REBOSTEIO Nº 1
Revista REBOSTEIO DIGITAL número um - entrevistas, arte, cultura, poesia, literatura, comportamento, cinema, fotografia, artes plásticas.
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sacanário<br />
na sua língua do p<br />
a festa do meu ponto g<br />
(o segredo da alma é o negócio)<br />
fidelidade<br />
que<br />
seja<br />
infinita<br />
enquanto<br />
duro<br />
[de um poema de Vinicius de Moraes]<br />
picolé<br />
mindinho<br />
no final<br />
dá pra lamber<br />
um mala<br />
o pau<br />
mole<br />
cabeça<br />
: destamanhim<br />
me poupe<br />
isole<br />
esqueça<br />
intransitivo<br />
: xô, pingulim<br />
tudo faz sentido<br />
sua mão<br />
dentro do meu vestido<br />
3 limeiriques<br />
Estes poemas vão para<br />
Xico Sá, Luiz Roberto Guedes<br />
e Rodrigo de Souza Leão<br />
[Mamãe, não leia, por favor]<br />
1.<br />
Bebeu muita vodka orlofe,<br />
catou pelas ruas o bofe:<br />
furor uterino<br />
fodeu-lhe o intestino:<br />
a pica entalou no roscofe.<br />
2.<br />
"Ai" — Diva gritava em falsete:<br />
"meu cu virou um ramalhete!".<br />
O macho, coitado,<br />
meteu só de um lado.<br />
E teve cãibra no cacete.<br />
3.<br />
Moça singela, a Catarina<br />
tem um dilema na vagina:<br />
com cheiro de alho,<br />
engole o caralho<br />
e arrota linguiça da fina.<br />
Notas da autora:<br />
1. segundo o poeta Luiz Roberto Guedes, "o limerick é um poema popular, basicamente oral, de tradição inglesa, cuja temática, dixit Glauco Mattoso, oscila entre o nonsense e o<br />
escatológico. Foi introduzido no Brasil, no final dos anos 70, pelo poeta, escritor e letrista Braulio Tavares, nas páginas então avulsas do Jornal Dobrabil, do próprio Mattoso, que<br />
também lançaria os seus Limeiriques (Edições Dubolso, 1989)". (...) "Algumas autoras de livrosinfantojuvenis vêm usando essa forma poética para fins didáticos, mas limericks são<br />
mesmo os jogos florais do baixo calão e do bom humor";<br />
2. conforme Barros Toledo, "quanto ao abrasileiramento do nome, trata-se dum trocadilho proposto por Braulio Tavares, aludindo ao lendário 'poeta do absurdo' Zé Limeira, popular<br />
no nordeste";<br />
3. ganhei a aposta.<br />
Adelaide do Julinho, [adelaidedojulinho@gmail.com]. Viúva. Do lar. Vive discretamente em Belo Horizonte, Minas Gerais. Musa de<br />
quatro importantes personalidades do cenário nacional (um poeta, um escritor, um músico e um político — de direita). Poeta neobarraco,<br />
foi publicada em Amar é abanar o rabo, de Jovino Machado (Belo Horizonte: Excelente Projetos Editoriais, 2009) e Dedo de moça —<br />
uma antologia das escritoras suicidas (São Paulo: Terracota Editora, 2009).<br />
Sobre ela, clique aqui [http://www.germinaliteratura.com.br/literatura_set2007_robertoamaral.htm] e leia.<br />
Tem poemas traduzidos para o inglês, francês, italiano, alemão, espanhol, albanês, latim, romeno, entre outros. Mas se pudesse escolher,<br />
preferia ser a Gisele Bündchen, com um pouco mais de bunda.<br />
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