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Foz do Iguaçu, segunda-feira 9 de abril de 2018<br />
MANIFESTAÇÃO<br />
Cidade<br />
09<br />
Policiais pedem o fim da violência<br />
contra profissionais da segurança pública<br />
Representantes se reuniram em ato simbólico na Praça do Mitre; vestindo preto, eles<br />
homenagearam colegas de farda que morreram em decorrência da profissão<br />
Da redação<br />
Reportagem<br />
Militares e civis se<br />
reuniram, na tarde de sábado<br />
(7), em manifestação<br />
pelo fim da violência<br />
contra policiais e agentes<br />
da segurança pública em<br />
todo o país. Acompanhados<br />
de familiares e amigos,<br />
eles ocuparam a Praça<br />
do Mitre, na região<br />
central, onde estenderam<br />
faixas, fizeram orações e<br />
acenderam velas em homenagem<br />
aos colegas de<br />
farda que morreram em<br />
decorrência da profissão.<br />
Cada policial vestia<br />
uma camiseta de cor preta<br />
com a frase: "Apoie<br />
quem te protege, mesmo<br />
com o risco da própria<br />
vida". A ideia era chamar<br />
a atenção da população<br />
em um pedido de paz e<br />
respeito pela vida dos profissionais<br />
que trabalham<br />
para manter a ordem e a<br />
segurança em qualquer<br />
situação.<br />
Alguns representantes<br />
das forças de segurança de<br />
Foz leram textos e fizeram<br />
reflexões lembrando as dificuldades,<br />
os desafios e<br />
também a honra da profissão<br />
que escolheram.<br />
"Enquanto todos dormem<br />
no aconchego de suas casas,<br />
os policiais estão nas<br />
ruas enfrentando chuva,<br />
frio e todo tipo de perigo.<br />
Policiais acenderam velas em homenagem aos colegas que morreram em<br />
decorrência da profissão<br />
Enquanto todos dormem,<br />
estamos divididos entre o<br />
medo da morte e a árdua<br />
missão de fazer a segurança<br />
pública. Enquanto todos<br />
dormem, nós esperamos<br />
o momento de voltar<br />
para a casa, ver a família<br />
e dizer que, apesar da noite<br />
difícil, estamos de volta",<br />
diz o trecho de um dos<br />
textos lidos pela cabo da<br />
reserva da Polícia Militar<br />
Silvana Lima da Silva.<br />
Silvana aproveitou o<br />
momento para homenagear<br />
o marido, morto durante<br />
uma rebelião na Cadeia<br />
Pública Laudemir Neves<br />
em 2006. "Nós saímos de<br />
casa para trabalhar e enfrentamos<br />
todos os tipos<br />
de perigos possíveis. Nós<br />
vamos a lugares que as<br />
pessoas nem imaginam<br />
para resolver situações de<br />
troca de tiros, resgate... é<br />
uma doação. Nossa intenção<br />
com essa manifestação<br />
é fazer com que a população<br />
perceba que o<br />
policial escolheu essa profissão<br />
disposto a doar a<br />
vida para salvar a de outra<br />
pessoa, mas que não<br />
deixa de ser humano, por<br />
isso merece respeito e reconhecimento",<br />
disse.<br />
Ato simbólico faz parte da campanha "Apoie<br />
quem te protege"<br />
Ranking<br />
O número de policiais<br />
mortos em confronto ou<br />
fora de serviço no Brasil<br />
saltou de 437 em 2016 para<br />
542 no ano passado. Neste<br />
ano, esse índice já passa de<br />
cem. No ranking nacional, o<br />
Paraná ocupa o nono lugar<br />
com o maior número de<br />
violência contra PMs e civis<br />
em todo o país.<br />
"Essa situação na qual<br />
agentes de segurança<br />
pública morrem em razão<br />
da sua função não pode ser<br />
vista como normal, por isso<br />
chamamos a sociedade para<br />
nos ajudar a demonstrar<br />
uma comoção, um carinho<br />
com quem ajuda a proteger<br />
e, principalmente,<br />
demonstrar que não<br />
queremos que mais<br />
profissionais morram da<br />
forma como está<br />
ocorrendo", explicou a<br />
soldado Scheila Melo.<br />
"Apoie quem te protege"<br />
A campanha nacional<br />
"Apoie quem te protege,<br />
mesmo com o risco da vida"<br />
foi criada em fevereiro do<br />
ano passado, após a morte<br />
de um soldado da Polícia<br />
Militar, que foi baleado<br />
durante o atendimento de<br />
um assalto, na cidade de<br />
Palhoça (SC). Thiago<br />
Roberto Ferreira, 30 anos,<br />
foi alvejado na cabeça e<br />
morreu a caminho de um<br />
hospital. Após a ocorrência,<br />
o comandante-geral da<br />
PMSC, coronel Paulo<br />
Henrique Hemm,<br />
manifestou-se em um vídeo<br />
divulgado nas redes sociais,<br />
no qual é feito um apelo à<br />
população.