especial prestes a comemorar cinco anos de atividade Sediado na Casa da Bela Cruz, no centro da cidade de Cruzília (MG), o Museu Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador comemora cinco anos no dia 17 de novembro. O espaço vem sendo ícone como fonte de divulgação da história do cavalo Mangalarga Marchador e como polo de expansão cultural da região sul-mineira. ■
Neste período de existência, o Museu já recebeu, até o fechamento desta edição, 23.500 visitantes de todos os estados brasileiros e também do exterior, como Estados Unidos, Canadá, Argentina, Colômbia, Chile, Itália, Holanda, França, Alemanha, Portugal e Espanha. Destes visitantes, vale mencionar o grande número de turistas em geral, grupos de terceira idade, universitários e demais estudantes dos diversos níveis de ensino de escolas públicas e particulares de diversas cidades da região. Foram realizadas diversas oficinas de aprendizado e projetos educativos. O Museu foi ainda objeto de tese de mestrado de uma aluna da Faculdade de Poços de Caldas (MG). Em parceria com o Instituto Estrada Real, o Museu é o ponto onde se carimba o passaporte daqueles que estão fazendo o percurso do Caminho Velho da Estrada Real, tendo já carimbado mais de 2.000 passaportes de turistas. O Museu também abriu suas portas para o lançamento de três livros: o premiado Birigui, de autoria de Mauricio Meirelles, A Revolta Escrava da Bela Cruz, do professor Pedro Junqueira Ferreira Neto e Nas Costelas do Abismo, de Ricardo Luís Casiuch. Além disso acolheu diversas outras manifestações culturais, como o programa Cinema no Museu, voltado para alunos do Lar da Criança Adeodato dos Reis Meirelles, sediou palestras para criadores e interessados no aprofundamento histórico do cavalo Mangalarga Marchador, foi o local de comemoração dos 15 anos do Clube Virtual do Cavalo Mangalarga Marchador e da formatura das turmas do Curso de Formação por Competência em Equideocultura, oferecido em pareceria com a ABCCMM e o SENAR/MG. Já por dois anos consecutivos vem participando da Semana Nacional de Museus, realizada a cada mês de maio, sob a coordenação do IBRAM, e também da Primavera de Museus, a cada mês de setembro, contando com a parceria da Universidade do Estado de Minas Gerais, Campus de Campanha (MG), para realização das diversas atividades desenvolvidas nesses eventos. Foi também objeto de diversas reportagens televisivas, em programas da TV Record, TV Bandeirantes, EPTV Sul de Minas, EPTV Ribeirão Preto, EPTV Campinas, TV Alterosa, MMTV (Canal Rural), TV Canção Nova e também nos programas Globo Rural e Globo Repórter, ambos de veiculação nacional pela Rede Globo de Televisão. A Fundação Barão de Alfenas, entidade gestora do Museu, prepara diversas atividades para as comemorações do aniversário de cinco anos do Museu, em novembro. Não perca a celebração de uma data tão especial para a raça. O DESTINO DA CASA DA BELA CRUZ Oswaldo dos Reis Junqueira, o Vadico, um homem sempre voltado para a tradição de sua família e de sua cidade, preocupava-se também com o futuro. Um dia, na década de 80, escreveu atrás de uma foto da Casa da Bela Cruz: “Padrinho Severino, qual será o meu destino?” Essa pergunta, assim rimada, assim arrumada na perspectiva da própria Casa, dirigia-se ao passado (na figura de Severino Junqueira), ao presente (na figura de Lúcia Leite Junqueira, amiga com quem o Vadico muito confabulava) e, naturalmente, dirigia-se ao futuro. Hoje, ao olhar a foto da antiga Casa da Bela Cruz, então propriedade de Argentino, Ofélia e filhos, podemos dizer ao Vadico e ao velho Severino que a moradia encontrou um bom destino. Ela agora é o Museu do Cavalo Mangalarga Marchador. Abriga a história, guarda os galopes do tempo e preserva, da poeira do efêmero, a ânsia da permanência. Infelizmente nem todos os velhos casarões resistiram ao tempo. Não cabe discutir, agora, razões, reações e irrisões em cadeia. Creio que, para atenuar a perda, restam fotografias. Muitas delas reproduzidas no Facebook. Porém, seria pertinente que houvesse aí um lugar mais seguro, um “Porto da Saudade” onde pudéssemos ancorar muitas de nossas lembranças e recordações. Penso que em todas as famílias há essa espécie de Vadico, antenado no que passou e inquieto com o que virá. Antes que tudo se desfigure, é bom sentir que há um espaço em que o tempo seja reverenciado e as distâncias se minimizem. E essa equação é simples. Como disse o Poeta de Itabira: “As coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão.” Caio Junqueira Maciel Braga - Portugal 12 de julho de 2017 Núcleo Berço da Raça n 13