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A História do Tijolo de Adobe<br />
Cristiano Casimiro<br />
A palavra Adobe /əˈdoʊbiː/ existe a mais de<br />
4.000 anos, com uma ou outra diferença na<br />
pronuncia ou na forma de escrever. A<br />
palavra foi cunhada no Egito antigo para<br />
designar um tijolo de barro seco ao sol. Os<br />
romanos, também, conheciam a técnica de<br />
tijolos de barro. Os Coptas no Egito<br />
chamavam de “Tobe”( tijolo de barro). Os<br />
árabes deram o nome ao tijolo de barro de<br />
“Al Tube” (o tijolo), este mesmo, árabes<br />
introduziram a técnica de tijolo de barro na<br />
península Ibérica. Na Espanha ficou<br />
conhecido como Abdobe (Al dobe), e é<br />
assim que conhecido atualmente o tijolo de<br />
barro que é seco ao sol.<br />
É considerado um dos antecedentes<br />
históricos do tijolo e seu processo<br />
construtivo é uma forma rudimentar de<br />
alvenaria. Adobes são tijolos de terra crua,<br />
água e palha e algumas vezes outras fibras<br />
naturais, moldados em formas por processo<br />
artesanal ou semi-industrial.<br />
Um dos mais antigos materiais de<br />
construção foi amplamente utilizado nas<br />
civilizações do crescente fértil, em especial<br />
no Antigo Egito e Mesopotâmia.<br />
O adobe foi inserido no Brasil pelos<br />
portugueses no período colonial. O ideal<br />
consistia em usar as grossas paredes como<br />
alternativa de defesa para o intenso calor. A<br />
dificuldade de se conseguir outros materiais<br />
construtivos e grande quantidade de<br />
matéria prima disponível consolidou sua<br />
utilização. Para a produção do adobe era<br />
utilizada primordialmente mão de obra<br />
escrava e a técnica atravessou gerações<br />
decorrendo até os dias atuais.<br />
Nas construções em alvenaria no período<br />
colonial brasileiro, ele seria reservado para<br />
partes secundárias, contudo, igrejas<br />
inteiras puderam ser construídas em adobe<br />
como, por exemplo, a Matriz Nossa<br />
Senhora de Nazaré de Santa Rita Durão,<br />
e m M a r i a n a , A d u r a b i l i d a d e d o<br />
c o m p o n e n t e é c o m p r o v a d a p e l a<br />
persistência desses exemplares e suas<br />
boas condições físicas após o decorrer dos<br />
séculos. A técnica foi amplamente difundida<br />
e aprimorada em toda parte do Brasil.<br />
Construídos com barro e palha (tal como<br />
nos é descrito na Bíblia, no livro do Êxodo),<br />
os tijolos de adobe eram muito utilizados<br />
pelas técnicas quotidianas de construção,<br />
ainda que grandes monumentos destas<br />
c i v i l i z a ç õ e s a e l e r e c o r r e s s e m .<br />
E f e t i v a m e n t e , o s z i g u r a t e s ( n a<br />
Mesopotâmia) e as mastabas (no Egito)<br />
foram feitos essencialmente com tijolos de<br />
adobe, utilizando basicamente as mesmas<br />
técnicas de construção utilizadas em<br />
edifícios "menos nobres". A antiga cidadela<br />
de Arg-é Bam, em Bam, cidade da província<br />
Kerman no sudeste do Irã é a maior<br />
construção em adobe do mundo construída<br />
em 500 a.C.<br />
O adobe foi utilizado em diversas partes do<br />
mundo, especialmente nas regiões quentes<br />
e secas. Com o advento da industrialização<br />
no século XIX, as técnicas em arquitetura<br />
de terra foram, aos poucos, sendo<br />
abandonadas.<br />
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