Aviação e Mercado - Revista - 8
Produzir Aviação e Mercado é um grande aprendizado e uma responsabilidade bem interessante que nos faz pensar, analisar e refletir sobre o futuro da humanidade. Ao mesmo tempo que contamos boas e verdadeiras histórias que trazem grandes aprendizados, como a do B-52 pelo Robinson e a da AFA pelo Elisandro, temos que estar atentos aos demais temas que podem e devem auxiliar os profissionais do mercado, necessitamos ser útil na vida de cada um. Seguindo esse preceito, vamos nessa edição passar experiência e ensinamentos do Denis para os pilotos e futuros pilotos, orientar como devemos elaborar um bom curriculum com base nos conhecimentos e ensinamentos do Alexandre. A Sandra relata os dramas e chama a atenção para a responsabilidade dos proprietários e pilotos de aeronaves sobre os riscos de acidentes aéreos, e, caso ocorra, como devemos proceder com as famílias das vitimas. Eu e o Martin, estamos colocando a indústria 4.0 mais uma vez no centro do debate, trazendo algumas das grandes mudanças que estão por vir e as que já estão presentes em nosso dia-a-dia. Muitas transformações vem ao nosso encontro. Falando em tecnologia, estamos iniciando a cobertura da indústria de drones, que faz parte da indústria 4.0 e da aeroespacial. Esse segmento acaba de ser regulamentado pela ANAC e promete profundas mudanças na aviação agrícola nos próximos anos, onde, inicia a profissão de piloto de drone e gradativamente reduz o número de pilotos de aeronaves agrícolas. A 10 anos decretava-se a falência da Varig, Telmo Schoeler, ex-conselheiro faz uma analise técnica do caso sobre a ótica de quem participou ativamente no processo. Analisamos o PDCA da Embraer que está revolucionando a indústria aeronáutica brasileira, um modelo que deve ser seguido por outros segmentos da indústria nacional. Dirane, nosso piloto amazonense, explica a profissão de coordenação de voo que exige um profissional multitarefa e necessita de formação continua. Boa leitura em mais uma edição totalmente grátis para você.
Produzir Aviação e Mercado é um grande aprendizado e uma responsabilidade bem interessante que nos faz pensar, analisar e refletir sobre o futuro da humanidade.
Ao mesmo tempo que contamos boas e verdadeiras histórias que trazem grandes aprendizados, como a do B-52 pelo Robinson e a da AFA pelo Elisandro, temos que estar atentos aos demais temas que podem e devem auxiliar os profissionais do mercado, necessitamos ser útil na vida de cada um.
Seguindo esse preceito, vamos nessa edição passar experiência e ensinamentos do Denis para os pilotos e futuros pilotos, orientar como devemos elaborar um bom curriculum com base nos conhecimentos e ensinamentos do Alexandre.
A Sandra relata os dramas e chama a atenção para a responsabilidade dos proprietários e pilotos de aeronaves sobre os riscos de acidentes aéreos, e, caso ocorra, como devemos proceder com as famílias das vitimas.
Eu e o Martin, estamos colocando a indústria 4.0 mais uma vez no centro do debate, trazendo algumas das grandes mudanças que estão por vir e as que já estão presentes em nosso dia-a-dia. Muitas transformações vem ao nosso encontro.
Falando em tecnologia, estamos iniciando a cobertura da indústria de drones, que faz parte da indústria 4.0 e da aeroespacial. Esse segmento acaba de ser regulamentado pela ANAC e promete profundas mudanças na aviação agrícola nos próximos anos, onde, inicia a profissão de piloto de drone e gradativamente reduz o número de pilotos de aeronaves agrícolas.
A 10 anos decretava-se a falência da Varig, Telmo Schoeler, ex-conselheiro faz uma analise técnica do caso sobre a ótica de quem participou ativamente no processo.
Analisamos o PDCA da Embraer que está revolucionando a indústria aeronáutica brasileira, um modelo que deve ser seguido por outros segmentos da indústria nacional.
Dirane, nosso piloto amazonense, explica a profissão de coordenação de voo que exige um profissional multitarefa e necessita de formação continua.
Boa leitura em mais uma edição totalmente grátis para você.
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<strong>Revista</strong> Multimídia<br />
Conheça a histÓria da AFA<br />
e os passos para formação de<br />
pilotos Militares no Brasil<br />
Edição 08<br />
O imortal b-52<br />
E mais!<br />
Horus<br />
Aeronaves:<br />
com fome de<br />
crescimento<br />
no mercado<br />
de Drones
<strong>Revista</strong> Multimídia<br />
Editorial<br />
Capa<br />
Edição 08<br />
a História<br />
do B-52<br />
80<br />
Ed.: 08<br />
Produzir <strong>Aviação</strong> e <strong>Mercado</strong><br />
é um grande aprendizado e<br />
uma responsabilidade bem interessante<br />
que nos faz pensar,<br />
analisar e refletir sobre o futuro<br />
da humanidade.<br />
Ao mesmo tempo que contamos<br />
boas e verdadeiras histórias<br />
que trazem grandes<br />
aprendizados, como a do B-52<br />
pelo Robinson e a da AFA<br />
pelo Elisandro, temos que estar<br />
atentos aos demais temas<br />
que podem e devem auxiliar<br />
os profissionais do mercado,<br />
necessitamos ser útil na vida<br />
de cada um.<br />
Seguindo esse preceito, vamos<br />
nessa edição passar experiência<br />
e ensinamentos do Denis<br />
para os pilotos e futuros pilotos,<br />
orientar como devemos<br />
elaborar um bom curriculum<br />
com base nos conhecimentos<br />
e ensinamentos do Alexandre.<br />
A Sandra relata os dramas e<br />
chama a atenção para a responsabilidade<br />
dos proprietários<br />
e pilotos de aeronaves<br />
sobre os riscos de acidentes<br />
aéreos, e, caso ocorra, como<br />
devemos proceder com as famílias<br />
das vitimas.<br />
Eu e o Martin, estamos colocando<br />
a indústria 4.0 mais uma vez<br />
no centro do debate, trazendo<br />
algumas das grandes mudanças<br />
que estão por vir e as que já<br />
estão presentes em nosso dia-<br />
-a-dia. Muitas transformações<br />
vem ao nosso encontro.<br />
Falando em tecnologia, estamos<br />
iniciando a cobertura da<br />
indústria de drones, que faz<br />
parte da indústria 4.0 e da<br />
aeroespacial. Esse segmento<br />
acaba de ser regulamentado<br />
pela ANAC e promete profundas<br />
mudanças na aviação agrícola<br />
nos próximos anos, onde,<br />
inicia a profissão de piloto de<br />
drone e gradativamente reduz<br />
o número de pilotos de<br />
aeronaves agrícolas.<br />
A 10 anos decretava-se a falência<br />
da Varig, Telmo Schoeler,<br />
ex-conselheiro faz uma<br />
analise técnica do caso sobre<br />
a ótica de quem participou<br />
ativamente no processo.<br />
Analisamos o PDCA da Embraer<br />
que está revolucionando a<br />
indústria aeronáutica brasileira,<br />
um modelo que deve ser<br />
seguido por outros segmentos<br />
da indústria nacional.<br />
Dirane, nosso piloto amazonense,<br />
explica a profissão de<br />
coordenação de voo que exige<br />
um profissional multitarefa<br />
e necessita de formação<br />
continua.<br />
Boa leitura em mais uma edição<br />
totalmente grátis para você.<br />
Foto de Capa: Divulgação<br />
10 anos Caso Varig 06<br />
AFA: História e Formação de Cadetes 12<br />
Acidentes Aéreos e o descaso<br />
com as famílias das vítimas 22<br />
PDCA: Programa de Desenvolvimento<br />
da Cadeia Aeronáutica 30<br />
A fórmula correta de montar seu currículo 44<br />
Venda Seu Voo 50<br />
Indústria 4.0: riscos,<br />
ATAques e precauções<br />
PARA os negócios<br />
e pessoas 52<br />
Coordenação de Voo: uma profissão<br />
multi-tarefas 78<br />
Cmte. Denis: Por que descontinuar<br />
uma aproximação? 86<br />
Presidente e Editor<br />
Vilso Ceroni<br />
Adm/Financeiro<br />
Nivea Ceroni<br />
nívea@grupoc.com.br<br />
Proj. Gráfico, Web Design<br />
e Diagramação<br />
Pedro R. de Oliveira<br />
Redação<br />
redacao@aviacaoemercado.com.br<br />
Comercial e Marketing<br />
55 11-3467-6504<br />
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Repres. Comercial em Manaus<br />
Jone Cavalcante Dirane<br />
55 92 9 9172-8682<br />
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www.aviaçãoemercado.com.br<br />
Colaboradores:<br />
• Alexandre Scoth<br />
Vilso Ceroni<br />
Presidente e Editor<br />
Drones:<br />
uma nova era<br />
PARA a<br />
AViação 68<br />
• Denis Bianchini<br />
• Elisandro Souza<br />
• Joni Cavalcanti Dirane<br />
• Martin Seefelder<br />
• Robinson Farinazzo Casal<br />
• Sandra Assali<br />
• Telmo Schoeler<br />
4 aviação & mercado aviação & mercado 5
10 anos da<br />
falência da Varig<br />
Passados 10 anos da derrocada<br />
da Varig com sua venda à<br />
Gol, cabe fazer uma reflexão<br />
sobre a solução dada ao caso.<br />
Como integrante do grupo<br />
consultivo contratado para<br />
idealizar um plano de reestruturação<br />
da companhia antes<br />
da decretação de sua falência,<br />
o qual não foi implementado<br />
por conta da desastrosa intervenção<br />
do Governo Federal,<br />
de um incoerente posicionamento<br />
de seus credores, especialmente<br />
os estatais e de uma<br />
tradicional visão meramente<br />
jurídica do judiciário, pergunto:<br />
quem ganhou e quem perdeu?<br />
Claramente, poucos foram<br />
os ganhadores e muitos<br />
os perdedores, o que significa<br />
que ela não foi boa.<br />
Texto: Telmo<br />
Schoeler (*)<br />
A solução dada ao caso envolveu<br />
a clássica separação<br />
da companhia em duas: uma<br />
empresa “boa”, com ativos,<br />
marcas etc., e uma empresa<br />
“podre”, onde ficam os problemas,<br />
as dívidas e os credores.<br />
A “boa”, não detentora<br />
nem sucessora dos passivos, é<br />
vendida para um novo investidor<br />
e o dinheiro arrecadado<br />
vai para a “podre” (massa falida),<br />
a fim de liquidar passivos<br />
dentro de um ordenamento e<br />
prioridade estabelecidos em lei.<br />
Este procedimento é juridicamente<br />
legal, operacionalmente<br />
possível e até usual. Mas é difícil<br />
ser a melhor solução, pois os<br />
recursos arrecadados na venda<br />
da parte “boa” nunca cobrem<br />
os passivos.<br />
Foi bom para a Gol: ganhou<br />
porte, eliminou um concorrente<br />
importante, ficando com<br />
sua marca e adquiriu o fundo<br />
de comércio. Para os credores<br />
– funcionários, pensionistas,<br />
fornecedores, bancos e o Esta-<br />
6 aviação & mercado aviação & mercado 7
do (leia-se, o “cidadão”, pelo<br />
menos em tese beneficiário dos<br />
impostos devidos pela massa)<br />
–, um péssimo negócio. Muito<br />
melhor para todos os credores<br />
teria sido a solução que nossa<br />
equipe de consultores articulou<br />
e construiu integralmente dentro<br />
do espírito dos processos<br />
internacionais de recuperação<br />
empresarial e posteriormente<br />
incorporados à lei 11.101, qual<br />
seja: a maioria (ou totalidade)<br />
dos credores converteriam créditos<br />
em capital, eliminando ou<br />
reduzindo substancialmente o<br />
passivo; investidor estratégico<br />
do ramo (no caso, a Lufthansa)<br />
aportaria novo capital e lideraria<br />
uma nova gestão; investidor<br />
financeiro brasileiro (fundo de<br />
investimento) aportaria capital<br />
de forma a assegurar o controle<br />
acionário nacional que a lei vigente<br />
local obrigava existir.<br />
Poderíamos ter a Varig viva, com<br />
todos os seus ativos – tangíveis,<br />
intangíveis, “slots”, pessoas etc.<br />
– capitalizada, profissionalizada<br />
e bem gerida, capaz de pagar<br />
passivos restantes, inclusive<br />
tributários, com evidente valorização<br />
em Bolsa, permitindo<br />
a recuperação de créditos pela<br />
venda das ações, como ocorreu<br />
na recuperação da GM, em que<br />
até dívidas tributárias foram liquidadas<br />
dessa forma. O único<br />
perdedor seria o antigo controlador<br />
– Fundação Rubem Berta, a<br />
verdadeira responsável pela derrocada<br />
da companhia. Nada mais<br />
aderente à lógica internacional<br />
adiante incorporada à lei 11.101<br />
que diz que o objetivo de um<br />
processo de recuperação é man-<br />
8 aviação & mercado aviação & mercado 9
ter a “entidade econômica” funcionando,<br />
não havendo nenhuma<br />
menção nem preocupação em<br />
manter a pregressa “estrutura e<br />
propriedade societária”.<br />
Infelizmente, este foi mais um<br />
caso tratado dentro da lógica<br />
estritamente jurídica da antiga<br />
lei de concordatas e falências,<br />
ou seja, onde a incapacidade<br />
de pagamento e a recuperação<br />
eram temas de um processo<br />
apenas estritamente judicial,<br />
envolvendo leis, advogados e<br />
juízes, sendo os credores caudatários<br />
e alheios a ele, razão<br />
pela qual a absoluta maioria<br />
das concordatas acabava em<br />
falência. No caso Varig e mesmo<br />
depois dele, ainda estamos,<br />
no Brasil, longe da compreensão<br />
verdadeira da recuperação<br />
empresarial, um processo que<br />
deve ser jurídico – gerencial,<br />
ou seja, cujo diagnóstico, solução<br />
e implementação requerem<br />
um conjunto de advogados, administradores,<br />
financiadores,<br />
investidores, gestores de crise<br />
etc., sem esquecer da participação<br />
realista e construtiva dos<br />
credores para avaliar e aceitar o<br />
“plano de recuperação”, como<br />
veio mais tarde a ser preconizado<br />
na lei. Este é muito mais<br />
do que o controlador / devedor<br />
pedir desconto, prazo de carência<br />
e amortização, cabendo<br />
ser um plano de viabilidade e<br />
sucesso em benefício dos credores.<br />
Nada diferente do que se<br />
faz pelo mundo desenvolvido a<br />
fora. Simples assim, em termos<br />
de técnica, realismo, eficácia e<br />
resultado. m<br />
(*) Telmo Schoeler,<br />
ex-conselheiro da Varig, é<br />
presidente da Orchestra Soluções<br />
Empresariais e da Strategos<br />
Consultoria Empresarial<br />
10 aviação & mercado aviação & mercado 11
Texto e fotos:<br />
Elisandro<br />
Souza<br />
para escola de aeronáutica do<br />
exercito. Ao final da década<br />
de 1930 com Getúlio Vargas no<br />
poder, ele é convencido pelo<br />
ministro da guerra, visto que<br />
a segunda grande guerra batia<br />
as portas do Brasil, a criar<br />
uma aeronáutica separada do<br />
exercito. Então Getúlio simplesmente<br />
retira todas as aeronaves<br />
do Exército e da Marinha<br />
do Brasil e reúne tudo nos<br />
Afonsos na Escola de Aeronáutica<br />
do Exército e cria o Ministério<br />
da Aeronáutica.<br />
Já naquela época começava-se<br />
a estudar a retirada da instrução<br />
de voo dos Afonsos devido<br />
ao aumento dos voos comerciais,<br />
o controle aéreo precário<br />
da época levava as aeronaves<br />
comerciais para uma rota de<br />
colisão com as aeronaves de<br />
instrução. Queria-se tirar o voo<br />
inicial do Rio, mas esbarava na<br />
falta de verba.<br />
Quando houve a fusão das<br />
duas aviações do Exército e<br />
Marinha o governo então chama<br />
de Forças Aéreas Nacionais.<br />
Levando então para o então<br />
ministro da Aeronáutica Salgado<br />
Filho a carta de solicitação<br />
para que o voo de instrução<br />
saísse dos Afonsos, Como Salgado<br />
Filho tinha uma grande<br />
proximidade com Getúlio, Getúlio<br />
então determina a criação<br />
de uma Comissão para<br />
procurar terras no Brasil a fora<br />
para então mudarem o local<br />
de instrução.<br />
Os responsáveis pela escolha<br />
dividem então o Brasil em seis<br />
partes, não por regiões, mas<br />
por partes. Tirando então a<br />
Amazônia brasileira, e o norte<br />
do Matogrosso (Lembrando<br />
que naquela época só se havia<br />
um Matogrosso), por questões<br />
obvias que naqueles locais só<br />
havia então florestas, tirando<br />
o frio do Sul do país, tira-se o<br />
calor excessivo do Nordeste e<br />
não podendo ficar na região do<br />
RJ e ES devido ao crescimento<br />
da aviação comercial. Em um<br />
voo pelo interior de São Paulo<br />
Doorgal Borges (aspirante da<br />
AFA<br />
Academia da<br />
Força Aérea<br />
Brasileira<br />
A nossa jornada pela Academia<br />
da Força Aérea Brasileira<br />
começa com um voo tranquilo<br />
Porto Alegre/Guarulhos e de<br />
lá mais duas horas e meia de<br />
carro até Pirassununga, que<br />
por sinal é uma cidade muito<br />
aconchegante. Em torno das<br />
14h chegamos à sessão de comunicação<br />
social e fomos recebidos<br />
pela 1o Ten REP Vanessa<br />
A história<br />
A Academia nasceu com o<br />
do Galeão no RJ, ocorre que<br />
na aviação naval daquela época<br />
nem todos eram brasileiros<br />
e nem todos militares, nós tínhamos<br />
uma forte influencia<br />
europeia na aviação naval com<br />
franceses e italianos voando<br />
aqui, isso ocorreu logo ao fim<br />
da guerra do contestado, aonde<br />
vem a ter a primeira vítima<br />
de acidente de uma aeronave<br />
Ortolan dos Anjos. A minha nome de Escola de Aeronáutica,<br />
militar em solo brasileiro, Ricardo<br />
maior preocupação é trazer a<br />
história completa da Academia<br />
e fatos que poucas pessoas sabem<br />
como surgem os aviadores<br />
e o futuro que aguarda a AFA.<br />
com a criação do minis-<br />
tério da Aeronáutica no ano<br />
de 1941, sendo o ministério a<br />
razão da fusão entre a aviação<br />
naval e a aviação do exercito<br />
Kirk, em 1915.<br />
Em seguida o exército brasileiro<br />
cria o que vem a ser chamada<br />
de a quinta arma, em 1919<br />
é criada então a aviação militar,<br />
Em se tratando de história ninguém<br />
sendo em seguida criada<br />
dez anos depois que Santos<br />
melhor do que o mestre<br />
Serginho Ramos para nos contar<br />
os fatos e curiosidades.<br />
Dumont fez o primeiro voo em<br />
1906, portanto em 1916, é criada<br />
a aviação naval no Pontão<br />
a escola de aviação no mesmo<br />
ano no Campo dos Afonsos.<br />
Em 1930 mudando de nome<br />
12 aviação & mercado aviação & mercado 13
6ª turma da Arma de <strong>Aviação</strong>,<br />
em 22 de dezembro de 1932.),<br />
notou a topografia da região<br />
que faz divisa com MG. Sendo<br />
o clima perfeito, sem morros e<br />
tráfego aéreo, então se compreende<br />
que a região entre<br />
as cidade de Ribeirão Preto e<br />
Campinas seria o local da nova<br />
escola militar.<br />
Havendo ainda o entrave de<br />
que as terras teriam que serem<br />
doadas e não havia estas terras<br />
nesta região, Getúlio então determina<br />
que desaproprie terras<br />
nesta região de Ribeirão Preto<br />
e Campinas, desapropriando<br />
6502 hectares de terras na Fazenda<br />
de Pirassununga, sendo<br />
grande parte margeado pelo<br />
rio Mogiguassu. A área que<br />
hoje a AFA utiliza é de 1700<br />
Hectares, o restante é criado a<br />
Fazenda da Aeronáutica. Tendo<br />
hoje 1500 hectares de mata<br />
nativa, com servos, onças pardas,<br />
capivara, cobras, entre outras.<br />
Construindo primeiramente<br />
em 1942 os hangares do setor<br />
Whisky (Atualmente utilizado<br />
pelo EDA (Esquadrão de Demonstração<br />
Aérea ou Esquadrilha<br />
da Fumaça) e uma pista<br />
de grama para operar o North<br />
American T-6 aeronave de instrução<br />
utilizada na época para<br />
a instrução.<br />
Quando somente em 1947 é<br />
então assinado o restante da<br />
documentação dos acordos<br />
para utilização da terra, uma<br />
mera formalização já que as<br />
terras já haviam sido desapropriadas.<br />
O então Destacamento Precursor<br />
da Escola de Aeronáutica<br />
ainda era subordinado ao RJ,<br />
no início da década de 1950<br />
voltasse as obras, recebendo o<br />
primeiro efetivo somente em<br />
1960. Em 17 de outubro de<br />
1960, foi inaugurado o Destacamento<br />
Precursor de Aeronáutica,<br />
durante as festividades<br />
da semana da Asa, com a<br />
presença do Exmo Sr Ministro<br />
da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro<br />
do Ar Francisco de Assis<br />
Corrêa de Mello, do Governa-<br />
14 aviação & mercado aviação & mercado 15
dor do Estado de São Paulo e<br />
de outras autoridades. A nova<br />
Escola teve como primeiro Comandante<br />
o Major Aviador<br />
Aloysio Lontra Netto. Em 1964<br />
a primeira turma do terceiro<br />
ano se torna a primeira a voar<br />
em solo paulista. Já solados no<br />
T-21 chegam então para voar<br />
o T-6. Em 1965 o Brasil inicia<br />
a intenção de compra do Cessna<br />
T-37, sendo a primeira leva<br />
chegando em 1967. Entre 1965<br />
e 1966 asfaltamento da pista<br />
principal devido ao uso do T37.<br />
A mudança de denominação,<br />
de Escola de Aeronáutica para<br />
Academia da Força Aérea (AFA),<br />
deu-se no ano de 1969. Em 1971<br />
a Academia foi transferida para<br />
suas novas instalações.<br />
Atividades aéreas<br />
Com a aeronave Neiva T-25<br />
para a instrução primária, possuíndo<br />
dois assentos e um motor<br />
a pistão, marca Lycoming IO<br />
540 K1D5, de 300 HP. A aeronave<br />
T-27 ou Embraer EMB-312<br />
Tucano utilizado para a instrução<br />
avançada, também de<br />
dois lugares, é equipado com<br />
um motor turbo-hélice Pratt &<br />
Whitney de 750 SHP.<br />
A instrução com a aeronave<br />
T-25 é realizada no Setor Leste<br />
da AFA, no 2° Esquadrão<br />
de Instrução Aérea, que tem a<br />
disposição uma pista de 1.902<br />
m de comprimento, com a Taxiway<br />
na mesma dimensão.<br />
A instrução com a aeronave<br />
T-27 é realizada no Setor Oeste<br />
da AFA, no 1° Esquadrão<br />
16 aviação & mercado aviação & mercado 17
de Instrução Aérea, que tem a<br />
disposição duas pistas de 2.000<br />
m de comprimento, com a Taxiway<br />
na mesma dimensão.<br />
A AFA tem uma intensa atividade<br />
aérea devido principalmente<br />
a instrução dos cadetes<br />
e também dos seus oficiais instrutores,<br />
chegando a quase 2/5<br />
do que se voa por toda a FAB,<br />
sendo considerado o Aeródromo<br />
com o maior movimento de<br />
aeronaves militares da América<br />
Latina. Para que tudo ocorra<br />
dentro da mais completa segurança,<br />
a AFA mantém um serviço<br />
de alerta de Busca e Salvamento<br />
(SAR), com helicóptero<br />
(H-50 - Helibrás Esquilo) e tripulação,<br />
além de um SESCINC,<br />
previsto nos Batalhões de Infantaria<br />
da Aeronáutica, no<br />
caso o BINFA-84 e Ambulância/<br />
UTI, durante as 24 horas.<br />
Os cadetes<br />
Os cadetes tem um preparo<br />
voltado para a excelência, com<br />
uma rotina marcada por estudo<br />
e preparo físico, no primeiro<br />
ano de AFA os cadetes<br />
não voam apenas tem estudos<br />
e preparações para o segundo<br />
ano, onde começa os voos.<br />
No primeiro ano de voo o cadete<br />
tem o contato com a aeronave<br />
Neiva T-25, tendo missões<br />
com durações de 1h a 1h15.<br />
O curso no segundo ano se divide<br />
em quatro fases:<br />
Pré solo: Primeiro contato com<br />
a aeronave, momento em que<br />
eles vão sair sozinhos para visões<br />
após serem checados.<br />
Manobras e acrobacias: Os cadetes<br />
aprende a fazer manobras<br />
inicialmente, como oito preguiçoso,<br />
chandele, trevo entre outros.<br />
Após vai para o check de<br />
mac aonde o após isso ele esta<br />
apto a realizar tais manobras.<br />
Formatura: A fase de formatura<br />
consiste em aprender a<br />
18 aviação & mercado aviação & mercado 19
voar com acompanhamento<br />
mútuo com outra aeronave,<br />
lado a lado, onde o instrutor<br />
vai orientando ao cadete como<br />
voar seguindo o líder e como<br />
voar como ala. Até chegar no<br />
nível RC onde estará apto a<br />
voar este tipo de missão.<br />
Navegação visual: Onde se<br />
inicia os voos entre cidades da<br />
região, achando uma ponte,<br />
cruzamento ou algo determinado<br />
anteriormente no briefing.<br />
Após tem a navegação<br />
para Rio Preto onde há o pouso<br />
fora da AFA para abastecimento<br />
e logo após o retorno.<br />
Iniciando esta fase somente no<br />
quarto ano.<br />
Hoje um cadete é cobrado ao<br />
extremo devido ao curto tempo<br />
que existe para a formação, até<br />
para conseguir absorver o máximo<br />
de informações possíveis.<br />
Voando em torno de 52 horas<br />
até a formação básica.<br />
O futuro<br />
A AFA hoje busca em médio<br />
prazo a troca das aeronaves<br />
de instrução básica, não descartando<br />
a possibilidade de os<br />
cadetes iniciarem o voo direto<br />
nos T-27, a busca pela excelência<br />
é um dos fatores que tornou,<br />
e constantemente mantem<br />
a AFA entre as melhores<br />
instituições formadores de<br />
aviadores militares no mundo.<br />
A impressão que saímos pelos<br />
portões é que hoje temos uma<br />
formação de primeiro mundo em<br />
termos de aviação militar, em termos<br />
de material possuem o necessário<br />
para a missão que cumprem,<br />
porém em material humano falando<br />
em comprometimento e<br />
eficiência, com toda a certeza<br />
possuem muito mais que o necessário<br />
garantindo assim a formação<br />
daqueles jovens que em um<br />
futuro próximo manterão a soberania<br />
do nosso espaço aéreo. m<br />
Acesse aqui mais fotos e vídeos exclusivos da AFA<br />
20 aviação & mercado aviação & mercado 21
O ALTO ÍNDICE DE<br />
ACIDENTES<br />
AÉREOS NA AVIAÇÃO,<br />
A AUSÊNCIA DE SEGURO<br />
E O IMPACTO GERADO NOS<br />
FAMILIARES<br />
DAS VÍTIMAS<br />
Texto: Sandra Assali<br />
Infelizmente e indiscutivelmente,<br />
temos presenciado um<br />
numero alarmante de acidentes<br />
aéreos no Brasil. Entre os<br />
anos de 2012 e 2016 foram registrados<br />
966 acidentes aéreos,<br />
resultando num triste numero<br />
de 609 mortes. Não fica difícil<br />
imaginar, o alto numero de famílias<br />
atingidas pelas perdas<br />
de seus entes queridos e quanto<br />
o trabalho da ABRAPAVAA<br />
tem sido solicitado, levando<br />
sua experiência, acolhendo,<br />
prestando apoio e orientação.<br />
Em 20 anos de existência, nunca<br />
trabalhamos tanto. Sim,<br />
imagino que se deva também<br />
pelo fato de a ABRAPAVAA<br />
estar mais conhecida, diante<br />
de nosso trabalho e nossa assistência<br />
em casos de repercussão<br />
como GOL, TAM 3054, Air<br />
France, Eduardo Campos, Thomaz<br />
Alckmin, Roger Agnelli,<br />
Chapecoense, etc. e entre mais<br />
de 150 acidentes aéreos por<br />
todo o Brasil.<br />
Hoje, o que mais tem nos surpreendido,<br />
tem sido o alto índice<br />
de acidentes com a aviação<br />
geral, táxi aéreo, aviação<br />
experimental, agrícola e mais<br />
preocupante ainda, a constatação<br />
do alto índice de aeronaves<br />
que não estão cobertas<br />
por seguro inclusive, não renovando<br />
seguro RETA, condição<br />
para autorização de voo.<br />
Sabemos que nosso País é<br />
imenso. Sabemos também, das<br />
deficiências de nosso órgão regulador<br />
e fiscalizador, que não<br />
dá conta de cumprir seu papel.<br />
Mais ainda, sabemos da falta<br />
de prudência de inúmeros pilotos,<br />
o excesso de segurança,<br />
a falta de familiaridade com<br />
esta ou aquela aeronave, falta<br />
de experiência, a fadiga, não<br />
estar habilitado para determinado<br />
modelo de aeronave<br />
e tantos outros fatores, que<br />
tem gerado esse numero tão<br />
alto de fatalidades e por conseguinte,<br />
um numero tão alto<br />
de familiares em sofrimento.<br />
Como se não bastasse o impacto<br />
gerado pela perda de um<br />
filho, de uma mãe, um irmão<br />
ou um grande amigo, gerando<br />
dor, saudade, interrupção prematura<br />
de uma vida e do convívio<br />
familiar, a ultima coisa que<br />
se imagina vivenciar também,<br />
diante de tanta adversidade é<br />
saber que aquela aeronave não<br />
possuía seguro, seja ele o RETA,<br />
22 aviação & mercado aviação & mercado 23
o Seguro de Responsabilidade<br />
Civil e o Seguro do Casco.<br />
E infelizmente, um numero<br />
grande de aeronaves sem cobertura<br />
de seguro (s) tem sido<br />
constatado pela ABRAPAVAA.<br />
E como sabemos? Sabemos<br />
a ideia de um empresário, gerar<br />
um negócio, transportando<br />
vidas sem a responsabilidade<br />
de uma Apólice de Seguros.<br />
Será que imaginam como seria<br />
se acontecesse com eles?<br />
Temos constatado um crescimento<br />
Quando os familiares são informados<br />
que o avião em que<br />
seu ente querido faleceu não<br />
possuía seguro, surge um misto<br />
de tristeza e revolta afinal,<br />
muitas vezes, esses familiares<br />
perdem seu provedor e num<br />
quando os familiares nos solicitam<br />
em acidentes com a primeiro momento, o Seguro<br />
orientação e começamos aviação experimental. Sabemos<br />
RETA é importantíssimo, como<br />
a colher informações sobre o<br />
que é considerada uma um primeiro suporte financei-<br />
acidente, em busca de informações<br />
que possa ajudá-los e<br />
então constatamos, a ausência<br />
aviação de risco portanto, por<br />
conta e risco de seu transportador,<br />
para seu uso próprio e<br />
ro, uma vez que as contas continuam<br />
a chegar, as responsabilidades<br />
são inúmeras, como<br />
de Apólice. Dificil demais proibida sua exploração para contratar um advogado para<br />
transmitir essa informação aos fins comerciais portanto, caso representá-los, darem início a<br />
familiares. Na verdade, enquanto<br />
um acidente aéreo aconteça, um inventário e as demais necessidades<br />
ABRAPAVAA nos in-<br />
dignamos. Nos é inconcebível<br />
não haverá investigação e tampouco<br />
cobertura de seguro. básicas do dia a dia.<br />
A ABRAPAVAA tem buscado<br />
24 aviação & mercado aviação & mercado 25
conscientizar os proprietários<br />
de aeronaves, quanto a importância<br />
o valor é descontado no momento<br />
do Acordo mas indisdependentes.<br />
O valor do Seguro RETA tinha<br />
como referência de cálculo,<br />
até então, a OTN – Obrigações<br />
do Tesouro Nacional, referência<br />
essa, que foi extinta em<br />
1995. Ou seja, para as aéreas,<br />
foi o melhor dos mundos,<br />
ninguém chamava a atenção<br />
para esse “pequeno detalhe”<br />
afinal, uma vez que deixou de<br />
existir, ajustes deixaram de ser<br />
feitos e assim ficou de 1995 até<br />
2009 (quando entrou em vigor<br />
o novo valor).<br />
Entramos com nosso pedido, num<br />
valor que fosse relativo ou pela<br />
referência dos valores dos EUA<br />
ou Europa. Atualizando os valores<br />
dos últimos 14 anos (de 1995<br />
da contratação de um cutivelmente, ele é essencial a 2007), usando o índice IPCA,<br />
Seguro Aeronáutico – Reta, num momento pós-acidente chegamos a R$ 137 mil reais.<br />
Casco e Responsabilidade Civil<br />
e de mantê-los em dia afinal,<br />
nunca se sabe quando o mesmo<br />
será necessário.<br />
para muitos familiares.<br />
Em 2007, com o acidente TAM<br />
3054 e diante da realidade de<br />
um valor de seguro RETA tão<br />
Imaginem o que ocasionamos.<br />
Foram 2 anos de reuniões, debates,<br />
inúmera audiências, empresas<br />
aéreas alegando que não<br />
discutivelmente, um progresso<br />
atenção a experiência do pi-<br />
empresa aérea, com suas per-<br />
Quando a ABRAPAVAA foi defasado, num momento de inflação<br />
teriam condições de arcar com<br />
R$ 66 mil contra R$ 14 mil loto, com mais treinamento, das também, sejam suas tri-<br />
altíssima no Brasil e a cla-<br />
fundada, o valor do Seguro<br />
valores tão altos em suas apó-<br />
anteriormente, um suporte dirimindo assim, a chances de pulações, as famílias desses<br />
RETA era de R$ 14 mil reais. ra e absurda diferença dos valores<br />
lices e mais uma serie de outras<br />
financeiro aos familiares para um acidente aéreo.<br />
tripulantes, o prejuízo finan-<br />
Sim, esse era o valor pago pelo<br />
pagos em relação aos EUA e razões. Lógico, ideal seria como<br />
seus primeiros momentos Sempre me recordo de uma ceiro de um acidente aéreo, a<br />
RETA por uma vida, até o ano<br />
de 2009. A primeira vez que<br />
Europa, a ABRAPAVAA resolveu<br />
buscar uma atualização nesses<br />
estava e que assim ficasse.<br />
E... após muitas discussões e<br />
após vivenciar experiência tão<br />
difícil e dolorosa e sabemos...<br />
máxima do CENIPA, que diz imagem da empresa, o acolhimento<br />
e assistência aos fami-<br />
mais ou menos assim – “se<br />
a ABRAPAVAA foi convidada valores, com a sensibilização ajustes, para que se pudesse<br />
a questão material tem relevante<br />
acha caro investir em segurança,<br />
liares das vitimas.<br />
para participar no NTSB – National<br />
Transportation Safety<br />
Board, em Washington, em<br />
1998, no Congresso de Family<br />
dos órgãos públicos, do consumidor,<br />
aéreas, Anac etc.<br />
Iniciei os contatos com a Procuradoria<br />
da República em<br />
adequar ao orçamento na aviação<br />
como um todo, chegamos<br />
ao valor de R$ 49 mil reais, que<br />
entrou em vigor em maio de<br />
importância, principal-<br />
mente se quem faleceu provia<br />
aquela família.<br />
A ABRAPAVAA sempre deu<br />
experimente um aciliares<br />
dente aéreo”.<br />
Em todos os sentidos e para todos<br />
um acidente aéreo é impac-<br />
Com certeza, o ideal é que não<br />
aconteça mas, em acontecendo,<br />
primordial estarem preparadas<br />
para passarem por todo<br />
Assistance, levando nossa Brasília e na sequência, com o 2009. Valor esse ajustado pelo<br />
importância ao valor de Setante.<br />
Impactante para a família esse momento de turbulência,<br />
experiência numa palestra, MPF – Ministério Publico Federal<br />
índice IPCA, que hoje, maio de<br />
guro RETA em padrões internacionais<br />
atingida, pela dor, pela perda, com integridade, seriedade<br />
como primeira Associação de<br />
Assistência a familiares de vitimas<br />
do Brasil, lá obtivemos a<br />
informação de que, nos EUA,<br />
esse seguro é de US$ 120 mil<br />
que, sensibilizados, abraça-<br />
ram nossa causa, certos da necessidade<br />
de um valor que ao<br />
menos, fosse um suporte a familiares<br />
atingidos pela perda<br />
2017, estamos um valor aproximado<br />
de R$ 66 mil reais.<br />
Longe do ideal... considerando<br />
que esse valor é descontado<br />
no momento do Acordo, ou<br />
pois entendemos,<br />
que sendo o valor do seguro<br />
mais adequado à nossa realidade,<br />
teremos aeronaves (e aí<br />
diga-se, aviação geral, regular,<br />
pela saudade e por terem de reorganizar<br />
suas vidas e seguirem<br />
em frente e junte-se aí, todas<br />
as dificuldades advindas, tanto<br />
emocionais, quanto financeiras.<br />
e dedicação. Afinal... o transporte<br />
de passageiros, são a finalidade<br />
fim de uma empresa<br />
aérea. O respeito é essencial!<br />
Sempre reforço a importância<br />
e na Europa, em torno de 130 trágica de um ente querido, seja, é na verdade um adiantamento<br />
etc.), mais seguras, com maior Impactante também, para de uma empresa aérea possuir<br />
mil Euros. Sim, sabemos que de quem muitas vezes, eram<br />
à indenização mas, in-<br />
atenção a manutenção, maior todo o sistema envolvido. A cobertura do RETA, Responsa-<br />
26 aviação & mercado aviação & mercado 27
ilidade Civil e Caso também. dia seguinte à renovação, um são exata do pesadelo vivido...<br />
Vou citar um exemplo conhecido<br />
avião meu caiu na baía de de olhos abertos!<br />
e que, a propósito, faço Guanabara, sem vítimas mas, Srs proprietários de aerona-<br />
menção a ele em meu livro “O<br />
Dia Que Mudou Minha Vida”<br />
com o dinheiro do seguro, ves. Sejam responsáveis. A<br />
paguei o Ometto”. Muito ABRAPAVAA vem preparando<br />
O Cmte.Rolim, à época, presidente<br />
da TAM, era uma pessoa<br />
provavelmente e pelas informações<br />
recebidas, foi com a<br />
um movimento de conscientização<br />
ao usuário para que se<br />
centralizadora, todas as cobertura do casco que ele certifique de que a aeronave<br />
e, qual não foi a surpresa, ao<br />
tomadas de decisões passavam<br />
por ele e, em uma entrevista<br />
resolveu sua dívida. Ou seja,<br />
para todos os efeitos e finalidades,<br />
que embarcarão, possui seguro<br />
RETA inclusive, seguro de<br />
constatar que o Seguro estava<br />
vencido. No mesmo instante,<br />
definitivamente, o se-<br />
a revista Playboy, somente 3<br />
Responsabilidade Civil.<br />
solicitei a troca da aeronave<br />
meses após o acidente com o<br />
TAM 402, ele cita que “estava<br />
vencendo o prazo de renovação<br />
guro é uma garantia.<br />
O que mais insisto com os empresários<br />
da aviação, tanto<br />
Sabemos do recurso do RAB<br />
no site da ANAC, onde todos<br />
podemos acessar e obtermos<br />
afinal, minha vida estava em<br />
risco. Qual não foi minha surpresa<br />
quando o responsável<br />
da Apólice de suas aero-<br />
quanto a questão do RETA, informações acerca de uma<br />
pela empresa se adiantou e<br />
naves e ele estava pensando quanto ao Seguro de Responsabilidade<br />
Civil, é que, tentem<br />
em não renovar”. Disse que<br />
“estava devendo ao Ometto imaginar por todo o processo<br />
aeronave mas, vivi uma experiência<br />
que demonstra, que não<br />
permite confiar plenamente<br />
disse: “de forma alguma, não<br />
estamos com o Seguro vencido,<br />
ele foi renovado e vou<br />
e que não sabia se renovava a<br />
a que esses familiares são na atualização das informa-<br />
lhe mostrar”. Em seguida,<br />
Apólice ou pagava o Ometto”. expostos após momento tão ções lá contidas.<br />
pegou o renovação da Apólice<br />
Pois bem, quase no final do traumático. Reconheçam que Precisei viajar para Coari, no<br />
entre seus arquivos e me<br />
dia e do prazo, resolveu ouvir<br />
o conselho de um amigo se<br />
deveria renovar ou não. Esse<br />
amigo o aconselhou a renovar<br />
afinal, estaria coberto no caso<br />
de uma tragédia e que poderia<br />
se entender com o Ometto<br />
e renegociar essa dívida.<br />
E... diz o Cmte.Rolim: “foi a<br />
melhor coisa que fiz pois, no<br />
aquela vitima escolheu sua<br />
empresa para voar. É tentarem<br />
se colocar no lugar desses<br />
familiares naquele momento.<br />
De se imaginarem vivendo<br />
experiência semelhante. Ninguém<br />
imagina o que se vive<br />
após se perder um ente querido<br />
num acidente aéreo. Só<br />
quem vivencia tem a dimen-<br />
Amazonas, para atender familiares<br />
de um acidente aéreo<br />
e chegando a Manaus, segui<br />
para uma empresa de táxi aéreo<br />
que me levaria a Coari. Lá<br />
chegando, perguntei ao responsável<br />
qual seria a aeronave<br />
que viajaríamos e tão logo<br />
ele me apontou, anotei o prefixo,<br />
acessei o RAB da ANAC<br />
trouxe para constatar. Sim, a<br />
Apólice havia sido renovada e<br />
no entanto, não estava atualizada<br />
no site da ANAC. Fiquei<br />
tranquila. De qquer forma, se<br />
não tivesse me mostrado a renovação,<br />
com certeza, teria<br />
exigido a troca da aeronave.<br />
VIDA não tem preço! Nem a<br />
minha, nem a sua... m<br />
28 aviação & mercado aviação & mercado 29
PDCA<br />
Programa de<br />
Desenvolvimento<br />
da Cadeia<br />
Aeronáutica<br />
Um modelo<br />
inteligente<br />
a ser<br />
replicado<br />
em outros<br />
segmentos<br />
industriais<br />
no Brasil.<br />
Texto Vilso Ceroni<br />
Antes de falarmos mais a fundo<br />
sobre o PDCA vamos apresentar<br />
alguns dados do setor<br />
Aeronáutico Brasileiro.<br />
Tamanho do PIB desse<br />
mercado: US$ 7 bilhões, o<br />
que representa algo como<br />
2% do PIB geral do país.<br />
A Origem:<br />
Número de indústrias:<br />
Em 2010 a ABDI (Agência Brasileira<br />
Em torno de 160 empresas<br />
de Desenvolvimento In-<br />
compõem o APL aeronáutico<br />
dustrial), iniciou um programa<br />
brasileiro; 120 sediadas Postos de trabalho: aproxi-<br />
de fortalecimento da atividade<br />
em São José dos Campos e madamente no país um total<br />
da cadeia aeronáutica, o foco<br />
o restante espalhadas por de 50 mil empregos diretos e<br />
era o fortalecimento dessa cadeia<br />
municípios de SP, RJ, MS, PR, indiretos.<br />
produtiva formada por<br />
RS e MG.<br />
pequenas e médias empresas,<br />
Perspectivas 2017:<br />
onde muitas delas foram constituídas<br />
Importações - 2016 - o percentual<br />
Estimados investimentos<br />
por ex-funcionários da<br />
de participação do ae-<br />
da ordem de R$ 12 bilhões<br />
Embraer e formados pelo ITA,<br />
30 aviação & mercado aviação & mercado 31<br />
ronáutico nas importações totais<br />
brasileiras equivale a 3,2%.<br />
Exportações - 2016 - o percentual<br />
de participação do<br />
setor nas exportações totais<br />
foi 3,9% - US$ 7.259.818.457<br />
FOB). Em relação a 2015 houve<br />
um aumento de 2,3% da<br />
participação das peças aeronáuticas<br />
no total de exportações<br />
do setor.<br />
entre 2015-2018, decorrentes<br />
do programa FX-2<br />
(novo caça da Força Aérea<br />
Brasileira – FAB) e de novos<br />
projetos em fase de desenvolvimento<br />
nas empresas<br />
do setor. A Embraer deverá<br />
fazer investimentos importantes<br />
em virtude do desenvolvimento<br />
da sua nova<br />
geração de jatos comerciais,<br />
o E-2, (em torno de<br />
R$ 3,5 bilhões), bem como<br />
pela continuidade dos projetos<br />
de novos jatos executivos<br />
(Legacy 450 e 500)<br />
e da conclusão do desenvolvimento<br />
(certificação e<br />
implantação da capacidade<br />
produtiva) do cargueiro<br />
militar KC-390.<br />
Para quem quiser aprofundar<br />
a analise sobre o<br />
setor aeronáutico, apresentamos<br />
em nossa edição<br />
6 de <strong>Aviação</strong> e <strong>Mercado</strong><br />
uma matéria completa<br />
sobre o mesmo. Basta<br />
acessar gratuitamente.
com excelentes conhecimentos<br />
tecnológicos para suprir as<br />
diversas demandas da cadeia<br />
produtiva da indústria aeroespacial<br />
brasileira.<br />
Em paralelo também ocorreram<br />
parcerias de desenvolvimentos<br />
com empresas e entidades<br />
do Canadá, Suécia e<br />
França, para entender como<br />
eram feito os programas de<br />
desenvolvimento de fornecedores<br />
dos mesmos, alguma<br />
empresas brasileiras também<br />
fizeram parte desse processo<br />
de aprendizagem.<br />
O resultado foi o reconhecimento<br />
de que as empresas<br />
brasileiras tinham muitas fragilidades<br />
em gestão financeira,<br />
gestão estratégica, gestão de<br />
pessoas, de estoque, etc.. o que<br />
impactava diretamente em sua<br />
evolução e nos seus negócios<br />
gerando muitas dificuldades<br />
no relacionamento e fornecimento<br />
com seus clientes, inclusive<br />
com a Embraer, empresa<br />
A Funcionalidade<br />
Por se tratar de um projeto<br />
publico privado e o PDCA<br />
funcionar perante a legislação<br />
brasileira, foi necessário estrupresas<br />
participantes são destados<br />
obtidos com o progra-<br />
32 aviação & mercado aviação & mercado 33<br />
que lidera o setor no Brasil.<br />
Ao mesmo tempo em que a<br />
ABDI desenvolvia seu projeto<br />
a Embraer também caminhava<br />
com o seu programa de<br />
evolução, qualificação e melhorias<br />
dos seus fornecedores,<br />
e ambas utilizavam os mesmos<br />
conceitos das semanas<br />
kaizens e o sistema de manufatura<br />
enxuto, com foco nos<br />
conceitos e padrões da indústria<br />
brasileira visando a busca<br />
de melhor produtividade.<br />
A Junção<br />
No ano de 2014, na discussão<br />
do programa Brasil Maior, era<br />
muito forte a questão sobre a<br />
cadeia produtiva da indústria<br />
aeronáutica para entender de<br />
fato todas as dificuldades das<br />
empresas que faziam parte da<br />
mesma, a Embraer solicitou a<br />
ABDI a incorporação dos esforços<br />
entre os programas, uma<br />
vez que os mesmos buscavam<br />
os caminhos e resultados similares<br />
e tinham a mesma cadeia<br />
produtiva como foco.<br />
Essa união de esforços conseguiria<br />
atender a um número<br />
maior de empresas dentro<br />
da cadeia produtiva, trazendo<br />
maior competitividade do<br />
setor em âmbito nacional e<br />
internacional. Também seria<br />
possível colaborar com as mesmas,<br />
em sua evolução mais<br />
rápida em tecnologias, gestão,<br />
relacionamento e qualidade<br />
dos produtos. Isso seria<br />
de grande importância para<br />
preparar as empresas para o<br />
conceito da indústria 4.0 que<br />
já acelerava muito nas cadeias<br />
produtivas de outros países e<br />
o Brasil não poderia ficar mais<br />
uma vez para trás, era necessário<br />
agir, desenvolver e aumentar<br />
a competitividade.<br />
As empresas nacionais precisavam<br />
ser mais independentes<br />
da Embraer e deveriam ganhar<br />
musculatura no âmbito<br />
da gestão e da tecnologia.<br />
Após analises e definições de<br />
quem e como seria feito, surgiu<br />
o PDCA – Programa de desenvolvimento<br />
da Cadeia Aeronáutica.<br />
Os objetivos<br />
O PDCA foi criado com os<br />
objetivos de desenvolver as<br />
empresas através de soluções<br />
inovadoras gerando evolução<br />
tecnológica com ampliação<br />
da produtividade para atender<br />
as demandas da empresa<br />
líder do projeto, a Embraer.<br />
Também visa o desenvolvimento<br />
e preparação das empresas<br />
para o mercado internacional,<br />
ou seja, estrutura-las<br />
para atender e estarem aptas<br />
a fornecerem para Airbus,<br />
Boeing e outras.<br />
Para internacionalizar essas<br />
empresas existem muitas competências<br />
internas criticas que<br />
precisam e merecem ser tratadas<br />
e evoluídas, desde a formação<br />
de preço, tributação,<br />
regras cambiais, normas de exportação,<br />
embalagens, etc.<br />
turar de forma que o mesmo<br />
não tivesse entraves ou reprovação<br />
de órgão de fiscalização<br />
do governo e MPF.<br />
A ABDI entra com os recursos<br />
financeiros por meio de um<br />
acordo de cooperação com<br />
o Parque Tecnológico de São<br />
José dos Campos, que por sua<br />
vez contrata através de licitação<br />
pública uma das melhores<br />
escolas de negócios do país,<br />
a Fundação do Cabral, para<br />
aplicar, monitorar e desenvolver<br />
o programa em parceria<br />
com a Embraer que em contra<br />
partida coloca sua equipe de<br />
técnicos e especialistas para<br />
fazerem parte do programa e<br />
apoiarem no desenvolvimento<br />
do mesmo, buscando os<br />
melhores resultados possíveis.<br />
O programa só funciona porque<br />
tem a participação intensa<br />
da Embraer, e os esforços<br />
de desenvolvimento das em-<br />
tinados para que atendam as<br />
necessidades da mesma e com<br />
isso se qualifiquem para fornecer<br />
a outras empresa nacionais<br />
e internacionais.<br />
A Embraer e a Fundação Dom<br />
Cabral, entram no dia-a-dia<br />
da produção e gestão de cada<br />
uma das empresas participantes<br />
e identificam todas as fragilidades<br />
e gargalos que estão<br />
atrapalhando no crescimento<br />
e na produtividade de seus<br />
produtos e serviços. Após essa<br />
etapa é elaborado um mapa<br />
de cada empresa contendo<br />
todas as melhorias necessárias<br />
e na sequência desenvolvido<br />
um plano de ação que deve<br />
ser implantado e aperfeiçoado<br />
conforme a evolução e ganhos<br />
de cada participante.<br />
A ABDI, além dos recursos financeiros,<br />
participa da aplicação,<br />
do desenvolvimento e o<br />
acompanhamento dos resul-
ma. Em setembro de 2017 termina<br />
o segundo ciclo de aplicação,<br />
encerrada essa etapa, será feito<br />
um levantamento geral e detalhado<br />
de cada empresa para saber<br />
a evolução e as necessidades<br />
que ainda precisam ser sanadas<br />
para analisar a continuidade do<br />
PDCA e se determinadas empresa<br />
ainda continuaram no<br />
programa ou se já ganharam a<br />
maturidade de gestão para andarem<br />
com as próprias pernas,<br />
tanto no fornecimento para a<br />
Embraer, quanto para a internacionalização.<br />
Desembolsos<br />
com verbas públicas:<br />
2014<br />
1º PDCA<br />
Valor Total: R$ 1.047.959,20<br />
Participação ABDI:<br />
R$ 940.546,00 (90%)<br />
Contrapartida CECOMPI:<br />
R$ 107.413,20 (10%)<br />
Participação ABDI:<br />
R$ 794.162,90 (90%)<br />
Contrapartida CECOMPI:<br />
R$ 88.922,88 (10%)<br />
Total PDCA (1º e<br />
2º ciclo) = R$ 1.931.044,98<br />
Resultados da Indústria<br />
Aeronáutica Brasileira com<br />
apoio do PDCA.<br />
O setor aeronáutico no Brasil<br />
se destaca por sua alta intensidade<br />
tecnológica, altos<br />
investimentos em P,D&I, elevado<br />
grau de exportação de<br />
produtos, além da grande<br />
potencialidade de transbordamento<br />
de tecnologias para<br />
outros setores industriais. O<br />
setor movimenta cerca de US$<br />
7 bilhões, o que representa<br />
algo como 2% do PIB geral do<br />
país. Em 2016, o percentual<br />
de participação do setor nas<br />
exportações totais foi 3,9% -<br />
(US$ 7.259.818.457 FOB). Em<br />
relação a 2015 houve um aumento<br />
de 2,3% da participação<br />
das peças aeronáuticas no<br />
total de exportações do setor.<br />
As empresas deste setor inovam<br />
por meio e em função<br />
de produtos, mercados, eficiência,<br />
qualidade ou por sua<br />
capacidade de aprendizado e<br />
de implementação de mudanças,<br />
na busca de sua competitividade<br />
e oportunidades de<br />
ingresso em novos mercados.<br />
Além disso, as pequenas e médias<br />
empresas fornecedoras<br />
da cadeia produtiva aeronáutica<br />
brasileira têm uma particularidade<br />
que merece ser observada<br />
na sua relação com a<br />
empresa integradora do setor.<br />
A despeito de abrigar a Embraer,<br />
terceira maior fabricante<br />
de jatos comerciais do mundo,<br />
a cadeia de suprimentos<br />
nacional de pequeno e médio<br />
porte, não se inseriu nas redes<br />
globais como em outros países:<br />
muitas delas não conseguiram<br />
diversificar atividades<br />
e portfólio de clientes, e dependem<br />
quase exclusivamente<br />
da fabricante de aviões.<br />
Neste setor, a Embraer é a principal<br />
responsável pela geração<br />
de emprego e renda nesse setor<br />
de alta tecnologia, que<br />
gera produtos de altíssimo valor<br />
agregado. Tal fato traz rebatimentos<br />
para sua rede de<br />
fornecedores e parceiros industriais,<br />
que precisam acompanhá-la<br />
pari passu na vanguarda<br />
da tecnologia aeronáutica.<br />
Segundo dados da Associação<br />
das Indústrias Aeroespaciais do<br />
Brasil (AIAB), esse setor gera<br />
aproximadamente no país um<br />
total de 50 mil empregos diretos<br />
e indiretos.<br />
nhecida mundialmente como<br />
uma atividade industrial que<br />
gera alta agregação de valor,<br />
geradora de empregos de alto<br />
nível, sendo percebida como<br />
alto valor estratégico para os<br />
fabricantes globais Airbus,<br />
Boeing e a canadense Bombardier.<br />
No Brasil, o setor é reconhecido<br />
por sua reconhecida<br />
inteligência de mercado, quer<br />
seja a capacidade da empresa<br />
líder de reconhecer nichos do<br />
mercado global e investir nos<br />
que possuem alta probabilidade<br />
de sucesso. Exemplos disso<br />
Brasília, ERJ-145, E-Jets, Sistema<br />
Astros etc. O setor também<br />
conta com reconhecidos<br />
institutos e centros de pesquisa<br />
que detêm excelente base<br />
tecnológica, em diversas regiões<br />
do país.<br />
Os investimentos do setor são<br />
direcionados basicamente pelas<br />
demandas do mercado e<br />
pelos elevados montantes envolvidos<br />
para a amortização<br />
gradual ao longo dos longos<br />
ciclos dos produtos – em geral,<br />
de 15 a 25 anos. Estão estimados<br />
investimentos da ordem<br />
2018, decorrentes do programa<br />
FX-2 (novo caça da Força<br />
Aérea Brasileira – FAB) e de<br />
novos projetos em fase de desenvolvimento<br />
nas empresas<br />
do setor. A Embraer deverá<br />
fazer investimentos importantes<br />
em virtude do desenvolvimento<br />
da sua nova geração<br />
de jatos comerciais, o E-2, (em<br />
torno de R$ 3,5 bilhões), bem<br />
como pela continuidade dos<br />
projetos de novos jatos executivos<br />
(Legacy 450 e 500) e da<br />
conclusão do desenvolvimento<br />
(certificação e implantação<br />
2016<br />
2º PDCA<br />
Valor Total: R$ 883.085,78<br />
A indústria aeronáutica é reco-<br />
são as aeronaves Bandeirante, de R$ 12 bilhões entre 2015- da capacidade produtiva) do<br />
34 aviação & mercado aviação & mercado 35
cargueiro militar KC-390. Além<br />
desses projetos, a empresa<br />
também realiza investimentos<br />
em pesquisa e desenvolvimento<br />
(P&D) de novas tecnologias,<br />
nem sempre associadas a um<br />
produto específico, mas que<br />
poderão vir a ser integradas a<br />
seus projetos no futuro (P&D –<br />
pré-competitivo).<br />
Apesar dos investimentos previstos<br />
para os próximos anos,<br />
o setor vem sofrendo com a<br />
dificuldade de se atrair investimentos<br />
de risco, com prazos<br />
de carência maiores que 10<br />
anos. Destaque-se que nos países<br />
centrais, os fabricantes aeronáuticos<br />
recebem subsídios<br />
naturais via compras governamentais<br />
para a Defesa, além<br />
de investimentos em P&D diretamente<br />
nas empresas, com as<br />
encomendas tecnológicas. Tal<br />
fato pode afetar significativamente<br />
a manutenção da competitividade<br />
da empresa líder,<br />
para sua próxima geração de<br />
aeronaves comerciais, num cenário<br />
onde a competitividade<br />
é medida globalmente.<br />
A despeito do bom desempenho<br />
da empresa líder do setor,<br />
sua cadeia produtiva ainrio<br />
da inovação e a geração<br />
de novas tecnologias são fundamentais<br />
para o futuro de<br />
qualquer empresa, e o desenvolvimento<br />
de soluções tecnológicas<br />
críticas cria competências<br />
internas fundamentais ao<br />
negócio das PMES da cadeia<br />
produtiva aeronáutica, principalmente,<br />
num contexto de<br />
necessidade de investimentos<br />
contínuos em tecnologias<br />
avançadas para o desenvolvimento<br />
de aeronaves cada vez<br />
mais modernas, seguras e eficientes.<br />
Nosso desafio é acelerar as<br />
inovações hoje realizadas pelas<br />
empresas do setor para alcançar<br />
a liderança tecnológica<br />
e enfrentar a competição nos<br />
mercados globais. Importante<br />
destacar que este projeto permite<br />
ainda elevar o investimento<br />
privado em P,D&I, meda<br />
é frágil, com empresas de<br />
pequeno e médio porte em<br />
sua grande maioria, ou seja,<br />
o adensamento da cadeia<br />
produtiva ainda carece, de<br />
políticas públicas focadas na<br />
melhoria da produtividade,<br />
gestão e inovação da base de<br />
fornecedores nacionais.<br />
Neste contexto, o PDCA de<br />
iniciativa conjunta da ABDI e<br />
da empresa líder, tem como<br />
objetivo fortalecer a cadeia<br />
e torná-la mais competitiva.<br />
Para os fornecedores, além<br />
dos óbvios atrativos de melhores<br />
resultados, a melhoria<br />
de qualidade e produtividade<br />
permite não apenas ampliar o<br />
fornecimento de peças para a<br />
líder do setor, mas, também,<br />
de fornecerem para outras indústrias.<br />
O programa busca<br />
ampliar a maturidade em gestão<br />
e a capacidade de atendimento<br />
das encomendas que o<br />
mercado demanda, apoiando<br />
em soluções e desafios tecnológicos<br />
para as empresas da<br />
cadeia nacional.<br />
A ABDI entende que o cenálhorar<br />
o posicionamento de<br />
setores estratégicos na cadeia<br />
global de valor, e ampliar a inserção<br />
da indústria brasileira<br />
no comércio internacional.<br />
Destaque-se que pesquisas realizadas<br />
no Brasil e nos EUA<br />
demonstram que as empresas<br />
usuárias dos conhecimentos<br />
nas áreas de Lean Manufacturing,<br />
finanças, qualidade,<br />
supply chain, engenharia de<br />
manufatura e conscientização<br />
aeronáutica ou de modelos<br />
sistêmicos de gestão apresentam<br />
melhorias expressivas dos<br />
seus resultados, com impactos<br />
na inovação e na produtividade.<br />
Resultados como redução<br />
do tempo de entrega de produtos,<br />
redução dos desperdícios<br />
de matérias primas e no<br />
número de peças com defeito,<br />
melhoria na utilização da<br />
capacidade instalada de máquinas<br />
e do ciclo operacional,<br />
capacidade de implementar<br />
controles de custos, de atendimento<br />
ao cliente e de vendas,<br />
melhoria geral no ambiente<br />
organizacional, impactam na<br />
produtividade e maturidade<br />
das empresas, bem como em<br />
sua competitividade.<br />
Acrescente-se ainda que empresas<br />
compradoras como<br />
Embraer, Bombardier, Boeing<br />
e Airbus tentam se fortalecer<br />
no mercado através do<br />
aprofundamento de especialidades<br />
e de competências,<br />
e com a aquisição de bens e<br />
serviços em outras empresas,<br />
que constituem a sua rede de<br />
fornecedores. Esta estratégia<br />
realça a importância dos fornecedores<br />
no desempenho da<br />
empresa demandante, não so-<br />
36 aviação & mercado aviação & mercado 37
mente visando a redução de<br />
custos, mas, envolvendo também<br />
questões como acesso a<br />
tecnologias e conhecimentos.<br />
Assim, a aquisição de bens e<br />
serviços altamente especializados<br />
pode trazer para a empresa<br />
compradora a aquisição de<br />
especialidades e competências<br />
dos fornecedores, ou seja, a<br />
empresa passa a ter o papel de<br />
incentivar e acompanhar o desenvolvimento<br />
e a fabricação<br />
de um determinado produto<br />
ou processo produtivo.<br />
Desde o início do programa,<br />
em 2010, a participação de fabricantes<br />
locais de peças, componentes<br />
e montagens nos aviões<br />
da empresa líder Embraer,<br />
mais que dobrou nos últimos<br />
cinco anos, passando de 32 mil<br />
tipos de peças em 2010 para 66<br />
mil em 2016. Essa transforma-<br />
ção não veio por acaso, mas,<br />
sim, em função do PDCA, que<br />
tem tornado a cadeia local de<br />
fornecedores mais competitiva,<br />
preparando essas empresas<br />
para eventualmente exportar<br />
os produtos e serviços desenvolvidos<br />
no País.<br />
Somente em 2015 a cadeia local<br />
entregou 5 milhões de peças<br />
para a fabricação de aeronaves,<br />
que já estão sendo usadas também<br />
na produção dos protótipos<br />
dos novos jatos comerciais, os E-<br />
-Jets E2, e no avanço do cargueiro<br />
KC-390. Esse volume é aproximadamente<br />
3 vezes maior,<br />
quando comparado com o que<br />
foi produzido em 2010. Em faturamento,<br />
o aumento também<br />
foi expressivo: o volume financeiro<br />
de vendas dessas empresas<br />
para a fabricante de aviões cresceu<br />
73% no mesmo período.<br />
O PDCA traz as condições<br />
para que as cerca de 70 PMES<br />
da cadeia de fornecedores<br />
se tornem independentes da<br />
empresa líder, busquem alternativas<br />
e capacidades tecnológicas,<br />
identificando também<br />
oportunidades de transbordamentos<br />
tecnológicos e de<br />
competências para outros setores<br />
produtivos.<br />
Em razão disso, essa mesma<br />
cadeia já começou a despertar<br />
o interesse de grandes<br />
players internacionais. Além<br />
disso, nos últimos 4 anos a cadeia<br />
nacional de suprimentos<br />
aumentou sua infraestrutura<br />
em 15.400 metros quadrados<br />
em ampliação de área fabril<br />
e a aquisição de novas máquinas<br />
gerou um investimen-<br />
38 aviação & mercado aviação & mercado 39
to de R$ 167 milhões. Nesse<br />
mesmo período, constatou-se<br />
um aumento de 1.200 postos<br />
de trabalho.<br />
Para a empresa fornecedora<br />
Alltec, o PDCA propiciou as<br />
condições necessárias e a visão<br />
estratégica, viabilizando<br />
a diversificação da carteira de<br />
clientes da empresa. A empresa<br />
aumentou para 30% o<br />
percentual de vendas destinados<br />
a outros setores. Antes<br />
do Programa, este percentual<br />
ficava entre 5% a 10%. Esta<br />
diversificação trouxe maior<br />
segurança para a gestão de<br />
negócios da Alltec, e aos seus<br />
clientes.<br />
A empresa fornecedora Pan-<br />
-Metal mudou sua visão estratégica,<br />
e começou a estudar as<br />
potencialidades do mercado<br />
40 aviação & mercado aviação & mercado 41
internacional. Em menos de 4<br />
anos a empresa, especializada<br />
em usinagem, desenvolveu<br />
tecnologia para a montagem<br />
do piso dos aviões, onde espera<br />
um incremento gradual nas<br />
vendas em função do E2.<br />
Destaque-se, também, que<br />
algumas empresas desenvolveram<br />
novas tecnologias para<br />
o KC 390 (gun drilling, estrutura<br />
do pára-brisas e peças<br />
de grandes dimensões e para<br />
o E2 (usinagem em inconel,<br />
montagens estruturais e usinagem<br />
de alta complexidade).<br />
A cadeia produtiva investiu<br />
em máquinas de 4 e 5 eixos,<br />
almejando a fabricação de peças<br />
de maior complexidade,<br />
como montagens de conjuntos,<br />
para futuramente termos<br />
empresas de nível tier 2.<br />
Os dados acima são especialmente<br />
relevantes, quando<br />
consideramos o cenário da<br />
produção industrial no País.<br />
De acordo com o IBGE, em<br />
outubro 2016, o acumulado<br />
dos 12 meses anteriores mostrava<br />
uma queda de 8,4%<br />
na produção industrial. Na<br />
categoria de bens de capital,<br />
onde o setor se encaixa,<br />
a queda foi ainda mais acentuada:<br />
17,4% no acumulado<br />
dos últimos 12 meses.<br />
A ABDI entende que o desafio<br />
da sobrevivência das organizações,<br />
aliado à competitividade<br />
e à agilidade tecnológica, faz<br />
emergir novas técnicas gerenciais,<br />
as quais buscam manter<br />
as organizações em um cenário<br />
constante de mudanças,<br />
desenvolvendo sistemas administrativos<br />
eficientemente<br />
ágeis e suficientemente fortes<br />
para os padrões estabelecidos<br />
pela nova formação econômica<br />
da sociedade. “A globalização<br />
da economia e o surgimento<br />
rápido e contínuo de<br />
novas tecnologias impõem-se<br />
como forma de mobilizar as<br />
organizações para a obtenção<br />
do grau máximo de competitividade,<br />
modernidade e qualidade,<br />
de modo a assegurarem<br />
sua sobrevivência e o seu<br />
crescimento”.<br />
Para Maria Luisa, o PDCA<br />
tem se mostrado fundamental<br />
para as empresas, como<br />
um diferencial no mercado<br />
competitivo. O PDCA já é<br />
um programa efetivo e de<br />
sucesso, uma vez que a gestão<br />
da inovação é essencial<br />
dentro de qualquer organização<br />
que tenha em seus<br />
objetivos estratégicos o desenvolvimento<br />
constante de<br />
novos produtos e processos,<br />
ou aperfeiçoamento significativo<br />
desses. m<br />
42 aviação & mercado aviação & mercado 43
Montando seu<br />
Curriculum<br />
Por Alexandre Scoth,<br />
consultor de carreira<br />
Detalhamento<br />
do curriculum<br />
Informações do candidato:<br />
Nome:<br />
FELIPE DE ABREU SANTORO<br />
Preferencialmente com tamanho<br />
em destaque e negrito, utilize<br />
tipos de letras simples como:<br />
Arial, calibri ou verdana tamanho<br />
16 negrito.<br />
Dados Pessoais:<br />
Rua Brasil, 218<br />
Jardim Alto Vento<br />
CEP.: 15112-280<br />
Cidade: Rio Santo - CE<br />
(85) 2734-2467 /<br />
(85) 9767-4767.<br />
e-mail:<br />
felipe.abreu@yahoo.com.br<br />
Preferencialmente em fonte pequena<br />
tamanho 8 ou no máximo<br />
10, pois o mais importante é<br />
ter seus telefones e endereço de<br />
e-mail corretamente grafados.<br />
Meus caros amigos.<br />
É com muita satisfação que<br />
iniciamos esse trabalho por este<br />
passo, pois ele é o início de tudo. Considero<br />
o curriculum um verdadeiro cartão de visitas, pois é<br />
através dele que a empresa e o selecionador terão acesso as<br />
suas informações e imagem. Sugiro aqui um modelo simples para a<br />
aviação comercial, conheço uma série de outros modelos, mas acredito<br />
que o mais simples é o mais eficaz. Vou detalhar a importância de cada<br />
sessão do curriculum para que você não tenha dúvidas.<br />
A primeira dica é válida para<br />
qualquer tipo de trabalho.<br />
O currículo é uma amostra do<br />
que é o profissional.<br />
Por isso, deve ser bonito e<br />
agradável de ler.<br />
Faça-o de maneira que possua<br />
harmonia, como por exemplo,<br />
utilizar o mesmo tamanho<br />
de fonte para todos os<br />
subtítulos, talvez os deixando<br />
em negrito e utilizar tópicos<br />
ou quadros.<br />
Cuidado com o e-mail utilizado:<br />
não coloque aquele endereço<br />
que você criou na adolescência.<br />
Insira algum mais sério. Crie<br />
um novo se necessário.<br />
E não elogie a si mesmo, nem<br />
que sejam supostas qualidades.<br />
Prefira contar experiências<br />
profissionais e vivências<br />
relevantes.<br />
Evite endereços de e-mails<br />
com _ (underline) ou – (traço),<br />
o mais comum é o famoso.(ponto)<br />
Exemplos:<br />
felipe.abreu@yahoo.com.br<br />
No momento do cadastramento<br />
de seu e-mail em banco<br />
de dados, estes caracteres<br />
podem ficar desapercebidose<br />
em uma convocação você não<br />
receba o tão esperado chamado.<br />
Detalhes pessoais:<br />
1,75 cm, 72 kg<br />
Olhos castanhos,<br />
cabelos castanho claro.<br />
Brasileiro, solteiro, 25 anos.<br />
Documentos:<br />
CMA: 15680<br />
Validade: 22/08/2017.<br />
CCT: ANAC<br />
Aprovado em: 11/03/2010.<br />
Atenção com a data de validade<br />
dos seus exames médicos, pois<br />
as empresas geralmente não<br />
convocam com eles vencidos ou<br />
por vencer a curto prazo.<br />
FELIPE DE ABREU SANTORO<br />
Rua Brasil, 218 – Jardim Alto Vento<br />
CEP: 15112 - 280 – Cidade: Rio Santo - CE<br />
(85) 2734-2467 / (85) 9767-4767.<br />
e-mail: felipe.abreu@yahoo.com.br<br />
Detalhes pessoais:<br />
1,75m, 72kg, olhos castanhos,<br />
Cabelos castanhos claros.<br />
Brasileiro, solteiro, 25 anos.<br />
Documentos:<br />
CMA: 156800 – Validade: 22/08/2017.<br />
CCT: ANAC Aprovado em: 11/03/2010.<br />
OBJETIVO: Atuar como (sua profissão)<br />
FORMAÇÃO ACADÊMICA:<br />
Graduação<br />
08/2006 – 11/2009 UNIFOR, Ceará<br />
Licenciatura em Educação Física<br />
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:<br />
Auxiliar de escritório<br />
06/2008 – 06/2010 Fontoura Imobiliária Empreendimentos, Ceará.<br />
Contas a pagar e controle de caixa.<br />
Recepcionista bilíngue<br />
06/2007 – 08/2007 Restaurante Vargas, Ceará.<br />
Atendimento ao Cliente.<br />
MODELO<br />
Técnico de Urna<br />
08/2006 - 11/2006 Manutenção e correção de erros do sistema operacional<br />
das urnas eletrônicas e inserção de lacres.<br />
CURSOS EXTRACURRICULARES:<br />
Comissário de Voo<br />
03/2009 – 07/2009 Air Fly Training Center Escola de <strong>Aviação</strong> – Ceará<br />
Atendimento ao Cliente<br />
Maio 2009 - 16 horas SENAC Fortaleza – CE<br />
Simulado em Processos Seletivos<br />
Dezembro 2009 - 08 horas Instituto Melhorando Pessoas – SP<br />
IDIOMAS: Inglês – Avançado (CNA)<br />
Espanhol – Intermediário (CNA)<br />
44 aviação & mercado aviação & mercado 45
Como obter sucesso em processos seletivos<br />
- Introdução ao Dicas do Scoth<br />
No campo Objetivo, seja direto<br />
e claro. Atuar como Comissário<br />
de Voo.<br />
Foto:<br />
A Foto é um diferencial muito<br />
bem percebido e admirado<br />
pelos selecionadores, sendo<br />
assim seguem algumas dicas<br />
bem importantes.<br />
A qualidade da foto está relacionada<br />
com o quanto você<br />
estima pela sua apresentação<br />
pessoal, portanto, vale a<br />
pena investir na qualidade,<br />
de preferência executada por<br />
profissionais, neste momento<br />
da sua caminhada, não é interessante<br />
economizar com este<br />
detalhe.<br />
Até aqui acredito que você já<br />
investiu bem na sua carreira,<br />
então, veja algumas dicas e a<br />
nossa indicação de um profissional<br />
competente.<br />
Tamanho<br />
aproximado:<br />
5 x 7 cm<br />
Mulheres: Cabelos preferencialmente<br />
presos, maquiagem<br />
completa, traje social (evite<br />
uniforme da escola, pois a<br />
propaganda deve ser sua e<br />
não da escola que você se formou),<br />
não existe a obrigatoriedade<br />
de usar lenço, porém<br />
não há problema também se<br />
você desejar, eu particularmente<br />
sempre indico um belo<br />
sorriso natural, pois apresenta<br />
uma expressão leve e feliz.<br />
Homens: Cabelo sempre bem<br />
cortado, barba impecável, traje<br />
de terno e gravata obrigatoriamente,<br />
nada de maquiagem<br />
para homens, pois as<br />
empresas não veem isso com<br />
bons olhos, sorriso sempre.<br />
Itens comuns, como aparelhos<br />
ortodônticos podem até sair<br />
nas fotos, mas com seus detalhes<br />
sempre em transparente<br />
ou prateado, nada de itens<br />
coloridos.<br />
As empresas internacionais<br />
não gostam de candidatos de<br />
aparelhos ortodônticos, pois<br />
logo pensam no tratamento<br />
e que isso pode interferir de<br />
alguma forma na sua disponibilidade<br />
de trabalho.<br />
Bem, voltando as informações<br />
no seu curriculum.<br />
Formação Acadêmica:<br />
Local onde você deverá inserir<br />
sua ultima formação acadêmica,<br />
seja ela ensino médio<br />
ou graduação, pós-graduação<br />
entre outras, não é aqui que<br />
você vai inserir o curso de comissário.<br />
Preferencialmente registre somente<br />
sua última formação<br />
completa, ou deixe o termo<br />
(cursando) ao final, pois assim<br />
evita a impressão de ter deixado<br />
de lado, a palavra incompleto<br />
pode trazer uma mensagem<br />
negativa, diga matrícula<br />
trancada ou algo pertinente.<br />
Formação Técnica:<br />
roclube São Paulo – 120 horas<br />
– Fev a Abr 2015<br />
Curso de Mecânico de Aeronaves:<br />
EWM School – 130 horas<br />
– Módulo Célula - 2016<br />
Curso Técnico em Hotelaria:<br />
SENAC SP – 300 horas – 2005<br />
Experiência Profissional:<br />
Exemplo:<br />
06/2001 a 10/2004: Assistente<br />
Administrativo – General<br />
Afonso Comercio Ltda.<br />
08/2010 a 11/2016: Auxiliar de<br />
Finanças – Jundiaí Auto-Peças.<br />
Cursos Extracurriculares:<br />
Como montar um bom currículo - DICAS<br />
DO SCOTH, Dica #01<br />
encher o curriculum de cursos,<br />
é necessário colocar eles<br />
em prática, pois ficam visível<br />
no momento da entrevista os<br />
candidatos que são colecionadores<br />
de certificados e os que<br />
tiram proveito das experiências<br />
adquiridas.<br />
Exemplo: Preparação para<br />
entrevistas - Treinamentos<br />
100% Ltda. - 12 horas - Abril<br />
2008<br />
Instrutor de Voo –<br />
Aeroclube do Goiás - 60 horas<br />
- Agosto 2012<br />
Seus cursos extracurriculares,<br />
ou seja, os que não são obrigatórios<br />
por conta de uma<br />
formação, devem e podem ser<br />
destacado nesta área, pois eu<br />
particularmente indico que<br />
sejam registrados para que o<br />
selecionador tenha informações<br />
a seus respeito.<br />
Conversando com amigos selecionadores,<br />
todos são a favor<br />
do que vou comentar com<br />
você aqui, e o convido a fazer<br />
uma pergunta a si próprio.<br />
Se você fosse um selecionador<br />
ou dono de empresa, desejaria<br />
um candidato que se formou<br />
há algum tempo e nunca<br />
mais procurou se aprimorar?<br />
Ou um candidato que neste<br />
tempo de espera pela oportunidade<br />
realizou cursos extras<br />
por conta própria? se mantendo<br />
atualizado e investindo na<br />
sua carreira.<br />
Acredito que sua resposta é a<br />
segunda opção, e é ela mesmo<br />
que ouvi destes seleciona-<br />
Suas experiências profissionais<br />
Local onde você deverá inserir<br />
são muito válidas nesse momento,<br />
Idiomas:<br />
suas formações técnicas, aqui<br />
e não podemos deixar<br />
devemos inserir o curso de comissário<br />
de registrar as mais importan-<br />
de voo entre outros<br />
tes ou relevantes para o cargo<br />
cursos técnicos que você tenha<br />
objetivado.<br />
realizado.<br />
Neste campo, de preferência<br />
Curso de Comissário de Voo:<br />
para descrever apenas o cargo,<br />
Escola ABCFly Santo André –<br />
empresa que atuou e o tempo<br />
242 horas - Set a Dez 2013<br />
que esteve na função, pois é<br />
Neste campo, temos que deixar<br />
claro o seu nível do idioma<br />
Curso de Piloto Comercial: Ae-<br />
comum os candidatos escreverem<br />
5 a 8 linhas do que foi feito<br />
dominado, pois o selecionador<br />
neste trabalho, mas o candidato<br />
não vai e nem tem tempo<br />
pode cometer um equívoco<br />
para adivinhar seu nível.<br />
terrível, escrevendo situações<br />
que podem o comprometer na<br />
hora da entrevista.<br />
Eu costumo indicar meus alunos<br />
nos treinamentos a ser o<br />
mais sucinto possível, pois estas<br />
argumentações podem ser<br />
valiosas para você na hora da<br />
Enviando de forma correta seu Currículo -<br />
entrevista.<br />
dores, mas não basta somente DICAS DO SCOTH, Dica #02<br />
46 aviação & mercado aviação & mercado 47
Como cadastrar-se nos sites de companhia<br />
aéreas - DICAS DO SCOTH, Dica #03<br />
bem vindo, mas não são todas<br />
as empresas que dão oportunidades<br />
para seleções, consulte<br />
sempre na época com<br />
alguma pessoa que esteja<br />
trabalhando na empresa para<br />
que tenha maior chance de<br />
ser convocado.<br />
Trabalho Voluntário:<br />
Revisão final:<br />
Peça a pelo menos 3 pessoas<br />
para revisarem seu currículo,<br />
principalmente se alguma<br />
delas trabalhar na área da<br />
aviação.<br />
Elas poderão encontrar erros<br />
gramaticais ou mesmo apontar<br />
possíveis formas de melhorar<br />
a apresentação.<br />
serir imagem, a insira no canto<br />
esquerdo superior, mesmo<br />
que ela saia de alinhamento,<br />
não há problema, vamos configurar<br />
ela juntos.<br />
Clique com o botão direito do<br />
mouse em cima da foto, formatar<br />
imagem, na aba layout,<br />
a opção “na frente”, depois<br />
na aba tamanho, insira os valores<br />
“2,76” para a altura e<br />
“1,97” para a largura” equivale<br />
a 5x7 cm.<br />
Agora arraste para posicioná-la<br />
no local correto.<br />
Apresentação Pessoal para processos<br />
seletivos - DICAS DO SCOTH, Dica #04<br />
FELIPE DE ABREU SANTORO<br />
Rua Brasil, 218 – Jardim Alto Vento<br />
CEP: 15112 - 280 – Cidade: Rio Santo - CE<br />
(85) 2734-2467 / (85) 9767-4767.<br />
e-mail: felipe.abreu@yahoo.com.br<br />
Cuidado, pois diversas escolas<br />
Apenas um detalhe, a impressão,<br />
porém é um diferencial<br />
utilizam nomes distintos de<br />
níveis, mas o correto e mais<br />
enorme.<br />
simples é como no exemplo<br />
Escolha por algum tipo destes<br />
abaixo.<br />
papeis.<br />
Caso tenha as fotos impressas,<br />
Exemplo:<br />
Papel tipo: canson, couche, fotográfico<br />
são os mais indica-<br />
pode ser coladas também, tomando<br />
o cuidado no excesso<br />
Inglês – Nível intermediário<br />
Inglês – ICAO 4 – Prova Santos<br />
dos.<br />
da cola.<br />
Dumont ( Pilotos )<br />
Qualidade da impressão: se<br />
Caso você tenha feito sua foto<br />
Algumas informações podem<br />
impresso a laser, de preferência<br />
pelo canson ou couche, se<br />
no Studio Foto Sanjer, você já<br />
ser inseridas para facilitar a Este campo é bem especial,<br />
receberá um cdroom com os<br />
compreensão do curriculum pois não é todo e qualquer<br />
a impressora jato de tinta utilize<br />
o papel fotográfico para<br />
tamanhos apropriados tanto<br />
Se você tiver cursando ainda trabalho voluntário que pode Serviço Grátis:<br />
para o curriculum, bem como<br />
esse nível, deixe claro, pois ser inserido no seu curriculum, O Instituto Melhorando Pessoas<br />
tem este trabalho to-<br />
gráficas, eles saberão a me-<br />
impressões caseiras, já em<br />
o site do elancers.<br />
assim perceberão que você muitos candidatos colocam<br />
ainda está estudando, pode esse item, acreditando que talmente grátis há mais de 8<br />
lhor maneira de imprimir seu<br />
ser inserido também se é em pode ser bem avaliado, porém anos, basta você nos enviar<br />
curriculum.<br />
O envelope não tem necessidade<br />
de ser algum tipo especí-<br />
É fundamental acreditar no<br />
escola ou particular.<br />
pode ser um tiro pela culatra, seu curriculum para uma avaliação,<br />
envie para o e-mail<br />
almente da seguinte forma,<br />
A foto pode ser inseria manu-<br />
seu trabalho, portanto, seja<br />
Cuidado, deixe claro seu nível: pois é bom você ter boas argumentações<br />
sobre esta expe-<br />
alexandre.scoth@melhoran-<br />
em arquivo tipo Word, siga os<br />
fico, pois o mais importante é<br />
bem positivo, deposite todas<br />
Básico, Intermediário, Avançado<br />
ou Fluente.<br />
riência, voluntariado é todo dopessoas.com.br com o as-<br />
seguintes passos, clique em in-<br />
ser novo e limpo, a cor pouco<br />
suas melhores energias na<br />
importa.<br />
confecção deste seu CARTÃO<br />
No momento as empresas não trabalho exercido em prol de sunto Revisão de CV e dentro<br />
Deixe-o sempre em local de fácil<br />
acesso, e preferencialmente<br />
DE VISITAS.<br />
estão convocando candidatos alguém ou algum lugar de de até 5 dias será revisado e<br />
Ele será<br />
que se encontram no nível básico,<br />
portanto, é fundamental ção comercial.<br />
gar ou encaminhar na hora<br />
bom grado e sem remunera-<br />
devolvido ao emissor.<br />
no seu e-mail para poder pe-<br />
o atalho<br />
para seu<br />
que você se dedique ao máximo<br />
para evoluir seu nível, certas e combinando com seus<br />
No momento da convocação<br />
Sabendo colocar as palavras<br />
que necessitar.<br />
SUCESSO. m<br />
sempre pensando em aprimorar,<br />
pois nas empresas existem<br />
testes contínuos para validar<br />
uma espécie de ranking, isso<br />
pode influenciar na sua posição<br />
na empresa.<br />
valores pessoais, você pode<br />
impressionar positivamente o<br />
selecionador.<br />
Mas saiba que o mais importante<br />
é o bem que pode fazer<br />
aos outros e não somente<br />
da entrevista é fundamental<br />
você sempre levar um CV atualizado,<br />
pois é de bom tom,<br />
entregar um novo no momento<br />
que for chamado para fazer<br />
sua primeira apresentação<br />
O idioma Espanhol é muito para encher seu curriculum.<br />
DESAFIO: Primeiro Mês (5 metas) pessoal.<br />
48 aviação & mercado aviação & mercado 49<br />
Detalhes pessoais:<br />
1,75m, 72kg, olhos castanhos,<br />
Cabelos castanhos claros.<br />
Brasileiro, solteiro, 25 anos.<br />
Documentos:<br />
CMA: 156800 – Validade: 22/08/2017.<br />
CCT: ANAC Aprovado em: 11/03/2010.<br />
OBJETIVO: Atuar como (sua profissão)<br />
FORMAÇÃO ACADÊMICA:<br />
Graduação<br />
08/2006 – 11/2009 UNIFOR, Ceará<br />
Licenciatura em Educação Física<br />
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:<br />
Auxiliar de escritório<br />
06/2008 – 06/2010 Fontoura Imobiliária Empreendimentos, Ceará.<br />
Contas a pagar e controle de caixa.<br />
Recepcionista bilíngue<br />
06/2007 – 08/2007 Restaurante Vargas, Ceará.<br />
Atendimento ao Cliente.<br />
Técnico de Urna<br />
08/2006 - 11/2006 Manutenção e correção de erros do sistema operacional<br />
das urnas eletrônicas e inserção de lacres.<br />
CURSOS EXTRACURRICULARES:<br />
Comissário de Voo<br />
03/2009 – 07/2009 Air Fly Training Center Escola de <strong>Aviação</strong> – Ceará<br />
Atendimento ao Cliente<br />
Maio 2009 - 16 horas SENAC Fortaleza – CE<br />
MODELO<br />
Simulado em Processos Seletivos<br />
Dezembro 2009 - 08 horas Instituto Melhorando Pessoas – SP<br />
IDIOMAS: Inglês – Avançado (CNA)<br />
Espanhol – Intermediário (CNA)
Venda seu voo<br />
Ficha técnica<br />
Para você ler, assistir<br />
e rever quando quiser!<br />
Nome: Aline Alves de Oliveira<br />
Indaiatuba - SP<br />
Nacionalidade: Brasileira<br />
Estado Civil: solteira<br />
Idade: 26 anos<br />
E mail: oalves.aline@gmail.com<br />
Detalhes pessoais:<br />
1,67cm, 68 kg, olhos castanhos<br />
Cabelos castanhos escuros.<br />
Documentos:<br />
CMA: 255357 - Validade: 08/11/2019<br />
CCT: ANAC aprovada em: 02/2015<br />
OBJETIVO: Atuar como Comissária de Voo<br />
FORMAÇÃO ACADÊMICA:<br />
Graduação<br />
02/2010 - 07/2014 FATEC ID - Indaiatuba - SP<br />
tecnologia em gestão empresarial<br />
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:<br />
Gerente Operacional Júnior<br />
10/2016 – Atualmente Pousada Grajagan Surf Resort - Ilha do Mel PR<br />
Supervisão de equipe, contas a pagar<br />
e receber, RH e rotinas comerciais.<br />
Assistente Administrativo<br />
11/2015 - 09/2016 Pousada Grajagan Surf Resort - Ilha do Mel PR<br />
auxílio financeiro, rotinas comerciais,<br />
controle de estoque e recepcionista bilíngue.<br />
Assistente de vendas<br />
10/2010 – 06/2015 Lubeka Indústria e Comércio - Indaiatuba SP<br />
Prospecção de clientes, negociação direta e pós-vendas.<br />
Acesse e confira em www.aviacaoemercado.com.br<br />
na aba EDIÇÕES onde você terá acesso a todas<br />
as 7 edições, e no site a vários assuntos interessantes.<br />
CURSOS EXTRACURRÍCULARES:<br />
Comissária de Voo<br />
08/2014 a 12/2014 Edapa Escola de <strong>Aviação</strong> Civil - Campinas SP<br />
IDIOMAS:<br />
Inglês - Nível intermediário<br />
Errata: na edição 7, nesta seção Venda seu Voo, o nome correto é<br />
Eduardo Ribeiro Benez e não Euardo Ribeiro Benez, como divulgamos.<br />
ImPerdível: acesse GRÁTIS todas as edições de<br />
<strong>Aviação</strong>&<strong>Mercado</strong>: www.aviaçãoemercado.com.br<br />
https://twitter.com/aviacaoemercado<br />
Siga-nos também:<br />
50 aviação & mercado aviação & mercado 51
A indústria 4.0<br />
e os riscos ao ambiente<br />
de negócios<br />
Texto: Vilso Ceroni<br />
estão familiarizados com termos<br />
como malware, vírus e spam.<br />
Ao mesmo tempo, as ameaças<br />
cibernéticas continuam a crescer.<br />
Quase dois terços (65%) tiveram<br />
seu computador infectado<br />
com malware.<br />
Com a crescente disseminação<br />
de golpes como estes, muitas<br />
pessoas acreditam que os cibercriminosos<br />
se contentam apenas<br />
em roubar os dados financeiros<br />
da vítima. No entanto, os<br />
hackers perceberam um ponto<br />
fraco ao roubarem dados de<br />
cartões de crédito e de contas<br />
bancárias: estas informações<br />
têm vida útil curta. Assim que<br />
a vítima percebe que há algo<br />
de errado, ela faz uma ligação<br />
para o banco e qualquer nova<br />
tentativa de extrair dinheiro<br />
será bloqueada.<br />
Por isso, é mais provável que hackers<br />
roubem os dados pessoais<br />
- como email, CPF ou número<br />
da carteirinha do convênio –<br />
do que os dados financeiros do<br />
indivíduo.<br />
Esses ataques ocorrem também<br />
para roubarem dados de clientes,<br />
fornecedores, funcionários,<br />
transações financeiras e<br />
tecnologias.<br />
O hacker extrair várias informações<br />
pessoais, como data de<br />
nascimento e número do CPF,<br />
poderá gerar uma boa “identidade<br />
digital” do novo alvo.<br />
Essa identidade pode ser muito<br />
mais valiosa na darkweb, pois<br />
as informações não são facilmente<br />
substituíveis.<br />
Ao combinar várias pequenas<br />
informações pessoais compradas<br />
nos mercados clandestinos<br />
do crime cibernético, os fraudadores<br />
podem solicitar cartões<br />
de crédito e empréstimos<br />
no nome da vítima, submeter<br />
declarações de imposto de renda<br />
falsas para obter uma restituição<br />
ou até mesmo fazer um<br />
convênio médico falsificado.<br />
Existe um mercado negro do<br />
cibercrime profissional que é<br />
altamente avançado e vende<br />
dados roubados para os fraudadores<br />
para que possam usá-<br />
-las e cometer crimes de fraude<br />
a bordo das aeronaves mais desenvolvidas.<br />
Todas as mudanças trazem riscos<br />
para os ambientes empresariais<br />
e de negócios, eles vem<br />
de diversas fontes e muitas<br />
vezes as empresas e as pessoas<br />
não estão preparadas para tal<br />
impacto. Na era da indústria<br />
4.0, os crimes cibernéticos crescem<br />
muito rapidamente, e,<br />
em alguns casos as tecnologias<br />
ataques que nunca sabemos<br />
de onde vem e quando vem.<br />
As empresas tem avançado<br />
na procura de proteção para<br />
os riscos cibernéticos e estão<br />
realizando investimentos<br />
pesados em tecnologias de<br />
proteção de dados e de suas<br />
próprias tecnologias, mas em<br />
alguns casos isso não é suficiente,<br />
po. Esse é um exemplo de<br />
caso que tornou-se público,<br />
mas a grande maioria não é<br />
leva a conhecimento público.<br />
Esses mesmos riscos estão muito<br />
latentes na indústria 4.0,<br />
quando falamos de IoT (internet<br />
das coisas) em tradução<br />
livre, que caminha junto com<br />
o desenvolvimento de aero-<br />
O Roubo de dados financeiros e<br />
informações pessoais é um dos<br />
mais problemáticos e em média<br />
36% das empresas e pessoas físicas<br />
já sofreram perdas de arquivos<br />
pessoais como resultado<br />
de ataques cibernéticos<br />
Em pesquisa recente realizada<br />
pela Trend Micro - empresa es-<br />
utilizadas por esses criminosos<br />
um exemplo disso é o naves autônomas, drones,<br />
pecializada na defesa de ameapo.<br />
está muito mais avançada<br />
do que as utilizadas pelas empresas<br />
para se protegerem dos<br />
Yahoo que teve sua base de<br />
dados furtada mais de uma<br />
vez em curto espaço de tem-<br />
etc... sabemos que precisam<br />
de proteção para evitar grandes<br />
desastres. A internet está<br />
ças digitais e segurança na era<br />
da nuvem - foi descoberto que<br />
mais de 90% dos respondentes aos servidores das empresas de identidade e nos negócios.<br />
52 aviação & mercado aviação & mercado 53
Caso a proteção tecnológica fracasse,<br />
como salvar uma empresa<br />
de indenizações gigantescas?<br />
Um dos caminhos é a contratação<br />
de seguros para riscos<br />
tecnológicos e de ataques cibernéticos.<br />
Mas estariam as<br />
seguradoras preparadas para<br />
acompanhar a velocidade das<br />
mudanças e precificar os seguros<br />
de acordo com o verdadeiro<br />
risco?<br />
O que podemos levantar e perceber<br />
é que as seguradoras estão<br />
passando pelo mesmo dilema<br />
de corrida contra o tempo<br />
para adaptar suas equipes e<br />
produtos para que consigam<br />
decifrar os verdadeiros riscos.<br />
Isso está levando a uma mudança<br />
no perfil corporativo das seguradoras,<br />
o foco deixa de ser<br />
a venda e passa a ser na analise<br />
do risco para que de fato<br />
seja calculado, o mais próximo<br />
da realidade, o que de fato poderia<br />
acontecer em um ataque<br />
cibernético a base de dados de<br />
uma empresa e em suas tecnologias.<br />
A mudança do perfil<br />
profissional para esse mercado<br />
também está em ritmo acelerado,<br />
quem estiver preparado<br />
ou com vontade de se preparar<br />
Nadia Alencar – Diretora de tecnologia<br />
da informação da AXA Seguros.<br />
terá excelente oportunidades<br />
no mercado de trabalho.<br />
No Brasil ainda temos o gargalo<br />
do protecionismo, no caso do<br />
mercado de seguros, as vendas<br />
só devem ser feitas por corretores<br />
de seguros e os mesmos,<br />
não podem ser funcionários<br />
das seguradoras, são empresários<br />
ou vendedores autônomos<br />
que tem livre arbítrio para trabalhar<br />
à quantas seguradas e<br />
tipos de produtos que entenderem<br />
como importante para<br />
seus negócios, até ai ok, nada<br />
de errado, tudo dentro da lei.<br />
Mas estariam esses corretores<br />
preparados e treinados para<br />
venderem os produtos de maneira<br />
adequada e que atendam<br />
aos riscos da indústria 4.0? Saberiam<br />
esse profissionais distinguir<br />
qual o melhor seguro e qual seguradora<br />
é melhor para o candidato<br />
a segurado? Não podemos<br />
afirmar que sim, mas sabemos<br />
que a velocidade de mudanças<br />
exige muito estudo com foco no<br />
produto e no perfil do cliente e<br />
não apenas na venda.<br />
E para entender um pouco de<br />
como está o ambiente das segurados,<br />
ouvimos a diretora<br />
de tecnologia da informação<br />
Nadia Alencar, da seguradora<br />
AXA Seguros. Ela comanda na<br />
AXA todas as mudanças e adaptações<br />
que passa a companhia<br />
para estar alinhada com a velocidade<br />
e as necessidades que os<br />
riscos da indústria 4.0 trazem<br />
para o ambiente dos negócios.<br />
1) Como a indústria de seguros<br />
está acompanhando e participando<br />
da evolução 4.0?<br />
Estamos acompanhando atentamente<br />
esse movimento uma<br />
vez que o potencial impacto<br />
é considerável. Diante dessas<br />
mudanças, a forma como precificamos<br />
e acompanhamos o<br />
processo de seguro tende a ter<br />
nova dinâmica, considerando a<br />
profusão de informações disponíveis<br />
em tempo real. Nossa<br />
postura será cada vez mais de<br />
gestores dos riscos e cada vez<br />
menos de “pagadores de sinistros”,<br />
trabalhando principalmente<br />
na prevenção e monitoramento<br />
de riscos.<br />
2) Como está ou será preparado<br />
o portfólio de produtos<br />
para atender o mundo cibernético,<br />
levando em consideração<br />
indenizações gigantescas<br />
em caso de roubo de<br />
dados e de tecnologias?<br />
Como explicado anteriormente,<br />
os novos produtos serão<br />
54 aviação & mercado aviação & mercado 55
cada vez mais voltados a prevenção<br />
de acidentes ou falhas.<br />
A intenção é evitar e prevenir<br />
que o nosso cliente seja<br />
impactado. Trabalhar como<br />
consultores, acompanhando e<br />
dimensionando futuros e possíveis<br />
eventos.<br />
3) Qual o perfil profissional<br />
que será necessário para suprir<br />
a demanda por seguros<br />
tecnológicos e de alta complexidade,<br />
ou seja, ser capaz<br />
para dimensionar o verdadeiro<br />
risco?<br />
Precisamos de profissionais com<br />
domínio em várias áreas de conhecimento,<br />
principalmente<br />
na área de exatas, dispostos a<br />
aprender de forma contínua.<br />
4) A indústria de seguros<br />
no Brasil, está pronta para<br />
atender a indústria 4.0?<br />
Estamos nos preparando de<br />
forma ativa e observando esse<br />
movimento 4.0 para incorporar<br />
na medida do possível esses<br />
elementos em nosso negócio.<br />
5) Os corretores estão envolvidos<br />
com as mudanças<br />
que estão ocorrendo muito<br />
rapidamente?<br />
Os corretores, assim como outros<br />
agentes do processo, estão se<br />
adaptando às novas características<br />
do mercado. Estamos sempre atuando<br />
em parceria com eles para<br />
trocarmos nossas experiências. m<br />
56 aviação & mercado aviação & mercado 57
Os desafios da<br />
Inteligência Artificial<br />
Por Martin Seefelder,<br />
gerente sênior<br />
da Deloitte Brasil<br />
do de forma rápida e, muitas vezes,<br />
imperceptível ao fazer uma<br />
pesquisa no Google com o título<br />
“Strike against automation”.<br />
O primeiro resultado mostrado<br />
é uma notícia sobre uma greve<br />
de operários britânicos contra a<br />
implantação de máquinas modernas<br />
em suas fábricas. Nada<br />
demais, não é? A não ser pelo<br />
fato de a reportagem ser de um<br />
jornal impresso de Ottawa, no<br />
Canadá, de 1956, e que foram<br />
algoritmos de inteligência artificial<br />
que conseguiram “ler” e<br />
“compreender” que este artigo,<br />
outrora perdido no tempo,<br />
se encaixava perfeitamente na<br />
busca feita.<br />
A Inteligência artificial é tão<br />
versátil que pode ser aplicada<br />
em diversas situações, mas é<br />
possível separá-las em duas categorias<br />
básicas: aquela onde<br />
a IA irá complementar o raciocínio<br />
das pessoas e outra na<br />
qual ela substituirá o intelecto<br />
humano por completo. No<br />
primeiro caso, estão reunidas<br />
as ocupações que requerem<br />
algum tipo de interatividade<br />
ou criatividade de uma pessoa.<br />
Um artigo publicado por James<br />
Guszcza, na Deloitte University<br />
Press, mostra que mesmo os<br />
algoritmos preditivos mais simples<br />
obtêm melhores resultados<br />
que especialistas humanos<br />
em uma variedade de assuntos,<br />
como na previsão de como um<br />
paciente reagirá a determinado<br />
tratamento médico. Mesmo<br />
em trabalhos que são inerentemente<br />
criativos, como a arquitetura,<br />
sistemas inteligentes estão<br />
sendo desenvolvidos para<br />
reduzir o tempo de conclusão<br />
de um projeto.<br />
Mas é na segunda categoria,<br />
onde os trabalhos são regidos<br />
por processos, como a maioria<br />
das funções de escritório, ou<br />
que dependem da análise de<br />
informações para tomadas de<br />
decisões, como análise de perfil<br />
de risco para seguradoras,<br />
que a IA tem o potencial de realmente<br />
transformar o mundo<br />
em que vivemos. E exemplos<br />
dessas aplicações não param<br />
de aparecer, desde sistemas<br />
que conseguem automatizar a<br />
análise da declaração de renda<br />
dos clientes de uma empresa<br />
A “Inteligência Artificial” feito de dados. Por exemplo, atividade, trivial para os seres<br />
promete revolucionar a forma<br />
como trabalhamos atualmente.<br />
Assim como as demais<br />
tecnologias da transformação<br />
digital, a IA não é “novidade”<br />
no nosso dia a dia, mas apenas<br />
nas últimas duas décadas foram<br />
resolvidos problemas que<br />
impactavam a performance<br />
de seus sistemas operacionais.<br />
Simplificadamente, tais sistemas<br />
são baseados em algoritmos<br />
que “aprendem” padrões<br />
e, depois, são capazes<br />
de reconhecê-los e fazer predições<br />
com base em um conjunto<br />
incompleto ou imper-<br />
sistemas convencionais conseguem<br />
facilmente reconhecer<br />
textos escritos por editores<br />
virtuais, porém apenas os<br />
“inteligentes” são capazes de<br />
identificar algo escrito a mão<br />
por qualquer pessoa, apesar<br />
das incontáveis variedades de<br />
caligrafias existentes.<br />
Outro grande avanço nos sistemas<br />
de IA das últimas décadas<br />
foi no campo de Machine<br />
Vision (Visão de Máquina), no<br />
qual é possível para um computador<br />
distinguir, por exemplo,<br />
um gato em uma foto<br />
sem a ajuda de ninguém. Esta<br />
humanos, é realmente desafiadora<br />
e complexa para uma<br />
máquina. A combinação dessas<br />
duas faculdades de aprendizado<br />
e visão das máquinas,<br />
junto com tecnologias como<br />
a Internet das Coisas, está<br />
abrindo todo um mundo de<br />
novas possibilidades tecnológicas,<br />
que vão desde a compreensão<br />
de conversação natural<br />
até a direção autônoma<br />
de veículos, algo que já está<br />
se tornando realidade nos Estados<br />
Unidos.<br />
É possível notar como a Inteligência<br />
Artificial está avançan-<br />
58 aviação & mercado aviação & mercado 59
de contabilidade até um caminhão<br />
de entrega de carga totalmente<br />
mecanizado.<br />
Fica claro que, cada vez mais, a<br />
Inteligência Artificial está caminhando<br />
para tornar as oportunidades<br />
de trabalho para o ser<br />
humano cada vez mais escassas.<br />
Existe assim um risco de se criar<br />
um abismo entre um grupo de<br />
profissionais altamente qualificados<br />
e bem remunerados e<br />
outro com baixa especialização<br />
e renda. A faixa intermediária,<br />
da qual é composta a maior<br />
parte da classe média, está altamente<br />
ameaçada. Este desequilíbrio<br />
é tão preocupante<br />
que levou algumas das mentes<br />
mais brilhantes da atualidade,<br />
como o astrofísico Stephen Hawking<br />
e o empreendedor Elon<br />
Musk, a assinarem uma carta<br />
advertindo sobre os riscos do<br />
avanço da utilização da IA e<br />
seus possíveis impactos na sociedade.<br />
Nesta carta, eles afirmam<br />
que precisam ser estabelecidas<br />
prioridades na pesquisa<br />
de IA para garantir que seus<br />
benefícios sejam maximizados.<br />
Existe ainda um longo caminho<br />
a ser percorrido até que<br />
novas tecnologias inteligentes<br />
atinjam seu verdadeiro potencial,<br />
principalmente em países<br />
como o Brasil, que possui déficit<br />
tecnológico e abundância<br />
de mão de obra barata. Porém,<br />
uma vez acontecendo, precisaremos<br />
nos adaptar a um mundo<br />
novo e estar dispostos a abraçar<br />
às inovações tecnológicas,<br />
uma vez que quem não estiver<br />
liderando a mudança, poderá<br />
ser atropelado por ela... m<br />
60 aviação & mercado aviação & mercado 61
Internet das coisas<br />
mudanças e riscos nos ambientes de negócios<br />
é o Avaya Surge que simplifica<br />
a segurança para Internet das<br />
Coisas em empresas de aviação<br />
e demais segmentos.<br />
Com uma solução única, que<br />
funciona em qualquer rede e<br />
que facilita a segurança e gestão<br />
plug-and-play de dispositivos<br />
da Internet das Coisas (IoT)<br />
tem como objetivo reduzir ataques<br />
cibernéticos que podem<br />
ocorrer através de dispositivos<br />
conectados à mesma.<br />
O sistema Avaya SurgeTM, anteriormente<br />
chamado de SDN Fx<br />
Healthcarc, pode ser executado<br />
em qualquer rede de internet<br />
para permitir que empresas de<br />
todos os setores possam proteger<br />
dados importantes de acessos<br />
não autorizados aos dispositivos<br />
da Internet das Coisas.<br />
Ataques e violações através de<br />
dispositivos da Internet das<br />
Coisas devem aumentar ao longo<br />
dos próximos anos, confor-<br />
Texto: Vilso Ceroni<br />
Com o avanço da indústria 4.0<br />
em um processo acelerado por<br />
novas tecnologias, também<br />
andam juntos os riscos de ataques<br />
a base de dados das empresa<br />
e suas tecnologias.<br />
Há uma verdadeira revolução<br />
por traz dessa tecnologia, e<br />
seu impacto será sentido em<br />
todos os aspectos da interação<br />
humano X máquina, e até<br />
mesmo humano X humano.<br />
As possibilidades são imensas,<br />
e a comunicação e o marketing<br />
digital não ficarão de fora.<br />
Para os leigos no assunto, a<br />
IoT interliga diversos aparelhos<br />
eletrônicos através de<br />
tecnologia sem fio e uma linguagem<br />
única de decodificação<br />
dos dados multiplataforma.<br />
Ela basicamente coleta<br />
informações sobre uso de vários<br />
dispositivos, compartilha<br />
essas informações entre os<br />
aparelhos, e fornece um big<br />
data capaz de ser usado para<br />
solucionar problemas, fornecer<br />
maior conforto e segurança,<br />
além de ampliar a interação<br />
humana.<br />
A cada nova tecnologia também<br />
é necessário desenvolver<br />
sistemas de prevenção a invasão<br />
e ataques cibernéticos e<br />
nesse sentido surgem sistemas<br />
que ajudam as empresas a se<br />
protegerem de forma rápida<br />
e eficiente, um desses sistemas<br />
62 aviação & mercado aviação & mercado 63
me aumenta a oferta de pontos<br />
de entrada em dispositivos<br />
conectados.<br />
Atualmente, maior parte das<br />
abordagens para tratar deste<br />
problema são muito complexas,<br />
caras e exigem muitos recursos,<br />
tais como o uso de milhares<br />
de instâncias de mini firewalls<br />
para alcançar os milhares de<br />
dispositivos implantados, ou o<br />
uso de Network Access Control<br />
(Controle de Acesso à Rede)<br />
para manter a Internet das Coisas<br />
em segurança.<br />
Ambas abordagens têm dimensionamento<br />
e eficácia limitados.<br />
O Avaya Surge, agora oferece<br />
uma alternativa que reduz<br />
significativamente a complexidade<br />
e os custos e, ao mesmo<br />
tempo, melhora drasticamente<br />
o processo de proteger e administrar<br />
milhares de dispositivos.<br />
O sistema simplesmente une o<br />
dispositivo conectado à Internet<br />
a um pequeno adaptador,<br />
no qual a segurança e a gestão<br />
de controle ficam centradas.<br />
Para o mercado de <strong>Aviação</strong>, o sistema<br />
oferece apoio na segurança<br />
e gerenciamento das soluções,<br />
incluindo dispositivos IoT e miti-<br />
A Internet das coisas, explicada pelo NIC.br<br />
64 aviação & mercado aviação & mercado 65
gação de ataques cibernéticos.<br />
De acordo com ROMULO GON-<br />
ÇALVES - CONSULTOR DE RE-<br />
DES NA AVAYA, nos aeroportos<br />
por exemplo, pode ser otimizado<br />
e compartilhado com a<br />
mesma infraestrutura de forma<br />
simples e segura. Imagine<br />
diversos balcões de grandes<br />
companhias aéreas utilizando<br />
a mesma infra e com mobilidade<br />
dentro da área de passageiros<br />
ou bagagens.<br />
Essa tecnologia pode estender-<br />
-se a totens de atendimento,<br />
para check-in automático, liberação<br />
de áreas especificas<br />
do aeroporto de acordo com o<br />
perfil de passageiro e/ou funcionários<br />
do aeroporto/companhias<br />
áreas.<br />
Além disso, o fornecimento de<br />
rede Wifi BYOD de forma segura,<br />
automação e virtualização<br />
da infraestrutura para provisionamento<br />
de múltiplos serviços<br />
e dispositivos, tais como interligação<br />
aos sistemas de aviação<br />
e controles, esteiras, bagagens,<br />
controle aéreo, totens de atendimento,<br />
além do confinamento<br />
das redes para atender<br />
demandas de segurança PCI e<br />
novos dispositivos de Internet<br />
das Coisas.<br />
Após implementado, o Avaya<br />
Surge oferece recursos centrais<br />
como o zoneamento Hyper-<br />
Sec, que cria zonas criptografadas<br />
e permite que o Surge<br />
isole e filtre o tráfego do dispositivo<br />
para o destino, perfis<br />
centralizados de “Follow-me”,<br />
aplicados com base em cada<br />
dispositivo e APIs programáveis,<br />
que permitem que as<br />
organizações customizem serviços<br />
e aplicações. Além disso<br />
o Avaya Surge aprende e<br />
atualiza automaticamente os<br />
fluxos de tráfego, proporcionando<br />
uma melhoria contínua<br />
da segurança em andamento.<br />
A solução também produz re-<br />
latórios da utilização de ativos<br />
que detalham a atividade operacional<br />
dos dispositivos.<br />
“A Segurança deve ser a preocupação<br />
número 1 com o crescimento<br />
da Internet das Coisas.<br />
Se isso não for resolvido de<br />
maneira prática, logo haverá<br />
um impacto na inovação,<br />
na transformação digital e na<br />
produtividade. O Avaya Surge<br />
é a solução mais fácil, prática<br />
e eficaz para que as empresas<br />
expandam suas estratégias e<br />
implementações de Internet<br />
das Coisas e avancem suas organizações”,<br />
afirma Marc Randall,<br />
SVP e GM da área de Networking<br />
da Avaya.<br />
Microsoft mostra como<br />
o mundo será em 2020<br />
A Internet das Coisas trará<br />
também uma revolução<br />
para a conexão das marcas<br />
e seus consumidores através<br />
da comunicação e do marketing<br />
digital.<br />
Na prática é possível controlar<br />
diversos aspectos e<br />
ambientes do cotidiano se<br />
utilizando de informações<br />
compartilhadas. Já emulamos<br />
isso em várias ocasiões,<br />
porém não de forma tão automática<br />
e inteligente.<br />
Para Daniel Galvão especialista<br />
em marketing digital e<br />
Diretor da CRP Mango, cerca<br />
de 27% das empresas já<br />
utilizam feedbacks de dados<br />
obtidos com IoT em campanhas<br />
de marketing digital, e<br />
com isso conseguem alcançar<br />
seus objetivos e gerar ROI significante.<br />
O uso desses dados<br />
coletados através de diversos<br />
dispositivos, permitem que<br />
um perfil inteligente possa<br />
ser criado a partir das informações<br />
sobre cada indivíduo.<br />
Com características mais próximas<br />
da realidade, atualizadas<br />
em tempo real, é possível<br />
descrever um perfil de usuário<br />
como sendo uma versão fiel<br />
de sua persona como consumidor.<br />
As ações de marketing<br />
criadas para ele, e somente<br />
para ele, serão as mais assertivas<br />
possíveis. O consumidor já<br />
não será impactado pelo que<br />
é direcionado à massa, mas<br />
sim àquilo que reflete suas<br />
necessidades e desejos reais.<br />
O melhor é que essas informações<br />
são fornecidas de<br />
forma natural por parte do<br />
consumidor. São seus dados<br />
compartilhados de redes sociais,<br />
seu mecanismo de consumo<br />
cotidiano, nada que<br />
é um real segredo, mas que<br />
apenas é informação disponível<br />
e dispersa, hoje. Com o<br />
IoT tudo pose ser organizado<br />
de forma produtiva para empresas<br />
e consumidores.<br />
Pode parecer ficção científica,<br />
mas já é feito. Claro que ainda<br />
estamos longe de um cenário<br />
perfeito, mas muito já<br />
fazemos. O marketing digital<br />
é construído em cima desse<br />
tipo de tecnologia que oferta,<br />
acima de tudo, a certeza<br />
da oferta a quem realmente<br />
procura. m<br />
66 aviação & mercado aviação & mercado 67
DRONES<br />
ANAC APROVA<br />
USO DE DRONES<br />
NO BRASIL<br />
Luis Neto<br />
Guimarães, CEO<br />
da Drone Store.<br />
Expectativa do mercado é que<br />
regulamentação normatize<br />
procedimentos e garanta<br />
seguranças operacional e<br />
jurídica, impactando no<br />
crescimento do setor<br />
Texto: Vilso Ceroni<br />
A regulamentação sobre o uso<br />
comercial de aeronaves remotamente<br />
pilotadas, conhecidas<br />
como drones, foi aprovada<br />
no dia 2 de maio de 2017<br />
em Brasília, pela Agência Nacional<br />
de <strong>Aviação</strong> Civil (Anac).<br />
Aguardada com expectativa<br />
pelo mercado, a nova regra<br />
passa a normatizar os procedimentos<br />
sobre a utilização das<br />
aeronaves, garantindo seguranças<br />
jurídica e operacional,<br />
e impactando no crescimento<br />
do setor. Com a regulamentação,<br />
estima-se que o mercado<br />
irá dobrar de tamanho nos<br />
próximos anos.<br />
“A demora na regulamentação<br />
estava prejudicando o<br />
setor, que busca mais produtividade,<br />
rapidez e segurança<br />
nos projetos”, destaca Luís<br />
Neto Guimarães, CEO da Drone<br />
Store, empresa pioneira<br />
na comercialização e manutenção<br />
de drones no Brasil e<br />
uma das maiores do mercado<br />
nacional. “O potencial de uso<br />
dos aparelhos ainda não foi<br />
completamente explorado.<br />
O mercado está descobrindo<br />
aos poucos novas aplicações<br />
comerciais. Contar com uma<br />
legislação que regulamente as<br />
atividades, sem dúvidas, é um<br />
passo importante rumo à consolidação<br />
do setor”, destaca.<br />
A regulamentação sobre uso<br />
dos aparelhos era aguardada<br />
para a primeira quinzena<br />
de abril. O voto do diretor da<br />
Anac Ricardo Fenelon chegou<br />
a ser lido na reunião do último<br />
dia 4, mas um pedido de<br />
vista adiou a decisão. Enquanto<br />
as normas não eram estabelecidas,<br />
os equipamentos<br />
estavam num limbo: não eram<br />
proibidos e nem totalmente<br />
liberados. Como a comercialização<br />
não era proibida, eram<br />
vendidos livremente.<br />
Uma das grandes dúvidas que<br />
ainda permanece é a regulamentação<br />
sobre as regras, valores e<br />
normas dos seguros dos drones,<br />
essa dúvida estava muito latente<br />
entre os expositores que participaram<br />
da feira DorneShowAL<br />
2017, realizada em São Paulo<br />
nos dias 9 a 11 de maio.<br />
Setor - O mercado brasileiro de<br />
drones tem conseguido crescer<br />
e até dobrar o faturamento,<br />
mesmo sob o impacto da<br />
maior recessão econômica da<br />
história do país. Mapeamento<br />
recente das empresas do setor,<br />
feito pela MundoGeo, aponta<br />
que, das mais de 700 empresas<br />
presentes em todos os estados<br />
brasileiros, 60% ficam nas cidades<br />
do interior e 40% nas capitais.<br />
80% delas foram criadas<br />
há dois anos e média de crescimento<br />
de 30% para 2017.<br />
Formado por importadores, fabricantes<br />
e prestadores de serviços,<br />
sobretudo de pequeno e<br />
médio portes, o mercado é pulverizado<br />
em diversos players,<br />
uma característica recorrente na<br />
área de tecnologia. Mesmo em<br />
crescimento, as empresas ainda<br />
estão focadas principalmente em<br />
aplicações nas áreas de engenharia,<br />
agropecuária e segurança.<br />
“Quem pretende atuar no setor<br />
deve ficar atento às ten-<br />
dências internacionais e exercitar<br />
a criatividade quanto aos<br />
tipos de serviço que os drones<br />
podem realizar, já que atualmente<br />
o uso comercial dos<br />
equipamentos se limita a substituir<br />
outros objetos voadores,<br />
como aviões e helicópteros,<br />
em monitoramento e filmagem<br />
de grandes áreas”, pontua<br />
Luís Neto Guimarães.<br />
Projeções - O mercado de drones<br />
deve ganhar impulso a<br />
partir deste ano, segundo o<br />
Gartner. A consultoria projeta<br />
aumento na receita global de<br />
34%, atingindo mais de US$<br />
6 bilhões em 2017, podendo<br />
chegar a US$ 11,2 bilhões até<br />
2020. Serão 3 milhões desses<br />
dispositivos produzidos e<br />
vendidos no ano, um número<br />
39% maior em comparação a<br />
DRONE MAPTOR - HORUS AERONAVES<br />
68 aviação & mercado aviação & mercado 69
maiores Centros de Tecnologia<br />
Sócios da Horus Aeronaves: Lucas Bastos, Fabrício Hertz e Lucas Mondadori<br />
do País, o Celta da fundação<br />
CERTI localizado em Florianópolis.<br />
Criada há 30 anos surgiu<br />
com o ideal de desenvolver o<br />
setor tecnológico da Capital,<br />
em dezembro passado a Celta<br />
foi reconhecida como a maior<br />
incubadora do País sendo a<br />
vencedora do Prêmio Nacional<br />
de Empreendedorismo Inovador,<br />
realizado pela Anprotec,<br />
e com o segundo lugar de melhor<br />
empresa incubada do Brasil,<br />
ganhou a Horus Aeronaves.<br />
A novidade mais recente, é que<br />
a Horus acaba de receber um<br />
aporte de 3 milhões da gestora<br />
de fundos de investimentos de<br />
Venture Capital, a SP Ventures<br />
re gera uma nuvem de pontos • Mapa georrefernciado: O depois da identificação da<br />
através do Fundo de Inovação<br />
georreferenciados. Com essa informação<br />
mapa criado pelo VANT é to-<br />
“saúde” da planta encontram-<br />
Paulista (FIP) que e registra a<br />
é possível identificar talmente georreferenciado. -se plantas danificadas muito<br />
2016. Na próxima década, de<br />
acordo com projeções da ABI<br />
Research, o setor crescerá 32%<br />
por ano em média, atingindo<br />
US$ 30 bilhões.<br />
Um dos destaques nacionais no<br />
mercado de drones é a Horus,<br />
empresa pioneira na fabricação<br />
de drones no Estado de Santa<br />
Catarina e tem se destacado no<br />
A Horus Aeronaves nasceu em<br />
janeiro de 2014 com o projeto<br />
de uma aeronave programada<br />
via GPS, sem operador, e feita<br />
em fibra de carbono, um diferencial<br />
no mercado de drones.<br />
O VANT Isis, foi um sucesso,<br />
evolui e ganhou um novo<br />
parceiro com um novo nome e<br />
mais tecnologia: Maptor.<br />
entrada da Horus Aeronaves<br />
em seu portfólio.<br />
Com o investimento, a empresa<br />
irá inaugurar sua filial em<br />
Piracicaba/SP, a região é apontada<br />
como o Vale do Silício da<br />
Agricultura, e lançará dois<br />
novos modelos de drones que<br />
vão oferecer soluções para o<br />
agronegócio.<br />
A Horus já é referência no mercado<br />
a inclinação do relevo e outras<br />
informações relevantes. Também<br />
é possível exportar essas<br />
informações para um software<br />
CAD e fazer, por exemplo, o traçado<br />
das curvas da talhão.<br />
• Verificação da saúde da<br />
planta: Com o mapa NDVI (Índice<br />
de Vegetação da Diferença<br />
Normalizada ) é um índice que<br />
analisa a condição da vegetação<br />
Identificando-se um ponto de<br />
interesse no meio da plantação<br />
obtém-se suas coordenadas<br />
e com um GPS é possível<br />
localizar o ponto especifico em<br />
campo.<br />
• Utilização do modelo digital<br />
de terreno para projeto<br />
de drenagem: esse dado é facilmente<br />
retirado ao analisar a<br />
nuvem de pontos e as alturas<br />
rapidamente. Assim prevenindo<br />
a propagação de pestes que<br />
são facilmente identificadas<br />
após inspeção em áreas críticas<br />
no mapa NDVI.<br />
E para contar um pouco da empresa,<br />
projetos e futuro desse<br />
mercado, entrevistamos o CEO<br />
da Horus, Fabrício Hertz, catarinense<br />
de 29 anos, engenheiro<br />
mecânico, empreendedor e<br />
mercado de VANTS para mapeamento<br />
na Agricultura, Topografia<br />
Apresentando bons resultados,<br />
a Horus conseguiu incenmete<br />
brasileiro de drones e pro-<br />
novidades para o segun-<br />
no campo através de sensoriamento<br />
remoto, é possível iden-<br />
dos pontos críticos no mapa. sócio fundador da mesma.<br />
Também é possível realizar o<br />
e Mineração. Foi criativos<br />
importantes e foi condo<br />
semestre de 2017. O mundo<br />
tificar a saúde de cada planta. processo de análise automati-<br />
1) O que levou 3 jovens uni-<br />
da por três empreendedores templada pelos programas de da aviação agrícola promete<br />
• Identificação de doenças:<br />
camente através de software versitários a empreender<br />
e engenheiros mecânicos, da empreendedorismo Sinapse fortes e emocionantes mudanças<br />
Depois da identificação especializado e simular compu-<br />
no segmento de drones?<br />
Universidade Federal de Santa da Inovação IV, SENAI Inovação,<br />
para os próximos anos.<br />
da identificação da “saúde” tacionalmente a drenagem da Eu e meus sócios sempre tive-<br />
Catarina (UFSC). Fabrício Hertz,<br />
Lucas Bastos e Lucas Mondadori,<br />
que tinham o desejo de<br />
Inovativa Brasil e Darwin<br />
Starter. Também foi presença<br />
na Drone Show LatinAmerica,<br />
Os Drones da Horus Aeronaves<br />
executam com precisão várias<br />
funções na Agricultura, como<br />
da planta encontram-se plantas<br />
danificadas muito rapidamente.<br />
Assim prevenindo a<br />
área desejada.<br />
• Análise e planejamento da<br />
colheita: através do mapa atumos<br />
uma paixão pela aviação<br />
e o mundo dos drones foi uma<br />
forma de nutrir um pouco essa<br />
desenvolver um Veículo Aéreo<br />
a maior feira de drones por exemplo:<br />
propagação de pestes que são alizado e georreferenciado é paixão e desejo. Nossa careira<br />
Não Tripulado (VANT) autônomo,<br />
da América Latina em 2015 e • Mapeamento do relevo:<br />
facilmente identificadas após possível desenhar as rotas para iniciou dentro da faculdade<br />
com tecnologia de ponta e 2016, que aconteceu em São através da triangulação das fo-<br />
inspeção em áreas críticas no todos os processos da lavoura. de engenharia em Santa Cata-<br />
com assistência técnica. Paulo. A empresa está num dos tos obtidas pelo drone o softwa-<br />
mapa NDVI.<br />
• Identificação de doenças: riana, onde, fizemos parte de<br />
70 aviação & mercado aviação & mercado 71
2) E como surgiu a ideia da<br />
indústria de Drones?<br />
Em 2013 começaram a surgir<br />
as primeiras empresa a oferecerem<br />
serviços de mapeamento<br />
aéreo por drones, mas a um<br />
preço elevado, para nós foi uma<br />
oportunidade de negócios,<br />
onde, poderíamos competir em<br />
tecnologia e a preço menor.<br />
Analisamos isso como uma<br />
grande oportunidade de mercado,<br />
uma vez que tínhamos<br />
todo o conhecimento e capacidade<br />
de desenvolver equipamentos<br />
com essas aplicabilidades,<br />
mas como foco em<br />
tecnologia nacional, com preço<br />
muito menor que os importados<br />
e economicamente viável.<br />
3) E como conseguiram os<br />
primeiros investimentos<br />
para viabilizar a fabrica?<br />
No final de 2013, participamos<br />
de uma seletiva de um projeto<br />
do governo do estado de<br />
Santa Catarina (Sinapse Inovação)<br />
que seleciona e patrocina<br />
ideias empreendedores<br />
sem vínculos com empresas e<br />
capitaliza o inicio do desenvolvimento<br />
de projetos que se<br />
demostravam viáveis e o nosso<br />
foi um dos aprovados. Com<br />
esse aporte em 2014 começamos<br />
a tirar do papel a Horus.<br />
as percebendo que a tecnologia<br />
é viável e com grandes benefícios<br />
a um custo bem menor.<br />
A indústria de drones como um<br />
todo, ainda está em estagio<br />
inicial, tem muito a ser desenvolvido<br />
e aplicado. O mercado<br />
está se consolidando como definitivo,<br />
em muitas atividades<br />
não tem mais como deixar de<br />
utiliza-los, não utilizar significa<br />
perder tempo, evolução e<br />
dinheiro.<br />
5) Cite um exemplo de usabilidade<br />
que demostra essa<br />
evolução?<br />
Por exemplo, no mercado de<br />
imagens topográficas, que<br />
atuamos, os drones ampliam<br />
muito a capacidade de melhoria<br />
de imagens e velocidade<br />
na coleta. A topografia está<br />
se beneficiando muito com os<br />
drones. O GPS foi uma grande<br />
evolução para a topografia,<br />
mas agora os drones estão se<br />
mostrando mais eficientes.<br />
7) E os aviões agrícolas, tituir o avião agrícola?<br />
um projeto para desenvolver e<br />
projetar um avião não tripulado<br />
para participar anualmente<br />
da competição que ocorria em<br />
como está o plano de avanço<br />
para a substituição?<br />
Em primeiro momento somos<br />
complementares a atividade<br />
São projetos com características<br />
diferentes de estrutura e<br />
de voo, mas não fogem muito<br />
do que já temos hoje e já dominamos<br />
SJC junto a Embraer. Nossa faculdade<br />
toda foi vivenciando 4) Com três anos de mercado<br />
a tecnologia.<br />
dos aviões, mas num futuro<br />
não muito distante, algo em<br />
Uso de drones na agricultura<br />
isso. Desenvolver a cada ano um<br />
novo projeto e levar para a competição.<br />
como você analisa o<br />
momento do mercado dos<br />
torno de 5 anos também caminha<br />
para a substituição.<br />
9) Quais os planos da Horus<br />
para fabricação Drones<br />
Ao longo dessa jorna-<br />
da fomos percebendo a versatilidade<br />
que os drones poderiam<br />
ter e ser aplicadas em diversos<br />
segmentos econômicos.<br />
drones?<br />
O mercado está migrando do<br />
estágio de conceituação para a<br />
validação. As desconfianças estão<br />
caindo por terra e as pesso-<br />
6) Vocês se preparam para<br />
substituir o GPS, em quanto<br />
será possível?<br />
Num futuro não muito distante,<br />
algo em torno de 3 a 5 anos.<br />
8) Qual a diferença dos drones<br />
que você fabrica para<br />
produzir mapas e imagens,<br />
para os que virão para subs-<br />
maiores, os aviões agrícolas<br />
do futuro?<br />
Nosso foco está muito voltado<br />
para o desenvolvimento<br />
de produtos e soluções para o<br />
72 aviação & mercado aviação & mercado 73
mapeamento aéreo, mas como<br />
somos uma empresa de tecnologia<br />
não podemos ficar parado<br />
e nosso P&D está sempre<br />
muito ativo e coisas boas vem<br />
por ai, não posso te precisar<br />
data e o que, mas virão. Nossos<br />
equipamentos sempre serão os<br />
mais tecnológicos possíveis.<br />
15) Qual o valor do serviço?<br />
10) Quais as novidades que<br />
Quem compra o Drone ganha<br />
a Horus está trazendo para 11) O drone é mais sustentável<br />
um período gratuito para im-<br />
o mercado?<br />
que um avião?<br />
plantação e testes, após esse<br />
Vamos apresentar drones com Sim, com certeza. São menores<br />
período, temos varias opções de<br />
sistema de mapeamento com<br />
e elétricos, não queimam<br />
valores, por tamanho de pro-<br />
capacidade de previsão centimétrica,<br />
combustível. Também temos<br />
priedade, de informações dese-<br />
onde, ocorrerá o os benefícios ecológicos e de<br />
jadas, etc.. Em media varia de 1<br />
voo e o geomapeamento com sustentabilidade, porque o<br />
a 3 reais por hectare de mapa.<br />
precisão de centímetros. Tem drone consegue trazer informações<br />
12) Vocês já possuem essa<br />
equipamento com capacidade<br />
que otimizam o uso de tecnologia para aplicação<br />
16) Como você imagina o<br />
de acoplar sensores e câmaras, aeronaves, venenos e insumos. agrícola?<br />
mercado de trabalho na indústria<br />
que hoje em dia é possível ape-<br />
Em vez de aplicar um veneno Sim, trabalhamos com uma<br />
4.0?<br />
74 aviação & mercado aviação & mercado 75<br />
nas para satélite, agora vão<br />
estar nos drones. Uma tecnologia<br />
muita cara que passa a<br />
ser viável e mais barata.<br />
Também iremos lançar uma<br />
aeronave exclusiva para o<br />
agronegócio. Precisamos estar<br />
sempre na frente e trazendo<br />
novidades porque vira obsoleto<br />
muito rápido.<br />
em toda a plantação somente<br />
aplica-se em regiões pontuais<br />
onde está a doença na planta.<br />
Isso traz um grande ganho<br />
ecológico e financeiro para a<br />
propriedade e para a sociedade.<br />
Isso também se aplica para<br />
os fertilizantes que se utilizados<br />
em excesso e de forma errada<br />
prejudica o meio ambiente.<br />
O mapa gerado vai dizer<br />
onde precisa ser lançado mais<br />
ou menos fertilizantes. Passamos<br />
a ter uma agricultura de<br />
grande precisão, ou seja, aplicasse<br />
somente o necessário em<br />
áreas que necessitam de fato.<br />
plataforma, online, onde nossos<br />
clientes, fazem o voo, coletam<br />
as imagens e enviam<br />
para a mesma que processa as<br />
informações, extrais os dados<br />
e confecciona um mapa com<br />
seus diagnósticos da plantação<br />
e seu estagio. Isso tudo<br />
gera um plano de correções<br />
de eventuais carências e problemas<br />
no plantio.<br />
13) A Horus é só drones ou<br />
entrega tecnologia de suporte<br />
e gestão da lavoura?<br />
Como disse na pergunta anterior,<br />
temos uma plataforma<br />
online de processamento, ou<br />
seja, temos o equipamento<br />
para gerar o conteúdo e a tecnologia<br />
de processamento desse<br />
conteúdo coletado que vai<br />
gerar relatórios de gestão.<br />
Geramos analise da planta, da<br />
saúde, quantidade de palha,<br />
analise de stress nutricional e<br />
hídrico e n outras informações.<br />
14) Qual o custo dos Drones?<br />
Variam de 65 a 150 mil, depende<br />
do pacote e modelo que<br />
está sendo adquirido.
Nós buscamos trazer tecnologia<br />
para melhorar a vida das pessoas<br />
e do ambiente com maior especialização.<br />
Ocorre sim a substituição<br />
de parte das pessoas,<br />
mas ao mesmo tempo criamos<br />
vagas nas fabricas com profissionais<br />
de alta especialização.<br />
17) Como empreendedor e<br />
responsável pelo futuro da<br />
humanidade como você vê<br />
a equação do mercado de<br />
trabalho?<br />
Se fizermos uma analise histórica<br />
isso já vem acontecendo a<br />
muito tempo, não agora. Na<br />
agricultura saímos da colheita<br />
manual para a colheitadeira<br />
com um único homem e produz<br />
muito mais em poucas horas.<br />
Na primeira visão isso é preocupante,<br />
mas quando analisamos<br />
a necessidade de produção de<br />
alimentos que tem que aumentar<br />
70% em duas décadas<br />
para poder sustentar a humanidade,<br />
mostra que temos<br />
que acelerar. O que resolveria<br />
ter emprego e não ter comida<br />
para comprar e comer? Vai ter<br />
um novo arranjo social sem<br />
duvidas, e temos que trabalhar<br />
formas de produzir alimentos,<br />
enquanto esse novo arranjo vá<br />
se ajustando, isso é mais uma<br />
etapa do processo de evolução<br />
da humanidade. Eu entendo<br />
que dentro da pirâmide de necessidades<br />
o alimento vem antes<br />
do trabalho.<br />
18) Qual a dificuldade em<br />
investir em uma empresa<br />
de tecnologia no país?<br />
A maior dificuldade é fazer<br />
o brasileiro acreditar no país,<br />
acreditar que temos capacidade<br />
de desenvolver tecnologias<br />
e produtos, igual ou melhores<br />
que os importados, a sensação<br />
que temos é que só é bom o<br />
que vem de fora e isso não é<br />
verdade, temos muita competência<br />
e qualidade aqui na indústria<br />
nacional. Temos rigor<br />
técnico e tecnológico fazemos<br />
frente aos internacionais, estamos<br />
em plena evolução e<br />
desenvolvimento, isso é permanente<br />
na empresa.<br />
19) Quais as principais barreiras<br />
enfrentadas pela Horus<br />
para conquistar o mercado?<br />
Cultura e paradigmas. É um<br />
trabalho de quebrar paradigmas<br />
que leva a mudança cultural.<br />
O primeiro a ser quebrado<br />
é o viés da não aceitação<br />
a tecnologia, não é usual no<br />
dia-a-dia e temos que comprovar<br />
isso.<br />
O segundo é a descrença da<br />
indústria nacional, sempre<br />
vem a dúvida, mas se é feito<br />
no Brasil tem qualidade mesmo?<br />
Posso confiar?<br />
E por último é quebrar a resistência<br />
de empresa nova e tecnologia<br />
nova, estamos trabalhando<br />
constantemente contra<br />
isso, demostrando aos clientes<br />
e investindo em demonstração<br />
para provar que é bom, funciona,<br />
da retorno e é muito necessário<br />
para os novos passos e ciclos<br />
de evolução da agricultura<br />
brasileira, por exemplo.<br />
20) No que será investido o<br />
aporte de R$ 3 milhões obtido<br />
através do desenvolve<br />
SP e pretende buscar novas<br />
rodadas de investimentos?<br />
O investimento veio para desenvolvimento<br />
tecnológico e<br />
expansão comercial e temos sim<br />
planejamento de busca de novas<br />
rodadas de investimentos.<br />
21) O que você gostaria de<br />
dizer aos atuais e futuros<br />
clientes da Horus?<br />
Que eles saibam que desenvolvemos<br />
a empresa para viabilizar<br />
a tecnologia no Brasil.<br />
Acreditem que a Horus vai continuar<br />
desenvolvendo equipamentos<br />
e tecnologias de alta<br />
performance e de ponta para<br />
colaborar na evolução da produção<br />
nacional e que não faltará<br />
dedicação para isso. m<br />
76 aviação & mercado aviação & mercado 77
Coordenação<br />
de voos<br />
Texto: Jony<br />
Cavalcante<br />
Dirane<br />
Antes essas informações eram<br />
todas manuscritas, atualmente<br />
existem software e sistemas<br />
que facilitam o gerenciamento<br />
das informações e dando mais<br />
precisão na tomada de decisão.<br />
Dados da meteorologia e os de<br />
rotas são alguns exemplos de informações<br />
obtidas nos sistemas.<br />
A faixa salarial de Coordenador<br />
de voo, apresentada na tabela<br />
abaixo mostra os valores pagos<br />
em média por algumas cias<br />
aéreas no Brasil. Sendo que os<br />
valores citados, são para profissionais<br />
com largas experiências<br />
no mercado, pois para os novatos<br />
esses valores dependendo<br />
do táxi aéreo ou da linhas aérea<br />
em sua região podem ser bem<br />
menores.<br />
Aos que buscam ter uma oportunidade<br />
dentro da aviação, os<br />
táxi aéreos são as portas de entrada<br />
para quem quer aprender<br />
uma profissão ou ampliar<br />
seus conhecimentos adquiridos<br />
ao longo do tempo, seja através<br />
de cursos de curtas duração<br />
os denominados cursos livres<br />
ou profissionalizantes, técnicos<br />
ou até mesmo níveis superiores<br />
ou pós graduação e mestrados<br />
voltado para a aviação civil,<br />
pois uma das maiores dificuldades<br />
encontradas no mercado<br />
de trabalho aeronáutico é<br />
para suprir essas necessidades.<br />
Hoje essa profissão está cada<br />
vez mais versátil, aprendendo<br />
um pouco de tudo dentro da<br />
empresa em que ele trabalha,<br />
pois a medida que se capacitam<br />
se tornam profissionais<br />
expert no que tange a aviação<br />
seja ela táxi aéreo, linhas aéreas<br />
regionais , executiva ou de<br />
linhas aéreas nacionais e inter-<br />
Ao chegarmos no aeroporto,<br />
vamos ao balcão da cia aérea,<br />
nos apresentamos retiramos a<br />
rings (alimentação) também ,<br />
acompanha as escalas de pilotos<br />
para o(s) voo(s) do dia.<br />
de gravidade) escrita pelo o fabricante<br />
da aeronave.<br />
Para ser um coordenador de<br />
nossa passagem , despachamos Caso seja necessário atender voo, a pessoa tem que amar o<br />
encontra pessoas qualificadas nacionais. m<br />
as malas , fazemos o check-in e voos extras é ele quem aciona<br />
a tripulação reserva para centrada nas informações que<br />
que faz e tem que ser muito<br />
Empresa salário Localização<br />
pronto aí é só aguardar a hora<br />
do embarque para viajarmos, atender esse voo, caso haja a ele precisa gerenciar no seu dia<br />
Avianca - Coordenador de Voo R$ 4.125 Brasil<br />
mais nos bastidores existem<br />
muitos profissionais trabalhando<br />
necessidade solicita permissão<br />
de pouso em (aeródromos pri-<br />
a dia, com tudo, esse profissional<br />
deve sempre se atualizar<br />
TAM <strong>Aviação</strong> Executiva - Coordenador de Voo<br />
Líder <strong>Aviação</strong> - Coordenador de Voo<br />
R$ 3.900<br />
R$ 3.090<br />
Brasil<br />
Brasil<br />
e muito , para fazer com que vados), seja por ligação, por em sua profissão.<br />
Líder Táxi Aéreo - Coordenador de Voo R$ 2.823 Brasil<br />
a sua viagem seja tranquila. e-mail, fax, atualiza dados<br />
Fonte : www.lovemondays.com.br/salarios/cargo/salario-coordenador-de-voo<br />
Existe um profissional que ele aeronáuticos de aeródromos<br />
na multidão passa desapercebido,<br />
mais que tem uma grande<br />
responsabilidades sobre suas<br />
mãos, é o coordenador de voo,<br />
esse profissional é o responsável<br />
em fazer os acompanhamentos<br />
dos voos que vão sair<br />
ou chegar aos seus destinos,<br />
solicita e acompanha o abastecimento<br />
das aeronaves, seja<br />
com combustíveis, e dependendo<br />
da empresa solicita o cate-<br />
(locais, distância, nome e região),<br />
calcula rota de voo, faz<br />
negociação de preços de manutenção<br />
e serviços (fora da<br />
base), realiza ou auxilia o DOV<br />
(Despachante Operacional de<br />
Voo) na elaboração de peso e<br />
balanceamento das aeronaves,<br />
pois esse é um documento de<br />
grande importância a ser apresentado<br />
a tripulação, pois cada<br />
aeronave tem o seu CG (centro<br />
78 aviação & mercado aviação & mercado 79
BOEING B-52:<br />
LONGEVIDADE, EFICÁCIA<br />
E TERROR<br />
Este fato, mais do que um congraçamento<br />
de gerações, é uma<br />
prova cabal do acerto de um<br />
projeto aeronáutico que, tendo<br />
voado pela primeira vez no ano<br />
de 1952 continua ativo e vibrante<br />
seis décadas e meia depois,<br />
em que pese sua linha de produção<br />
haver se encerrado em 1962.<br />
Embora tenha sido desenha-<br />
den, representante credenciado<br />
da USAF. Desapontado com o<br />
que viu, Warden perguntou se<br />
eles não poderiam redesenhar o<br />
avião com 4 motores turjo-jato.<br />
Trabalhando freneticamente<br />
sem parar num quarto de hotel<br />
em Dayton, Ohio, os projetistas<br />
conseguiram entregar o projeto<br />
no final da noite de sexta-feira !<br />
Bombardeiro B-47. Notar as<br />
semelhanças com o B-52<br />
https://www.youtube.com/<br />
watch?v=bKsv7xNq8TA<br />
O trem de pouso principal era<br />
revolucionário, tendo a capacidade<br />
de girar no eixo vertical<br />
até 20 graus para permitir aterrissagens<br />
com componentes de<br />
ventos cruzados. Ele também<br />
levava trens de pouso auxiliares<br />
nas pontas das asas para ajudar<br />
a estabilizar o pouso evitando<br />
eventuais danos às wingtips.<br />
Trem de pouso<br />
auxiliar, para evitar<br />
wingtip strike<br />
Texto: Robinson<br />
Farinazzo Casal<br />
Um projeto que<br />
não envelhece<br />
“A guerra<br />
é nossa<br />
profissão,<br />
e a paz<br />
o nosso<br />
produto”<br />
Lema original do SAC<br />
(Strategic Air Command -<br />
Comando Aéreo Estratégico<br />
da USAF), posteriormente<br />
abolido.<br />
Dada a evolução constante da<br />
conjuntura tecnológica, é muito<br />
pouco provável que em qualquer<br />
lugar do mundo avô, pai<br />
e neto voem, dentro da Força<br />
Armada à que serviram, uma<br />
exata mesma classe de aviões de<br />
combate . Mas foi exatamente<br />
isso que aconteceu em 2013 na<br />
USAF (United States Air Force -<br />
Força Aérea dos Estados Unidos)<br />
quando o Capitão David ‘Swoop’<br />
Welsh, de 28 anos de idade<br />
encarnou a terceira geração de<br />
sua família à pilotar um Boeing<br />
B-52. Antes dele, seu pai, o tenente-coronel<br />
Don Welch, já vo-<br />
ara os BUFF (apelido do avião<br />
e que significa Big, Ugly, Fat,<br />
Fucker - Grande, Feio, Gordo e<br />
F.D.P.) durante a Guerra Fria, e<br />
seu avô, o coronel da reserva<br />
Don Sprague, pilotou B-52 em<br />
combate no Vietnã.<br />
Três gerações,<br />
um só avião<br />
do com a missão específica de<br />
atacar a ex-União Soviética, a<br />
origem dos complexos (e exigentes)<br />
requisitos técnicos da<br />
USAF que levaram a concepção<br />
do B-52 é cheia de idas e vindas,<br />
mas existe um marco aparentemente<br />
decisivo para que<br />
a Boeing trouxesse a luz o gigante<br />
com asas de 56 metros de<br />
envergadura e peso vazio de 80<br />
toneladas: o dia 21 de outubro<br />
de 1948, uma quinta feira.<br />
Nessa data, uma equipe de engenheiros<br />
da Boeing apresentou o<br />
projeto de um quadrimotor turbo-hélice<br />
ao Coronel Pete War-<br />
O que eles apresentaram à USAF<br />
era uma aeronave totalmente<br />
modificada em relação ao projeto<br />
original, com 8 motores,<br />
em pilones sub-alares e asas enflechadas<br />
à la B-47 Stratojet.<br />
Pouso com vento cruzado em prática e teoria<br />
80 aviação & mercado aviação & mercado 81
Mas dificilmente o B-52 teria a<br />
aparência de hoje se não fosse<br />
a interferência do então comandante<br />
do SAC (Strategic Air<br />
Command - Comando Aéreo<br />
Estratégico da USAF), o extravagante<br />
general Curtiss Le May.<br />
Insatisfeito com o lay out do cockpit<br />
que posicionava piloto e<br />
co-piloto em tandem como se<br />
fora uma aeronave de treinamento,<br />
Le May exigiu que eles<br />
trabalhassem lado à lado, como<br />
num avião comercial.<br />
A Boeing precisou voltar às<br />
pranchetas, mas este arranjo<br />
facilitou a comunicação/integração/coordenação<br />
entre os<br />
tripulantes e diminuiu a carga<br />
de trabalho, tornando a aeronave<br />
mais eficiente e segura.<br />
Le May influiu muito no projeto,<br />
inclusive na concepção das<br />
características de performance<br />
do avião. Piloto veterano de<br />
devastadores ataques aéreos à<br />
Alemanha e ao Japão durante a<br />
Segunda Guerra Mundial, além<br />
de ser um organizador nato, Le<br />
May sabia muito bem o que estava<br />
pedindo...<br />
O bombástico<br />
(literalmente)<br />
general Curtiss<br />
Le May<br />
Os rigorosos testes em voo à<br />
cargo do lendário piloto de provas<br />
da Boeing “Tex”Johnson começaram<br />
em abril de 1952, e o<br />
avião entrou em serviço na USAF<br />
em 1954. Sua função inicial era<br />
efetuar voos de patrulha dissuasórios<br />
à grande altitude armados<br />
com bombas nucleares nas<br />
fronteiras da ex-União Soviética.<br />
Mas a sua concepção de missão<br />
mudaria radicalmente à partir<br />
de 1º de maio de 1960. Nesse<br />
dia, um avião espião americano<br />
Lockheed U-2 foi derrubado<br />
por mísseis no interior do território<br />
soviético quando voava à<br />
mais de 60.000 pés de altitude.<br />
Isso mostrou à USAF que aquela<br />
faixa de operação nos céus inimigos<br />
não era mais segura para<br />
seus aviões, obrigando a mesma<br />
à reposicionar os voos de penetração<br />
dos BUFFs para perfis<br />
próximos ao solo, onde teriam<br />
maiores chances de escapar da<br />
detecção dos radares.<br />
Ora, na complexa cinemática<br />
que norteia a natureza da engenharia<br />
aeronáutica, raramente<br />
se consegue uma performance<br />
sem que seja exigida uma contrapartida.<br />
Os B-52 foram originariamente<br />
desenhados para<br />
voos à grandes altitudes, onde<br />
os esforços que incidem sobre<br />
a estrutura são bem diferentes<br />
daqueles que ocorrem próximos<br />
ao solo. O resultado da mudança<br />
de manejo operacional foi<br />
a sobrevinda de uma série de<br />
Tex Johnson, a<br />
lenda da Boeing<br />
acidentes resultantes de falhas<br />
estruturais, o mais famoso (e espetacular)<br />
deles tendo ocorrido<br />
em 10 de janeiro de 1964, quando<br />
um B-52 pilotado por Chuck<br />
Fisher conseguiu pousar sem o<br />
estabilizador vertical (leme).<br />
Pouso sem cauda -<br />
para o BUFF, nada<br />
era impossível<br />
https://www.youtube.com/<br />
watch?v=WJuEAQbxWRo<br />
Essas deficiências foram corrigidas<br />
com reforços estruturais e<br />
a aeronave continuou à operar<br />
até nossos dias, tendo participado<br />
de combates no Vietnam,<br />
Guerra do Golfo, Sérvia, Afeganistão<br />
e da invasão do Iraque.<br />
Este é então um breve resumo<br />
da vida do B-52, do seu nascimento<br />
até a maturidade. Vamos<br />
então, rever seu currículo para<br />
destacar alguns de seus momentos<br />
mais marcantes:<br />
• Por aproximadamente quatro<br />
décadas os tripulantes do B-52<br />
eram especialmente treinados<br />
e doutrinariamente preparados<br />
para o lançamento de ataques<br />
nucleares retaliatórios, se os<br />
mesmo fossem necessários por<br />
força das circunstâncias;<br />
• Por conta da magnitude da<br />
missão nuclear (e da crueldade<br />
naturalmente associada à ela),<br />
suas tripulações recebiam assistência<br />
psicológica para lidar<br />
com o peso moral e ético acarretado;<br />
• O avião sobreviveu ao desaparecimento<br />
de seu padrinho – o<br />
SAC não existe mais!<br />
• Os ataques de B-52 à alvos em<br />
Hanói e Haiphong foram decisivos<br />
para as negociações de paz<br />
que levaram os EUA as saírem<br />
da guerra do Vietnam ;<br />
• Embora tenha oito motores,<br />
consegue voar com até 3 deles<br />
desligados;<br />
• Seu sistema de ejeção de tripulantes<br />
é um pesadelo de engenharia:<br />
quatro tripulantes<br />
ejetam para cima e dois para<br />
baixo (vide figura abaixo);<br />
4 para cima e 2 para baixo, o complexo sistema de ejeção do Boeing B-52<br />
• Conforto é algo que nunca<br />
existiu no B-52. No convés onde<br />
ficam piloto e co-piloto, é quente<br />
demais por causa do sol que<br />
entra pelo para-brisas. No convés<br />
inferior, é gelado. Quando<br />
ligam o aquecedor no andar<br />
debaixo, o superior fica mais<br />
quente ainda;<br />
• O seu singular sistema de trem<br />
de pouso já foi considerado secreto<br />
pelo Pentágono;<br />
• As células originais da aeronave<br />
foram construídas com duração prevista para<br />
5.000 horas, mas já voaram por décadas ;<br />
• O avião passou por muitos reforços estruturais e<br />
recebeu tantos equipamentos novos para melhorar<br />
sua performance em combate que hoje está<br />
substancialmente diferente do projeto original;<br />
• A banda de rock americana B-52 tem esse nome<br />
inspirado no avião;<br />
https://www.youtube.com/watch?v=h5F3PHvnQAQ<br />
82 aviação & mercado aviação & mercado 83
• Na guerra do Golfo (1991) seus<br />
bombardeiros pesados às trincheiras<br />
provocou verdadeiro terror<br />
entre os soldados iraquianos<br />
que ocupavam o Kuwait, muitos<br />
dos quais se renderam em verdadeiro<br />
estado de choque;<br />
• Projetado originariamente<br />
como atacante nuclear, passou<br />
a operar como bombardeiro<br />
convencional lançando bombas<br />
de queda livre e também como<br />
lançador de mísseis de cruzeiro;<br />
• Em 2007, a aversão “H” foi<br />
certificada para uso de uma<br />
mistura de querosene JP-8 com<br />
combustível sintético;<br />
• Nos anos 80 a banda “The<br />
Hollies” regravou o sucesso<br />
“Stop! In the name of love” (de<br />
1965). O vídeoclip levado ao ar<br />
tinha como protagonista um piloto<br />
de B-52, e fez enorme sucesso<br />
à época;<br />
https://www.youtube.com/<br />
watch?v=SKkl_0k4_KU<br />
• A missão de combate aeronáutico<br />
de mais longa duração<br />
da história das guerras<br />
pertence à um esquadrão de<br />
B-52, e foi realizada em 16 de<br />
janeiro de 1991 – quando essas<br />
aeronaves decolaram da<br />
Louisiana, voaram até o Iraque,<br />
bombardearam o país e<br />
voltaram para à base nos EUA<br />
sem pousar pelo caminho,<br />
tendo realizado diversos reabastecimentos<br />
em voo. A missão<br />
aconteceu durante a operação<br />
Tempestade no deserto,<br />
e percorreu 22.500 Km correspondentes<br />
a mais de 35 horas<br />
consecutivas em voo;<br />
• A missão recordista em termos<br />
de distancia percorrida também<br />
pertence aos BUFFs, e ocorreu<br />
na data de 2 para 3 de setembro<br />
de 1996, quando dois B-52H<br />
atacaram Bagdá à partir da Base<br />
Aérea de Guam no Oceano Pacífico<br />
, percorrendo um total de<br />
mais de 25.000km;<br />
• No ano de 1963, o avião disputou<br />
a audiência das plateias do<br />
cinema com o ator Rock Hudson<br />
no filme “Águias em alerta”<br />
https://www.youtube.com/<br />
watch?v=dcKaIG7qSpk&t=48s<br />
• No ano seguinte, foi estrela<br />
do polêmico filme ‘Doutor Fantástico”,<br />
do diretor Stanley Kubrick,<br />
com Peter Sellers fazendo<br />
diversos papéis;<br />
https://www.youtube.com/<br />
watch?v=LwLswRLg_qA<br />
• Houve seis acidentes de B-52<br />
carregados com bombas nucelares,<br />
mas felizmente, nenhuma<br />
delas detonou;<br />
• De todos os acidentes, talvez<br />
o mais famoso , por ter sido<br />
ostensivamente filmado, seja<br />
aquele ocorrido em 24 de junho<br />
de 1994 em show aéreo na base<br />
aérea de Fairchild (EUA), quando<br />
o B-52H indicativo de chamada<br />
Czar 52 colidiu contra o solo,<br />
praticamente desintegrando-se<br />
na frente das câmeras e tendo<br />
como resultado a morte dos<br />
quatro tripulantes e na perda<br />
da aeronave. O avião não estava<br />
carregado com bombas nucleares.<br />
https://www.youtube.com/<br />
watch?v=182AepOJjMs&t=16s<br />
Para finalizar, há que se dizer<br />
que a USAF tem intenção de<br />
manter o avião em condições de<br />
emprego operacional até o ano<br />
de 2040, quando o voo inicial<br />
fará aniversário de 88 anos! m<br />
Viage aqui acessando mais<br />
imagens sobre Boeing B-52<br />
84 aviação & mercado aviação & mercado 85
Por que descontinuar uma<br />
aproximação?<br />
Texto: Cmte. Denis<br />
Bianchini<br />
tatísticas comprovam que “forçar”<br />
um pouso, pode resultar<br />
num acidente grave. Portanto,<br />
é melhor dispender 5 ou 10 minutos<br />
para realizar uma nova<br />
aproximação com segurança,<br />
do que pousar no horário e sair<br />
do avião com as pernas tremendo,<br />
ou pior ainda, nem conseguir<br />
sair do avião!<br />
Insistimos muito nesse assunto,<br />
pois é triste ver que a todo ano<br />
dezenas de aeronaves, principalmente<br />
da aviação geral, se<br />
acidentam pela insistência e<br />
compulsão pelo pouso. Portanto,<br />
listamos alguns dos erros<br />
mais comuns associados à insistência<br />
pelo pouso e a recusa em<br />
não iniciar um procedimento<br />
de aproximação perdida:<br />
• descer abaixo da DA ou MDA<br />
sem ter avistado a pista;<br />
• aproximações múltiplas sob<br />
condições meteorológicas adversas.<br />
Na ânsia pelo pouso o<br />
piloto realiza 1, 2, 3, 4... aproximações,<br />
na esperança de avistar<br />
a pista;<br />
• prosseguir na aproximação<br />
com a aeronave desestabilizada;<br />
• prosseguir na aproximação com<br />
os limites de vento (cauda ou través)<br />
superiores aos estabelecidos<br />
pelo fabricante da aeronave;<br />
• mação mesmo estando inseguro,<br />
seja por qual motivo for;<br />
• falha no planejamento do<br />
voo, obrigando o piloto a “ter”<br />
que pousar no aeródromo de<br />
destino por falta de combustível<br />
para alternar;<br />
• prosseguir na aproximação<br />
quando todas as aeronaves que<br />
o precederam arremeteram, se<br />
O que é uma arremetida ou<br />
procedimento de aproximação<br />
perdida? Nada mais é do que<br />
um segmento do procedimento<br />
de aproximação que a aeronave<br />
deverá cumprir caso não<br />
obtenha condições favoráveis<br />
para pouso.<br />
O procedimento de aproximação<br />
perdida tem início na DA<br />
(ou DH), de um procedimento<br />
de precisão ou APV e na MDA<br />
(ou MDH) em um procedimento<br />
de não precisão. Este procedimento<br />
deve terminar numa<br />
altitude e num ponto que<br />
permita o início de uma nova<br />
aproximação, de uma espera<br />
ou o retorno ao voo em rota.<br />
Os principais motivos que levam<br />
o piloto a descontinuar<br />
uma aproximação, são:<br />
• condições meteorológicas (visibilidade,<br />
chuva, Wind shear, etc.)<br />
• aproximação desestabilizada<br />
• vento (acima da limitação da<br />
aeronave)<br />
• solicitação da torre de controle<br />
• qualquer outro fator que o<br />
piloto julgue aplicável<br />
Havia uma cultura, equivocada<br />
obviamente, de que o piloto<br />
que arremete é “fraco”, despreparado<br />
ou medroso. Ao<br />
longo do tempo esta cultura<br />
tem mudado radicalmente, começando<br />
com a instrução de<br />
base, que atualmente apresenta<br />
um grau de profissionalismo<br />
maior e adequado aos novos<br />
procedimentos já alinhados a<br />
esta nova cultura. Estudos e es-<br />
elas o fizeram, possivelmente a<br />
86 aviação & mercado aviação & mercado 87
Por que os aviões arremetem? (eBianch #6)<br />
aproximação final não apresenta<br />
condições favoráveis; e<br />
• pousar sob chuva forte.<br />
O segmento de aproximação<br />
perdida descrito numa carta de<br />
aproximação (IAC) deve ser de<br />
conhecimento irrestrito do piloto.<br />
Para tanto, durante o briefing<br />
da carta, deve-se observar<br />
com muita atenção tal procedimento,<br />
principalmente em arremetidas<br />
mais complexas, geralmente<br />
presentes em áreas com<br />
grande concentração de obstáculos<br />
e relevos acentuados.<br />
É comum estarmos com a consciência<br />
situacional elevada nos<br />
dias em que a probabilidade de<br />
arremeter é maior do que a de<br />
pousar, como por exemplo, numa<br />
aproximação com teto próximo<br />
aos mínimos meteorológicos do<br />
procedimento. Nestes dias, o<br />
piloto instintivamente dá a devida<br />
importância ao briefing do<br />
procedimento de aproximação<br />
perdida, e durante toda a aproximação<br />
está preparado para a<br />
execução deste procedimento.<br />
Em dias de céu claro este trecho<br />
da carta é praticamente desprezado<br />
por muitos, pois há plena<br />
convicção da realização do pouso.<br />
Mas “e se”!? E se por algum<br />
motivo você precisar descontinuar<br />
a aproximação, o que<br />
fazer? Você já ouviu dezenas<br />
de vezes que devemos “voar à<br />
frente do avião”, ou seja, estarmos<br />
preparados para uma<br />
situação antes que ela ocorra.<br />
Durante a arremetida além de<br />
cuidar da navegação lateral e<br />
vertical estipulada pelo procedimento,<br />
você também deverá<br />
realizar a manobra específica<br />
da aeronave. Nos primeiros minutos<br />
de uma arremetida a carga<br />
de trabalho é elevada, mas<br />
dentro da rotina operacional<br />
estabelecida, é perfeitamente<br />
gerenciável. O simples fato de<br />
desconhecer o procedimento<br />
a ser executado irá prejudicar<br />
toda a manobra, aumentando<br />
ainda mais a sua carga de trabalho<br />
e diminuindo a segurança<br />
da operação.<br />
Se você, por qualquer motivo,<br />
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