F&N192
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DOSSIER<br />
MAIORIA PARLAMENTAR SÓ NÃO VERGA A CIDADANIA<br />
QUASE "MEIO MUNDO" CONTE<br />
REPATRIAMENTO DE CAPITAI<br />
Os dias que antecedem o<br />
início da contagem dos<br />
seis meses reservados ao<br />
repatriamento voluntário<br />
mostram críticas de vários<br />
cantos de Angola, todas no<br />
sentido de uma legislação<br />
a amnistiar crimes de peculato.<br />
Pequenas e médias<br />
empresas sentem que<br />
podem ser engolidas pelos<br />
homens do grande capital<br />
Textos: João Marcos / Fotos: Arquivo F&N<br />
A<br />
exclusão da proposta<br />
da UNITA na aprovação<br />
do instrumento<br />
legal para o repatriamento<br />
de capitais domiciliados<br />
no exterior,<br />
receada por académicos e figuras da<br />
sociedade civil na fase do debate parlamentar,<br />
surge, hoje, como um mal<br />
menor quando analisado o choque<br />
frontal para uma classe empresarial<br />
à procura de sobrevivência, quase<br />
convicta de que estará a caminho a<br />
disputa capaz de sufocar operadores<br />
de diversos ramos de actividade.<br />
Equiparada em meios políticos a<br />
uma porta aberta ao branqueamento<br />
de capitais, a Lei de Repatriamento<br />
de Recursos Financeiros, aprovada<br />
por conta e risco do Governo angolano,<br />
faz soar o alarme enquanto se<br />
aguarda pelo início da contagem dos<br />
180 dias para a voluntariedade, com<br />
o sentimento de medo a tomar conta<br />
de associações empresariais que recordam<br />
o velho problema da falta de<br />
incentivos.<br />
Na hora do grito de socorro, a<br />
Confederação Empresarial de Angola<br />
diz que o Presidente da República<br />
vê enfraquecido o discurso de combate<br />
à corrupção e à impunidade, ao<br />
passo que vários economistas alertam<br />
para a saída de capitais agora<br />
62 Figuras&Negócios - Nº 192 - MAIO 2018