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Revista Curinga Edição 14

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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O símbolo que se renova<br />

Observando o grande apelo de sedução que<br />

a simbologia da maçã sugere, a cultura pop e a<br />

publicidade se apropriaram desta imagem para<br />

promover vários dos seus produtos e, com isso, se<br />

manter viva a mítica que envolve a temática. Um destes<br />

ícones mais conhecidos é o da Apple (multinacional<br />

norte-americana que desenvolve e comercializa<br />

produtos eletrônicos, como software de computador e<br />

computadores pessoais).<br />

Steve Jobs, cofundador e ex-presidente da Apple,<br />

em parceria com seus colaboradores, plantaram a<br />

força da marca no imaginário coletivo tecnológico<br />

dos consumidores. Milhares de pessoas pelo mundo<br />

carregam nos bolsos, mãos e braços os produtos<br />

trazidos pela maçãzinha mordida e ficam vidradas nos<br />

próximos lançamentos da empresa.<br />

De acordo com o MacMagazine, uma das<br />

explicações para a simbologia da mordida na maçã da<br />

Apple seria uma alusão aos nerds, numa referência ao<br />

termo byte (tamanho ou quantidade da memória ou da<br />

capacidade de armazenamento de certo dispositivo)<br />

e que também pode significar mordida. Esta seria<br />

uma maneira de suavizar a marca, e assim não ser<br />

confundida com uma cereja. Quando diminuída, as<br />

cores representam as faixas coloridas da TV.<br />

Na origem da criação da marca, o símbolo remetia<br />

a Newton e sua maçã emoldurada com algumas<br />

inscrições na borda e uma faixa em volta, com a<br />

inscrição Apple Computer. Entretanto, seus criadores<br />

perceberam que o símbolo era complexo demais e de<br />

difícil aceitação na publicidade.<br />

Outro exemplo do uso sugestivo do cardápio de<br />

interpretações que acompanha esta fruta e de que a<br />

publicidade se serviu foi usado pelo governo de Nova<br />

York na década de 1970, para promover a imagem da<br />

cidade e elevar o número de visitantes. E pensar que<br />

tudo começou em 1920, com as corridas de cavalos,<br />

muito famosas na cidade neste período. Conforme<br />

o site novayork.com, Apple seria o prêmio dado aos<br />

vencedores. Jockeys e treinadores, que sonhavam em<br />

disputar os prêmios, usavam a expressão Around the<br />

Big Apple, numa referência às corridas.<br />

Nos anos de 1930, a cidade era a favorita para as<br />

apresentações do show business, sendo chamada de<br />

The Big Apple, principalmente por músicos de jazz, que<br />

diziam: There are many apples on the tree, but only one Big<br />

Apple (Há muitas maçãs na árvore, mas somente uma<br />

grande maçã).<br />

Ainda segundo o novayork.com, 40 anos depois<br />

a cidade era tida como escura e perigosa. Para<br />

tentar mudar esta imagem e atrair mais visitantes, a<br />

publicidade do governo passou a utilizar The Big Apple<br />

de forma oficial em uma campanha que trazia maçãs<br />

vermelhas como símbolo. A intenção era ligá-las à<br />

cidade como um lugar brilhante e saudável.<br />

Tão apetitosas e saborosas quanto a maçã são<br />

as possibilidades de representações simbólicas que<br />

esta sugere ao leitor. As provocações metafóricas que<br />

envolvem o tema são longas e atravessam a história.<br />

Com pitadas de novos elementos, a mítica se mantém<br />

e se atualiza a cada dia, ficando a pergunta: já mordeu<br />

a sua maçã hoje?

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