22.02.2018 Views

Gestão Hospitalar N.º 44 2009

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

04 Editorial<br />

12 Entrevista<br />

18 Actualidade<br />

20 Hospitais<br />

30 Obama<br />

Pedro Lopes, presidente da APAH, fala sobre o Relatório<br />

da Primavera. O Observatório Português de Saúde (OPSS)<br />

a exemplo de anos anteriores publicou mais um relatório,<br />

no ano de <strong>2009</strong>, com o título "10 anos de OPSS/ 30 anos SNS -<br />

razões para continuar". A preocupação com a despesa<br />

crescente (10,3% do PIB, em 2008) tem sido uma temática<br />

recorrente nos fóruns da área da Saúde.<br />

António Meliço Silvestre é um dos grandes nomes<br />

da investigação portuguesa na área da lnfecciologia.<br />

A GH falou com ele a propósito da Gripe A: há alarme<br />

a mais, diz, mas aceita que a informação tem que passar.<br />

Em todo o caso não o obriguem a lavar as mãos como vem<br />

nos panfletos. Acha que é preferível que se diga<br />

que é necessário lavar bem as mãos.<br />

Em Portugal, já se contabilizavam mais de 250 casos<br />

de Gripe A, na sua maioria importados do estrangeiro,<br />

a nível mundial. O último balanço divulgado pela Organização<br />

Mundial de Saúde registava mais de 100 mil casos e de 700<br />

mortes em todo o mundo pela gripe A. Por cá, o número<br />

de hospitais de referência e de laboratório habilitados<br />

a proceder aos testes de diagnóstico aumentou. O Ministério<br />

da Saúde tomou a decisão de passar à etapa 2 do Plano<br />

de Contingência para a pandemia.<br />

"Melhoria contínua da qualidade" foi o tema abordado<br />

por Manuel Delgado, presidente do CA do Hospital Curry Cabral<br />

e membro dirigente da APAH, durante a apresentação<br />

das recomendações de tra balho sobre " Governação<br />

dos Hospitais". " A qualidade não tem uma dimensão regional,<br />

nem pode ser adicionada por decreto. A qualidade está dentro<br />

da prestação de cuidados de saúde. Faz parte dela.<br />

Muitas vezes, no entanto, a qualidade não entra na actividade<br />

clínica ficando apenas pela humanização. É preciso colocá-la<br />

dentro da prestação clínica dos cuidados de saúde" salientou.<br />

O presidente norte-americano Barack Obama está a braços<br />

com uma severa contestação ao seu plano de reformar<br />

profundamente o actual sistema de Saúde que vigora<br />

nos Estados Unidos, assente em seguros de saúde. A sua mais<br />

emblemática medida neste âmbito é, precisamente,<br />

o alargamento da cobertura do si ~u r


l<br />

~<br />

MAIS QUE UM SERVIÇO DE ALUGUER •••<br />

Relatório da Primavera<br />

4<br />

Pedro Lopes<br />

Presidente da APAH<br />

11<br />

0 crescimento<br />

da despesa<br />

implica medidas<br />

de correcção<br />

que tem sido<br />

tomadas através<br />

da contenção<br />

de custos"<br />

O<br />

Observatório Português de Sistemas<br />

de Saúde (OPSS) a exemplo de<br />

anos anteriores publicou mais um<br />

Relatório da Primavera, neste caso<br />

do ano <strong>2009</strong>, com o título "10 anos de OPSS /<br />

30 anos de SNS - Razões Para Continuar".<br />

Alterando a linha de análise dos anos anteriores<br />

optou, no corrente ano, por fazer um balanço<br />

dos últimos 1 O anos de governação acompanhando,<br />

desta forma, os 1 O anos de publicação<br />

dos referidos Relatórios que se iniciaram no<br />

ano 2001, com o título "Conhecer os Caminhos<br />

da Saúde".<br />

Em primeiro lugar queremos saudar a longevidade<br />

do projecto e louvar a persistência, dedicação<br />

e empenho das pessoas que continuam a<br />

acreditar no mesmo, dos poucos, para não dizer<br />

os únicos, que de forma apartidária, científica<br />

e transparente fazem reflexão sobre os acontecimentos<br />

na governação da saúde do nosso país.<br />

Em segundo lugar queremos acompanhar as<br />

preocupações do OPSS quanto à sustentabilidade<br />

do projecto quando refere que poderá estar<br />

em risco a sua existência. Não podemos permitir<br />

que tal aconteça, seria uma grande perda para<br />

o nosso sistema de saúde, tão pouco reflexivo<br />

nas medidas de inovação, avaliação e mudança.<br />

Face à dimensão e variedade de matérias constantes<br />

do presente Relatório decidimos fazer<br />

referência apenas a três das mesmas, concretamente<br />

"O contexto de uma década", "A rede<br />

hospitalar" e o "Financiamento e contratualização<br />

do SNS".<br />

A preocupação com a despesa crescente ( 10,3%<br />

do PIB, em 2008) tem sido uma temática recorrente<br />

nos fóruns da área da saúde. No caso<br />

do nosso país a situação é mais grave tendo em<br />

atenção a baixa produtividade e consequente<br />

crescimento. A convergência com os países da<br />

Europa não tem acontecido e o impacto nas<br />

contas públicas designadamente da saúde, tem<br />

sido um facto. Os orçamentos da saúde vão sentir<br />

inexoravelmente este acontecimento.<br />

O crescimento da despesa implica medidas de<br />

correcção que tem sido tomadas através da contenção<br />

de custos. Os hospitais sentem na pele<br />

esta trajectória.<br />

As recentes mudanças de políticas de saúde<br />

em alguns estados americanos, sendo o Estado<br />

da Califórnia, governado pelo republicano<br />

Schwarzenegger, tem sido caracterizadas pela<br />

introdução da cobertura universal dos cidadãos<br />

na área da saúde. Por outro lado, os debates sobre<br />

a saúde nas passadas eleições presidenciais,<br />

nos EUA, colocand~ na mesa a questão da cobertura<br />

universal, são sinais claros das preocupações<br />

da sociedade e dos seus representantes<br />

políticos nesta matéria.<br />

Quanto à rede hospitalar e às transformações<br />

da gestão dos hospitais públicos é de salientar<br />

o processo da empresarialização dos mesmos.<br />

Era incomportável sobreviver num enquadramento<br />

jurídico onde a exigência da lei impedia<br />

uma gestão célere, pragmática e efectiva. É verdade<br />

que alguns estudos tem dado nota de não<br />

ter havido grandes diferenças nos resultados<br />

da avaliação dos hospitais com estatutos SPA<br />

e EPE. Mas também é verdade que são conhecidos<br />

muitos hospitais EPE com desempenhos<br />

claramente meritórios. O p'roblema provavelmente<br />

não estará no estatuto das instituições<br />

mas antes na qualidade da gestão, como tenho<br />

muitas vezes referido.<br />

Quanto ao financiamento e contratualização no<br />

SNS apenas dizer que se trata de matéria consensual<br />

e enraizada no processo de negociação. Foi<br />

dos passos mais importantes no financiamento<br />

dos hospitais portugueses. Resta consolidá-lo e<br />

continuá-lo. Q passo seguinte e aqui acompanhamos<br />

o OPSS, será contratualizar numa lógica de<br />

resultados e de ganhos em saúde.<br />

Finalmente, referir a importância deste Relatório<br />

da Primavera e aguardar com expectativa a<br />

publicação do próximo Relatório. am<br />

ALUGAMOS EMOÇÕES!<br />

Visite o nosso vvebsite e descubra todas as ofertas<br />

EURORENTLEI<br />

CE!~2~' ,~·:~r;v;; que ternos para si!<br />

RENrACAR PltlXl.lltA.ll----•oi ,. ,......_.::--..,. .. 1..,!0'n<br />

C°"'"..UTAR/d'orolllpq( (I';<br />

f ~ .. r~· ... •• ~ ....,<br />

d.~· ~- ,~~ :~=~:::--~- ,_._,<br />

...<br />

t 1 l 4 l '- 1 t t 1' M 21 X :li<br />

·------<br />

l'n.Ç010TALllCKAfiYO l'O!OL•oo llot•--dt


6<br />

Gripe A<br />

Enfermeiros apoiam ministra<br />

por manter vacinação no SNS<br />

decisão, anunciada pela ministra da<br />

A Saúde, de não permitir a vacinação<br />

Passatempo premiado<br />

para a gripe A HlNl nas farmácias comunirárias<br />

mereceu o apoio da Ordem dos Enfermeiros.<br />

Ao manter a vacinação contra esra<br />

patologia nos serviços que constituem o Serviço<br />

Nacional de Saúde (SNS), o ministério<br />

está a criar as condições necessárias para que<br />

a administração da vacina em causa ocorra<br />

com toda a segurança para os cidadãos e profissionais<br />

de saúde.<br />

A Ordem dos Enfermeiros espera que a decisão<br />

agora assumida em relação à vacina<br />

para a gripe A H 1N1 corresponda ao início<br />

de uma nova forma de encarar a problemática<br />

da vacinação.<br />

O plano de contingência da Associação Nacional<br />

de Farmácias (ANF) contemplava a<br />

hipórese das farmácias poderem administrar<br />

a vacina contra a gripe A, tal como já fazem<br />

com a da gripe sazonal.<br />

O plano da ANF, que está dependente da autorização<br />

da Direcção-Geral de Saúde, prevê<br />

ainda o recurso a farmacêuticos reformados<br />

para assegurar o funcionamento das unidades<br />

e aconselha o investimento na distribuição<br />

de medicamentos ao domicílio.<br />

Organizar uma campanha para vacinar três<br />

milhões de pessoas o mais rapidamente possível<br />

apresenta muiros desafios e a ajuda das<br />

farmácias pode ser necessária, é o que defende a<br />

vice-presidente da ANF, Maria da Luz Sequeira,<br />

para quem as farmácias "como unidades de<br />

saúde de grande proximidade, estão disponíveis<br />

para fazer a administração da vacina, mediante<br />

protocolos com o Ministério da Saúde."<br />

Aliás, as farmácias já podem dar algumas<br />

vacinas (as que não fazem parte do Plano<br />

Nacional de Vacinação) e no ano passado<br />

houve 127 3 farmácias a oferecer esse serviço.<br />

Segundo Maria da Luz Sequeira, 40% das<br />

vacinas contra a gripe sazonal foram administradas<br />

nas próprias instalações. lllD<br />

"Partilha a tua história" já tem vencedor<br />

A<br />

Associação Portuguesa da D~ença<br />

Inflamatória do Intestino já apurou<br />

o vencedor do passatempo "Partilha a tua<br />

história", iniciativa desenvolvida em parceria<br />

com Abbott Laborarórios no sentido de promover<br />

a partilha de experiências entre jovens<br />

portadores da patologia.<br />

A vencedora, Catarina M arques de 25 anos<br />

de idade, reside em Vila do Conde e é portadora<br />

de Colite Ulcerosa desde há três anos.<br />

Venceu o passatempo com a apresentação<br />

de um trabalho no qual teve a preocupação<br />

de relatar, de fo rma criativa e elucidativa, a<br />

sua experiência pessoal de como é viver com<br />

a Doença Inflamatória do intestino (DII),<br />

passando no seu discurso uma mensagem<br />

de esperan ça aos jovens que sofrem deste<br />

problema.<br />

No testemunho, a vencedora do passatempo<br />

relata os sucessivos episódios de desenvolvimento<br />

da patologia, a sua gravidade, os<br />

sucessivos internamentos e todo o impacto<br />

que a vivência com a patologia trouxe à sua<br />

qualidade de vida.<br />

O passatempo compreendeu a realização<br />

de um trabalho original, no qual cada jovem<br />

participante relatou a sua experiência<br />

pessoal de como é viver com a Doença Inflamatória<br />

do intestino (D II). Os trabalhos<br />

foram avaliados por um júri, composto pela<br />

APDI e pelo Grupo de Jovens com Doença<br />

Inflamatória do Intestino, tendo em conta a<br />

capacidade de descrição da experiência enquanto<br />

jovem com esta patologia e a criatividade<br />

da apresentação.<br />

Segundo Ana Sampaio, presidente da APDI,<br />

este passatempo pretendeu "aproximar os jovens<br />

do trabalho da associação e desmistificar algumas<br />

ideias através da partilha de experiências,<br />

minimizando a probabilidade de isolamemo social<br />

e mesmo o desconforto emocional que pode<br />

advir do senrimento de "ser diferente" e "ter de<br />

esconder" este problemà''. lllD<br />

Tecnologia nacional<br />

T-shirt realiza electrocardiogramas<br />

Existe agora um novo método para realizar<br />

elecrrocardiogramas. Trara-se do<br />

"Vital j acket'', uma t-shirt que realiza estes<br />

exames e foi concebida com tecnologia<br />

inovadora criada em Portugal.<br />

Os vários ensaios clínicos permitiram detectar<br />

um caso de patologia com necessidade de<br />

pacemaker, que foi possível diagnosricar com<br />

recurso ao novo dispositivo. O "Vital ]acket"<br />

Estudo<br />

faz a monitorização e rastreio de doenças<br />

cardíacas, sendo de fácil utilização e confortável<br />

para os doentes.<br />

Este conceito fo i criado e especificado com<br />

base na longa experiência e tradição em instrumentação<br />

biomédica e telemedicina dos<br />

grupos de I&D do IEETA, Instituto de Engenharia<br />

Electrónica e Telemática de Aveiro<br />

da Universidade de Aveiro. lllD<br />

Anemia renal com novo tratamento<br />

O<br />

primeiro estudo comparativo, em<br />

doentes com doença renal crónica<br />

(DRC) em diálise que necessuam de tratamento<br />

para a anemia renal, revelou que<br />

grande parte do grupo tratado com M ircera®<br />

(metoxi polietilenoglicol-epoerina beta) , em<br />

injecção única mensal, atingiu níveis estáveis<br />

de hemoglobina.<br />

Este é o efeito mais notável do estudo PA­<br />

T RONUS, que foi apresentado no Congresso<br />

Mundial de Nefrologia. Uma percentagem<br />

bastante superior deste doentes manteve um<br />

nível estável de hemoglobina com a injecção<br />

mensal de Mircera®, em comparação com<br />

o mesmo regime de darbepoetina alfa*. O<br />

combate eficaz à anemia renal é fundamental,<br />

dado que nem sempre é fácil manter o nível<br />

de hemoglobina dentro de valores normais e<br />

rambém porque os doentes com DRC apresentam<br />

um risco mais elevado de morte ou<br />

hospitalização quando não conseguem atingir<br />

os níveis recomendados.<br />

"Este primeiro estudo comparativo mostra<br />

que a injecção única mensal de Mircera®<br />

permite manter o nível de hemoglobina estável,<br />

simplificando o combate à anemia e<br />

dando mais tempo aos clínicos para resolverem<br />

muitas outras complicações, como a<br />

diálise, habituais nestes doentes", afirmou o<br />

Dr. Fernando Carrera, investigador do estudo<br />

PATRONUS e nefrologista na Eurodial, Portugal.<br />

Acrescentou ainda, "este valioso tempo<br />

poderia ser usado pela equipa médica para<br />

abordar outros aspectos do quadro clínico<br />

dos doentes, o que se traduziria em vantagens<br />

daras, quer para os doentes quer para os profissionais<br />

de saúde."<br />

Em termos mundiais, cerca de 1,5 milhões<br />

de doentes com D RC fazem diálise. Cerca<br />

de 95% destes doentes têm anemia - um<br />

nível extremamente baixo de hemoglobina,<br />

proteína que transporta o oxigénio e que está<br />

presente nos glóbulos vermelhos - e virão<br />

muito possivelmente a necessitar de terapêutica<br />

com um agente estimulador da eritropoiese,<br />

ou AEE. lllD<br />

7


8<br />

Cancro<br />

Sondas nanoscópias atacam células<br />

Genoma<br />

•<br />

U<br />

m investigador da Universidade de<br />

Purdue, nos Estados Unidos, desenvolveu<br />

sondas multifuncionais nanoscópias<br />

que podem ajudar a localizar tumores.<br />

Estas sondas têm anticorpos que podem ajudar<br />

a procurar e a atacar as células cancerígenas.<br />

O estudo foi publicado na versão online<br />

do "Angewandte Chemie". De acordo com o<br />

investigador, estas sondas podem carregar<br />

medicamentos que permitam a detecção e o<br />

tratamento das células cancerígenas.<br />

Cientistas já tinham desenvolvido sondas que<br />

Identificados factores de risco<br />

de morte súbita cardíaca<br />

U<br />

ma equipa de investigadores da Universidade<br />

de Munique descobriu dez<br />

mutações genéticas comuns no genoma<br />

humano que influenciam a accividade<br />

eléctrica do músculo cardíaco e aumentam<br />

o risco de arritmias e morte por paragem<br />

cardíaca súbita.<br />

Segundo um estudo publicado na revista<br />

"Nature Genetics", o facror de risco genético<br />

junta-se assim ao sedentarismo, obesidade,<br />

Exame<br />

diabetes, excesso de colesterol e tabagismo,<br />

já conhecidos.<br />

A partir desta descoberta, a equipa de cientistas<br />

quer agora esclarecer os mecanismos<br />

patogénicos da doença para melhor a diagnosticar<br />

e tratar precocemente.<br />

Não havendo sintomas, a identificação das<br />

utilizavam partículas magnéticas ou filamentos<br />

minúsculos de ouro, mas este investigador<br />

utiliza as duas coisas, o que permite que as<br />

suas sondas sejam mais facilmente detectáveis<br />

através dos aparelhos de imagiologia conforme<br />

se movem em direcção aos rumores.<br />

As partículas magnéticas podem ser detectadas<br />

através de um aparelho de MRl e<br />

os filamentos de ouro são luminescentes e<br />

podem ser vistos ao microscópio. As sondas<br />

são cerca de 1.000 vezes mais pequenas que<br />

o diâmetro de um cabelo humano, contêm<br />

Herceptin, usado no tratamento do cancro<br />

da mama. rm<br />

1 1. 1 ••••••••• 1. 1 ••• 1 1. 1 ••• 1. 1 1 ••••• 1 ••• 1. 1.<br />

variações genéticas que afectam as contracções<br />

do coração, nomeadamente as alterações<br />

da duração do «intervalo QT» (visível<br />

num electrocardiograma), contribuiria<br />

para detectar pacientes com risco de morre<br />

por crise cardíaca súbita. rm<br />

Nova ferramenta para diagnóstico da asma<br />

AUnidade de Investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto assinou um contrato com<br />

uma empresa sueca - Aerocrine - para o desenvolvimento de um sistema de apoio à decisão médica que<br />

irá permitir interpretar com uma m aior precisão os resultados dos testes de óxido nítrico exalado.<br />

A medição de óxido nítrico exalado avalia a inflamação das vias aéreas. A empresa sueca é a líder mundial nestes<br />

restes, que são a ferramenta mais recente de diagnóstico da asma.<br />

O ENO.VIS (Exhaled Nitric Oxide. Values l nterpretation System), o software que irá ser desenvolvido<br />

pela faculdade, vai contar com a participação de sete profissionais portugueses, entre<br />

os quais se encontram médicos, especialistas em informática e matemáticos. A ferramenta<br />

estará concluída em meados de 2010. rm<br />

1<br />

....<br />

1<br />

Tecnologia<br />

Siemens tem novas<br />

soluções para a saúde<br />

A<br />

Siemens IT Solutions and .Services (SIS)<br />

desenvolveu um conjunto de soluções<br />

para o sector da saúde: lntegrated Care Monitoring,<br />

a E-Medication, e o E-Health Portal.<br />

A solução E-Medication permite aos médicos<br />

ou farmacêuticos analisarem toda a medicação<br />

do paciente e verificar se existem receitas<br />

em duplicado ou medicamentos com potenciais<br />

interacções. Para esta solução, o cartão<br />

electrónico fornece a chave à base de dados na<br />

qual a informação está armazenada. Quando<br />

o paciente apresenta o seu cartão, o sistema<br />

compara a medicação com a sua base de dados,<br />

independentemente dos items estarem a<br />

ser adquiridos ao balcão de uma farmácia ou<br />

numa receita. Quando os medicamentos são<br />

receitados em duplicado ou quando levam a<br />

interacções indesejadas, o sistema acciona automaticamente<br />

um alarme.<br />

O lntegrated Care Monitoring inclui a infra­<br />

-estrutura de TI e a plataforma necessárias<br />

para trocar informações en cre médicos, hospitais<br />

e companhias de seguros. A solução<br />

coma os procedimentos de saúde integrados<br />

Estudo<br />

mais transparentes respeitando os tratamentos,<br />

pacientes e orçamentos. Existem pelo<br />

menos três formas de "ligar" infra-estruturas<br />

de saúde, respeitando rodas elas os requisitos<br />

aplicáveis de protecção de dados: online com<br />

funções de segurança biométrica, o.lftine e<br />

com o cartão de saúde electrónico.<br />

O E-Health Portal da SIS fornece uma plataforma<br />

de comunicação entre várias partes de<br />

um sistema de saúde. Funciona como uma<br />

plataforma online central de comunicação<br />

e informação direccionada para pacientes,<br />

médicos, administradores, companhias de seguros<br />

e farmácias. Os pacientes podem obter<br />

informações sobre temas relacionados com a<br />

saúde e procurar informações sobre médicos,<br />

hospitais e companhias de seguros.<br />

O sistema pode ser utilizado para marcar consultas,<br />

pedir transferências ou passar receitas<br />

electrónicas. Os prestadores de serviços podem<br />

registar-se no portal e utiliza-lo como um fórum<br />

para trocar informação. Para além disso, este<br />

sistema contém todas as funcionalidades de segurança<br />

exigidas a plataforma do género. rm<br />

Cerejas contra a osteoartrite<br />

M<br />

ais de metade dos doentes com osteoartrite<br />

envolvidos num estudo<br />

do Instituto Baylor experimentaram um<br />

aumento significativo do seu bem-estar,<br />

das dores e n a mobilidade, depois de tom<br />

arem comprimidos de cerejas durante<br />

oito sem an as.<br />

A osteoartrite, o tipo mais comum de artrite,<br />

é considerada uma doença degenerativa<br />

e afecta, sobretudo, as mãos, pés, coluna,<br />

ancas e joelhos.<br />

Feita de cerejas de Montmorency, esta<br />

preparação é composta de cerejas mteiras<br />

moídas e ingeridas em cápsulas de gelatina<br />

(CherryFlex®). rm<br />

9


Doentes cegam no Santa Maria<br />

rro ou ne<br />

•<br />

Após terem sido operados,<br />

no mesmo dia, pela mesma<br />

equipa, no serviço de<br />

Oftalmologia do Hospital<br />

de Santa Maria, em Lisboa,<br />

seis doentes cegaram - total<br />

ou parcialmente. Estes doentes<br />

sofriam de degenerescência<br />

macular relacionada com<br />

a idade e o que se pretendia<br />

era o efeito contrário.<br />

As' razões que Levaram<br />

à cegueira dos doentes ainda<br />

estão por apurar, mas ganhou<br />

destaque o facto de se ter<br />

administrado, a todos eles,<br />

um medicamento<br />

que não estava avaliado<br />

para problemas oftalmológ~.cos.<br />

A<br />

degenerescência macular relacionada<br />

com a idade (DMI) traduz-se no excesso<br />

de vasos sanguíneos que crescem no olho. Foi<br />

para tratar esses sintomas que os seis pacientes<br />

recorreram à intervenção cirúrgica, que consiste<br />

em injectar no olho uma substância para<br />

combater e secar os vasos sanguíneos. Em cinco<br />

doentes só um dos olhos foi operado. Na sexta<br />

paciente a injecção foi dada nos dois olhos. Os<br />

pacientes não voltaram a ver após saírem do<br />

bloco operatório, embora se fossem registando<br />

melhoras significativas ao longo dos dias.<br />

Segundo o Centro <strong>Hospitalar</strong> Lisboa Norte,<br />

EPE, "estão em curso todas as diligências no<br />

sentido de garantir o tratamento adequado<br />

aos doentes. A administração do hospital ainda<br />

não sabe o que provocou este grave incidente<br />

e abriu um processo de inquérito para<br />

apurar as causas da cegueira.<br />

Os seis doentes cegaram após terem contraído<br />

oftalmite, na sequência de lhes ter sido administrado<br />

um medicamento que, de acordo<br />

com as regras, está indicado para o tratamento<br />

do cancro. Os seis doentes receberam tratamento<br />

este medicamento intravenoso, com<br />

o princípio acrivo bevacizumab, um antiangiogénico<br />

usado no tratamento de doenças<br />

oncológicas.<br />

O próprio hospital diz ter um historial de<br />

sucesso nas intervenções para combater a<br />

DMI. Nos últimos seis meses operaram 80<br />

pessoas com o mesmo problema.<br />

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed)<br />

está a analisar laboratorialmente o<br />

medicamento administrado aos seis doentes do<br />

Hospital de Santa Maria, mas mesmo neste Instituto<br />

a situação não foi pacífica e acabou por<br />

motivar a demissão do presidente da Comissão<br />

Técnica do Medicamento, José Morais.<br />

A Roche, laboratório que fabrica o medicamento<br />

que terá causado o problema, tinha<br />

avisado em Fevereiro deste ano, às autoridades<br />

competentes, que o Avastin (bevacizumab)<br />

não é indicado para o tratamento<br />

oftalmológico. O alerta da Rache surgiu após<br />

terem sido conhecidos 25 casos de doentes<br />

com inflamações oculares no Canadá. Este<br />

laboratório frisa que o medicamento foi concebido<br />

exclusivamente para uso intravenoso<br />

em contexto oncológico. O hospital garante<br />

que o medicamento é seguro e que já foi usado,<br />

com sucesso, em 80 casos no hospital<br />

..<br />

Santa Maria conhecia<br />

carta da Roche<br />

Numa nota de imprensa, a direcção do<br />

Centro <strong>Hospitalar</strong> Lisboa Norte (CHLN)<br />

refere que existe naquela instituição de<br />

saúde uma comissão técnico-ciendfica que<br />

tem a incumbência de apreciar e autorizar<br />

a introdução de novos fármacos no armamentário<br />

terapêutico do hospital.<br />

Segundo o Hospital, quer o bevacizumab<br />

quer o ranibizumab, foram devidamente<br />

estudados e foram consideradas as opiniões<br />

de peritos da instituição de outros estabelecimentos<br />

hospitalares nacionais.<br />

O Santa Maria admite que a carta do laboratório<br />

Rache chegou ao conhecimento da<br />

Comissão de Farmácia e Terapêutica no<br />

dia 13 de Fevereiro de <strong>2009</strong> e que, não obstante<br />

ser conhecida a não aprovação for- :"'<br />

mal da utilização do fármaco bevacizumab<br />

por injecção intra-vítrea, se tem verificado<br />

em todo o mundo o seu emprego generalizado<br />

em contexto ojf-label em oftalmologia,<br />

à semelhança do que ocorre com<br />

· muitos outros fármacos utilizados por esta<br />

especialidade, como por muitas outras especialidades<br />

médicas.<br />

Segundo a direcção do Centro <strong>Hospitalar</strong><br />

Lisboa Norte, o racional da utilização<br />

deste medicamento nestas condições resulta<br />

da circunstância de que, até ao momento,<br />

não existe nenhum outro fármaco com<br />

aprovação para tratamento de situações<br />

clínicas de grande gravidade como aquelas<br />

em que o produto é utilizado e onde este<br />

tem provado grande eficácia, com baixa incidência<br />

de acções adversas.<br />

Entretanto, ganhou peso também, o facto<br />

do medicamento poder ter sido adulterado<br />

ou trocado. Ana Cruz llll<br />

IO<br />

II


Entrevista<br />

Meliço Silvestre sobre a Gripe A:<br />

"Tem havido muito alarido,<br />

o que ·é bom para que<br />

todos fiquem esclarecidos"<br />

António Meliço Silvestre é um dos nomes grandes da investigação portuguesa na área da lnfecciologia. Ao Longo da<br />

sua carreira fez tudo o que havia para fazer e dedicou-se de alma e coração aos trabalhos que abraçou. Disso ninguém<br />

duvida. O seu espírito divertido faz dele um amigo sincero e leal. A GH aproveitou a Gripe A para o entrevistar: há<br />

alarme a mais, diz, mas aceita que a informação tem que passar. Em todo o caso, não o obriguem a lavar as mãos como<br />

vem nos panfletos. Acha preferível dizer que é necessário lavar bem as mãos. Ponto. Sobre o que pode acontecer, no<br />

Outono, diz que não sabe: pode acontecer tudo, ou nada! Pelo sim pelo não, convém estar atento!<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Esta pandemia é pior<br />

do que as outras que têm aparecido ao longo<br />

dos anos?<br />

Meliço Silvestre - Penso que não. É mais uma.<br />

Ainda é cedo para fazermos um balanço da situação,<br />

mas podemos analisar outras situações para<br />

percebermos as diferenças. A SIDA, por exemplo,<br />

em poucos anos apareceu, desenvolveu-se, explodiu<br />

e agora está na parte da cronicidade. Surge<br />

esta agora. Já tinha ameaçado. De 1 O em 1 O anos,<br />

regra geral, há um surto, uma ameaça. Recentemente<br />

houve até uma ameaça nova na Holanda,<br />

mas não vingou. Este vírus - adenovírus - já vive<br />

há milhares de anos connosco; se calhar tem mais<br />

direito de cá continuar do que nós, Homens, nós<br />

é que não nos convencemos disso. Às vezes há vírus<br />

que nos dão jeito e que nos são úteis ...<br />

GH - Não é o caso deste!<br />

MS - N ão é o caso deste! Neste caso é um vírus<br />

que muda e essas mudanças tornam-se patogénicas.<br />

Há sempre dois processos adaptativos: a<br />

>>>"De 10 em 10 anos, regra geral,<br />

há um surto, uma ameaça"<br />

pressão das circunstâncias - uma mutação adaptativa<br />

- e as estirpes - transferências de pequenas<br />

partículas víricas que alteram o vírus.<br />

GH - Este vírus pode vir a transformar-se, de<br />

facto, num vírus muito perigoso? Porque neste<br />

momento não é!<br />

MS - Neste momento não é. Há uma circunstância<br />

interessante que tem a ver com o facto de<br />

aparecer principalmente em gente mais nova .. .<br />

GH - Mas não se percebe muito bem porquê ...<br />

MS - Penso que possa ter a ver com uma pandemia<br />

mais frustre que tenha passado que gerou<br />

anticorpos neste domínio. É como o problema<br />

da varíola em relação aos nossos jovens: a varíola<br />

acabou no mundo - não sabemos se os antigos<br />

dirigentes da URSS ficaram com ela armazenada<br />

ou não, esperemos que não - mas se houvesse<br />

agora uma nova vaga de varíola, quem iria sofrer<br />

. .<br />

mais eram os Jovens.<br />

GH - Então Professor, podemos dizer que neste<br />

momento a Gripe A não é grave, mas pode<br />

vir a tornar-se na pandemia problemática?<br />

MS - Pode, mas também pode tornar-se na menos<br />

grave. Pode até ser um jloop. Se houver uma<br />

mutação que der para tocar em certos pontos vitais<br />

do homem pode ser grave. Muito grave mesmo.<br />

Se não acontecer, não há grande perigo . . .<br />

GH - Algo nos diz que este vírus pode tocar<br />

em alguns pontos vitais do Homem e dar origem<br />

a uma mutação complexa?<br />

MS - Não . .. nada aponta nesse sentido!<br />

GH - Então como se explica todo o alarido<br />

feito à volta desta gripe - OMS, organismos<br />

nacionais e internacionais, etc?<br />

MS - É bom que haja alarido, para que as pessoas<br />

fiquem esclarecidas. Sejam esclarecidas. Por outro<br />

lado, e deixe-me que lhe diga, há a situação de<br />

nós, por cá, termos muita sorte, uma vez que a<br />

gripe chegou quando cá estava bom tempo. Era<br />

já Verão. Nos países quentes o vírus propaga-se<br />

menos. Com o caminhar, agora. para o Outono e<br />

com o aparecimento da gripe clássica juntamente<br />

com esta, a situação pode ser mais complicada.<br />

Não sabemos o que vai ser a propagação disso,<br />

mas pode vir a ser uma coisa mais potencializado-<br />

13


GH - No caso da gripe A se tornar um caso<br />

mais grave o que está estruturado, a nível<br />

hospitalar, é suficiente?<br />

MS - Se a situação piorar os hospitais estão ultrapassados.<br />

O que quero dizer é o seguinte: as situações<br />

mais graves - pneumonias e outras - logicamente<br />

que serão encaminhadas para os hospitais<br />

GH - Vamos partir do princípio que sim. Deve<br />

chegar a Portugal em Dezembro, o que significa<br />

que passamos o Outono sem vacina e sem<br />

protecção. O que é que isso pode significar?<br />

MS - Uma pandemia! Temos que ter a consciência<br />

disso. Não há nada que se possa fu.er. A OMS<br />

já fala de uma pandemia, pelos nossos critérios<br />

esta gripe, como ficam?<br />

MS- Podem ficar mal. Tudo o que seja a parte<br />

imunitária alterada, pode ser grave, depende<br />

do grau de imunidade. Temos algumas células<br />

que actuam sobre a parte vírica, e temos que<br />

ficar alerta. Mas nada é certo a 100 por cento.<br />

de referência e afins e os restantes doentes devem<br />

ficar em casa para serem tratados através de apoio<br />

domiciliário. O hospital não pode funcionar se<br />

houver uma situação de calamidade total, como<br />

é lógico. O primeiro objectivo é impedir a propagação<br />

da doença e, depois, minimizar os riscos.<br />

ainda não chegámos lá ... estamos a caminho. Se<br />

no Outono isso acontecer, a parte complicada- já<br />

não estou a fàlar das mortes e da doença - vai ser<br />

a parte económica: indústrias fechadas; escolas fechadas,<br />

comércio fechado, etc, mas pode ser que<br />

nada aconteça, não é?<br />

GH - Quem deve estar na linha da frente para<br />

ser tratado?<br />

MS - Os asmáticos, por exemplo, assim como<br />

os diabéticos, pelo menos era isso que eu faria.<br />

Depois temos de saber de que vírus se trata para<br />

se saber como é que a vacina deve ser aplicada e<br />

ra; pode haver mudanças radicais e totais e, como<br />

tal, não podemos meter a cabeça debaixo da areia.<br />

Mas também pode cair um meteorito e morremos<br />

todos, não é?<br />

GH - A proximidade que pode haver entre estes<br />

dois vírus pode ser complicada. É isso que<br />

nos esta a dizer?<br />

MS - Não convém que eles se aproximem, porque<br />

se isso acontecer eles trocam partículas entre<br />

GH - Esse é outro ponto para análise: a possibilidade<br />

destes doentes poderem ser estigmatizados,<br />

como foram (são} os do VIH/SIDA,<br />

Tuberculose, etc ...<br />

MS - Penso que esta pandemia será mais limitada<br />

no tempo, uma vez que a SIDA é uma doença<br />

crónica ... é lógico que as pessoas, infectadas pela<br />

Gripe A, podem ser estigmatizadas e é importante<br />

também que se analise correctamente esta<br />

situação. Os profissionais de saúde, por exemplo,<br />

GH - Mas como é que as pessoas se vão tratar<br />

em casa?<br />

MS - Terão de ser criadas condições para tal,<br />

através dos serviços domiciliários, e contando<br />

com os profissionais de saúde terão de ir a casa<br />

dos doentes. Quanto a mim, não há nenhuma<br />

circunstancia que fuja desta regra. Neste caso, todos<br />

os profissionais de saúde terão de encontrar<br />

um meio para trabalharem em conjunto ...<br />

GH - Temos médicos e enfermeiros suficientes?<br />

MS - Temos, claro que sim! Há muita coisa que<br />

está a ser feita, mesmo que não se saiba. Foram reavaliados<br />

os planos de contingência; criados hos­<br />

· ~<br />

GH - A Alemanha já determinou quem é que<br />

vai vacinar numa primeira fase. Ou seja, vai<br />

vacinar grávidas, crianças, profissionais de<br />

saúde e da protecção civil. Nós ainda não fizemos<br />

essa selecção ...<br />

MS - Olhe que está feito, porque muitas dessas<br />

atitudes e acções já tinham sido estudadas, aquando<br />

da gripe aviária - a H5N 1 - agora o que temos<br />

é de adaptar as regras criadas às circunstâncias que<br />

forem acontecendo.<br />

GH - Falemos agora da fobia das máscaras ...<br />

A máscara protege, de facto?<br />

MS - Depende da máscara. A que nós, profissionais<br />

de saúde, usamos lá dentro - nos hospitais de<br />

a quem. Nem sempre uma vacina pode ser administrada<br />

a toda a gente. Não sei, por exemplo,<br />

se posso vacinar os doentes vítimas de Sida com<br />

esta vacina. Depende do vírus.<br />

GH - Os cientistas que estão ligados à descoberta<br />

da vacina para a Gripe A, estão no<br />

bom caminho?<br />

MS-Espero que sim, e eles também devem esperar,<br />

pois só têm a ganhar!<br />

GH - Está a falar de dinheiro?<br />

MS - Não estava a pensar nisso, mas se formos<br />

por aí também se vai ganhar muito dinheiro<br />

com a nova vacma.<br />

si e ao trocarem partículas podem surgir factores<br />

patogénicos mais fortes.<br />

têm de estar preparados para não serem eles o fio<br />

condutor do estigma. Isto é muito importante!<br />

pitais de referência e outros de apoio; foi criada<br />

a linha telefónica para atendimento dos doentes,<br />

referência - essa protege. Mas a mascara normal,<br />

que anda por aí à venda, não serve de grande coi­<br />

GH - O vírus da Gripe A já tem partículas diferenciadas<br />

...<br />

MS - Tem partículas suínas, aviárias e humanas.<br />

Temos de ter atenção e não facilitar, mas também<br />

não convém alarmar. Devemos conversar, como<br />

estamos a fuzer agora, e a tentar aprender cada vez<br />

mais, mas temos que ter calma.<br />

GH - Professor, mas a verdade é que tem havido<br />

muito alarme ...<br />

MS - Claro que tem. Quando ouvi falar daquela<br />

criança que ficou isolada, num hospital,<br />

isso incomodou-me, como é lógico. Há que<br />

passar a informação de uma forma correcta e<br />

transparente. As pessoas têm de ser esclarecidas<br />

sobre os factos. Tem de se passar a informação<br />

de uma forma correcta. Se assim não for, vai ser<br />

muito complicado.<br />

Neste momento, como se sabe, há hospitais de<br />

referência, pois nem todos os hospitais estão preparados<br />

para esta circunstância - e nem todos são<br />

obrigados a ter essas respostas. Isto deixa-nos relativamente<br />

tranquilos, uma vez que sentimos que,<br />

ao nível de apoio clínico e logístico, as coisas estão<br />

estruturadas e estão a funcionar.<br />

"Os profissionais de<br />

saúde, por exemplo,<br />

têm de estar<br />

preparados para<br />

não serem eles o fio<br />

condutor do estigma"<br />

numa primeira fase. Dou-lhe um exemplo, a Universidade<br />

de Coimbra - não o Hospital - pediume<br />

já para ir coordenar um plano de contingência<br />

da instituição, com á colaboração de alunos de<br />

Medicina e oucros. E as coisas funcionam. O que<br />

eu não gosto é que compliquem as coisas. Eu vim<br />

agora à fundação Calouste Guibenkian e fui à toilette,<br />

e as normas que escavam afixadas para a lavagem<br />

das mãos eram, quanto a mim, complexas<br />

demais. Só de ler aqueles pontos todos ficamos<br />

cansados. Digo-lhe que fiquei incomodado, e não<br />

me parece que seja o comportamento ideal face às<br />

circunstâncias. Se se disser à população para lavar<br />

as mãos bem levadas, isso chega!<br />

GH - A vacina está a ser desenvolvida e testada<br />

e não há certeza nenhuma de que ela<br />

possa funcionar .. .<br />

MS - É verdade ... não se sabe!<br />

sa. . . digamos que é melhor que nada, mas não<br />

tem protecção total!<br />

GH - As viagens de avião, são um factor de<br />

contaminação?<br />

MS - São. Com o Metropolitano também é! E<br />

depois há casos e casos. Eu tenho um filho que<br />

está nos Estados Unidos, a fazer uma pós-graduação<br />

em Estomatologia. No sector dele ninguém<br />

facilita e não trabalham sem máscara, o que é<br />

compreensível. Mas em muitas situações, usar<br />

mascara só serve para alarmar e não tem lógica.<br />

Tem que haver bom senso em toda esta questão.<br />

GH - Vamos falar agora daqueles doentes<br />

que podem estar mais vulneráveis. Estou a<br />

lembrar-me dos infectados pelo VIH/Sida,<br />

mesmo os co-infectados, e os doentes crónicos,<br />

no geral. Aqueles que apanharem<br />

15


, I<br />

GH - Voltemos ao que tem acontecido e que<br />

não tem explicação. Consegue dizer-me porque<br />

é que pessoas saudáveis, que são infectadas<br />

com este vírus, morrem em dois ou três<br />

dias? Teria mais Lógica que isso acontecesse<br />

com pessoas com mais idade, ou com o sistema<br />

imunitário mais fraco.<br />

MS-Aí, pode haver patologias associadas, nomeadamente,<br />

pneurnonias e sépcias, entre outras ...<br />

GH - Professor, com o aparecimento da gripe<br />

A, deixou de se falar - já se falava pouco<br />

e agora ainda menos - de problemas que são<br />

também complicados. Estou a lembrar-me da<br />

tuberculose, em Portugal, que apesar de ter<br />

havido alguma contenção, continua a ter taxas<br />

altas, comparativamente com os restantes<br />

países da Europa.<br />

MS - Portugal nesse domínio está mal. Neste<br />

momento temos tudo preparado para a gripe,<br />

mas temos também de ter em atenção que os<br />

outros doentes não podem ser deixados de lado,<br />

ou para trás. E se a coisa for muito complicada e<br />

rebentar pelas costuras, ao nível de internamento,<br />

temos que ter respostas para os pacientes com tuberculose,<br />

por exemplo, que necessitam de ficar<br />

isolados e com todo o apoio possível. Há a gripe,<br />

mas também há as outras coisas, e há que ter em<br />

atenção o que fàzer em situações de crise. Quem<br />

internar primeiro? É que as camas de isolamento<br />

estão cheias e sabemos que a situação pode piorar.<br />

Acho que as autoridades em Portugal estão atentas.<br />

A senhora ministra da Saúde tem sido muito<br />

ponderada, muito correcta, tem feito as coisas<br />

sem alarme e sabe lidar com as crianças que somos<br />

todos nós, nestas circunstâncias. Nesta fase<br />

era necessária esta postura. Considero, aliás, que<br />

a equipa em si, no domínio da gripe A, tem trabalhado<br />

bem até comparativamente com o que se<br />

tem feito a nível internacional.<br />

GH - Mudando de tema. Recentemente houve<br />

alguma polémica relativamente ao facto<br />

de os homossexuais estarem excluídos de dar<br />

sangue. Como analisa a questão?<br />

MS - É um absurdo total! Ao fim destes anos<br />

todos; ao fim de tudo o que se sabe sobre o assunto<br />

é dramático que ainda se pense assim. O<br />

que as pessoas têm de fazer é testes, após os testes<br />

feitos e se der negativo qualquer pessoa pode dar<br />

sangue, qual é o problema? Não há lógica nenhuma<br />

nisso, nem vale a pena estarmos a perder<br />

tempo com isso.<br />

GH - Outra questão. Recentemente veio<br />

a lume a notícia de que os idosos infectados<br />

com VIH/Sida estavam a ser impedidos<br />

de irem para lares da terceira idade. Mais<br />

uma vez a discriminação e o estigma. E a<br />

pergunta que lhe deixo acaba por ser mais<br />

geral: que sociedade é esta em que a partir<br />

de questões de saúde e de doença se fazem<br />

exclusões? Como é que isto de combate?<br />

MS - De facto a sociedade que estamos a deixar<br />

para os nossos filhos não é melhor do que a<br />

que os nossos pais nos deixaram. Mas sabe, eu<br />

tenho muita confiança nos jovens do futuro.<br />

Acho que são excepcionais, ao nível de qualidade<br />

e do empenho que põem nas coisas que<br />

fazem. Agora nós, que somos pais e responsáveis,<br />

estamos a formá-los mal, com base num<br />

egocentrismo brutal.<br />

GH - Passaram 30 anos após a implementação<br />

do SNS. Que análise faz?<br />

MS - Quando conseguimos que Portugal fosse<br />

cotado em 12° lugar ao nível dos indicadores de<br />

saúde, segundo critérios da OMS, acho que devemos<br />

começar a pensar noutras coisas. Eu acho<br />

que temos de analisar as coisas numa perspectiva<br />

global, relativamente aos profissionais. Eles têm<br />

de ser bem pagos; devem ter condições de trabalho.<br />

Os doentes devem ter as respostas de que<br />

precisam e nada disto é imposição para que não<br />

exista um serviço privado de saúde bom. Agora,<br />

temos no SNS profissionais de grande qualidade<br />

e pratica-se urna 6ptima Medicina. Eu, se estiver<br />

doente quero ir para o serviço público. Não tenho<br />

qualquer dúvida disso!<br />

GH - O que é que o motiva?<br />

MS - Os grupos de trabalho! Aquela sensação de<br />

dizer: "Estou cansado, vou deixar isto", e haver<br />

quem diga: "Professor não vá que faz cá falta". Isto<br />

é gratificante. Eu confio muito na palavra das pessoas.<br />

Isso .Para mim é muito importante, embora<br />

já tenha tido dissabores. É assim que deve ser. Eu<br />

pelo menos penso assim. E depois estou numa<br />

fase muito boa da minha vida, em que posso dizer<br />

e fàzer o que me apetece. Marina Caldas llll<br />

16


I~<br />

1<br />

1<br />

H1N1<br />

Pandemia avança a passos largos<br />

'<br />

A<br />

hora<br />

de fecho desta edição a contagem<br />

dos casos de gripe A confirmados aumentava<br />

a passos largos. Enquanto<br />

em Portugal, já se contabilizavam mais de 250<br />

casos, na sua maioria importados do estrangeiro,<br />

a nível mundial, o último balanço divulgado pela<br />

Organizaç.ão Mundial de Saúde registava mais de<br />

100 mil casos e de 700 mortes em todo o mundo<br />

pela gripe A. Por cá, o número de hospitais de<br />

referência e de laboratório habilitados a proceder<br />

aos testes de diagnóstico aumentou. O Ministério<br />

da Saúde tomou a deciSão de passar à etapa 2 do<br />

Plano de Contingência para a pandemia.<br />

Com esta evolução, que estava prevista para a altura<br />

em que fossem atingidos os 100 casos confirmados<br />

de pessoas infectadas, são oito os hospitais<br />

de referência para o tratamento da pandemia:<br />

Hospital de S. João, EPE; Hospital Vila Real<br />

(CHTMAD, EPE); Hospital Geral de Santo<br />

António (CHP, EPE); Hospitais da Universidade<br />

de Coimbra (HUC, EPE: Hospital Pediátrico de<br />

Coimbra; Hospital Curry Cabral; Hospital D.<br />

Estefânia (CHLC, EPE); Hospital de Faro, EPE.<br />

Também o âmbito da Rede Nacional de Laboratórios<br />

para o diagnóstico da infecção pelo<br />

novo vírus da Gripe A foi alargado, integrando<br />

agora o Hospital de São João, no J_)orto, e<br />

o Hospital Universitário de Coimbra, que se<br />

juntam ao Instituto Ricardo Jorge.<br />

A OMS, entretanto, deixou de divulgar o<br />

número de casos de pessoas infectadas por<br />

país devido à propagação massiva da gripe A<br />

pelos cinco continentes. De acordo com esta<br />

organização, o aumento no número de casos<br />

em diversos países por transmissão sustentada<br />

- quando o vírus circula e deixa de ser transmitido<br />

pessoa a pessoa - torna extremamente difícil,<br />

se não impossível, que governos confirmem<br />

o diagnóstico por meio de laboratório. Essa era<br />

a exigência para que os números constassem<br />

dos boletins emitidos pela organização.<br />

A pandemia de gripe espalhou-se com uma<br />

rapidez sem precedentes. Em anteriores pan-<br />

1 Ano<br />

escolar com planos de contingência<br />

Com a abertura do ano escolar, prevista para 14 de Setembro, os planos d e contingência<br />

já estão a ser preparados para o efeito.<br />

Dada a complexidade desta situação, deverão ser envolvidas as direcções das<br />

escolas, professores e outros trabalhadores, alunos, pais e serviços de Saú"de<br />

Pública, para que seja possível obter uma resposta social de elevada qualidade.<br />

Colocar os docentes em "teletrabalho ou a distribuir actividades aos alunos por<br />

e-mail" são possibilidades previstas no leque de 43 recomendações distribuídas à<br />

generalidade das instituições de ensino, que devem ser observadas pelas escolas<br />

na criação dos seus planos de contingência.<br />

As escolas são consideradas um dos locais mais sensíveis para a criação de focos<br />

de contágio e são por isso um dos alvos de detalhadas m edidas preventivas, sobretudo<br />

ao nível da higiene.<br />

'<br />

r<br />

I<br />

demias, os vírus de gripe necessitaram de mais<br />

de seis meses para se espalharem por uma área<br />

geográfica tão vasta como aquela que o HlNl<br />

cobriu em pouco mais de seis semanas.<br />

Esta pandemia tem-se caracterizado, até á<br />

data, pela relativa benignidade dos sintomas<br />

na grande maioria dos pacientes, que recuperam<br />

em cerca de uma semana, mesmo sem o<br />

recurso a tratamento médico.<br />

Contudo, todos os países estão a acompanhar<br />

de muito perto os casos menos usuais, sobretudo<br />

os de infecção grave ou fatal, de falhas<br />

respiratórias graves que requeiram hospitalização,<br />

ou de inexplicáveis sintomas clínicos<br />

associados aos casos mais graves ou fatais. 1111<br />

45 milhões para vacinas<br />

O Governo português já canalizou uma verba de 45 milhões de euros para a<br />

compra de três milhões de vacinas para combater o vírus da gripe A.<br />

O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Ana Jorge, que divulgou também<br />

quais os grupos de risco: profissionais de saúde, forças de segurança e doentes<br />

crónicos. Está ainda por definir se as grávidas e as crianças que não sejam doentes<br />

também serão incluídas nesta lista.<br />

As vacinas s6 estarão disponíveis em Dezembro ou Janeiro e serão gratuitas<br />

para os grupos de risco.<br />

"Estes três milhões de vacinas vão contemplar todos os grupos de risco e ainda<br />

uma margem para poder haver vacinação para outros grupos que forem necessários<br />

vacinar. Não haverá necessidade de fazer a vacinação a toda a população,<br />

porque é considerado que este grupo é suficiente para conter a propagação<br />

da epidemia", acrescentou Ana Jorge.<br />

Por recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), "as vacinas vão<br />

ser dadas gratuitamente a todas as pessoas, que terão de fazer duas doses".<br />

Linha Verde desactivada<br />

O número de telefone para uso exclusivo dos médicos - a Linha Verde - foi desactivado<br />

temporariamente pelo Ministério da Saúde, o que já causou acesas críticas<br />

por parte destes profissionais e do próprio Bastonário da Ordem dos Médicos,<br />

Pedro Nunes.<br />

De acordo com o ministério da tutela, esta linha -<br />

que é de apo10 à decisão<br />

1<br />

médica - será reactivada brevemente.<br />

I Mas o Bastonário dos médicos já lamentou que uma "boa ideia" se tenha transfor­<br />

, mado numa "ineficiência total", numa referência ao "inexplicável" não funcionamento<br />

da linha telefónica para médicos sobre a Gripe A (HlNl).<br />

Em comunicado, a Ordem dos Médicos exigiu a reposição imediata da linha telefónica,<br />

"que a Ordem divulgou a pedido da Direcção-Geral da Saúde (DGS)".<br />

Fonte do Ministério da Saúde informou, entretanto, que a Linha Verde estava<br />

desactivada "temporariamente por insuficiência de recursos humanos.<br />

Esta é uma linha de apoio à decisão médica e será reactivada em breve. O Ministério<br />

da Saúde transmitiu já esta informação a todos os profissionais", declarou<br />

fonte da tutela.<br />

Mas o apoio telefónico aos cidadãos, garante a tutela, mantém-se. As pessoas que<br />

suspeitem estar infectadas ligam para a linha Saúde 24 e são sujeitas à triagem<br />

habitual. Se desta resultar uma suspeita de Gripe A, a chamada será encaminhada<br />

para a Linha de Saúde Pública, que é da responsabilidade de enfermeiros, que<br />

aprofundarão a triagem.<br />

Mantendo-se a suspeita, é activado o processo de encaminhamento para o hospital<br />

de referência, onde o médico observará o doente e decidirá em função de<br />

critérios clínicos, acrescenta o ministério.<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

18


Governação dos Hospitais<br />

"O hospital público port·uguês é um caso<br />

de sucesso" garante Fra ncisco . Ramos<br />

No passado dia 22<br />

de Julho, decorreu no CCB,<br />

em Belém, a sessão pública<br />

de apresentação<br />

das recomendaç~es do grupo<br />

de trabalho sobre "Governação<br />

dos Hospitais". Muitas<br />

personalidades<br />

do sector, com ligação<br />

ao Hospital e muitos conceitos<br />

em análise - alguns dos quais<br />

inovadores.<br />

O<br />

s "conceitos e a necessidade de<br />

governação", foi o tema abordado<br />

pelo médico internista, Luís Campos,<br />

presidente do conselho para a Qualidade<br />

em Saúde, para quem a ideia é "pertinente<br />

nos tempos que correm, pois a govern .~ção<br />

tem a ver com os direitos dos doentes", acrescentando,<br />

ainda, ser "preciso uma melhoria<br />

contínua da qualidade. Algumas mudanças<br />

não estão dependentes dos hospitais, uma vez<br />

que há um conjunto de variáveis que fogem<br />

ao seu controlo - nomeadamente as próprias<br />

características do hospital, como o design, etc<br />

- mas as componentes governance!clinical governance<br />

têm que estar ligadas e ser verticais<br />

ao nível das estruturas e das organizações. Só<br />

assim é possível assumir todas as responsabilidades"<br />

realçou.<br />

Mas porque é importante a qualidade? Segundo<br />

Luís Campos, "vivemos numa época de<br />

grandes mudanças - a nível sociológico, político,<br />

ambiental e tecnológico. Esta vertigem de<br />

mudança facilita a criação de condições para<br />

que haja dificuldade em nos adaptarmos. O<br />

Serviço Nacional de Saúde, nestes últimos 30<br />

anos tem vindo a sofrer alterações; as doenças<br />

crónicas têm vindo a aumentar, atingindo cerca<br />

de 1 % da população em geral e 2% da população<br />

idosa. A hospitalização de morte está igualmente<br />

a aumentar e, acrualmente, morrem<br />

cerca de 60% das pessoas em meio hospitalar.<br />

As pessoas têm cada vez mais expectativas em<br />

relação ao poder real de resposta. O número de<br />

hospitais tem também evoluído, assim como<br />

tem aumentado a tecnologia disponível. Existe<br />

uma necessidade de mais especialistas generalistas,<br />

uma vez que a população está cada vez<br />

idosà', afirmou este especialista.<br />

Parcerias<br />

João Lobo Antunes, professor da Faculdade de<br />

Medicina de Lisboa, também presente nesta<br />

sessão, abordou a questão da Universidade e do<br />

Hospital. Segundo este responsável, o conceito<br />

de Hospital Universitário nasceu com a reforma<br />

do ensino médico no século XIX.<br />

''A reforma da Medicina em Portugal, em<br />

1911, deu origem aos hospitais escolares e<br />

contribuiu para o desenvolvimento da Medicina<br />

no país. Hoje reconhece-se, cada vez<br />

mais, que a Medicina não pode ser seguida<br />

apenas nas escolas ligadas a unidades hospitalares"<br />

mencionou.<br />

"Existe um novo conceito: o centro médico<br />

académico, em que a missão é a junção de<br />

cuidados médicos diferenciados na investigação<br />

e na educação - hospital, ensino e<br />

instituição de investigação. A criação deste<br />

modelo serve os melhores propósitos enumerados.<br />

A primazia deve ser dada à instituição<br />

hospitalar. Não se deve ensinar num único<br />

hospital. A Faculdade de Medicina de Lisboa<br />

envia os seus alunos para 15 hospitais diferentes<br />

e alguns fora de Lisboa, como Barreiro<br />

e Setúbal. Cada vez é mais importante criar<br />

alianças e parcerias com outras instituições",<br />

realçou João Lobo Antunes.<br />

Esforço<br />

"Melhoria contínua da qualidade" foi o tema<br />

abordado por Manuel Delgado, presidente<br />

do CA do Hospital Curry Cabral e membro<br />

dirigente da APAH, para quem "a qualidade<br />

não tem uma dimensão regional, nem pode<br />

ser adicionada por decreto. A qualidade está<br />

dentro da prestação de cuidados de saúde. Faz<br />

parte dela. Muitas vezes, no entanto, a qualidade<br />

não entra na actividade clínica ficando<br />

apenas pela humanização. É preciso colocá-la<br />

dentro da prestação clínica dos cuidados de<br />

saúde".<br />

Manuel Delgado apresentou algumas recomendações<br />

no que se refere à melhoria na<br />

qualidade. Para este gestor, é preciso aumentar<br />

a qualidade nos registos clínicos, pois<br />

"sem bons registos clínicos não há capacidade<br />

para avaliar. Devemos fazer um esforço para<br />

saber o que é a qualidade do registo clínico.<br />

E necessário haver auditorias clínicas - em<br />

Portugal não se fazem de forma organizada e<br />

sistemática - pois elas são fundamentais para<br />

se poderem corrigir os erros. A qualidade de<br />

acesso aos cuidados de saúde é outro aspecto<br />

essencial. Devem existir padrões de qualidade<br />

referentes à referenciação - a celeridade<br />

do acompanhamento dos doentes; como se<br />

processa o acompanhamento; a transferência<br />

dos doentes nos diferentes serviços. É preciso<br />

criar conforto para os doentes. Deve-se incentivar<br />

um programa de qualidade que cultive<br />

a pontualidade dos serviços - quer nas<br />

consultas externas, quer nas cirurgias. Não<br />

nos podemos esquecer que os tempos mortos<br />

representam desperdício para os doentes que<br />

têm outras coisas para fazer. É preciso pedir<br />

satisfação a todos - instituições, médicos e<br />

até aos próprios doentes", referiu Manuel<br />

Delgado, acrescentando: "Deve ser criada<br />

uma autoridade nacional para a qualidade<br />

em saúde e, em minha opinião, a sua primeira<br />

missão deveria ser propor condições para<br />

que a qualidade fosse inserida nos hospitais<br />

- através de formação aos profissionais, no<br />

desenvolvimento de auditorias clínicas e<br />

contribuindo para criar modelos de incentivo<br />

da própria qualidade".<br />

Segurança<br />

A inovação foi outra das questões abordadas<br />

no decorrer desta sessão. Constantino<br />

Sakellarides, director da Escola Nacional de<br />

Saúde Pública, destacou que "é importante<br />

criar um processo clínico para os doentes.<br />

Tem que se ter confiança que a infonnação<br />

sobre o doente está disponível. Este processo<br />

clínico deve estar acessível em qualquer lugar,<br />

nunca esquecendo a confidencialidade<br />

que estas matérias exigem".<br />

Paolo Casella, director do serviço de cirurgia<br />

pediátrica do Centro <strong>Hospitalar</strong> Lisboa<br />

Central, salientou a importância do hospital<br />

do futuro. Segundo este especialista, "os hospitais<br />

têm que ter design, pois os doentes são<br />

cada vez mais exigentes; os hospitais têm que<br />

ser seguros e devem estar adaptados a novas<br />

ameaças - situações de pandemia e a uma<br />

possível guerra biológica -; os hospitais têm<br />

que ser acessíveis e funcionais - partindo de<br />

coisas tão simples como a sinalética, que proporc10na<br />

maior segurança aos profissionais<br />

de saúde e doentes".<br />

Riscos<br />

A gestão do risco e da segurança dos doentes<br />

deve ser encarada "como uma componente<br />

fundamental para a qualidade. As instituições<br />

têm que fazer a gestão do risco de forma a<br />

garantir a segurança dos doentes. O hospital<br />

é responsável por esse problema e todos são<br />

responsáveis, desde o conselho de administração,<br />

aos médicos e enfermeiros" realçou Artur<br />

Vaz, presidente do CA do Hospital Fernando<br />

da Fonseca, acrescentado que o hospital<br />

deve responder de forma integrada aos desafios<br />

que lhe são colocados. ''As especialidades<br />

devem ser a base da estrutura organizacional.<br />

É preciso implementar esuatégias que sejam<br />

facilitadoras em áreas em que não há profissionais<br />

- existem zonas no nosso país em que<br />

praticamente não há especialistas em determinadas<br />

áreas e a população quase inexistente:<br />

desertificação".<br />

Francisco Ramos, Secretário de Estado Adjunto<br />

e da Saúde, afirmou que "o hospital<br />

público português é um caso de sucesso.<br />

É de sucesso quando olhamos para o passado<br />

e vemos o que aconteceu durante os<br />

últimos 30 anos. Houve uma capacidade de<br />

evolução. O desafio é se o hospital do SNS<br />

tem hoje, ou não, a capacida~e de mudar;<br />

de se adaptar para responder a mudanças.<br />

Queremos um hospital ágil, com capacidade<br />

de responder em tempo útil aos novos<br />

desafios", concluiu. Ana Cruz DID<br />

20<br />

21


Boas práticas na Educação e na Saúde<br />

SiNase junta médicos, professores e<br />

administradores para debater qualidade<br />

"Boas Práticas na Educação, Saúde"<br />

e a análise destes dois sectores<br />

tendo por base a qualidade, foi<br />

o tema da 17ª Conferência da<br />

SiNase, que decorreu no passado<br />

dia 29 de Junho, na Universidade<br />

Católica. A edição deste ano teve,<br />

como habitualmente, casa cheia<br />

e alguns dos assuntos relacionados<br />

com experiências organizacionais<br />

na educação e na saúde, bem como<br />

a análise da educação e da saúde<br />

enquanto, factores de progresso<br />

deram origem a um diálogo acesso.<br />

Aconferência da SiNase, que se prolongou<br />

ao longo de todo o dia, esteve dividida<br />

em três painéis, conduzidos por<br />

vários comentadores e moderadores. Durante<br />

o período da manhã, associado ao evento, decorreu<br />

em simultâneo uma sessão de trabalho<br />

( Think Tank-. Avaliação do Desempenho das<br />

Pessoas e Organizações), constituída por um<br />

painel de 25 personalidades, de formação pluridisciplinar<br />

e de reconhecida experiência e competências,<br />

a nível nacional.<br />

O primeiro painel sobre "Experiências Organizacionais<br />

na Educação" contou com a presença<br />

de Corrêa Guedes, responsável pela Acreditação<br />

Internacional da Universidade Católica. O<br />

responsável salientou que aquela Universidade,<br />

através da Faculdade de Ciências e Economia, é<br />

actualmente a primeira e única escola portuguesa<br />

classificada no Top Mundial da Formação de<br />

Executivos, ocupando o 45° lugar. Maximino<br />

Gomes, Gestor de Qualidade, deu a conhecer os<br />

Salesianos corno uma organização internacional<br />

de pessoas que se dedicam à educação e evangelização<br />

dos jovens tendo como finalidade o seu<br />

pleno desenvolvimento. Apresentou a metodologia,<br />

indicadores e processos que culminaram<br />

com a implementação do Sistema de <strong>Gestão</strong> de<br />

Qualidade, no sistema educativo desta instituição<br />

que procura colocar n aluno no centro da<br />

acção educativa, com envolvimento dos educadores<br />

e participação co-responsável de todos os<br />

membros da comunidade educativa. O orador<br />

mencionou ter sido aquela a primeira escola, a<br />

nível nacional, a obter a certificação, o que constitui<br />

um motivo de orgulho.<br />

No segundo painel sobre "Experiências organizacionais<br />

na Saúde" esteve presente Manuel<br />

Delgado, presidente do Conselho de Administração<br />

do Hospital Curry Cabral, que focou a<br />

importância de assumir o compromisso de melhoria<br />

contínua da qualidade, tendo em vista a<br />

excelência dos serviços. Este hospital implementou<br />

um processo integrado, baseado no modelo<br />

EcoHospital, tendo sido a primeira instituição<br />

pública de Saúde em Portugal, a obter esta eco<br />

certificação. Manuel Delgado referiu a importância<br />

estratégica deste modelo de gestão e de<br />

várias fases implícitas do mesmo, que permitem<br />

assegurar a optimização na utilização dos recursos<br />

naturais, a protecção do meio ambiente<br />

e, ainda, a redução de custos, designadamente<br />

água, electricidade, comunicações, consumíveis,<br />

manutenções, entre outras. O presidente do CA<br />

do Curry Cabral evidenciou a melhoria significativa<br />

na gestão do impacte, tendo em conta a<br />

multiplicidade profissional de intervenientes e<br />

o papel relevante que o hospital tem no meio<br />

socioeconómico onde se insere.<br />

A directora executiva da SINASE, Carla Gonçalves<br />

Pereira, evidenciou a experiência da empresa<br />

e as vantagens da implementação de um<br />

sistema integrado (Qualidade, Ambiente, Segurança)<br />

em particular em Instituições de Saúde e<br />

Administração Pública, como factor de responsabilidade<br />

social e como exemplo a seguir para<br />

a sociedade em geral, num contexto em que os<br />

doentes e cidadãos são cada vez mais exigentes.<br />

Álvaro Pereira, médico, deu a conhecer o modelo<br />

implementado no serviço de Infecciologia do<br />

Hospital de Santa Maria. Este responsável referiu<br />

que é do conhecimento geral que o sector<br />

da Saüde em Portugal atravessa um período de<br />

forte mudança, impulsionado pela necessidade<br />

de melhorar a qualidade dos serviços prestados a<br />

racionalizar custos. No caso concreto do Hospital<br />

Santa Maria, a implementação de um sistema de<br />

gestão da qualidade, no serviço de Doenças Infecciosas,<br />

é de extrema importância, salientou, uma<br />

vez que se está a falar de uma área muito sensível<br />

e específica, com muitos impactos diferenciados,<br />

quer a nível nacional quer mesmo internacionalmente.<br />

Naquele caso concreto, foram alterados<br />

alguns procedimentos, adaptadas metodologias<br />

e ferramentas, no sentido de obter indicadores<br />

permanentes de controlo e melhoria contínua<br />

deste serviço. A "Avaliação do desempenho das<br />

pessoas e organizações na Administração Públicà'<br />

foi o tema do Think-Tank, da tarde. Os trabalhos<br />

centraram-se na análise às várias vertentes<br />

relacionadas com as boas práticas de Avaliação<br />

do Desempenho na Administração Pública, bem<br />

como com outros métodos existentes, de modo<br />

a promover a melhoria do desempenho e qualidade<br />

dos serviços da Administração Pública e a<br />

incorporação de estratégias, princípios, práticas e<br />

normas de conduta que harmonizem as relações<br />

com os stakeholders. Foi evidenciada a sua importância<br />

a nível nacional em termos de melhoria<br />

do desempenho e qualidade dos serviços da<br />

Administração Pública; motivação profissional e<br />

desenvolvimento de competências; transparência<br />

e imparcialidade dos critérios utilizados; eficácia<br />

dos resultados; eficiência na utilização dos recursos<br />

e maior responsabilização de todos na implementação<br />

dos objeccivos e avaliação.<br />

Isabel Loureiro, médica especialista em Saúde<br />

Pública, investigadora e docente na Escola Nacional<br />

de Saúde Pública (ENSP) deu a conhecer<br />

a sua experiência, ao longo dos anos, integrada<br />

em múltiplas Comissões Científicas Internacionais,<br />

em que a educação para a cidadania, a formação<br />

cívica, o aprender a viver em conjunto,<br />

a educação para a sexualidade e para os afectos,<br />

numa dinâmica curricular que visa a promoção<br />

da saúde física, psicológica e social, são factores<br />

determinantes na prevenção da doença e protecção<br />

da saúde. Ana Cruz llD<br />

Lista de Vencedores - Prémios Hospital do Futuro - <strong>2009</strong><br />

CATEGORIA PROJECTO ORGANIZAÇÃO<br />

Autarquias<br />

Biotecnologia<br />

Educação<br />

A Hipertensão Arterial não se sente. Mede-se<br />

Membrana amniótica imunologicamente inerte<br />

Sinais de Fumo<br />

Agrup. Centros Saúde de Almada<br />

Centro de Histocompatibilidade do Sul<br />

CATR - Centro Apoio, Trat. e Recup.<br />

Gest.& Econ. da Saúde Urgência Pediátrica lnteg. Porto ARS Norte<br />

Parcerias em Saúde<br />

Prevenção da Obesidade<br />

Qual. Saúde Acreditação<br />

Qual. Saúde Certificação<br />

Serviço Público<br />

Serviço Social<br />

Ouvir o Alentejo<br />

Combate à Obesidade Infantil<br />

na Região do Algarve<br />

Melhoria Contínua Qualidade<br />

CGC - Qual. ao Serviç.ol nov.<br />

LinCE - Lean na Consulta Externa<br />

Programa Rumo Seguro<br />

Lista de Vencedores - Prémios de Reconhecimento à Educação - <strong>2009</strong><br />

Coração Delta - Assoe. Solidariedade Social<br />

ARS Algarve, IP; Dir.Reg. Educação do Algarve;<br />

Dir. Reg. Algarve<br />

Hospital da Prelada<br />

CGC Centro Genética Clínica<br />

Centro <strong>Hospitalar</strong> do Porto<br />

AMAZE,Lda.<br />

CATEGORIA PROJECTO ORGANIZAÇÃO<br />

Inovação Pedagógica<br />

Comunidade e Parcerias/<br />

Protocolos<br />

Quadro de Excelência<br />

Conhecimento Biodiversidade<br />

e Geodiversidade Ria de Aveiro<br />

Semana Pessoa<br />

Necessidades Especiais<br />

Apoios Educativos para a Melhoria<br />

das Aprendizagens<br />

Quadro de Valor TeleAula, uma ligação necessária ...<br />

Ambiente e Sustentabilidade<br />

Prevenção da Saúde Pública<br />

no Meio Escolar<br />

Formação Profissional<br />

O Melhor Município<br />

para Estudar<br />

Eficiência Energética<br />

Sinais de Fumo<br />

Reaprender a Aprender<br />

ConstânciaEDUCA<br />

Boas Práticas na Saúde<br />

Tal como em anos anteriores, nesta conferência da SiNase foram<br />

premiadas as Boas Práticas em Saúde, em parceria com o Hospital<br />

do Futuro e, este ano, pela primeira vez, foi feito o Reconhecimento<br />

à Educação.<br />

Estas iniciativas permitem destacar e galardoar organizações que, ao<br />

longo de 2008, contribuíram de forma relevante para as Boas Práticas,<br />

com impacto na comunidade e no desenvolvimento global.<br />

Integradas nos Prémios Hospital do Futuro estiveram também<br />

abertas, ao longo de um ano, das candidaturas ao Prémio Centro<br />

Genética Clínica, que teve como objectivo destacar as melhores<br />

contribuições nesta área na Península Ibérica. Das várias candidaturas<br />

recebidas saíram vencedores o Instituto de Ciências Biomédicas<br />

Abel Salazar (1° premio); o Serviço de genética do IPO do<br />

Porto (2° premio) e o Serviço de Neurologia Pediátrica do Centro<br />

<strong>Hospitalar</strong> do Porto (3° prémio).<br />

Escola João Afonso, Aveiro<br />

Direcção Educação Especial<br />

e Reabilitação, Fw1chal<br />

Escola Secundária Alves Martins, Viseu<br />

Agrupamento de Escolas de Portela e Moscavide<br />

Escola Secundária da Senhora da Hora,<br />

Matosinhos<br />

CATR - Centro de Apoio, Tratamento<br />

e Recuperação, IPSS<br />

Escola EB 2/3 Jacinto Correia, Lagoa<br />

Câmara Municipal de Constância<br />

prémios<br />

22<br />

23


Comparação Ili<br />

Saú e euro<br />

•<br />

if erentes ve oci a es<br />

A<br />

GH continua a publicação do estudo<br />

comparativo entre alguns<br />

dos mais importantes aspectos dos<br />

vários sistemas de saúde em vigor nos 27<br />

Estados-membros da EU, como o financiamento,<br />

a gestão, o número de profissionais<br />

de saúde, o número de hospitais.<br />

As características do financiamento, da cobertura<br />

da população e da forma de gestão<br />

são apenas alguns dos pontos em que os mais<br />

novos e os mais antigos' membros da União<br />

Europeia divergem, diferenças essas ditadas,<br />

até, pela própria dimensão dos países.<br />

Nesta edição, apresenta-se a comparação<br />

entre Bulgária, Chipre, Finlândia, Malta,<br />

Lituânia.<br />

Os dados foram compilados pela HOPE<br />

- European Hospital and Healthcare Federation.<br />

IBD<br />

Países<br />

Bulgária<br />

Chipre<br />

Sistemas<br />

7,7 milhões de habitantes 770 mil habitantes<br />

% de financiamento 55.8 o/o 47.8 o/o<br />

público<br />

Financiamento Contribuições sociais (55 %) e impostos (45 %) Orçamento de Estado via impostos. Introdução<br />

público<br />

progressiva de um seguro de saúde<br />

Cobertura Cobertura universal, embora 15 o/o da população que não Cuidados gratuitos para 65 o/o da população;<br />

da população paga qualquer contribuição não está coberta 15 a 20 o/o paga uma tarifa reduzida<br />

Público/Privado Coexistência de hospitais públicos e privados com fins Coexistência de hospitais públicos e privados<br />

lucrativos<br />

N° de hospitais 262 hospitais, dos quais 209 de cuidados agudos 96 hospitais<br />

N° de camas 38.000 camas de cuidados agudos 2.900 camas de cuidados agudos<br />

-<br />

Camas 98,3 o/o camas públicas; 46,8 o/o carnas públicas;<br />

públicas/ privadas 1, 7 o/o camas privadas 53,2 o/o camas privadas<br />

Duração da estadia 8.2 dias 5.8 dias<br />

Listas de espera Negligenciáveis Existem em algumas especialidades<br />

Todos os hospitais são empresas comerciais, com autonomia A administração, regulação e organização dos hospitais<br />

financeira e administrativa. Os que pertencem ao Estado são públicos pertence ao governo. Está em curso uma<br />

Administração geridos por uma assembleia-geral, dependente do ministro descentralização funcional da gestão hospitalar<br />

e gestão dos hospitais da Saúde. Os regionais pertencem em 51 o/o às autoridades<br />

regionais e 49 o/o aos municípios. Os municipais são detidos<br />

em exclusividade pelos municípios<br />

Entidades Desde 2006, o financiamento público é assegurado Os hospitais recebem um orçamento global baseado<br />

financiadoras pelas contribuições sociais e seguros de saúde nas actividades passadas, com a correcção da inflação<br />

Despesas hospitalares s.d. por habitante, s.d.<br />

(públicas e privadas) 47 o/o do total das despesas de saúde<br />

Profissionais de Saúde 128.600 funcionários nos sectores da saúde s.d.<br />

e Acção social<br />

e médico-social<br />

M édicos hospitalares 12.450 médicos hospitalares s.d.<br />

Remuneração e estatuto São assalariados do hospital<br />

São funcionários da Saúde. A remuneração e posto<br />

dos médicos hospitalares<br />

são atribuídos pelo governo.<br />

N° de equipamentos MRI: 3.4 MRI: s.d.<br />

por milhão de habitantes Radioterapia: s.d.<br />

Radioterapia: s.d.<br />

Scanners: 12.3<br />

Scanners:s.d.<br />

s.d. - sem dados<br />

25


P'<br />

ai ses<br />

Sistemas Finlândia Malta Lituânia<br />

O governo gere dois hospitais<br />

universitários. Os municípios, que são<br />

5.3 milhões de habitantes 410 mil habitantes 3 .4 milhões de habitantes Administração Hospitais distritais e centrais são geridos O Ministério da saúde é o proprietários de equipamentos<br />

% de financiamento 76.8% 78.2% 75.4%<br />

público<br />

e gestão dos hospitais e pertencem às regiões hospitalares proprietário e gere os hospitais de cuidados ambulatórios continuados,<br />

públicos<br />

gerem os hospitais de pequena e média<br />

Financiamento público Impostos locais e nacionais Impostos Seguro de saúde obrigatório dimensão<br />

e impostos<br />

O conselho distrital determina<br />

Cobertura Cobertura universal e gratuita Cobertura universal baseada Cobertura universal baseada Entidades o orçamento para os cuidados O Ministério da Saúde determina Desde 1997, os seguros de saúde<br />

da população na cidadania na residência financiadoras hospitalares e os municípios pagam o orçamento dos hospitais obrigatórios regionais fazem contratos<br />

Público/Privado Coexistência de hospitais públicos Coexistência de hospitais públicos O sector privado é residual as facturas enviadas pelos hospitais com os prestadores locais de saúde<br />

e privados e privados Despesas hospitalares 780 dólares por habitante s.d. s.d.<br />

N° de hospitais 370 hospitais 1 O hospitais de cuidados agudos 181 hospitais, dos quais 80 (públicas e privadas) 34,8% do total das despesas de saúde<br />

de cuidados agudos Profissionais de Saúde 164.000 funcionários nos sectores s.d. s.d.<br />

N° de camas .11.700 camas de cuidados agudos 1.200 camas de cuidados agudos 19 .100 camas de cuidados agudos e Acção social da saúde e médico-social, dos quais 86<br />

Camas 96.6 % camas públicas; 91 .1 % camas públicas; 99. 7 % camas públicas; mil no sector hospitalar<br />

públicas/ privadas 3.4 % camas privadas 8.9 % camas privadas 0.3 % camas privadas Médicos hospitalares 8.200 médicos hospitalares s.d. 5.520 médicos hospitalares<br />

Duração da estadia 4.2 dias 4.6 dias 7.3 dias Remuneração e estatuto São empregados assalariados São funcionários pagos pelo governo São assalariados. O governo definiu<br />

Listas de espera Negligenciáveis Notáveis Negligenciáveis, excepto no caso dos médicos hospitalares dos municípios quatro níveis de qualificação para<br />

da cirurgia cardíaca<br />

a diferenciação salarial<br />

N° de equipamentos MRI: 14.0 MRI: s.d. MRI: s.d.<br />

por milhão Radioterapia: 8.8 Radioterapia: s.d. Radioterapia: s.d.<br />

de habitantes Scanners: 14.2 Scanners: s.d. Scanners: s.d.<br />

s.d. - sem dados


Servico Nacional de Saúde<br />

arantir o<br />

uturo<br />

"SNS 30 anos - garantir<br />

o futuro", deu o mote<br />

para as comemorações<br />

dos 30 anos do Serviço<br />

Nacional de Saúde,<br />

que decorreu no inicio<br />

de julho, no Centro Cultural<br />

de<br />

''<br />

Belém.<br />

o SNS<br />

dá expressão aos principais<br />

valores e princípios de<br />

uma sociedade democrática,<br />

entre os quais a igualdade, e a equidade. A<br />

principal aspiração do SNS é que todos tenham<br />

acesso igual à Saúde. É aqui que o<br />

princípio da igualdade é levado mais a sério.<br />

O SNS existe para acabar com o sofrimento<br />

e com a doença. Pretende-se que o conhecimento<br />

científico se democratize e esteja ao<br />

serviço de todos e seja colocado ao serviço da<br />

vida", foi desta forma que o primeiro-ministro<br />

definiu a sua visão sobre o SNS e sobre a<br />

sua continuidade.<br />

Para José Sócrates, "o princípio estruturante<br />

é, também, muito importante neste todo,<br />

pois destina-se a decidir, por exemplo, se se<br />

vai optar por gastar com a Saúde ou noutras<br />

áreas", salientou Sócrates, dando depois destaque<br />

ao princípio da equidade, que considerou<br />

"igualmente importante'', pois "significa<br />

tratar-se todos consoante a sua necessidade e<br />

possibilidade. No SNS ninguém pergunta a<br />

sua origem e qual a sua situação económica.<br />

Tratar todos em função das suas necessidades<br />

e pagar consoante as suas possibilidades é fomentar<br />

o princípio da equidade", referiu José<br />

Sócrates, salientando que "provavelmente não<br />

haverá outros serviços que mereçam ser tão<br />

públicos como o SNS"<br />

Segundo o primeiro-ministro, "o SNS obedeceu<br />

a uma vontade política. Devemos celebrar<br />

a visão política daqueles que não hesitaram um<br />

minuto na criação do SNS. O Serviço Nacional<br />

de Saúde é - e será - sempre um trabalho inacabado;<br />

um trabalho sem fim'', adiantou ainda ...<br />

"Nestes últimos quatro anos o Governo deu<br />

um contributo muito positivo para o SNS,<br />

com a reforma dos Cuidados Continuados e<br />

Integrados onde se pretende introduzir uma<br />

dimensão que não existia. A sua introdução<br />

passa por mais cuidados - e cuidados mais especializados<br />

- aos idosos da nossa sociedade",<br />

destacou o primeiro-ministro.<br />

Durante esta cerimónia esteve também presente<br />

a ministra da Saúde, Ana Jorge, mencionando<br />

que "o SNS é o serviço público<br />

nacional com mais impacto. O SNS foi uma<br />

promessa e um fruto da nossa democracia.".<br />

''A esperança de vida tem vindo a aumentar e<br />

isto deve-se à melhoria na qualidade de vida<br />

das pessoas. O acesso gratuito aos centros de<br />

saúde foi um avanço. Em 2000 Portugal esteve<br />

em 12° lugar a nível mundial, segundo<br />

o relatório da Organização Mundial de Saúde<br />

(OMS). Temos um SNS que é um servi-<br />

ço seguro e uma rede de Cuidados de Saúde<br />

Primários que abrange toda a população. Tem<br />

havido um forte investimento. Em 2008,<br />

a OMS reconhece Portugal como um bom<br />

exemplo a nível mundial", destacou a ministra<br />

da Saúde durante as celebrações.<br />

Para Ana Jorge, "a diminuição das taxas de<br />

mortalidade e de morbilidade e o aumento<br />

da esperança de vida é, também, fundamental<br />

para o avanço da economia. No campo<br />

da Saúde, a melhoria dos serviços deve ser o<br />

objectivo primordial. A recente alteração da<br />

comparticipação dos medicamentos foi um<br />

passo básico e essencial, pois os genéricos passaram<br />

a ser comparticipados a 100% para os<br />

pensionistas com rendimentos inferiores ao<br />

salário mínimo nacional. Para além do Estado<br />

ajudar os mais idosos, incentiva os genéricos".<br />

A ministra da Saúde acrescentou ainda que<br />

"a política de Saúde tem centrado a sua actuação<br />

no desenvolvimento dos cuidados<br />

continuados, aumentando a respectiva Rede.<br />

No desafio para o futuro centra-se a necessidade<br />

de combinar equidade com eficiência",<br />

salientou ainda. Ana Cruz am<br />

Agora também<br />

em sua casa ...<br />

1


Políticos divididos<br />

30<br />

O país que tem sido apresentado sempre como o contraponto<br />

ao modelo social europeu vai encetar uma das maiores reformas<br />

do seu sistema de saúde. Para isso, o presidente norte-americano<br />

Barack Obama terá de convencer os membros do Congresso<br />

que as mudanças que aproximarão o seu sistema de saúde<br />

dos da maioria dos países da União Europeia, não se vai traduzir<br />

num aumento incomportável de custos que leve a um aumento<br />

de impostos. A s~úde é, também, nos Estados Unidos,<br />

um negócio privado e há muita gente que não vê com bons<br />

olhos uma maior intervenção estatal no sector.<br />

O<br />

presidente norte-americano Barack<br />

Obama está a braços com<br />

uma severa contestação ao seu<br />

plano de reformar profundamente o actual<br />

sistema de saúde que vigora nos Estados<br />

Unidos, assente em seguros de saúde. A sua<br />

mais emblemática medida neste âmbito é,<br />

precisamente, o alargamento da cobertura<br />

do sistema, já que cerca d e 47 milhões de<br />

americanos não possuem plano ou seguro<br />

de saúde. E uma das principais questões<br />

levantadas pelos adversários da reforma<br />

é como será financiado o aumento dos<br />

custos com a saúde, que já contribui de<br />

maneira muito significativa para. o défice<br />

orçamental do país.<br />

O presidente continua a insistir que quer<br />

as leis da refo rma assinadas até ao fi nal<br />

deste an o e propõe-se "red uzir custos, aumentar<br />

a escolha e garantir a cobertura a<br />

todos os cidadãos norte-american os". Ou<br />

seja, como sublinhou perante a Associação<br />

M édica Norte-Americana (AMA), é preciso<br />

"arranjar o que está partido e construir<br />

sobre o que funciona".<br />

A reforma foi d uramen te criticada no Congresso,<br />

tanto por republicanos da oposição<br />

como por membros do próprio Partido<br />

Democrata do presiden te. Actualmente,<br />

cinco com issões do Congresso estão a an a­<br />

lisar as propostas e, apesar de haver alguns<br />

pontos co nsensuais, há grandes d úvidas<br />

sobre co mo o executivo d e Obama irá conseguir<br />

os fundos para financiar a exp ansão<br />

da cobertura dos seguros.<br />

Para o presidente, a questão é m uito simples.<br />

Esta reforma não só não vai aumentar<br />

o défice ou os impostos que recaem sobre<br />

a classe m édia, com o poderá ser um forte<br />

empurrão para a debilitada economia<br />

norte-americana. "En quanto resgatamos a<br />

econom ia de uma crise de grandes proporções,<br />

devemos reconstruí-la mais forte e a<br />

reforma do sistema de saúde é um ponto<br />

vital n este esforço", afirmou.<br />

Uma d as soluções defend idas por Obama<br />

seria aumentar apenas os im postos às famílias<br />

ricas, com rendas acima de um milhão<br />

de dólares. O que para alguns analistas do<br />

orçamento do Congresso não seria o suficiente.<br />

Para eles, o plan o acrescen taria 239<br />

m il milh ões de dólares ao défice e ao longo<br />

d e 10 anos. Mas O bama contraria essa<br />

ideia: "Afirmo que a reforma do sistema de<br />

saúde não pesará em nosso défice na próxima<br />

década - e falo a sério".<br />

31


As propostas de Obama<br />

Por isso, defende que os custos do Estado<br />

na saúde devem ter um apertado controlo.<br />

"Vou ser claro. Se não controlarmos estes<br />

custos, não poderemos controlar o nosso<br />

défice. Se não reformarmos o sistema de<br />

saúde, os custos continuarão a atingir níveis<br />

vertiginosos. Se não agirmos, 14.000<br />

americanos continuarão a perder a sua cobertura<br />

médica todos os dias. Estas são as<br />

consequências da falca de acção".<br />

Concorrência aos privados<br />

O presidence norte-americano propõe ainda<br />

a criação de uma empresa seguradora de<br />

saúde do governo, que poderia concorrer<br />

com as empresas privadas. Uma proposta<br />

que foi encarada com muica desconfiança<br />

por parte de alguns sectores da sociedade<br />

dos Estados Unidos. A concorrência es catal<br />

aos privados, além do aumento substancial<br />

de custos, é um dos grandes pecados apancados<br />

pelos críticos da reforma.<br />

Para o presidente Barack Obama, uma das<br />

outras verten ces importantes desta reforma<br />

é ainda o enfâse dado aos cuidados primários.<br />

A prevenção de algumas patologias<br />

como a obesidade - que passa por criar um<br />

programa de ensino de alimentação saudável<br />

nas escolas -<br />

e o apoio à formação e<br />

fixação de clínicos gerais e de enfermeiros<br />

fora dos grandes centros urbanos são apostas<br />

fundamentais. mo<br />

- Os cidadãos que quiserem poderão manter os seus médicos e os seus planos de saúde.<br />

- Mudar os registos médicos de papel para um sistema "paperless", que permita a sua<br />

migração e a consulta por qualquer médico em qualquer ponto do país. É também<br />

considerada como uma forma de diminuir erros médicos na dispensa de medicação e<br />

na redução de exames desnecessários.<br />

- Investimento substancial na prevenção, nomeadamente em áreas como a obesidade,<br />

cancro, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças pulmonares e AVC's.<br />

- Pagar aos hospitais e médicos pelo tratamento conjunto de doentes crónicos e não<br />

por cada acto realizado.<br />

- Repensar os custos da educação médica e recompensar os estudantes que escolham<br />

ser clínicos gerais em áreas geográficas mais remotas. Neste âmbito, insere-se o investimento<br />

no "National Health Service Corps", que tornará a formação médica financeiramente<br />

mais acessível para médicos e enfermeiros na área dos cuidados primários.<br />

- Melhorar a qualidade da informação médica aos médicos e doentes, através do investimento<br />

na pesquisa de novos e melhores tratamentos para várias patologias.<br />

- Reduzir a prática excessiva da medicina defensiva.<br />

- Ampliar o papel da comissão "Medicare Payment Advisory Commission", que já<br />

propôs poupanças na ordem dos 200 mil milhões de dólares, que, no entanto, não<br />

foram transformadas em lei.<br />

- Possibilidade de participação num programa de troca de seguros de saúde (Health<br />

lnsurance Exchange), para cada cidadão escolher o melhor plano para si e a sua família.<br />

- Pôr fim à prática das seguradoras de recusar o pagamento alegando condições de<br />

saúde pré-existentes.<br />

- Utilizar os reembolsos do Medicare para reduzir eventuais readmissões hospitalares.<br />

- Introduzir medicamentos biológicos genéricos no mercado.<br />

- Reduzir os pagamentos aos hospitais pelo tratamento de cidadãos sem seguros de saúde.<br />

32


DIÁRIO DA REPÚBLICA<br />

A GH apresenta a legislação mais relevante publicada em Diário da República de 8 de Junho a 21 de<br />

Julho.<br />

34<br />

Ministério da Saúde<br />

Decreto-Lei n. 0 1457<strong>2009</strong>, de 17 de Junho<br />

Estabelece as regras a que devem obedecer a investigação, o<br />

fabrico, a comercialização, a entrada em serviço, a vigilância<br />

e a publicidade dos dispositivos médicos e respectivos<br />

acessórios e transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva<br />

n. 0<br />

2007/47/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,<br />

de 5 de Setembro<br />

Portaria n. 0<br />

766/<strong>2009</strong>, de 16 de Julho<br />

Actualiza os programas de formação das áreas profissionais<br />

de especialização de angiologia/ cirurgia vascular e<br />

radioterapia<br />

Ministério Ciência, Tecnologia e Ensino Sup.<br />

Portaria n. 0 758/<strong>2009</strong>, de 15 de Junho<br />

Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem<br />

Comunitária na Escola Superior de Saúde do Instituro<br />

Politécnico de Viseu e aprova o respectivo plano de estudos<br />

Ministérios das Financas , e da Administracão ,<br />

Pública e da Saúde<br />

Despacho n. 0 13671/<strong>2009</strong>, Série II, de 15 de Junho<br />

Alteração da composição da comissão de avaliação de propostas<br />

do concurso de parceria público-privada relativo ao<br />

Hospital Central do Algarve<br />

Despacho n. 0 13672/<strong>2009</strong>, Série II, de 15 de Junho<br />

Despacho n. 0 14122/<strong>2009</strong>, Série II, de 23 de Junho Alteração da composição da comissão de avaliação das pro­<br />

Comparticipação dos medicamentos destinados à pro-<br />

filaxia de rejeição aguda do transplante renal alogénico,<br />

do transplante cardíaco alogénico e do transplante hepático<br />

alogénico<br />

Despacho n. 0<br />

14123/<strong>2009</strong>, Série II, de 23 de Junho<br />

Comparticipação de medicamentas destinados ao tratamentO<br />

da artrite reumatóide e da espondilite anquilosante<br />

Despacho n. 0<br />

14223/<strong>2009</strong>, Série II, de 24 de Junho<br />

Procede à aprovação da Estratégia Nacional para a Qualidade<br />

na Saúde<br />

Despacho n. 0<br />

14879/<strong>2009</strong>, Série II, de 02 de Julho<br />

Determina a criação do Banco Público de Células do Cordão<br />

Umbilical nas instalações do Centro de Histocompatibilidade<br />

do Norte<br />

Despacho n. 0<br />

16548/<strong>2009</strong>, Série II, de 21 de Julho<br />

D etermina que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo<br />

Jor e, I. P. (INSA), articule a coordenação e cooperação entr<br />

._;~ a /a a.ta I nac"onal, constituindo uma rede<br />

'"' \j U i\J DE<br />

de labo ~1WJ~ p~~L


Construimos um novo tipo<br />

de Companhia de Cuidados de Saúde.<br />

•<br />

Rua Agua.va dos Açores. 16<br />

2735 557 Agua1va · Cacem<br />

PORTUGAL<br />

.,..e f 214 339 300 1 r:ax 214 312 052<br />

www schering-o!ough com<br />

ffJ Schering-Plough<br />

Schering-Plough Farma, Lda.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!