Revista Penha | abril 2018
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França.
Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
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Nair iniciou o seu percurso há doze anos e, há quatro,<br />
criou a marca NAIR XAVIER. Tirou um curso profissional<br />
na Magestil, depois seguiu para Londres, de onde veio em<br />
2011 com uma licenciatura em moda pelo London College<br />
of Fashion. Já apresentou várias coleções na Moda<br />
Lisboa – Sangue Novo e Plataforma LAB –, foi uma das<br />
criadoras a vencer um dos Prémios Novos da Fundação<br />
Gulbenkian, é embaixadora da Agência Nacional para a<br />
Qualificação e o Ensino Profissional, já deu aulas de figurinismo<br />
no Chapitô, durante um ano foi a designer da marca<br />
de roupa de homem Dielmar, teve em 2017 uma parceria<br />
com a marca de alfaiates Diniz & Cruz, é regularmente<br />
mencionada em publicações nacionais e internacionais,<br />
como a Vogue Portugal ou a Forbes, e já vendeu roupa<br />
para a Bélgica, Chipre ou França.<br />
ROUPA CLÁSSICA, MAS CONTEMPORÂNEA<br />
Apesar do seu sólido currículo, o caminho que percorre não é fácil. “Em<br />
Portugal, na área da moda para homem são só dificuldades, o dobro das<br />
que há para a roupa de mulher”.<br />
O seu estilo é clássico, mas ao mesmo tempo contemporâneo e versátil,<br />
as suas criações são feitas a pensar nos detalhes e na qualidade, mas<br />
por cá são poucos os que optam por investir neste tipo de roupa. “Hoje<br />
só quase um extraterrestre vai à modista e perdeu-se o hábito de juntar<br />
dinheiro para comprar uma peça em especial”.<br />
A indústria também não ajuda. “A indústria têxtil em Portugal é enorme,<br />
mas é muito difícil conseguir um patrocínio ou mesmo comprar cá tecidos,<br />
que maioritariamente são vendidos em grandes quantidades. Acabo por<br />
ter de ir comprar lá fora, por exemplo a Itália, que vende em quantidades<br />
menores, que são as que preciso”.<br />
NAIR XAVIER está numa fase de transição. Mudou-se para a <strong>Penha</strong> de<br />
França, tendo trocado o seu atelier na LX Factory por um espaço amplo<br />
que partilha com o fotógrafo João Ferreira, dois stylists e outro amigo, que<br />
está a iniciar uma editora de discos.<br />
“É ótimo para mim, estou perto de tudo. Vou à Baixa num instante comprar<br />
alguma coisa que precise, a vizinhança é simpática, as senhoras<br />
mais velhas sentam-se aqui à porta no verão e metem-se connosco”.<br />
Neste momento, trabalha para mudar o percurso que tem feito até agora:<br />
“Eu não quero ser fotografada”, desabafa Nair, “quero mostrar e vender<br />
a minha roupa”.<br />
A designer de moda, que tem sido elogiada porque “percebe como os<br />
homens querem vestir”, tem um objetivo: “Daqui a 20 anos deparar-me<br />
com uma peça NAIR XAVIER ainda impecável, já vintage”.<br />
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