EFEITOS DO TABACO NA FECUNDIDADE E NA GRAVIDEZ* - BIPS
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ACONSELHAR GRÁVIDAS A DEIXAR DE FUMAR CAUSA STRESSE?<br />
Com a finalidade de estudar se o<br />
aconselhamento intensivo para deixar de<br />
fumar causa stresse nas grávidas foi realizado<br />
um ensaio aleatório e controlado<br />
com 900 participantes. Estas mulheres<br />
foram aleatoriamente distribuídas por 3<br />
grupos:<br />
• O grupo A (controlo) teve um<br />
aconselhamento breve de acordo com<br />
a rotina clínica no Reino Unido;<br />
• O grupo B recebeu aconselhamento<br />
mais intensivo: foi avaliado com base<br />
no Modelo Transteórico da Mudança de<br />
Proshaska e DiClemente, foi alvo de 3<br />
sessões de exercícios com base em<br />
materiais de auto-ajuda para parar de<br />
fumar ajustados à fase em que se situavam<br />
no Modelo da Mudança e receberam<br />
orientação e aconselhamento<br />
personalizado para deixar de fumar<br />
• O grupo C realizou as mesmas actividades<br />
do grupo B e também 3 sessões<br />
de 20 minutos num programa<br />
interactivo de computador.<br />
Os níveis de stresse nas grávidas foram<br />
medidos com base no Perceived Stress Scale<br />
(PSS) em vários momentos (baseline, 30 semanas<br />
de gestação, 1 mês antes do parto e<br />
10 dias após o parto)<br />
As medidas do grau de stresse não são<br />
significativamente diferentes nos vários<br />
momentos e nos 3 grupos estudados. Também<br />
não foram encontradas diferenças<br />
nos níveis de stresse das grávidas que<br />
declararam ser importante para si<br />
corresponder às expectativas dos profissionais<br />
de saúde parando de fumar, ou nas<br />
grávidas que deixaram de fumar mas recaíram<br />
ou nas que estavam grávidas pela<br />
primeira vez.<br />
Os autores concluíram que a recomendação<br />
às grávidas para parar de fumar e o<br />
aconselhamento intensivo nesse sentido<br />
não estão associados ao aumento do grau<br />
de stresse e, portanto, que o<br />
aconselhamento para parar de fumar na<br />
gravidez deve ser integrado na prática dos<br />
profissionais de saúde materna sem o receio<br />
de agravar o stresse na gravidez.<br />
Os autores ressalvam que estes resultados<br />
podem dever-se ao modo como estas<br />
intervenções, foram realizadas, com base<br />
ABORDAGEM MOTIVACIO<strong>NA</strong>L COM GRÁVIDAS<br />
QUE CONSUMIAM ÁLCOOL<br />
São conhecidos os riscos para o feto do<br />
consumo de álcool durante a gravidez.<br />
A finalidade deste estudo foi avaliar a<br />
eficácia de uma Abordagem Motivacional<br />
breve com grávidas que bebiam<br />
álcool. A amostra foi constituída por 42<br />
grávidas que declararam ter bebido pelo<br />
menos uma vez no mês passado. Estas<br />
grávidas foram aleatoriamente<br />
distribuídas por dois grupos, um que<br />
recebeu informação por escrito sobre o<br />
consumo de álcool na gravidez e outro<br />
que foi alvo de uma sessão preparada<br />
de acordo com os princípios da<br />
Abordagem Motivacional. Nesta sessão<br />
as grávidas discutiam os resultados da<br />
avaliação do seu comportamento e a<br />
informação sobre os potenciais riscos da<br />
exposição dos bebés ao álcool. Os<br />
principais objectivos das intervenções<br />
foram aumentar a consciência das<br />
grávidas para as consequências de beber<br />
e promover a mudança no sentido da<br />
abstinência do consumo de álcool<br />
durante a gravidez.<br />
Na avaliação, realizada 2 meses após a<br />
intervenção, as 32 grávidas que foi<br />
possível acompanhar tinham reduzido a<br />
quantidade de álcool e os níveis de<br />
intoxicação alcoólica. As grávidas que no<br />
início da gravidez tinham níveis mais<br />
elevados de taxa de alcoolémia e que<br />
foram alvo da intervenção com base na<br />
Abordagem Motivacional apresentaram<br />
uma redução significativa dessa taxa. O<br />
estudo concluiu que a Abordagem<br />
Motivacional é eficaz nas intervenções<br />
com o objectivo de reduzir o consumo de<br />
álcool durante a gravidez, em especial<br />
nos casos mais graves. Nos casos menos<br />
graves, abordar o comportamento e<br />
disponibilizar materiais informativos pode<br />
ser suficiente.�<br />
Handmaker, N.S., Miller, W.R., & Manicke, M.<br />
Journal of Studies on Alcohol, 60, 1999, 285-287<br />
página03<br />
no Modelo Transteórico da<br />
Mudança e na Abordagem<br />
Centrada na Pessoa, que<br />
são reconhecidas como<br />
estratégias que não causam<br />
stresse. Também<br />
nos materiais utilizados<br />
houve o cuidado de<br />
não enfatizar os perigos<br />
para o feto ou<br />
de não pressionar as<br />
grávidas a parar de<br />
fumar. É possível<br />
que estes resultados<br />
não se verifiquem<br />
quando as<br />
abordagens forem<br />
orientadas por princípios<br />
e com base em estratégias<br />
e materiais diferentes dos utilizados<br />
nesta investigação.�<br />
Paul Aveyard et al., Is advice to stop smoking from<br />
a midwife stressful for pregnant women who<br />
smoke? Data from a randomised controlled trial,<br />
Preventive Medicine, 40, 2005 575-582<br />
Sabia que?<br />
FUMAR AFECTA A<br />
CAPACIDADE<br />
REPRODUTIVA DA<br />
MULHER<br />
As mulheres que fumam têm uma<br />
menopausa precoce. Esta ocorre, em<br />
média, por volta dos 47 anos nas<br />
fumadoras e depois dos 49 nas não<br />
fumadoras. As fumadoras têm<br />
problemas uterinos mais frequentes<br />
do que as não fumadoras. Além<br />
disso, fumar afecta a função<br />
fertilizante das mulheres e diminui as<br />
suas possibilidades de engravidar.<br />
Estes dados são ainda mais relevantes<br />
quando sabemos que cada vez mais<br />
mulheres desejam ter filhos depois<br />
dos 35 anos de idade.<br />
Nouvelles de l’AT (www.at-suisse.ch) and F. Di<br />
Prospero et al., Cigarette smoking damages<br />
women’s reproductive life, in: Reproductive<br />
BioMedicine Online 2004; 8: 246-24.<br />
www.rbmonline.com