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Revista Março 2018 Final final

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A História do Tijolo de Adobe<br />

Cristiano Casimiro<br />

A palavra Adobe /əˈdoʊbiː/ existe a mais de<br />

4.000 anos, com uma ou outra diferença na<br />

pronuncia ou na forma de escrever. A<br />

palavra foi cunhada no Egito antigo para<br />

designar um tijolo de barro seco ao sol. Os<br />

romanos, também, conheciam a técnica de<br />

tijolos de barro. Os Coptas no Egito<br />

chamavam de “Tobe”( tijolo de barro). Os<br />

árabes deram o nome ao tijolo de barro de<br />

“Al Tube” (o tijolo), este mesmo, árabes<br />

introduziram a técnica de tijolo de barro na<br />

península Ibérica. Na Espanha ficou<br />

conhecido como Abdobe (Al dobe), e é<br />

assim que conhecido atualmente o tijolo de<br />

barro que é seco ao sol.<br />

É considerado um dos antecedentes<br />

históricos do tijolo e seu processo<br />

construtivo é uma forma rudimentar de<br />

alvenaria. Adobes são tijolos de terra crua,<br />

água e palha e algumas vezes outras fibras<br />

naturais, moldados em formas por processo<br />

artesanal ou semi-industrial.<br />

Um dos mais antigos materiais de<br />

construção foi amplamente utilizado nas<br />

civilizações do crescente fértil, em especial<br />

no Antigo Egito e Mesopotâmia.<br />

O adobe foi inserido no Brasil pelos<br />

portugueses no período colonial. O ideal<br />

consistia em usar as grossas paredes como<br />

alternativa de defesa para o intenso calor. A<br />

dificuldade de se conseguir outros materiais<br />

construtivos e grande quantidade de<br />

matéria prima disponível consolidou sua<br />

utilização. Para a produção do adobe era<br />

utilizada primordialmente mão de obra<br />

escrava e a técnica atravessou gerações<br />

decorrendo até os dias atuais.<br />

Nas construções em alvenaria no período<br />

colonial brasileiro, ele seria reservado para<br />

partes secundárias, contudo, igrejas<br />

inteiras puderam ser construídas em adobe<br />

como, por exemplo, a Matriz Nossa<br />

Senhora de Nazaré de Santa Rita Durão,<br />

e m M a r i a n a , A d u r a b i l i d a d e d o<br />

c o m p o n e n t e é c o m p r o v a d a p e l a<br />

persistência desses exemplares e suas<br />

boas condições físicas após o decorrer dos<br />

séculos. A técnica foi amplamente difundida<br />

e aprimorada em toda parte do Brasil.<br />

Construídos com barro e palha (tal como<br />

nos é descrito na Bíblia, no livro do Êxodo),<br />

os tijolos de adobe eram muito utilizados<br />

pelas técnicas quotidianas de construção,<br />

ainda que grandes monumentos destas<br />

c i v i l i z a ç õ e s a e l e r e c o r r e s s e m .<br />

E f e t i v a m e n t e , o s z i g u r a t e s ( n a<br />

Mesopotâmia) e as mastabas (no Egito)<br />

foram feitos essencialmente com tijolos de<br />

adobe, utilizando basicamente as mesmas<br />

técnicas de construção utilizadas em<br />

edifícios "menos nobres". A antiga cidadela<br />

de Arg-é Bam, em Bam, cidade da província<br />

Kerman no sudeste do Irã é a maior<br />

construção em adobe do mundo construída<br />

em 500 a.C.<br />

O adobe foi utilizado em diversas partes do<br />

mundo, especialmente nas regiões quentes<br />

e secas. Com o advento da industrialização<br />

no século XIX, as técnicas em arquitetura<br />

de terra foram, aos poucos, sendo<br />

abandonadas.<br />

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