Obra : O Fico - Minas e os mineiros na Independência(1937) Autor: Salomão de Vasconcellos 10
O Fico - Minas e os mineiros na Independência O livro apresenta a participação de Minas Gerais no movimento que culminou na independência do Brasil, detendo-se no episódio do Fico (janeiro de 1822). O texto destaca a participação diversos políticos mineiros nas negociações para a permanência de D. Pedro e coloca em discussão a importância do Fico, atribuindo-lhe centralidade no processo de ruptura política do país em relação a Portugal. logo no prefácio o autor, Salomão de Vascioncelos, nos mostra a importãncia dos Mineiros e principalmente do Marianense José Joaquim da Rocha neste processo. ‟O Brasil republicano tem lamentavelmente relegado para ingrato olvido o nome e a lembrança de muitos dos seus gloriosos filhos, que, tendo sido magna pars na grandiosa cruzada da liberdade nacional, não mereceram até hoje, dos homens e da pátria, o mais singelo preito. No que se refere, particularmente, à cooperação mineira, deu-se mesmo um salto inexplicável do episódio da Inconfidência ao 7 de setembro, deixando-se destarte no esquecimento um longo período de 33 anos, durante o qual, modestos, mas abnegados compatriotas, no seio das lojas maçônicas, ou ostensivamente, prestaram à causa da pátria os mais arrojados serviços. O Conselheiro José Joaquim da Rocha, tido com razão como o primeiro motor da Independência, o desembargador José Teixeira da Fonseca Vasconcellos (Visconde de Caeté), Pedro Dias Pais Leme (Marquês de Quixeramobim), o Conselheiro Paulo Barbosa da Silva, o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, o tenente-coronel Joaquim José de Almeida, Juvencio Maciel da Rocha e Innocencio Maciel da Rocha, mineiros todos, e que ´tão destacado papel desempenharam nos acontecimentos políticos de 1812 a 1822 — tais são, entre outros, obreiros devotados da formação da nossa pátria, condenados, entretanto, uns, ao indiferentismo, e outros apenas relembrados como figuras secundárias do quadro histórico. A memória de tão beneméritos cidadãos, relembrando-lhes os serviços e a coragem cívica, que procuraremos, nas páginas singelas deste livrinho; render e prestar o merecido culto.‟ Salomão de Vasconcellos Belo Horizonte — 1937. 11