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Revista Setcepar III

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Sindicatos<br />

O movimento dos caminhoneiros<br />

que parou o Brasil<br />

O primeiro semestre deste ano foi<br />

marcado pela paralisação dos<br />

caminhoneiros autônomos. Foi<br />

um movimento que literalmente<br />

parou o país por 11 dias e que<br />

alguns reflexos são sentidos mais<br />

de 40 dias após seu fim.<br />

De maneira geral, podemos dizer<br />

que a paralisação durou 11 dias,<br />

bloqueou estradas, causou desabastecimento<br />

e prejuízo em vários<br />

setores. Os caminhoneiros tiveram<br />

grande parte das suas demandas<br />

atendidas e o presidente da<br />

Petrobras, Pedro Parente, pediu<br />

demissão.<br />

Para relembrar como foram esses<br />

dias, fizemos uma linha do<br />

tempo:<br />

O protesto começou no dia 21 de<br />

maio, com a tomada de alguns<br />

pontos de rodovias federais e<br />

estaduais espalhadas pelo país. A<br />

Confederação Nacional dos Transportadores<br />

Autônomos (CNTA),<br />

disse na época que a categoria<br />

queria reduzir o preço dos tributos<br />

sobre o óleo diesel, a revisão da<br />

política de preços da Petrobrás e a<br />

extinção da cobrança de pedágios<br />

por eixos suspensos.<br />

No segundo dia, o movimento<br />

ganhou mais força e pelo menos<br />

24 estados registraram manifestações.<br />

O setor produtivo começou<br />

a sentir os efeitos da paralisação,<br />

seja pela falta de insumos ou<br />

dificuldade em escoar a produção.<br />

Como resposta, a Petrobras<br />

anunciou o primeiro recuo nos<br />

preços dos combustíveis, após<br />

cinco altas consecutivas e o ministro<br />

da Fazenda, Eduardo Guardia,<br />

anunciou a aprovação do projeto<br />

que prevê que a Contribuição de<br />

Intervenção do Domínio Econômico<br />

(Cide) dos combustíveis<br />

fosse zerada.<br />

No terceiro dia, os autônomos<br />

começaram a bloquear a entrada<br />

e saída de caminhões tanques<br />

das refinarias e iniciou a corrida<br />

por combustíveis em muitas cidades<br />

brasileiras. Na contrapartida, a<br />

Câmara dos Deputados aprovou o<br />

projeto que eliminou a cobrança<br />

do PIS/Cofins sobre o óleo diesel<br />

até o fim de 2018.<br />

No quarto dia, a paralisação<br />

ganhou ainda mais força e o<br />

governo, após uma reunião com<br />

representantes do setor do Transporte<br />

Rodoviário de Cargas anunciou<br />

ações para suspender a greve<br />

por 15 dias. Os grevistas, insatisfeitos<br />

com a maioria dos pontos do<br />

acerto, se negaram a suspender a<br />

paralisação.<br />

No quinto dia, outras categorias<br />

como taxistas, motoristas de<br />

aplicativos e motoboys se juntam<br />

aos caminhoneiros. Mais de 20<br />

estados e o Distrito Federal sofreram<br />

com o desabastecimento,<br />

principalmente de combustíveis.<br />

Em resposta, o Governo Federal<br />

publica um decreto que autoriza<br />

o uso das forças federais para<br />

liberar as rodovias.<br />

No sexto dia é a vez dos Petroleiros<br />

marcarem greve para o último<br />

dia do mês.<br />

No sétimo dia, os manifestantes<br />

voltam a pedir desconto de 10%<br />

do preço do óleo diesel cobrado<br />

na bomba, ampliação do desconto<br />

de 30 para 60 dias e a suspensão<br />

da cobrança de pedágio por<br />

eixo suspenso. O governo atende<br />

e anuncia a redução de R$ 0,46<br />

22 <strong>Setcepar</strong> Business

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