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REVISTA GALERIA POR MÁRCIA TRAVESSONI - EDIÇÃO 07

Camilo Santana - Os valores que orientam a gestão do governador inspirado no trabalho do pai. O legado empreendedor continuado por Odilon Peixoto + Cultura, Decoração, Estilo, Empreendedorismo e Gastronomia

Camilo Santana - Os valores que orientam a gestão do governador inspirado no trabalho do pai.

O legado empreendedor continuado por Odilon Peixoto

+ Cultura, Decoração, Estilo, Empreendedorismo e Gastronomia

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Processos individuais<br />

As discussões e algumas ações do Em Processo se baseiam na<br />

coletividade, mas o modo como os integrantes desse grupo absorvem<br />

e processam todas essas referências e inspirações é particular. Por isso,<br />

nada melhor do que a descrição deles próprios sobre a experiência de<br />

criar e se construir em grupo.<br />

sões acerca do processo criativo na arte, que contribuem<br />

para a formação individual, e mesmo pessoal, de cada<br />

artista. “O processo de criação em arte faz parte, também,<br />

do processo de construção do artista. À medida que ele<br />

vai produzindo um percurso que resulta em uma obra,<br />

o artista está também se produzindo”, esclarece Luciana.<br />

E é na base dessas discussões que residem dois aspectos<br />

únicos do Em Processo: a heterogenia e a transversalidade.<br />

O grupo é heterogêneo porque reúne pessoas com<br />

diferentes idades e formas de se conectar com a arte,<br />

como cineastas, designers, pintores, escultores, pesquisadores<br />

e críticos de arte. Transversal porque integra<br />

todas essas vertentes artísticas em uma mesma discussão,<br />

na qual um opina sobre o trabalho do outro, experimenta<br />

o trabalho do outro e, da mesma forma, sente<br />

essa presença externa em suas criações. “Cada um foca<br />

no seu processo, mas não deixa de dar pitaco no processo<br />

do outro, e isso é muito bem-vindo”, completa Luciana.<br />

Essas reuniões e interferências são medidas pelo artista<br />

Jared Domício, que foi professor e orientador de boa<br />

parte dessas pessoas na época do curso na Unifor.<br />

EXTENSÕES<br />

As ações coletivas, a exemplo do painel e das atividades<br />

executadas no início da reuniões do Em Processo,<br />

continuam acontecendo, intercaladas aos debates<br />

criativos e construtivos, e são os momentos em que<br />

essa transversalidade da arte fica ainda mais evidente.<br />

“Enquanto somos só um grupo que se reúne para pensar<br />

processos, estamos depurando as individualidades de cada<br />

um, mas quando você parte para um projeto coletivo,<br />

essas individualidades se abrem e se misturam”, ilustra<br />

Luciana. A atividade coletiva mais recente do grupo<br />

foi o projeto M-arte, que rendeu duas exposições que<br />

pensavam o lugar da arte usando as canções de Luiz<br />

Gonzaga para essas reflexões.<br />

Para este ano, a intenção do Em Processo é continuar<br />

experimentando. “Uma das coisas que se pensa no futuro<br />

próximo é diluir esse lugar do orientador, ele vai estar<br />

no mesmo lugar dos demais participantes, vamos estar<br />

todos diluídos na mesma troca”, explica Bia Perlingeiro,<br />

que avalia o amadurecimento do grupo como essencial<br />

para essa nova fase. ¤<br />

“O grupo Em Processo funciona como uma comunidade criativa.<br />

Vou explicar: chegamos lá borbulhando de ideias, digo, naquela fase<br />

do processo criativo em que algo tá ali dentro, sozinho, te incomodando<br />

e insistindo em sair, mas ainda não está pronto, entende?<br />

Pois bem, o grupo é espaço para essa partilha de escuta. É um lugar<br />

pelo qual, nesses cinco anos de existência, criamos juntos um círculo<br />

de confiança, em que cada um coloca suas questões, mesmo as mais<br />

verdes, ainda estranhas, e lá discutimos abertamente, sem julgamento<br />

e com muito respeito e generosidade”.<br />

Ana Cristina Mendes, artista visual<br />

“Imagina discutir tua arte perante doze pessoas e fazer essas<br />

trocas. Isso é imensurável! Ser artista não é fácil, tudo é muito<br />

emocional, a gente lida com coisas que, às vezes, quem está de fora,<br />

pode olhar melhor, e isso é muito importante, esse olhar do outro,<br />

essa experiência. Afinal de contas, um artista só começa a saber sobre<br />

o trabalho dele a partir do outro. No Em Processo, acontece essa<br />

percepção, mas também a ação, de fazer projetos, e de levar em conta<br />

o trabalho do outro”;<br />

Jônia Tércia, artista visual e multimídia<br />

“Eu nem imagino fazer essa caminhada sozinha. Juntos temos<br />

mais força, conseguimos mais coisas. Tem os afetos, criamos um laço<br />

bacana de amizade, fora essa questão de se apoiar, porque ser artista<br />

não é algo fácil de entender, de viver, e o grupo nos fortalece. É o local<br />

onde eu posso falar de arte. Desses encontros, eu já fiz coleções de<br />

peças, dentro de uma dessas conversas, surgiram ideias que eu trouxe<br />

para a minha bancada. No grupo, é onde a gente viaja, onde achamos<br />

nossos iguais e dividimos, de fato, um momento bacana”.<br />

Paula Souza, artista visual e joalheira de bancada<br />

“Tudo o que eu fazia em paralelo, levava aos encontro do Em<br />

Processo. Lá, a gente discutia, conversava sobre as referências.<br />

Participei de editais e, sempre que escrevia um texto, levava para o<br />

grupo e eles me ajudavam a adensar questões. Cada um vai ter um<br />

olhar que você não tem, e isso é sempre enriquecedor. Cada um traz<br />

um olhar, com a sua bagagem. O caminho de cada artista é muito<br />

individual, não importa o meio que ele vá escolher, mas como ele vai<br />

reverberar, como ele vai adensar linguagens, isso pode ser enriquecido<br />

com discussões como essas que temos”<br />

Naiana Magalhães, artista visual<br />

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