrito e utilizar tópicos<br />

ou quadros.<br />

Cuidado com o e-mail utilizado:<br />

não coloque aquele endereço<br />

que você criou na adolescência.<br />

Insira algum mais sério. Crie<br />

um novo se necessário.<br />

E não elogie a si mesmo, nem<br />

que sejam supostas qualidades.<br />

Prefira contar experiências<br />

profissionais e vivências<br />

relevantes.<br />

Evite endereços de e-mails<br />

com _ (underline) ou – (traço),<br />

o mais comum é o famoso.(ponto)<br />

Exemplos:<br />

felipe.abreu@yahoo.com.br<br />

No momento do cadastramento<br />

de seu e-mail em banco<br />

de dados, estes caracteres<br />

podem ficar desapercebidose<br />

em uma convocação você não<br />

receba o tão esperado chamado.<br />

Detalhes pessoais:<br />

1,75 cm, 72 kg<br />

Olhos castanhos,<br />

cabelos castanho claro.<br />

Brasileiro, solteiro, 25 anos.<br />

Documentos:<br />

CMA: 15680<br />

Validade: 22/08/2017.<br />

CCT: ANAC<br />

Aprovado em: 11/03/2010.<br />

Atenção com a data de validade<br />

dos seus exames médicos, pois<br />

as empresas geralmente não<br />

convocam com eles vencidos ou<br />

por vencer a curto prazo.<br />

FELIPE DE ABREU SANTORO<br />

Rua Brasil, 218 – Jardim Alto Vento<br />

CEP: 15112 - 280 – Cidade: Rio Santo - CE<br />

(85) 2734-2467 / (85) 9767-4767.<br />

e-mail: felipe.abreu@yahoo.com.br<br />

Detalhes pessoais:<br />

1,75m, 72kg, olhos castanhos,<br />

Cabelos castanhos claros.<br />

Brasileiro, solteiro, 25 anos.<br />

Documentos:<br />

CMA: 156800 – Validade: 22/08/2017.<br />

CCT: ANAC Aprovado em: 11/03/2010.<br />

OBJETIVO: Atuar como (sua profissão)<br />

FORMAÇÃO ACADÊMICA:<br />

Graduação<br />

08/2006 – 11/2009 UNIFOR, Ceará<br />

Licenciatura em Educação Física<br />

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:<br />

Auxiliar de escritório<br />

06/2008 – 06/2010 Fontoura Imobiliária Empreendimentos, Ceará.<br />

Contas a pagar e controle de caixa.<br />

Recepcionista bilíngue<br />

06/2007 – 08/2007 Restaurante Vargas, Ceará.<br />

Atendimento ao Cliente.<br />

MODELO<br />

Técnico de Urna<br />

08/2006 - 11/2006 Manutenção e correção de erros do sistema operacional<br />

das urnas eletrônicas e inserção de lacres.<br />

CURSOS EXTRACURRICULARES:<br />

Comissário de Voo<br />

03/2009 – 07/2009 Air Fly Training Center Escola de <strong>Aviação</strong> – Ceará<br />

Atendimento ao Cliente<br />

Maio 2009 - 16 horas SENAC Fortaleza – CE<br />

Simulado em Processos Seletivos<br />

Dezembro 2009 - 08 horas Instituto Melhorando Pessoas – SP<br />

IDIOMAS: Inglês – Avançado (CNA)<br />

Espanhol – Intermediário (CNA)<br />

44 aviação & mercado aviação & mercado 45


Como obter sucesso em processos seletivos<br />

- Introdução ao Dicas do Scoth<br />

No campo Objetivo, seja direto<br />

e claro. Atuar como Comissário<br />

de Voo.<br />

Foto:<br />

A Foto é um diferencial muito<br />

bem percebido e admirado<br />

pelos selecionadores, sendo<br />

assim seguem algumas dicas<br />

bem importantes.<br />

A qualidade da foto está relacionada<br />

com o quanto você<br />

estima pela sua apresentação<br />

pessoal, portanto, vale a<br />

pena investir na qualidade,<br />

de preferência executada por<br />

profissionais, neste momento<br />

da sua caminhada, não é interessante<br />

economizar com este<br />

detalhe.<br />

Até aqui acredito que você já<br />

investiu bem na sua carreira,<br />

então, veja algumas dicas e a<br />

nossa indicação de um profissional<br />

competente.<br />

Tamanho<br />

aproximado:<br />

5 x 7 cm<br />

Mulheres: Cabelos preferencialmente<br />

presos, maquiagem<br />

completa, traje social (evite<br />

uniforme da escola, pois a<br />

propaganda deve ser sua e<br />

não da escola que você se formou),<br />

não existe a obrigatoriedade<br />

de usar lenço, porém<br />

não há problema também se<br />

você desejar, eu particularmente<br />

sempre indico um belo<br />

sorriso natural, pois apresenta<br />

uma expressão leve e feliz.<br />

Homens: Cabelo sempre bem<br />

cortado, barba impecável, traje<br />

de terno e gravata obrigatoriamente,<br />

nada de maquiagem<br />

para homens, pois as<br />

empresas não veem isso com<br />

bons olhos, sorriso sempre.<br />

Itens comuns, como aparelhos<br />

ortodônticos podem até sair<br />

nas fotos, mas com seus detalhes<br />

sempre em transparente<br />

ou prateado, nada de itens<br />

coloridos.<br />

As empresas internacionais<br />

não gostam de candidatos de<br />

aparelhos ortodônticos, pois<br />

logo pensam no tratamento<br />

e que isso pode interferir de<br />

alguma forma na sua disponibilidade<br />

de trabalho.<br />

Bem, voltando as informações<br />

no seu curriculum.<br />

Formação Acadêmica:<br />

Local onde você deverá inserir<br />

sua ultima formação acadêmica,<br />

seja ela ensino médio<br />

ou graduação, pós-graduação<br />

entre outras, não é aqui que<br />

você vai inserir o curso de comissário.<br />

Preferencialmente registre somente<br />

sua última formação<br />

completa, ou deixe o termo<br />

(cursando) ao final, pois assim<br />

evita a impressão de ter deixado<br />

de lado, a palavra incompleto<br />

pode trazer uma mensagem<br />

negativa, diga matrícula<br />

trancada ou algo pertinente.<br />

Formação Técnica:<br />

roclube São Paulo – 120 horas<br />

– Fev a Abr 2015<br />

Curso de Mecânico de Aeronaves:<br />

EWM School – 130 horas<br />

– Módulo Célula - 2016<br />

Curso Técnico em Hotelaria:<br />

SENAC SP – 300 horas – 2005<br />

Experiência Profissional:<br />

Exemplo:<br />

06/2001 a 10/2004: Assistente<br />

Administrativo – General<br />

Afonso Comercio Ltda.<br />

08/2010 a 11/2016: Auxiliar de<br />

Finanças – Jundiaí Auto-Peças.<br />

Cursos Extracurriculares:<br />

Como montar um bom currículo - DICAS<br />

DO SCOTH, Dica #01<br />

encher o curriculum de cursos,<br />

é necessário colocar eles<br />

em prática, pois ficam visível<br />

no momento da entrevista os<br />

candidatos que são colecionadores<br />

de certificados e os que<br />

tiram proveito das experiências<br />

adquiridas.<br />

Exemplo: Preparação para<br />

entrevistas - Treinamentos<br />

100% Ltda. - 12 horas - Abril<br />

2008<br />

Instrutor de Voo –<br />

Aeroclube do Goiás - 60 horas<br />

- Agosto 2012<br />

Seus cursos extracurriculares,<br />

ou seja, os que não são obrigatórios<br />

por conta de uma<br />

formação, devem e podem ser<br />

destacado nesta área, pois eu<br />

particularmente indico que<br />

sejam registrados para que o<br />

selecionador tenha informações<br />

a seus respeito.<br />

Conversando com amigos selecionadores,<br />

todos são a favor<br />

do que vou comentar com<br />

você aqui, e o convido a fazer<br />

uma pergunta a si próprio.<br />

Se você fosse um selecionador<br />

ou dono de empresa, desejaria<br />

um candidato que se formou<br />

há algum tempo e nunca<br />

mais procurou se aprimorar?<br />

Ou um candidato que neste<br />

tempo de espera pela oportunidade<br />

realizou cursos extras<br />

por conta própria? se mantendo<br />

atualizado e investindo na<br />

sua carreira.<br />

Acredito que sua resposta é a<br />

segunda opção, e é ela mesmo<br />

que ouvi destes seleciona-<br />

Suas experiências profissionais<br />

Local onde você deverá inserir<br />

são muito válidas nesse momento,<br />

Idiomas:<br />

suas formações técnicas, aqui<br />

e não podemos deixar<br />

devemos inserir o curso de comissário<br />

de registrar as mais importan-<br />

de voo entre outros<br />

tes ou relevantes para o cargo<br />

cursos técnicos que você tenha<br />

objetivado.<br />

realizado.<br />

Neste campo, de preferência<br />

Curso de Comissário de Voo:<br />

para descrever apenas o cargo,<br />

Escola ABCFly Santo André –<br />

empresa que atuou e o tempo<br />

242 horas - Set a Dez 2013<br />

que esteve na função, pois é<br />

Neste campo, temos que deixar<br />

claro o seu nível do idioma<br />

Curso de Piloto Comercial: Ae-<br />

comum os candidatos escreverem<br />

5 a 8 linhas do que foi feito<br />

dominado, pois o selecionador<br />

neste trabalho, mas o candidato<br />

não vai e nem tem tempo<br />

pode cometer um equívoco<br />

para adivinhar seu nível.<br />

terrível, escrevendo situações<br />

que podem o comprometer na<br />

hora da entrevista.<br />

Eu costumo indicar meus alunos<br />

nos treinamentos a ser o<br />

mais sucinto possível, pois estas<br />

argumentações podem ser<br />

valiosas para você na hora da<br />

Enviando de forma correta seu Currículo -<br />

entrevista.<br />

dores, mas não basta somente DICAS DO SCOTH, Dica #02<br />

46 aviação & mercado aviação & mercado 47


Como cadastrar-se nos sites de companhia<br />

aéreas - DICAS DO SCOTH, Dica #03<br />

bem vindo, mas não são todas<br />

as empresas que dão oportunidades<br />

para seleções, consulte<br />

sempre na época com<br />

alguma pessoa que esteja<br />

trabalhando na empresa para<br />

que tenha maior chance de<br />

ser convocado.<br />

Trabalho Voluntário:<br />

Revisão final:<br />

Peça a pelo menos 3 pessoas<br />

para revisarem seu currículo,<br />

principalmente se alguma<br />

delas trabalhar na área da<br />

aviação.<br />

Elas poderão encontrar erros<br />

gramaticais ou mesmo apontar<br />

possíveis formas de melhorar<br />

a apresentação.<br />

serir imagem, a insira no canto<br />

esquerdo superior, mesmo<br />

que ela saia de alinhamento,<br />

não há problema, vamos configurar<br />

ela juntos.<br />

Clique com o botão direito do<br />

mouse em cima da foto, formatar<br />

imagem, na aba layout,<br />

a opção “na frente”, depois<br />

na aba tamanho, insira os valores<br />

“2,76” para a altura e<br />

“1,97” para a largura” equivale<br />

a 5x7 cm.<br />

Agora arraste para posicioná-la<br />

no local correto.<br />

Apresentação Pessoal para processos<br />

seletivos - DICAS DO SCOTH, Dica #04<br />

FELIPE DE ABREU SANTORO<br />

Rua Brasil, 218 – Jardim Alto Vento<br />

CEP: 15112 - 280 – Cidade: Rio Santo - CE<br />

(85) 2734-2467 / (85) 9767-4767.<br />

e-mail: felipe.abreu@yahoo.com.br<br />

Cuidado, pois diversas escolas<br />

Apenas um detalhe, a impressão,<br />

porém é um diferencial<br />

utilizam nomes distintos de<br />

níveis, mas o correto e mais<br />

enorme.<br />

simples é como no exemplo<br />

Escolha por algum tipo destes<br />

abaixo.<br />

papeis.<br />

Caso tenha as fotos impressas,<br />

Exemplo:<br />

Papel tipo: canson, couche, fotográfico<br />

são os mais indica-<br />

pode ser coladas também, tomando<br />

o cuidado no excesso<br />

Inglês – Nível intermediário<br />

Inglês – ICAO 4 – Prova Santos<br />

dos.<br />

da cola.<br />

Dumont ( Pilotos )<br />

Qualidade da impressão: se<br />

Caso você tenha feito sua foto<br />

Algumas informações podem<br />

impresso a laser, de preferência<br />

pelo canson ou couche, se<br />

no Studio Foto Sanjer, você já<br />

ser inseridas para facilitar a Este campo é bem especial,<br />

receberá um cdroom com os<br />

compreensão do curriculum pois não é todo e qualquer<br />

a impressora jato de tinta utilize<br />

o papel fotográfico para<br />

tamanhos apropriados tanto<br />

Se você tiver cursando ainda trabalho voluntário que pode Serviço Grátis:<br />

para o curriculum, bem como<br />

esse nível, deixe claro, pois ser inserido no seu curriculum, O Instituto Melhorando Pessoas<br />

tem este trabalho to-<br />

gráficas, eles saberão a me-<br />

impressões caseiras, já em<br />

o site do elancers.<br />

assim perceberão que você muitos candidatos colocam<br />

ainda está estudando, pode esse item, acreditando que talmente grátis há mais de 8<br />

lhor maneira de imprimir seu<br />

ser inserido também se é em pode ser bem avaliado, porém anos, basta você nos enviar<br />

curriculum.<br />

O envelope não tem necessidade<br />

de ser algum tipo especí-<br />

É fundamental acreditar no<br />

escola ou particular.<br />

pode ser um tiro pela culatra, seu curriculum para uma avaliação,<br />

envie para o e-mail<br />

almente da seguinte forma,<br />

A foto pode ser inseria manu-<br />

seu trabalho, portanto, seja<br />

Cuidado, deixe claro seu nível: pois é bom você ter boas argumentações<br />

sobre esta expe-<br />

alexandre.scoth@melhoran-<br />

em arquivo tipo Word, siga os<br />

fico, pois o mais importante é<br />

bem positivo, deposite todas<br />

Básico, Intermediário, Avançado<br />

ou Fluente.<br />

riência, voluntariado é todo dopessoas.com.br com o as-<br />

seguintes passos, clique em in-<br />

ser novo e limpo, a cor pouco<br />

suas melhores energias na<br />

importa.<br />

confecção deste seu CARTÃO<br />

No momento as empresas não trabalho exercido em prol de sunto Revisão de CV e dentro<br />

Deixe-o sempre em local de fácil<br />

acesso, e preferencialmente<br />

DE VISITAS.<br />

estão convocando candidatos alguém ou algum lugar de de até 5 dias será revisado e<br />

Ele será<br />

que se encontram no nível básico,<br />

portanto, é fundamental ção comercial.<br />

gar ou encaminhar na hora<br />

bom grado e sem remunera-<br />

devolvido ao emissor.<br />

no seu e-mail para poder pe-<br />

o atalho<br />

para seu<br />

que você se dedique ao máximo<br />

para evoluir seu nível, certas e combinando com seus<br />

No momento da convocação<br />

Sabendo colocar as palavras<br />

que necessitar.<br />

SUCESSO. m<br />

sempre pensando em aprimorar,<br />

pois nas empresas existem<br />

testes contínuos para validar<br />

uma espécie de ranking, isso<br />

pode influenciar na sua posição<br />

na empresa.<br />

valores pessoais, você pode<br />

impressionar positivamente o<br />

selecionador.<br />

Mas saiba que o mais importante<br />

é o bem que pode fazer<br />

aos outros e não somente<br />

da entrevista é fundamental<br />

você sempre levar um CV atualizado,<br />

pois é de bom tom,<br />

entregar um novo no momento<br />

que for chamado para fazer<br />

sua primeira apresentação<br />

O idioma Espanhol é muito para encher seu curriculum.<br />

DESAFIO: Primeiro Mês (5 metas) pessoal.<br />

48 aviação & mercado aviação & mercado 49<br />

Detalhes pessoais:<br />

1,75m, 72kg, olhos castanhos,<br />

Cabelos castanhos claros.<br />

Brasileiro, solteiro, 25 anos.<br />

Documentos:<br />

CMA: 156800 – Validade: 22/08/2017.<br />

CCT: ANAC Aprovado em: 11/03/2010.<br />

OBJETIVO: Atuar como (sua profissão)<br />

FORMAÇÃO ACADÊMICA:<br />

Graduação<br />

08/2006 – 11/2009 UNIFOR, Ceará<br />

Licenciatura em Educação Física<br />

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:<br />

Auxiliar de escritório<br />

06/2008 – 06/2010 Fontoura Imobiliária Empreendimentos, Ceará.<br />

Contas a pagar e controle de caixa.<br />

Recepcionista bilíngue<br />

06/2007 – 08/2007 Restaurante Vargas, Ceará.<br />

Atendimento ao Cliente.<br />

Técnico de Urna<br />

08/2006 - 11/2006 Manutenção e correção de erros do sistema operacional<br />

das urnas eletrônicas e inserção de lacres.<br />

CURSOS EXTRACURRICULARES:<br />

Comissário de Voo<br />

03/2009 – 07/2009 Air Fly Training Center Escola de <strong>Aviação</strong> – Ceará<br />

Atendimento ao Cliente<br />

Maio 2009 - 16 horas SENAC Fortaleza – CE<br />

MODELO<br />

Simulado em Processos Seletivos<br />

Dezembro 2009 - 08 horas Instituto Melhorando Pessoas – SP<br />

IDIOMAS: Inglês – Avançado (CNA)<br />

Espanhol – Intermediário (CNA)


Venda seu voo<br />

Ficha técnica<br />

Para você ler, assistir<br />

e rever quando quiser!<br />

Nome: Aline Alves de Oliveira<br />

Indaiatuba - SP<br />

Nacionalidade: Brasileira<br />

Estado Civil: solteira<br />

Idade: 26 anos<br />

E mail: oalves.aline@gmail.com<br />

Detalhes pessoais:<br />

1,67cm, 68 kg, olhos castanhos<br />

Cabelos castanhos escuros.<br />

Documentos:<br />

CMA: 255357 - Validade: 08/11/2019<br />

CCT: ANAC aprovada em: 02/2015<br />

OBJETIVO: Atuar como Comissária de Voo<br />

FORMAÇÃO ACADÊMICA:<br />

Graduação<br />

02/2010 - 07/2014 FATEC ID - Indaiatuba - SP<br />

tecnologia em gestão empresarial<br />

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:<br />

Gerente Operacional Júnior<br />

10/2016 – Atualmente Pousada Grajagan Surf Resort - Ilha do Mel PR<br />

Supervisão de equipe, contas a pagar<br />

e receber, RH e rotinas comerciais.<br />

Assistente Administrativo<br />

11/2015 - 09/2016 Pousada Grajagan Surf Resort - Ilha do Mel PR<br />

auxílio financeiro, rotinas comerciais,<br />

controle de estoque e recepcionista bilíngue.<br />

Assistente de vendas<br />

10/2010 – 06/2015 Lubeka Indústria e Comércio - Indaiatuba SP<br />

Prospecção de clientes, negociação direta e pós-vendas.<br />

Acesse e confira em www.aviacaoemercado.com.br<br />

na aba EDIÇÕES onde você terá acesso a todas<br />

as 7 edições, e no site a vários assuntos interessantes.<br />

CURSOS EXTRACURRÍCULARES:<br />

Comissária de Voo<br />

08/2014 a 12/2014 Edapa Escola de <strong>Aviação</strong> Civil - Campinas SP<br />

IDIOMAS:<br />

Inglês - Nível intermediário<br />

Errata: na edição 7, nesta seção Venda seu Voo, o nome correto é<br />

Eduardo Ribeiro Benez e não Euardo Ribeiro Benez, como divulgamos.<br />

ImPerdível: acesse GRÁTIS todas as edições de<br />

<strong>Aviação</strong>&<strong>Mercado</strong>: www.aviaçãoemercado.com.br<br />

https://twitter.com/aviacaoemercado<br />

Siga-nos também:<br />

50 aviação & mercado aviação & mercado 51


A indústria 4.0<br />

e os riscos ao ambiente<br />

de negócios<br />

Texto: Vilso Ceroni<br />

estão familiarizados com termos<br />

como malware, vírus e spam.<br />

Ao mesmo tempo, as ameaças<br />

cibernéticas continuam a crescer.<br />

Quase dois terços (65%) tiveram<br />

seu computador infectado<br />

com malware.<br />

Com a crescente disseminação<br />

de golpes como estes, muitas<br />

pessoas acreditam que os cibercriminosos<br />

se contentam apenas<br />

em roubar os dados financeiros<br />

da vítima. No entanto, os<br />

hackers perceberam um ponto<br />

fraco ao roubarem dados de<br />

cartões de crédito e de contas<br />

bancárias: estas informações<br />

têm vida útil curta. Assim que<br />

a vítima percebe que há algo<br />

de errado, ela faz uma ligação<br />

para o banco e qualquer nova<br />

tentativa de extrair dinheiro<br />

será bloqueada.<br />

Por isso, é mais provável que hackers<br />

roubem os dados pessoais<br />

- como email, CPF ou número<br />

da carteirinha do convênio –<br />

do que os dados financeiros do<br />

indivíduo.<br />

Esses ataques ocorrem também<br />

para roubarem dados de clientes,<br />

fornecedores, funcionários,<br />

transações financeiras e<br />

tecnologias.<br />

O hacker extrair várias informações<br />

pessoais, como data de<br />

nascimento e número do CPF,<br />

poderá gerar uma boa “identidade<br />

digital” do novo alvo.<br />

Essa identidade pode ser muito<br />

mais valiosa na darkweb, pois<br />

as informações não são facilmente<br />

substituíveis.<br />

Ao combinar várias pequenas<br />

informações pessoais compradas<br />

nos mercados clandestinos<br />

do crime cibernético, os fraudadores<br />

podem solicitar cartões<br />

de crédito e empréstimos<br />

no nome da vítima, submeter<br />

declarações de imposto de renda<br />

falsas para obter uma restituição<br />

ou até mesmo fazer um<br />

convênio médico falsificado.<br />

Existe um mercado negro do<br />

cibercrime profissional que é<br />

altamente avançado e vende<br />

dados roubados para os fraudadores<br />

para que possam usá-<br />

-las e cometer crimes de fraude<br />

a bordo das aeronaves mais desenvolvidas.<br />

Todas as mudanças trazem riscos<br />

para os ambientes empresariais<br />

e de negócios, eles vem<br />

de diversas fontes e muitas<br />

vezes as empresas e as pessoas<br />

não estão preparadas para tal<br />

impacto. Na era da indústria<br />

4.0, os crimes cibernéticos crescem<br />

muito rapidamente, e,<br />

em alguns casos as tecnologias<br />

ataques que nunca sabemos<br />

de onde vem e quando vem.<br />

As empresas tem avançado<br />

na procura de proteção para<br />

os riscos cibernéticos e estão<br />

realizando investimentos<br />

pesados em tecnologias de<br />

proteção de dados e de suas<br />

próprias tecnologias, mas em<br />

alguns casos isso não é suficiente,<br />

po. Esse é um exemplo de<br />

caso que tornou-se público,<br />

mas a grande maioria não é<br />

leva a conhecimento público.<br />

Esses mesmos riscos estão muito<br />

latentes na indústria 4.0,<br />

quando falamos de IoT (internet<br />

das coisas) em tradução<br />

livre, que caminha junto com<br />

o desenvolvimento de aero-<br />

O Roubo de dados financeiros e<br />

informações pessoais é um dos<br />

mais problemáticos e em média<br />

36% das empresas e pessoas físicas<br />

já sofreram perdas de arquivos<br />

pessoais como resultado<br />

de ataques cibernéticos<br />

Em pesquisa recente realizada<br />

pela Trend Micro - empresa es-<br />

utilizadas por esses criminosos<br />

um exemplo disso é o naves autônomas, drones,<br />

pecializada na defesa de ameapo.<br />

está muito mais avançada<br />

do que as utilizadas pelas empresas<br />

para se protegerem dos<br />

Yahoo que teve sua base de<br />

dados furtada mais de uma<br />

vez em curto espaço de tem-<br />

etc... sabemos que precisam<br />

de proteção para evitar grandes<br />

desastres. A internet está<br />

ças digitais e segurança na era<br />

da nuvem - foi descoberto que<br />

mais de 90% dos respondentes aos servidores das empresas de identidade e nos negócios.<br />

52 aviação & mercado aviação & mercado 53


Caso a proteção tecnológica fracasse,<br />

como salvar uma empresa<br />

de indenizações gigantescas?<br />

Um dos caminhos é a contratação<br />

de seguros para riscos<br />

tecnológicos e de ataques cibernéticos.<br />

Mas estariam as<br />

seguradoras preparadas para<br />

acompanhar a velocidade das<br />

mudanças e precificar os seguros<br />

de acordo com o verdadeiro<br />

risco?<br />

O que podemos levantar e perceber<br />

é que as seguradoras estão<br />

passando pelo mesmo dilema<br />

de corrida contra o tempo<br />

para adaptar suas equipes e<br />

produtos para que consigam<br />

decifrar os verdadeiros riscos.<br />

Isso está levando a uma mudança<br />

no perfil corporativo das seguradoras,<br />

o foco deixa de ser<br />

a venda e passa a ser na analise<br />

do risco para que de fato<br />

seja calculado, o mais próximo<br />

da realidade, o que de fato poderia<br />

acontecer em um ataque<br />

cibernético a base de dados de<br />

uma empresa e em suas tecnologias.<br />

A mudança do perfil<br />

profissional para esse mercado<br />

também está em ritmo acelerado,<br />

quem estiver preparado<br />

ou com vontade de se preparar<br />

Nadia Alencar – Diretora de tecnologia<br />

da informação da AXA Seguros.<br />

terá excelente oportunidades<br />

no mercado de trabalho.<br />

No Brasil ainda temos o gargalo<br />

do protecionismo, no caso do<br />

mercado de seguros, as vendas<br />

só devem ser feitas por corretores<br />

de seguros e os mesmos,<br />

não podem ser funcionários<br />

das seguradoras, são empresários<br />

ou vendedores autônomos<br />

que tem livre arbítrio para trabalhar<br />

à quantas seguradas e<br />

tipos de produtos que entenderem<br />

como importante para<br />

seus negócios, até ai ok, nada<br />

de errado, tudo dentro da lei.<br />

Mas estariam esses corretores<br />

preparados e treinados para<br />

venderem os produtos de maneira<br />

adequada e que atendam<br />

aos riscos da indústria 4.0? Saberiam<br />

esse profissionais distinguir<br />

qual o melhor seguro e qual seguradora<br />

é melhor para o candidato<br />

a segurado? Não podemos<br />

afirmar que sim, mas sabemos<br />

que a velocidade de mudanças<br />

exige muito estudo com foco no<br />

produto e no perfil do cliente e<br />

não apenas na venda.<br />

E para entender um pouco de<br />

como está o ambiente das segurados,<br />

ouvimos a diretora<br />

de tecnologia da informação<br />

Nadia Alencar, da seguradora<br />

AXA Seguros. Ela comanda na<br />

AXA todas as mudanças e adaptações<br />

que passa a companhia<br />

para estar alinhada com a velocidade<br />

e as necessidades que os<br />

riscos da indústria 4.0 trazem<br />

para o ambiente dos negócios.<br />

1) Como a indústria de seguros<br />

está acompanhando e participando<br />

da evolução 4.0?<br />

Estamos acompanhando atentamente<br />

esse movimento uma<br />

vez que o potencial impacto<br />

é considerável. Diante dessas<br />

mudanças, a forma como precificamos<br />

e acompanhamos o<br />

processo de seguro tende a ter<br />

nova dinâmica, considerando a<br />

profusão de informações disponíveis<br />

em tempo real. Nossa<br />

postura será cada vez mais de<br />

gestores dos riscos e cada vez<br />

menos de “pagadores de sinistros”,<br />

trabalhando principalmente<br />

na prevenção e monitoramento<br />

de riscos.<br />

2) Como está ou será preparado<br />

o portfólio de produtos<br />

para atender o mundo cibernético,<br />

levando em consideração<br />

indenizações gigantescas<br />

em caso de roubo de<br />

dados e de tecnologias?<br />

Como explicado anteriormente,<br />

os novos produtos serão<br />

54 aviação & mercado aviação & mercado 55


cada vez mais voltados a prevenção<br />

de acidentes ou falhas.<br />

A intenção é evitar e prevenir<br />

que o nosso cliente seja<br />

impactado. Trabalhar como<br />

consultores, acompanhando e<br />

dimensionando futuros e possíveis<br />

eventos.<br />

3) Qual o perfil profissional<br />

que será necessário para suprir<br />

a demanda por seguros<br />

tecnológicos e de alta complexidade,<br />

ou seja, ser capaz<br />

para dimensionar o verdadeiro<br />

risco?<br />

Precisamos de profissionais com<br />

domínio em várias áreas de conhecimento,<br />

principalmente<br />

na área de exatas, dispostos a<br />

aprender de forma contínua.<br />

4) A indústria de seguros<br />

no Brasil, está pronta para<br />

atender a indústria 4.0?<br />

Estamos nos preparando de<br />

forma ativa e observando esse<br />

movimento 4.0 para incorporar<br />

na medida do possível esses<br />

elementos em nosso negócio.<br />

5) Os corretores estão envolvidos<br />

com as mudanças<br />

que estão ocorrendo muito<br />

rapidamente?<br />

Os corretores, assim como outros<br />

agentes do processo, estão se<br />

adaptando às novas características<br />

do mercado. Estamos sempre atuando<br />

em parceria com eles para<br />

trocarmos nossas experiências. m<br />

56 aviação & mercado aviação & mercado 57


Os desafios da<br />

Inteligência Artificial<br />

Por Martin Seefelder,<br />

gerente sênior<br />

da Deloitte Brasil<br />

do de forma rápida e, muitas vezes,<br />

imperceptível ao fazer uma<br />

pesquisa no Google com o título<br />

“Strike against automation”.<br />

O primeiro resultado mostrado<br />

é uma notícia sobre uma greve<br />

de operários britânicos contra a<br />

implantação de máquinas modernas<br />

em suas fábricas. Nada<br />

demais, não é? A não ser pelo<br />

fato de a reportagem ser de um<br />

jornal impresso de Ottawa, no<br />

Canadá, de 1956, e que foram<br />

algoritmos de inteligência artificial<br />

que conseguiram “ler” e<br />

“compreender” que este artigo,<br />

outrora perdido no tempo,<br />

se encaixava perfeitamente na<br />

busca feita.<br />

A Inteligência artificial é tão<br />

versátil que pode ser aplicada<br />

em diversas situações, mas é<br />

possível separá-las em duas categorias<br />

básicas: aquela onde<br />

a IA irá complementar o raciocínio<br />

das pessoas e outra na<br />

qual ela substituirá o intelecto<br />

humano por completo. No<br />

primeiro caso, estão reunidas<br />

as ocupações que requerem<br />

algum tipo de interatividade<br />

ou criatividade de uma pessoa.<br />

Um artigo publicado por James<br />

Guszcza, na Deloitte University<br />

Press, mostra que mesmo os<br />

algoritmos preditivos mais simples<br />

obtêm melhores resultados<br />

que especialistas humanos<br />

em uma variedade de assuntos,<br />

como na previsão de como um<br />

paciente reagirá a determinado<br />

tratamento médico. Mesmo<br />

em trabalhos que são inerentemente<br />

criativos, como a arquitetura,<br />

sistemas inteligentes estão<br />

sendo desenvolvidos para<br />

reduzir o tempo de conclusão<br />

de um projeto.<br />

Mas é na segunda categoria,<br />

onde os trabalhos são regidos<br />

por processos, como a maioria<br />

das funções de escritório, ou<br />

que dependem da análise de<br />

informações para tomadas de<br />

decisões, como análise de perfil<br />

de risco para seguradoras,<br />

que a IA tem o potencial de realmente<br />

transformar o mundo<br />

em que vivemos. E exemplos<br />

dessas aplicações não param<br />

de aparecer, desde sistemas<br />

que conseguem automatizar a<br />

análise da declaração de renda<br />

dos clientes de uma empresa<br />

A “Inteligência Artificial” feito de dados. Por exemplo, atividade, trivial para os seres<br />

promete revolucionar a forma<br />

como trabalhamos atualmente.<br />

Assim como as demais<br />

tecnologias da transformação<br />

digital, a IA não é “novidade”<br />

no nosso dia a dia, mas apenas<br />

nas últimas duas décadas foram<br />

resolvidos problemas que<br />

impactavam a performance<br />

de seus sistemas operacionais.<br />

Simplificadamente, tais sistemas<br />

são baseados em algoritmos<br />

que “aprendem” padrões<br />

e, depois, são capazes<br />

de reconhecê-los e fazer predições<br />

com base em um conjunto<br />

incompleto ou imper-<br />

sistemas convencionais conseguem<br />

facilmente reconhecer<br />

textos escritos por editores<br />

virtuais, porém apenas os<br />

“inteligentes” são capazes de<br />

identificar algo escrito a mão<br />

por qualquer pessoa, apesar<br />

das incontáveis variedades de<br />

caligrafias existentes.<br />

Outro grande avanço nos sistemas<br />

de IA das últimas décadas<br />

foi no campo de Machine<br />

Vision (Visão de Máquina), no<br />

qual é possível para um computador<br />

distinguir, por exemplo,<br />

um gato em uma foto<br />

sem a ajuda de ninguém. Esta<br />

humanos, é realmente desafiadora<br />

e complexa para uma<br />

máquina. A combinação dessas<br />

duas faculdades de aprendizado<br />

e visão das máquinas,<br />

junto com tecnologias como<br />

a Internet das Coisas, está<br />

abrindo todo um mundo de<br />

novas possibilidades tecnológicas,<br />

que vão desde a compreensão<br />

de conversação natural<br />

até a direção autônoma<br />

de veículos, algo que já está<br />

se tornando realidade nos Estados<br />

Unidos.<br />

É possível notar como a Inteligência<br />

Artificial está avançan-<br />

58 aviação & mercado aviação & mercado 59


de contabilidade até um caminhão<br />

de entrega de carga totalmente<br />

mecanizado.<br />

Fica claro que, cada vez mais, a<br />

Inteligência Artificial está caminhando<br />

para tornar as oportunidades<br />

de trabalho para o ser<br />

humano cada vez mais escassas.<br />

Existe assim um risco de se criar<br />

um abismo entre um grupo de<br />

profissionais altamente qualificados<br />

e bem remunerados e<br />

outro com baixa especialização<br />

e renda. A faixa intermediária,<br />

da qual é composta a maior<br />

parte da classe média, está altamente<br />

ameaçada. Este desequilíbrio<br />

é tão preocupante<br />

que levou algumas das mentes<br />

mais brilhantes da atualidade,<br />

como o astrofísico Stephen Hawking<br />

e o empreendedor Elon<br />

Musk, a assinarem uma carta<br />

advertindo sobre os riscos do<br />

avanço da utilização da IA e<br />

seus possíveis impactos na sociedade.<br />

Nesta carta, eles afirmam<br />

que precisam ser estabelecidas<br />

prioridades na pesquisa<br />

de IA para garantir que seus<br />

benefícios sejam maximizados.<br />

Existe ainda um longo caminho<br />

a ser percorrido até que<br />

novas tecnologias inteligentes<br />

atinjam seu verdadeiro potencial,<br />

principalmente em países<br />

como o Brasil, que possui déficit<br />

tecnológico e abundância<br />

de mão de obra barata. Porém,<br />

uma vez acontecendo, precisaremos<br />

nos adaptar a um mundo<br />

novo e estar dispostos a abraçar<br />

às inovações tecnológicas,<br />

uma vez que quem não estiver<br />

liderando a mudança, poderá<br />

ser atropelado por ela... m<br />

60 aviação & mercado aviação & mercado 61


Internet das coisas<br />

mudanças e riscos nos ambientes de negócios<br />

é o Avaya Surge que simplifica<br />

a segurança para Internet das<br />

Coisas em empresas de aviação<br />

e demais segmentos.<br />

Com uma solução única, que<br />

funciona em qualquer rede e<br />

que facilita a segurança e gestão<br />

plug-and-play de dispositivos<br />

da Internet das Coisas (IoT)<br />

tem como objetivo reduzir ataques<br />

cibernéticos que podem<br />

ocorrer através de dispositivos<br />

conectados à mesma.<br />

O sistema Avaya SurgeTM, anteriormente<br />

chamado de SDN Fx<br />

Healthcarc, pode ser executado<br />

em qualquer rede de internet<br />

para permitir que empresas de<br />

todos os setores possam proteger<br />

dados importantes de acessos<br />

não autorizados aos dispositivos<br />

da Internet das Coisas.<br />

Ataques e violações através de<br />

dispositivos da Internet das<br />

Coisas devem aumentar ao longo<br />

dos próximos anos, confor-<br />

Texto: Vilso Ceroni<br />

Com o avanço da indústria 4.0<br />

em um processo acelerado por<br />

novas tecnologias, também<br />

andam juntos os riscos de ataques<br />

a base de dados das empresa<br />

e suas tecnologias.<br />

Há uma verdadeira revolução<br />

por traz dessa tecnologia, e<br />

seu impacto será sentido em<br />

todos os aspectos da interação<br />

humano X máquina, e até<br />

mesmo humano X humano.<br />

As possibilidades são imensas,<br />

e a comunicação e o marketing<br />

digital não ficarão de fora.<br />

Para os leigos no assunto, a<br />

IoT interliga diversos aparelhos<br />

eletrônicos através de<br />

tecnologia sem fio e uma linguagem<br />

única de decodificação<br />

dos dados multiplataforma.<br />

Ela basicamente coleta<br />

informações sobre uso de vários<br />

dispositivos, compartilha<br />

essas informações entre os<br />

aparelhos, e fornece um big<br />

data capaz de ser usado para<br />

solucionar problemas, fornecer<br />

maior conforto e segurança,<br />

além de ampliar a interação<br />

humana.<br />

A cada nova tecnologia também<br />

é necessário desenvolver<br />

sistemas de prevenção a invasão<br />

e ataques cibernéticos e<br />

nesse sentido surgem sistemas<br />

que ajudam as empresas a se<br />

protegerem de forma rápida<br />

e eficiente, um desses sistemas<br />

62 aviação & mercado aviação & mercado 63


me aumenta a oferta de pontos<br />

de entrada em dispositivos<br />

conectados.<br />

Atualmente, maior parte das<br />

abordagens para tratar deste<br />

problema são muito complexas,<br />

caras e exigem muitos recursos,<br />

tais como o uso de milhares<br />

de instâncias de mini firewalls<br />

para alcançar os milhares de<br />

dispositivos implantados, ou o<br />

uso de Network Access Control<br />

(Controle de Acesso à Rede)<br />

para manter a Internet das Coisas<br />

em segurança.<br />

Ambas abordagens têm dimensionamento<br />

e eficácia limitados.<br />

O Avaya Surge, agora oferece<br />

uma alternativa que reduz<br />

significativamente a complexidade<br />

e os custos e, ao mesmo<br />

tempo, melhora drasticamente<br />

o processo de proteger e administrar<br />

milhares de dispositivos.<br />

O sistema simplesmente une o<br />

dispositivo conectado à Internet<br />

a um pequeno adaptador,<br />

no qual a segurança e a gestão<br />

de controle ficam centradas.<br />

Para o mercado de <strong>Aviação</strong>, o sistema<br />

oferece apoio na segurança<br />

e gerenciamento das soluções,<br />

incluindo dispositivos IoT e miti-<br />

A Internet das coisas, explicada pelo NIC.br<br />

64 aviação & mercado aviação & mercado 65


gação de ataques cibernéticos.<br />

De acordo com ROMULO GON-<br />

ÇALVES - CONSULTOR DE RE-<br />

DES NA AVAYA, nos aeroportos<br />

por exemplo, pode ser otimizado<br />

e compartilhado com a<br />

mesma infraestrutura de forma<br />

simples e segura. Imagine<br />

diversos balcões de grandes<br />

companhias aéreas utilizando<br />

a mesma infra e com mobilidade<br />

dentro da área de passageiros<br />

ou bagagens.<br />

Essa tecnologia pode estender-<br />

-se a totens de atendimento,<br />

para check-in automático, liberação<br />

de áreas especificas<br />

do aeroporto de acordo com o<br />

perfil de passageiro e/ou funcionários<br />

do aeroporto/companhias<br />

áreas.<br />

Além disso, o fornecimento de<br />

rede Wifi BYOD de forma segura,<br />

automação e virtualização<br />

da infraestrutura para provisionamento<br />

de múltiplos serviços<br />

e dispositivos, tais como interligação<br />

aos sistemas de aviação<br />

e controles, esteiras, bagagens,<br />

controle aéreo, totens de atendimento,<br />

além do confinamento<br />

das redes para atender<br />

demandas de segurança PCI e<br />

novos dispositivos de Internet<br />

das Coisas.<br />

Após implementado, o Avaya<br />

Surge oferece recursos centrais<br />

como o zoneamento Hyper-<br />

Sec, que cria zonas criptografadas<br />

e permite que o Surge<br />

isole e filtre o tráfego do dispositivo<br />

para o destino, perfis<br />

centralizados de “Follow-me”,<br />

aplicados com base em cada<br />

dispositivo e APIs programáveis,<br />

que permitem que as<br />

organizações customizem serviços<br />

e aplicações. Além disso<br />

o Avaya Surge aprende e<br />

atualiza automaticamente os<br />

fluxos de tráfego, proporcionando<br />

uma melhoria contínua<br />

da segurança em andamento.<br />

A solução também produz re-<br />

latórios da utilização de ativos<br />

que detalham a atividade operacional<br />

dos dispositivos.<br />

“A Segurança deve ser a preocupação<br />

número 1 com o crescimento<br />

da Internet das Coisas.<br />

Se isso não for resolvido de<br />

maneira prática, logo haverá<br />

um impacto na inovação,<br />

na transformação digital e na<br />

produtividade. O Avaya Surge<br />

é a solução mais fácil, prática<br />

e eficaz para que as empresas<br />

expandam suas estratégias e<br />

implementações de Internet<br />

das Coisas e avancem suas organizações”,<br />

afirma Marc Randall,<br />

SVP e GM da área de Networking<br />

da Avaya.<br />

Microsoft mostra como<br />

o mundo será em 2020<br />

A Internet das Coisas trará<br />

também uma revolução<br />

para a conexão das marcas<br />

e seus consumidores através<br />

da comunicação e do marketing<br />

digital.<br />

Na prática é possível controlar<br />

diversos aspectos e<br />

ambientes do cotidiano se<br />

utilizando de informações<br />

compartilhadas. Já emulamos<br />

isso em várias ocasiões,<br />

porém não de forma tão automática<br />

e inteligente.<br />

Para Daniel Galvão especialista<br />

em marketing digital e<br />

Diretor da CRP Mango, cerca<br />

de 27% das empresas já<br />

utilizam feedbacks de dados<br />

obtidos com IoT em campanhas<br />

de marketing digital, e<br />

com isso conseguem alcançar<br />

seus objetivos e gerar ROI significante.<br />

O uso desses dados<br />

coletados através de diversos<br />

dispositivos, permitem que<br />

um perfil inteligente possa<br />

ser criado a partir das informações<br />

sobre cada indivíduo.<br />

Com características mais próximas<br />

da realidade, atualizadas<br />

em tempo real, é possível<br />

descrever um perfil de usuário<br />

como sendo uma versão fiel<br />

de sua persona como consumidor.<br />

As ações de marketing<br />

criadas para ele, e somente<br />

para ele, serão as mais assertivas<br />

possíveis. O consumidor já<br />

não será impactado pelo que<br />

é direcionado à massa, mas<br />

sim àquilo que reflete suas<br />

necessidades e desejos reais.<br />

O melhor é que essas informações<br />

são fornecidas de<br />

forma natural por parte do<br />

consumidor. São seus dados<br />

compartilhados de redes sociais,<br />

seu mecanismo de consumo<br />

cotidiano, nada que<br />

é um real segredo, mas que<br />

apenas é informação disponível<br />

e dispersa, hoje. Com o<br />

IoT tudo pose ser organizado<br />

de forma produtiva para empresas<br />

e consumidores.<br />

Pode parecer ficção científica,<br />

mas já é feito. Claro que ainda<br />

estamos longe de um cenário<br />

perfeito, mas muito já<br />

fazemos. O marketing digital<br />

é construído em cima desse<br />

tipo de tecnologia que oferta,<br />

acima de tudo, a certeza<br />

da oferta a quem realmente<br />

procura. m<br />

66 aviação & mercado aviação & mercado 67


DRONES<br />

ANAC APROVA<br />

USO DE DRONES<br />

NO BRASIL<br />

Luis Neto<br />

Guimarães, CEO<br />

da Drone Store.<br />

Expectativa do mercado é que<br />

regulamentação normatize<br />

procedimentos e garanta<br />

seguranças operacional e<br />

jurídica, impactando no<br />

crescimento do setor<br />

Texto: Vilso Ceroni<br />

A regulamentação sobre o uso<br />

comercial de aeronaves remotamente<br />

pilotadas, conhecidas<br />

como drones, foi aprovada<br />

no dia 2 de maio de 2017<br />

em Brasília, pela Agência Nacional<br />

de <strong>Aviação</strong> Civil (Anac).<br />

Aguardada com expectativa<br />

pelo mercado, a nova regra<br />

passa a normatizar os procedimentos<br />

sobre a utilização das<br />

aeronaves, garantindo seguranças<br />

jurídica e operacional,<br />

e impactando no crescimento<br />

do setor. Com a regulamentação,<br />

estima-se que o mercado<br />

irá dobrar de tamanho nos<br />

próximos anos.<br />

“A demora na regulamentação<br />

estava prejudicando o<br />

setor, que busca mais produtividade,<br />

rapidez e segurança<br />

nos projetos”, destaca Luís<br />

Neto Guimarães, CEO da Drone<br />

Store, empresa pioneira<br />

na comercialização e manutenção<br />

de drones no Brasil e<br />

uma das maiores do mercado<br />

nacional. “O potencial de uso<br />

dos aparelhos ainda não foi<br />

completamente explorado.<br />

O mercado está descobrindo<br />

aos poucos novas aplicações<br />

comerciais. Contar com uma<br />

legislação que regulamente as<br />

atividades, sem dúvidas, é um<br />

passo importante rumo à consolidação<br />

do setor”, destaca.<br />

A regulamentação sobre uso<br />

dos aparelhos era aguardada<br />

para a primeira quinzena<br />

de abril. O voto do diretor da<br />

Anac Ricardo Fenelon chegou<br />

a ser lido na reunião do último<br />

dia 4, mas um pedido de<br />

vista adiou a decisão. Enquanto<br />

as normas não eram estabelecidas,<br />

os equipamentos<br />

estavam num limbo: não eram<br />

proibidos e nem totalmente<br />

liberados. Como a comercialização<br />

não era proibida, eram<br />

vendidos livremente.<br />

Uma das grandes dúvidas que<br />

ainda permanece é a regulamentação<br />

sobre as regras, valores e<br />

normas dos seguros dos drones,<br />

essa dúvida estava muito latente<br />

entre os expositores que participaram<br />

da feira DorneShowAL<br />

2017, realizada em São Paulo<br />

nos dias 9 a 11 de maio.<br />

Setor - O mercado brasileiro de<br />

drones tem conseguido crescer<br />

e até dobrar o faturamento,<br />

mesmo sob o impacto da<br />

maior recessão econômica da<br />

história do país. Mapeamento<br />

recente das empresas do setor,<br />

feito pela MundoGeo, aponta<br />

que, das mais de 700 empresas<br />

presentes em todos os estados<br />

brasileiros, 60% ficam nas cidades<br />

do interior e 40% nas capitais.<br />

80% delas foram criadas<br />

há dois anos e média de crescimento<br />

de 30% para 2017.<br />

Formado por importadores, fabricantes<br />

e prestadores de serviços,<br />

sobretudo de pequeno e<br />

médio portes, o mercado é pulverizado<br />

em diversos players,<br />

uma característica recorrente na<br />

área de tecnologia. Mesmo em<br />

crescimento, as empresas ainda<br />

estão focadas principalmente em<br />

aplicações nas áreas de engenharia,<br />

agropecuária e segurança.<br />

“Quem pretende atuar no setor<br />

deve ficar atento às ten-<br />

dências internacionais e exercitar<br />

a criatividade quanto aos<br />

tipos de serviço que os drones<br />

podem realizar, já que atualmente<br />

o uso comercial dos<br />

equipamentos se limita a substituir<br />

outros objetos voadores,<br />

como aviões e helicópteros,<br />

em monitoramento e filmagem<br />

de grandes áreas”, pontua<br />

Luís Neto Guimarães.<br />

Projeções - O mercado de drones<br />

deve ganhar impulso a<br />

partir deste ano, segundo o<br />

Gartner. A consultoria projeta<br />

aumento na receita global de<br />

34%, atingindo mais de US$<br />

6 bilhões em 2017, podendo<br />

chegar a US$ 11,2 bilhões até<br />

2020. Serão 3 milhões desses<br />

dispositivos produzidos e<br />

vendidos no ano, um número<br />

39% maior em comparação a<br />

DRONE MAPTOR - HORUS AERONAVES<br />

68 aviação & mercado aviação & mercado 69


maiores Centros de Tecnologia<br />

Sócios da Horus Aeronaves: Lucas Bastos, Fabrício Hertz e Lucas Mondadori<br />

do País, o Celta da fundação<br />

CERTI localizado em Florianópolis.<br />

Criada há 30 anos surgiu<br />

com o ideal de desenvolver o<br />

setor tecnológico da Capital,<br />

em dezembro passado a Celta<br />

foi reconhecida como a maior<br />

incubadora do País sendo a<br />

vencedora do Prêmio Nacional<br />

de Empreendedorismo Inovador,<br />

realizado pela Anprotec,<br />

e com o segundo lugar de melhor<br />

empresa incubada do Brasil,<br />

ganhou a Horus Aeronaves.<br />

A novidade mais recente, é que<br />

a Horus acaba de receber um<br />

aporte de 3 milhões da gestora<br />

de fundos de investimentos de<br />

Venture Capital, a SP Ventures<br />

re gera uma nuvem de pontos • Mapa georrefernciado: O depois da identificação da<br />

através do Fundo de Inovação<br />

georreferenciados. Com essa informação<br />

mapa criado pelo VANT é to-<br />

“saúde” da planta encontram-<br />

Paulista (FIP) que e registra a<br />

é possível identificar talmente georreferenciado. -se plantas danificadas muito<br />

2016. Na próxima década, de<br />

acordo com projeções da ABI<br />

Research, o setor crescerá 32%<br />

por ano em média, atingindo<br />

US$ 30 bilhões.<br />

Um dos destaques nacionais no<br />

mercado de drones é a Horus,<br />

empresa pioneira na fabricação<br />

de drones no Estado de Santa<br />

Catarina e tem se destacado no<br />

A Horus Aeronaves nasceu em<br />

janeiro de 2014 com o projeto<br />

de uma aeronave programada<br />

via GPS, sem operador, e feita<br />

em fibra de carbono, um diferencial<br />

no mercado de drones.<br />

O VANT Isis, foi um sucesso,<br />

evolui e ganhou um novo<br />

parceiro com um novo nome e<br />

mais tecnologia: Maptor.<br />

entrada da Horus Aeronaves<br />

em seu portfólio.<br />

Com o investimento, a empresa<br />

irá inaugurar sua filial em<br />

Piracicaba/SP, a região é apontada<br />

como o Vale do Silício da<br />

Agricultura, e lançará dois<br />

novos modelos de drones que<br />

vão oferecer soluções para o<br />

agronegócio.<br />

A Horus já é referência no mercado<br />

a inclinação do relevo e outras<br />

informações relevantes. Também<br />

é possível exportar essas<br />

informações para um software<br />

CAD e fazer, por exemplo, o traçado<br />

das curvas da talhão.<br />

• Verificação da saúde da<br />

planta: Com o mapa NDVI (Índice<br />

de Vegetação da Diferença<br />

Normalizada ) é um índice que<br />

analisa a condição da vegetação<br />

Identificando-se um ponto de<br />

interesse no meio da plantação<br />

obtém-se suas coordenadas<br />

e com um GPS é possível<br />

localizar o ponto especifico em<br />

campo.<br />

• Utilização do modelo digital<br />

de terreno para projeto<br />

de drenagem: esse dado é facilmente<br />

retirado ao analisar a<br />

nuvem de pontos e as alturas<br />

rapidamente. Assim prevenindo<br />

a propagação de pestes que<br />

são facilmente identificadas<br />

após inspeção em áreas críticas<br />

no mapa NDVI.<br />

E para contar um pouco da empresa,<br />

projetos e futuro desse<br />

mercado, entrevistamos o CEO<br />

da Horus, Fabrício Hertz, catarinense<br />

de 29 anos, engenheiro<br />

mecânico, empreendedor e<br />

mercado de VANTS para mapeamento<br />

na Agricultura, Topografia<br />

Apresentando bons resultados,<br />

a Horus conseguiu incenmete<br />

brasileiro de drones e pro-<br />

novidades para o segun-<br />

no campo através de sensoriamento<br />

remoto, é possível iden-<br />

dos pontos críticos no mapa. sócio fundador da mesma.<br />

Também é possível realizar o<br />

e Mineração. Foi criativos<br />

importantes e foi condo<br />

semestre de 2017. O mundo<br />

tificar a saúde de cada planta. processo de análise automati-<br />

1) O que levou 3 jovens uni-<br />

da por três empreendedores templada pelos programas de da aviação agrícola promete<br />

• Identificação de doenças:<br />

camente através de software versitários a empreender<br />

e engenheiros mecânicos, da empreendedorismo Sinapse fortes e emocionantes mudanças<br />

Depois da identificação especializado e simular compu-<br />

no segmento de drones?<br />

Universidade Federal de Santa da Inovação IV, SENAI Inovação,<br />

para os próximos anos.<br />

da identificação da “saúde” tacionalmente a drenagem da Eu e meus sócios sempre tive-<br />

Catarina (UFSC). Fabrício Hertz,<br />

Lucas Bastos e Lucas Mondadori,<br />

que tinham o desejo de<br />

Inovativa Brasil e Darwin<br />

Starter. Também foi presença<br />

na Drone Show LatinAmerica,<br />

Os Drones da Horus Aeronaves<br />

executam com precisão várias<br />

funções na Agricultura, como<br />

da planta encontram-se plantas<br />

danificadas muito rapidamente.<br />

Assim prevenindo a<br />

área desejada.<br />

• Análise e planejamento da<br />

colheita: através do mapa atumos<br />

uma paixão pela aviação<br />

e o mundo dos drones foi uma<br />

forma de nutrir um pouco essa<br />

desenvolver um Veículo Aéreo<br />

a maior feira de drones por exemplo:<br />

propagação de pestes que são alizado e georreferenciado é paixão e desejo. Nossa careira<br />

Não Tripulado (VANT) autônomo,<br />

da América Latina em 2015 e • Mapeamento do relevo:<br />

facilmente identificadas após possível desenhar as rotas para iniciou dentro da faculdade<br />

com tecnologia de ponta e 2016, que aconteceu em São através da triangulação das fo-<br />

inspeção em áreas críticas no todos os processos da lavoura. de engenharia em Santa Cata-<br />

com assistência técnica. Paulo. A empresa está num dos tos obtidas pelo drone o softwa-<br />

mapa NDVI.<br />

• Identificação de doenças: riana, onde, fizemos parte de<br />

70 aviação & mercado aviação & mercado 71


2) E como surgiu a ideia da<br />

indústria de Drones?<br />

Em 2013 começaram a surgir<br />

as primeiras empresa a oferecerem<br />

serviços de mapeamento<br />

aéreo por drones, mas a um<br />

preço elevado, para nós foi uma<br />

oportunidade de negócios,<br />

onde, poderíamos competir em<br />

tecnologia e a preço menor.<br />

Analisamos isso como uma<br />

grande oportunidade de mercado,<br />

uma vez que tínhamos<br />

todo o conhecimento e capacidade<br />

de desenvolver equipamentos<br />

com essas aplicabilidades,<br />

mas como foco em<br />

tecnologia nacional, com preço<br />

muito menor que os importados<br />

e economicamente viável.<br />

3) E como conseguiram os<br />

primeiros investimentos<br />

para viabilizar a fabrica?<br />

No final de 2013, participamos<br />

de uma seletiva de um projeto<br />

do governo do estado de<br />

Santa Catarina (Sinapse Inovação)<br />

que seleciona e patrocina<br />

ideias empreendedores<br />

sem vínculos com empresas e<br />

capitaliza o inicio do desenvolvimento<br />

de projetos que se<br />

demostravam viáveis e o nosso<br />

foi um dos aprovados. Com<br />

esse aporte em 2014 começamos<br />

a tirar do papel a Horus.<br />

as percebendo que a tecnologia<br />

é viável e com grandes benefícios<br />

a um custo bem menor.<br />

A indústria de drones como um<br />

todo, ainda está em estagio<br />

inicial, tem muito a ser desenvolvido<br />

e aplicado. O mercado<br />

está se consolidando como definitivo,<br />

em muitas atividades<br />

não tem mais como deixar de<br />

utiliza-los, não utilizar significa<br />

perder tempo, evolução e<br />

dinheiro.<br />

5) Cite um exemplo de usabilidade<br />

que demostra essa<br />

evolução?<br />

Por exemplo, no mercado de<br />

imagens topográficas, que<br />

atuamos, os drones ampliam<br />

muito a capacidade de melhoria<br />

de imagens e velocidade<br />

na coleta. A topografia está<br />

se beneficiando muito com os<br />

drones. O GPS foi uma grande<br />

evolução para a topografia,<br />

mas agora os drones estão se<br />

mostrando mais eficientes.<br />

7) E os aviões agrícolas, tituir o avião agrícola?<br />

um projeto para desenvolver e<br />

projetar um avião não tripulado<br />

para participar anualmente<br />

da competição que ocorria em<br />

como está o plano de avanço<br />

para a substituição?<br />

Em primeiro momento somos<br />

complementares a atividade<br />

São projetos com características<br />

diferentes de estrutura e<br />

de voo, mas não fogem muito<br />

do que já temos hoje e já dominamos<br />

SJC junto a Embraer. Nossa faculdade<br />

toda foi vivenciando 4) Com três anos de mercado<br />

a tecnologia.<br />

dos aviões, mas num futuro<br />

não muito distante, algo em<br />

Uso de drones na agricultura<br />

isso. Desenvolver a cada ano um<br />

novo projeto e levar para a competição.<br />

como você analisa o<br />

momento do mercado dos<br />

torno de 5 anos também caminha<br />

para a substituição.<br />

9) Quais os planos da Horus<br />

para fabricação Drones<br />

Ao longo dessa jorna-<br />

da fomos percebendo a versatilidade<br />

que os drones poderiam<br />

ter e ser aplicadas em diversos<br />

segmentos econômicos.<br />

drones?<br />

O mercado está migrando do<br />

estágio de conceituação para a<br />

validação. As desconfianças estão<br />

caindo por terra e as pesso-<br />

6) Vocês se preparam para<br />

substituir o GPS, em quanto<br />

será possível?<br />

Num futuro não muito distante,<br />

algo em torno de 3 a 5 anos.<br />

8) Qual a diferença dos drones<br />

que você fabrica para<br />

produzir mapas e imagens,<br />

para os que virão para subs-<br />

maiores, os aviões agrícolas<br />

do futuro?<br />

Nosso foco está muito voltado<br />

para o desenvolvimento<br />

de produtos e soluções para o<br />

72 aviação & mercado aviação & mercado 73


mapeamento aéreo, mas como<br />

somos uma empresa de tecnologia<br />

não podemos ficar parado<br />

e nosso P&D está sempre<br />

muito ativo e coisas boas vem<br />

por ai, não posso te precisar<br />

data e o que, mas virão. Nossos<br />

equipamentos sempre serão os<br />

mais tecnológicos possíveis.<br />

15) Qual o valor do serviço?<br />

10) Quais as novidades que<br />

Quem compra o Drone ganha<br />

a Horus está trazendo para 11) O drone é mais sustentável<br />

um período gratuito para im-<br />

o mercado?<br />

que um avião?<br />

plantação e testes, após esse<br />

Vamos apresentar drones com Sim, com certeza. São menores<br />

período, temos varias opções de<br />

sistema de mapeamento com<br />

e elétricos, não queimam<br />

valores, por tamanho de pro-<br />

capacidade de previsão centimétrica,<br />

combustível. Também temos<br />

priedade, de informações dese-<br />

onde, ocorrerá o os benefícios ecológicos e de<br />

jadas, etc.. Em media varia de 1<br />

voo e o geomapeamento com sustentabilidade, porque o<br />

a 3 reais por hectare de mapa.<br />

precisão de centímetros. Tem drone consegue trazer informações<br />

12) Vocês já possuem essa<br />

equipamento com capacidade<br />

que otimizam o uso de tecnologia para aplicação<br />

16) Como você imagina o<br />

de acoplar sensores e câmaras, aeronaves, venenos e insumos. agrícola?<br />

mercado de trabalho na indústria<br />

que hoje em dia é possível ape-<br />

Em vez de aplicar um veneno Sim, trabalhamos com uma<br />

4.0?<br />

74 aviação & mercado aviação & mercado 75<br />

nas para satélite, agora vão<br />

estar nos drones. Uma tecnologia<br />

muita cara que passa a<br />

ser viável e mais barata.<br />

Também iremos lançar uma<br />

aeronave exclusiva para o<br />

agronegócio. Precisamos estar<br />

sempre na frente e trazendo<br />

novidades porque vira obsoleto<br />

muito rápido.<br />

em toda a plantação somente<br />

aplica-se em regiões pontuais<br />

onde está a doença na planta.<br />

Isso traz um grande ganho<br />

ecológico e financeiro para a<br />

propriedade e para a sociedade.<br />

Isso também se aplica para<br />

os fertilizantes que se utilizados<br />

em excesso e de forma errada<br />

prejudica o meio ambiente.<br />

O mapa gerado vai dizer<br />

onde precisa ser lançado mais<br />

ou menos fertilizantes. Passamos<br />

a ter uma agricultura de<br />

grande precisão, ou seja, aplicasse<br />

somente o necessário em<br />

áreas que necessitam de fato.<br />

plataforma, online, onde nossos<br />

clientes, fazem o voo, coletam<br />

as imagens e enviam<br />

para a mesma que processa as<br />

informações, extrais os dados<br />

e confecciona um mapa com<br />

seus diagnósticos da plantação<br />

e seu estagio. Isso tudo<br />

gera um plano de correções<br />

de eventuais carências e problemas<br />

no plantio.<br />

13) A Horus é só drones ou<br />

entrega tecnologia de suporte<br />

e gestão da lavoura?<br />

Como disse na pergunta anterior,<br />

temos uma plataforma<br />

online de processamento, ou<br />

seja, temos o equipamento<br />

para gerar o conteúdo e a tecnologia<br />

de processamento desse<br />

conteúdo coletado que vai<br />

gerar relatórios de gestão.<br />

Geramos analise da planta, da<br />

saúde, quantidade de palha,<br />

analise de stress nutricional e<br />

hídrico e n outras informações.<br />

14) Qual o custo dos Drones?<br />

Variam de 65 a 150 mil, depende<br />

do pacote e modelo que<br />

está sendo adquirido.


Nós buscamos trazer tecnologia<br />

para melhorar a vida das pessoas<br />

e do ambiente com maior especialização.<br />

Ocorre sim a substituição<br />

de parte das pessoas,<br />

mas ao mesmo tempo criamos<br />

vagas nas fabricas com profissionais<br />

de alta especialização.<br />

17) Como empreendedor e<br />

responsável pelo futuro da<br />

humanidade como você vê<br />

a equação do mercado de<br />

trabalho?<br />

Se fizermos uma analise histórica<br />

isso já vem acontecendo a<br />

muito tempo, não agora. Na<br />

agricultura saímos da colheita<br />

manual para a colheitadeira<br />

com um único homem e produz<br />

muito mais em poucas horas.<br />

Na primeira visão isso é preocupante,<br />

mas quando analisamos<br />

a necessidade de produção de<br />

alimentos que tem que aumentar<br />

70% em duas décadas<br />

para poder sustentar a humanidade,<br />

mostra que temos<br />

que acelerar. O que resolveria<br />

ter emprego e não ter comida<br />

para comprar e comer? Vai ter<br />

um novo arranjo social sem<br />

duvidas, e temos que trabalhar<br />

formas de produzir alimentos,<br />

enquanto esse novo arranjo vá<br />

se ajustando, isso é mais uma<br />

etapa do processo de evolução<br />

da humanidade. Eu entendo<br />

que dentro da pirâmide de necessidades<br />

o alimento vem antes<br />

do trabalho.<br />

18) Qual a dificuldade em<br />

investir em uma empresa<br />

de tecnologia no país?<br />

A maior dificuldade é fazer<br />

o brasileiro acreditar no país,<br />

acreditar que temos capacidade<br />

de desenvolver tecnologias<br />

e produtos, igual ou melhores<br />

que os importados, a sensação<br />

que temos é que só é bom o<br />

que vem de fora e isso não é<br />

verdade, temos muita competência<br />

e qualidade aqui na indústria<br />

nacional. Temos rigor<br />

técnico e tecnológico fazemos<br />

frente aos internacionais, estamos<br />

em plena evolução e<br />

desenvolvimento, isso é permanente<br />

na empresa.<br />

19) Quais as principais barreiras<br />

enfrentadas pela Horus<br />

para conquistar o mercado?<br />

Cultura e paradigmas. É um<br />

trabalho de quebrar paradigmas<br />

que leva a mudança cultural.<br />

O primeiro a ser quebrado<br />

é o viés da não aceitação<br />

a tecnologia, não é usual no<br />

dia-a-dia e temos que comprovar<br />

isso.<br />

O segundo é a descrença da<br />

indústria nacional, sempre<br />

vem a dúvida, mas se é feito<br />

no Brasil tem qualidade mesmo?<br />

Posso confiar?<br />

E por último é quebrar a resistência<br />

de empresa nova e tecnologia<br />

nova, estamos trabalhando<br />

constantemente contra<br />

isso, demostrando aos clientes<br />

e investindo em demonstração<br />

para provar que é bom, funciona,<br />

da retorno e é muito necessário<br />

para os novos passos e ciclos<br />

de evolução da agricultura<br />

brasileira, por exemplo.<br />

20) No que será investido o<br />

aporte de R$ 3 milhões obtido<br />

através do desenvolve<br />

SP e pretende buscar novas<br />

rodadas de investimentos?<br />

O investimento veio para desenvolvimento<br />

tecnológico e<br />

expansão comercial e temos sim<br />

planejamento de busca de novas<br />

rodadas de investimentos.<br />

21) O que você gostaria de<br />

dizer aos atuais e futuros<br />

clientes da Horus?<br />

Que eles saibam que desenvolvemos<br />

a empresa para viabilizar<br />

a tecnologia no Brasil.<br />

Acreditem que a Horus vai continuar<br />

desenvolvendo equipamentos<br />

e tecnologias de alta<br />

performance e de ponta para<br />

colaborar na evolução da produção<br />

nacional e que não faltará<br />

dedicação para isso. m<br />

76 aviação & mercado aviação & mercado 77


Coordenação<br />

de voos<br />

Texto: Jony<br />

Cavalcante<br />

Dirane<br />

Antes essas informações eram<br />

todas manuscritas, atualmente<br />

existem software e sistemas<br />

que facilitam o gerenciamento<br />

das informações e dando mais<br />

precisão na tomada de decisão.<br />

Dados da meteorologia e os de<br />

rotas são alguns exemplos de informações<br />

obtidas nos sistemas.<br />

A faixa salarial de Coordenador<br />

de voo, apresentada na tabela<br />

abaixo mostra os valores pagos<br />

em média por algumas cias<br />

aéreas no Brasil. Sendo que os<br />

valores citados, são para profissionais<br />

com largas experiências<br />

no mercado, pois para os novatos<br />

esses valores dependendo<br />

do táxi aéreo ou da linhas aérea<br />

em sua região podem ser bem<br />

menores.<br />

Aos que buscam ter uma oportunidade<br />

dentro da aviação, os<br />

táxi aéreos são as portas de entrada<br />

para quem quer aprender<br />

uma profissão ou ampliar<br />

seus conhecimentos adquiridos<br />

ao longo do tempo, seja através<br />

de cursos de curtas duração<br />

os denominados cursos livres<br />

ou profissionalizantes, técnicos<br />

ou até mesmo níveis superiores<br />

ou pós graduação e mestrados<br />

voltado para a aviação civil,<br />

pois uma das maiores dificuldades<br />

encontradas no mercado<br />

de trabalho aeronáutico é<br />

para suprir essas necessidades.<br />

Hoje essa profissão está cada<br />

vez mais versátil, aprendendo<br />

um pouco de tudo dentro da<br />

empresa em que ele trabalha,<br />

pois a medida que se capacitam<br />

se tornam profissionais<br />

expert no que tange a aviação<br />

seja ela táxi aéreo, linhas aéreas<br />

regionais , executiva ou de<br />

linhas aéreas nacionais e inter-<br />

Ao chegarmos no aeroporto,<br />

vamos ao balcão da cia aérea,<br />

nos apresentamos retiramos a<br />

rings (alimentação) também ,<br />

acompanha as escalas de pilotos<br />

para o(s) voo(s) do dia.<br />

de gravidade) escrita pelo o fabricante<br />

da aeronave.<br />

Para ser um coordenador de<br />

nossa passagem , despachamos Caso seja necessário atender voo, a pessoa tem que amar o<br />

encontra pessoas qualificadas nacionais. m<br />

as malas , fazemos o check-in e voos extras é ele quem aciona<br />

a tripulação reserva para centrada nas informações que<br />

que faz e tem que ser muito<br />

Empresa salário Localização<br />

pronto aí é só aguardar a hora<br />

do embarque para viajarmos, atender esse voo, caso haja a ele precisa gerenciar no seu dia<br />

Avianca - Coordenador de Voo R$ 4.125 Brasil<br />

mais nos bastidores existem<br />

muitos profissionais trabalhando<br />

necessidade solicita permissão<br />

de pouso em (aeródromos pri-<br />

a dia, com tudo, esse profissional<br />

deve sempre se atualizar<br />

TAM <strong>Aviação</strong> Executiva - Coordenador de Voo<br />

Líder <strong>Aviação</strong> - Coordenador de Voo<br />

R$ 3.900<br />

R$ 3.090<br />

Brasil<br />

Brasil<br />

e muito , para fazer com que vados), seja por ligação, por em sua profissão.<br />

Líder Táxi Aéreo - Coordenador de Voo R$ 2.823 Brasil<br />

a sua viagem seja tranquila. e-mail, fax, atualiza dados<br />

Fonte : www.lovemondays.com.br/salarios/cargo/salario-coordenador-de-voo<br />

Existe um profissional que ele aeronáuticos de aeródromos<br />

na multidão passa desapercebido,<br />

mais que tem uma grande<br />

responsabilidades sobre suas<br />

mãos, é o coordenador de voo,<br />

esse profissional é o responsável<br />

em fazer os acompanhamentos<br />

dos voos que vão sair<br />

ou chegar aos seus destinos,<br />

solicita e acompanha o abastecimento<br />

das aeronaves, seja<br />

com combustíveis, e dependendo<br />

da empresa solicita o cate-<br />

(locais, distância, nome e região),<br />

calcula rota de voo, faz<br />

negociação de preços de manutenção<br />

e serviços (fora da<br />

base), realiza ou auxilia o DOV<br />

(Despachante Operacional de<br />

Voo) na elaboração de peso e<br />

balanceamento das aeronaves,<br />

pois esse é um documento de<br />

grande importância a ser apresentado<br />

a tripulação, pois cada<br />

aeronave tem o seu CG (centro<br />

78 aviação & mercado aviação & mercado 79


BOEING B-52:<br />

LONGEVIDADE, EFICÁCIA<br />

E TERROR<br />

Este fato, mais do que um congraçamento<br />

de gerações, é uma<br />

prova cabal do acerto de um<br />

projeto aeronáutico que, tendo<br />

voado pela primeira vez no ano<br />

de 1952 continua ativo e vibrante<br />

seis décadas e meia depois,<br />

em que pese sua linha de produção<br />

haver se encerrado em 1962.<br />

Embora tenha sido desenha-<br />

den, representante credenciado<br />

da USAF. Desapontado com o<br />

que viu, Warden perguntou se<br />

eles não poderiam redesenhar o<br />

avião com 4 motores turjo-jato.<br />

Trabalhando freneticamente<br />

sem parar num quarto de hotel<br />

em Dayton, Ohio, os projetistas<br />

conseguiram entregar o projeto<br />

no final da noite de sexta-feira !<br />

Bombardeiro B-47. Notar as<br />

semelhanças com o B-52<br />

https://www.youtube.com/<br />

watch?v=bKsv7xNq8TA<br />

O trem de pouso principal era<br />

revolucionário, tendo a capacidade<br />

de girar no eixo vertical<br />

até 20 graus para permitir aterrissagens<br />

com componentes de<br />

ventos cruzados. Ele também<br />

levava trens de pouso auxiliares<br />

nas pontas das asas para ajudar<br />

a estabilizar o pouso evitando<br />

eventuais danos às wingtips.<br />

Trem de pouso<br />

auxiliar, para evitar<br />

wingtip strike<br />

Texto: Robinson<br />

Farinazzo Casal<br />

Um projeto que<br />

não envelhece<br />

“A guerra<br />

é nossa<br />

profissão,<br />

e a paz<br />

o nosso<br />

produto”<br />

Lema original do SAC<br />

(Strategic Air Command -<br />

Comando Aéreo Estratégico<br />

da USAF), posteriormente<br />

abolido.<br />

Dada a evolução constante da<br />

conjuntura tecnológica, é muito<br />

pouco provável que em qualquer<br />

lugar do mundo avô, pai<br />

e neto voem, dentro da Força<br />

Armada à que serviram, uma<br />

exata mesma classe de aviões de<br />

combate . Mas foi exatamente<br />

isso que aconteceu em 2013 na<br />

USAF (United States Air Force -<br />

Força Aérea dos Estados Unidos)<br />

quando o Capitão David ‘Swoop’<br />

Welsh, de 28 anos de idade<br />

encarnou a terceira geração de<br />

sua família à pilotar um Boeing<br />

B-52. Antes dele, seu pai, o tenente-coronel<br />

Don Welch, já vo-<br />

ara os BUFF (apelido do avião<br />

e que significa Big, Ugly, Fat,<br />

Fucker - Grande, Feio, Gordo e<br />

F.D.P.) durante a Guerra Fria, e<br />

seu avô, o coronel da reserva<br />

Don Sprague, pilotou B-52 em<br />

combate no Vietnã.<br />

Três gerações,<br />

um só avião<br />

do com a missão específica de<br />

atacar a ex-União Soviética, a<br />

origem dos complexos (e exigentes)<br />

requisitos técnicos da<br />

USAF que levaram a concepção<br />

do B-52 é cheia de idas e vindas,<br />

mas existe um marco aparentemente<br />

decisivo para que<br />

a Boeing trouxesse a luz o gigante<br />

com asas de 56 metros de<br />

envergadura e peso vazio de 80<br />

toneladas: o dia 21 de outubro<br />

de 1948, uma quinta feira.<br />

Nessa data, uma equipe de engenheiros<br />

da Boeing apresentou o<br />

projeto de um quadrimotor turbo-hélice<br />

ao Coronel Pete War-<br />

O que eles apresentaram à USAF<br />

era uma aeronave totalmente<br />

modificada em relação ao projeto<br />

original, com 8 motores,<br />

em pilones sub-alares e asas enflechadas<br />

à la B-47 Stratojet.<br />

Pouso com vento cruzado em prática e teoria<br />

80 aviação & mercado aviação & mercado 81


Mas dificilmente o B-52 teria a<br />

aparência de hoje se não fosse<br />

a interferência do então comandante<br />

do SAC (Strategic Air<br />

Command - Comando Aéreo<br />

Estratégico da USAF), o extravagante<br />

general Curtiss Le May.<br />

Insatisfeito com o lay out do cockpit<br />

que posicionava piloto e<br />

co-piloto em tandem como se<br />

fora uma aeronave de treinamento,<br />

Le May exigiu que eles<br />

trabalhassem lado à lado, como<br />

num avião comercial.<br />

A Boeing precisou voltar às<br />

pranchetas, mas este arranjo<br />

facilitou a comunicação/integração/coordenação<br />

entre os<br />

tripulantes e diminuiu a carga<br />

de trabalho, tornando a aeronave<br />

mais eficiente e segura.<br />

Le May influiu muito no projeto,<br />

inclusive na concepção das<br />

características de performance<br />

do avião. Piloto veterano de<br />

devastadores ataques aéreos à<br />

Alemanha e ao Japão durante a<br />

Segunda Guerra Mundial, além<br />

de ser um organizador nato, Le<br />

May sabia muito bem o que estava<br />

pedindo...<br />

O bombástico<br />

(literalmente)<br />

general Curtiss<br />

Le May<br />

Os rigorosos testes em voo à<br />

cargo do lendário piloto de provas<br />

da Boeing “Tex”Johnson começaram<br />

em abril de 1952, e o<br />

avião entrou em serviço na USAF<br />

em 1954. Sua função inicial era<br />

efetuar voos de patrulha dissuasórios<br />

à grande altitude armados<br />

com bombas nucleares nas<br />

fronteiras da ex-União Soviética.<br />

Mas a sua concepção de missão<br />

mudaria radicalmente à partir<br />

de 1º de maio de 1960. Nesse<br />

dia, um avião espião americano<br />

Lockheed U-2 foi derrubado<br />

por mísseis no interior do território<br />

soviético quando voava à<br />

mais de 60.000 pés de altitude.<br />

Isso mostrou à USAF que aquela<br />

faixa de operação nos céus inimigos<br />

não era mais segura para<br />

seus aviões, obrigando a mesma<br />

à reposicionar os voos de penetração<br />

dos BUFFs para perfis<br />

próximos ao solo, onde teriam<br />

maiores chances de escapar da<br />

detecção dos radares.<br />

Ora, na complexa cinemática<br />

que norteia a natureza da engenharia<br />

aeronáutica, raramente<br />

se consegue uma performance<br />

sem que seja exigida uma contrapartida.<br />

Os B-52 foram originariamente<br />

desenhados para<br />

voos à grandes altitudes, onde<br />

os esforços que incidem sobre<br />

a estrutura são bem diferentes<br />

daqueles que ocorrem próximos<br />

ao solo. O resultado da mudança<br />

de manejo operacional foi<br />

a sobrevinda de uma série de<br />

Tex Johnson, a<br />

lenda da Boeing<br />

acidentes resultantes de falhas<br />

estruturais, o mais famoso (e espetacular)<br />

deles tendo ocorrido<br />

em 10 de janeiro de 1964, quando<br />

um B-52 pilotado por Chuck<br />

Fisher conseguiu pousar sem o<br />

estabilizador vertical (leme).<br />

Pouso sem cauda -<br />

para o BUFF, nada<br />

era impossível<br />

https://www.youtube.com/<br />

watch?v=WJuEAQbxWRo<br />

Essas deficiências foram corrigidas<br />

com reforços estruturais e<br />

a aeronave continuou à operar<br />

até nossos dias, tendo participado<br />

de combates no Vietnam,<br />

Guerra do Golfo, Sérvia, Afeganistão<br />

e da invasão do Iraque.<br />

Este é então um breve resumo<br />

da vida do B-52, do seu nascimento<br />

até a maturidade. Vamos<br />

então, rever seu currículo para<br />

destacar alguns de seus momentos<br />

mais marcantes:<br />

• Por aproximadamente quatro<br />

décadas os tripulantes do B-52<br />

eram especialmente treinados<br />

e doutrinariamente preparados<br />

para o lançamento de ataques<br />

nucleares retaliatórios, se os<br />

mesmo fossem necessários por<br />

força das circunstâncias;<br />

• Por conta da magnitude da<br />

missão nuclear (e da crueldade<br />

naturalmente associada à ela),<br />

suas tripulações recebiam assistência<br />

psicológica para lidar<br />

com o peso moral e ético acarretado;<br />

• O avião sobreviveu ao desaparecimento<br />

de seu padrinho – o<br />

SAC não existe mais!<br />

• Os ataques de B-52 à alvos em<br />

Hanói e Haiphong foram decisivos<br />

para as negociações de paz<br />

que levaram os EUA as saírem<br />

da guerra do Vietnam ;<br />

• Embora tenha oito motores,<br />

consegue voar com até 3 deles<br />

desligados;<br />

• Seu sistema de ejeção de tripulantes<br />

é um pesadelo de engenharia:<br />

quatro tripulantes<br />

ejetam para cima e dois para<br />

baixo (vide figura abaixo);<br />

4 para cima e 2 para baixo, o complexo sistema de ejeção do Boeing B-52<br />

• Conforto é algo que nunca<br />

existiu no B-52. No convés onde<br />

ficam piloto e co-piloto, é quente<br />

demais por causa do sol que<br />

entra pelo para-brisas. No convés<br />

inferior, é gelado. Quando<br />

ligam o aquecedor no andar<br />

debaixo, o superior fica mais<br />

quente ainda;<br />

• O seu singular sistema de trem<br />

de pouso já foi considerado secreto<br />

pelo Pentágono;<br />

• As células originais da aeronave<br />

foram construídas com duração prevista para<br />

5.000 horas, mas já voaram por décadas ;<br />

• O avião passou por muitos reforços estruturais e<br />

recebeu tantos equipamentos novos para melhorar<br />

sua performance em combate que hoje está<br />

substancialmente diferente do projeto original;<br />

• A banda de rock americana B-52 tem esse nome<br />

inspirado no avião;<br />

https://www.youtube.com/watch?v=h5F3PHvnQAQ<br />

82 aviação & mercado aviação & mercado 83


• Na guerra do Golfo (1991) seus<br />

bombardeiros pesados às trincheiras<br />

provocou verdadeiro terror<br />

entre os soldados iraquianos<br />

que ocupavam o Kuwait, muitos<br />

dos quais se renderam em verdadeiro<br />

estado de choque;<br />

• Projetado originariamente<br />

como atacante nuclear, passou<br />

a operar como bombardeiro<br />

convencional lançando bombas<br />

de queda livre e também como<br />

lançador de mísseis de cruzeiro;<br />

• Em 2007, a aversão “H” foi<br />

certificada para uso de uma<br />

mistura de querosene JP-8 com<br />

combustível sintético;<br />

• Nos anos 80 a banda “The<br />

Hollies” regravou o sucesso<br />

“Stop! In the name of love” (de<br />

1965). O vídeoclip levado ao ar<br />

tinha como protagonista um piloto<br />

de B-52, e fez enorme sucesso<br />

à época;<br />

https://www.youtube.com/<br />

watch?v=SKkl_0k4_KU<br />

• A missão de combate aeronáutico<br />

de mais longa duração<br />

da história das guerras<br />

pertence à um esquadrão de<br />

B-52, e foi realizada em 16 de<br />

janeiro de 1991 – quando essas<br />

aeronaves decolaram da<br />

Louisiana, voaram até o Iraque,<br />

bombardearam o país e<br />

voltaram para à base nos EUA<br />

sem pousar pelo caminho,<br />

tendo realizado diversos reabastecimentos<br />

em voo. A missão<br />

aconteceu durante a operação<br />

Tempestade no deserto,<br />

e percorreu 22.500 Km correspondentes<br />

a mais de 35 horas<br />

consecutivas em voo;<br />

• A missão recordista em termos<br />

de distancia percorrida também<br />

pertence aos BUFFs, e ocorreu<br />

na data de 2 para 3 de setembro<br />

de 1996, quando dois B-52H<br />

atacaram Bagdá à partir da Base<br />

Aérea de Guam no Oceano Pacífico<br />

, percorrendo um total de<br />

mais de 25.000km;<br />

• No ano de 1963, o avião disputou<br />

a audiência das plateias do<br />

cinema com o ator Rock Hudson<br />

no filme “Águias em alerta”<br />

https://www.youtube.com/<br />

watch?v=dcKaIG7qSpk&t=48s<br />

• No ano seguinte, foi estrela<br />

do polêmico filme ‘Doutor Fantástico”,<br />

do diretor Stanley Kubrick,<br />

com Peter Sellers fazendo<br />

diversos papéis;<br />

https://www.youtube.com/<br />

watch?v=LwLswRLg_qA<br />

• Houve seis acidentes de B-52<br />

carregados com bombas nucelares,<br />

mas felizmente, nenhuma<br />

delas detonou;<br />

• De todos os acidentes, talvez<br />

o mais famoso , por ter sido<br />

ostensivamente filmado, seja<br />

aquele ocorrido em 24 de junho<br />

de 1994 em show aéreo na base<br />

aérea de Fairchild (EUA), quando<br />

o B-52H indicativo de chamada<br />

Czar 52 colidiu contra o solo,<br />

praticamente desintegrando-se<br />

na frente das câmeras e tendo<br />

como resultado a morte dos<br />

quatro tripulantes e na perda<br />

da aeronave. O avião não estava<br />

carregado com bombas nucleares.<br />

https://www.youtube.com/<br />

watch?v=182AepOJjMs&t=16s<br />

Para finalizar, há que se dizer<br />

que a USAF tem intenção de<br />

manter o avião em condições de<br />

emprego operacional até o ano<br />

de 2040, quando o voo inicial<br />

fará aniversário de 88 anos! m<br />

Viage aqui acessando mais<br />

imagens sobre Boeing B-52<br />

84 aviação & mercado aviação & mercado 85


Por que descontinuar uma<br />

aproximação?<br />

Texto: Cmte. Denis<br />

Bianchini<br />

tatísticas comprovam que “forçar”<br />

um pouso, pode resultar<br />

num acidente grave. Portanto,<br />

é melhor dispender 5 ou 10 minutos<br />

para realizar uma nova<br />

aproximação com segurança,<br />

do que pousar no horário e sair<br />

do avião com as pernas tremendo,<br />

ou pior ainda, nem conseguir<br />

sair do avião!<br />

Insistimos muito nesse assunto,<br />

pois é triste ver que a todo ano<br />

dezenas de aeronaves, principalmente<br />

da aviação geral, se<br />

acidentam pela insistência e<br />

compulsão pelo pouso. Portanto,<br />

listamos alguns dos erros<br />

mais comuns associados à insistência<br />

pelo pouso e a recusa em<br />

não iniciar um procedimento<br />

de aproximação perdida:<br />

• descer abaixo da DA ou MDA<br />

sem ter avistado a pista;<br />

• aproximações múltiplas sob<br />

condições meteorológicas adversas.<br />

Na ânsia pelo pouso o<br />

piloto realiza 1, 2, 3, 4... aproximações,<br />

na esperança de avistar<br />

a pista;<br />

• prosseguir na aproximação<br />

com a aeronave desestabilizada;<br />

• prosseguir na aproximação com<br />

os limites de vento (cauda ou través)<br />

superiores aos estabelecidos<br />

pelo fabricante da aeronave;<br />

• mação mesmo estando inseguro,<br />

seja por qual motivo for;<br />

• falha no planejamento do<br />

voo, obrigando o piloto a “ter”<br />

que pousar no aeródromo de<br />

destino por falta de combustível<br />

para alternar;<br />

• prosseguir na aproximação<br />

quando todas as aeronaves que<br />

o precederam arremeteram, se<br />

O que é uma arremetida ou<br />

procedimento de aproximação<br />

perdida? Nada mais é do que<br />

um segmento do procedimento<br />

de aproximação que a aeronave<br />

deverá cumprir caso não<br />

obtenha condições favoráveis<br />

para pouso.<br />

O procedimento de aproximação<br />

perdida tem início na DA<br />

(ou DH), de um procedimento<br />

de precisão ou APV e na MDA<br />

(ou MDH) em um procedimento<br />

de não precisão. Este procedimento<br />

deve terminar numa<br />

altitude e num ponto que<br />

permita o início de uma nova<br />

aproximação, de uma espera<br />

ou o retorno ao voo em rota.<br />

Os principais motivos que levam<br />

o piloto a descontinuar<br />

uma aproximação, são:<br />

• condições meteorológicas (visibilidade,<br />

chuva, Wind shear, etc.)<br />

• aproximação desestabilizada<br />

• vento (acima da limitação da<br />

aeronave)<br />

• solicitação da torre de controle<br />

• qualquer outro fator que o<br />

piloto julgue aplicável<br />

Havia uma cultura, equivocada<br />

obviamente, de que o piloto<br />

que arremete é “fraco”, despreparado<br />

ou medroso. Ao<br />

longo do tempo esta cultura<br />

tem mudado radicalmente, começando<br />

com a instrução de<br />

base, que atualmente apresenta<br />

um grau de profissionalismo<br />

maior e adequado aos novos<br />

procedimentos já alinhados a<br />

esta nova cultura. Estudos e es-<br />

elas o fizeram, possivelmente a<br />

86 aviação & mercado aviação & mercado 87


Por que os aviões arremetem? (eBianch #6)<br />

aproximação final não apresenta<br />

condições favoráveis; e<br />

• pousar sob chuva forte.<br />

O segmento de aproximação<br />

perdida descrito numa carta de<br />

aproximação (IAC) deve ser de<br />

conhecimento irrestrito do piloto.<br />

Para tanto, durante o briefing<br />

da carta, deve-se observar<br />

com muita atenção tal procedimento,<br />

principalmente em arremetidas<br />

mais complexas, geralmente<br />

presentes em áreas com<br />

grande concentração de obstáculos<br />

e relevos acentuados.<br />

É comum estarmos com a consciência<br />

situacional elevada nos<br />

dias em que a probabilidade de<br />

arremeter é maior do que a de<br />

pousar, como por exemplo, numa<br />

aproximação com teto próximo<br />

aos mínimos meteorológicos do<br />

procedimento. Nestes dias, o<br />

piloto instintivamente dá a devida<br />

importância ao briefing do<br />

procedimento de aproximação<br />

perdida, e durante toda a aproximação<br />

está preparado para a<br />

execução deste procedimento.<br />

Em dias de céu claro este trecho<br />

da carta é praticamente desprezado<br />

por muitos, pois há plena<br />

convicção da realização do pouso.<br />

Mas “e se”!? E se por algum<br />

motivo você precisar descontinuar<br />

a aproximação, o que<br />

fazer? Você já ouviu dezenas<br />

de vezes que devemos “voar à<br />

frente do avião”, ou seja, estarmos<br />

preparados para uma<br />

situação antes que ela ocorra.<br />

Durante a arremetida além de<br />

cuidar da navegação lateral e<br />

vertical estipulada pelo procedimento,<br />

você também deverá<br />

realizar a manobra específica<br />

da aeronave. Nos primeiros minutos<br />

de uma arremetida a carga<br />

de trabalho é elevada, mas<br />

dentro da rotina operacional<br />

estabelecida, é perfeitamente<br />

gerenciável. O simples fato de<br />

desconhecer o procedimento<br />

a ser executado irá prejudicar<br />

toda a manobra, aumentando<br />

ainda mais a sua carga de trabalho<br />

e diminuindo a segurança<br />

da operação.<br />

Se você, por qualquer motivo,<br />

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