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Revista Setcepar III

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Sindicatos<br />

Confira a Tabela de Frete<br />

em nosso site<br />

www.setcepar.com.br<br />

do preço do diesel nas bombas<br />

de combustível.<br />

O presidente Michel Temer<br />

atende as reivindicações e são<br />

publicadas três medidas no<br />

Diário Oficial da União: determinação<br />

que 30% dos fretes da<br />

Companhia de Abastecimento<br />

(Conab) seja feita por caminhoneiros<br />

autônomos; instituição da<br />

Política de Preço Mínimo para o<br />

Transporte Rodoviário de Cargas<br />

(Tabela de Frete) que será publicada<br />

duas vezes ao ano levando<br />

em conta o frete mínimo por<br />

quilômetro de acordo com a<br />

mercadoria transportada e a<br />

isenção do pedágio por eixo<br />

suspenso.<br />

No oitavo dia, as entidades<br />

representativas dos grevistas se<br />

dizem satisfeitas com as medidas,<br />

mas os autônomos afirmam<br />

que a redução do diesel é temporária<br />

e a tabela de fretes atendem<br />

os grandes empresários do<br />

transporte e por isso a greve<br />

continua.<br />

No nono dia da greve, o que se<br />

vê por todo país são filas quilométricas<br />

nos postos de combustíveis<br />

e empresas e criadores<br />

sofrendo ainda mais com a paralisação.<br />

Muitos produtos, como<br />

leite no Paraná, são jogados fora.<br />

No décimo dia, a paralisação<br />

começa a perder sua força. O<br />

Governo garante que conseguiu<br />

garantir a retomada de 53% do<br />

abastecimento de combustível<br />

no país e a Advocacia Geral da<br />

União encaminha petição ao<br />

Supremo Tribunal Federal (STF)<br />

cobrando R$ 340 milhões de<br />

multas para 109 transportadoras.<br />

No décimo primeiro dia, 31 de<br />

maio, a greve enfim perde força<br />

e é encerrada.<br />

Reflexos:<br />

A paralisação dos caminhoneiros<br />

causou desabastecimentos que<br />

vão desde combustíveis até itens<br />

de primeira necessidade – hospitais<br />

cancelaram cirurgias eletivas e<br />

alguns não estavam mais recebendo<br />

novos pacientes nos prontos<br />

socorros pela falta de materiais<br />

essenciais, como oxigênio.<br />

Estima-se que pelo menos R$<br />

26,3 bilhões deixaram de circular<br />

na economia brasileira com<br />

negócios que não puderam ser<br />

fechados. Mais de R$ 3,8 bilhões<br />

deixaram de ser arrecadados, de<br />

acordo com o Instituto Brasileiro<br />

de Planejamento.<br />

Três tributos que equivalem<br />

cerca de 13% do combustível<br />

foram retirados e o ministro da<br />

Fazenda já anunciou que para<br />

compensar esses gastos não<br />

previstos pelo governo, haverá<br />

mais aumento de impostos.<br />

Técnicos da equipe econômica<br />

já admitem que, quando o Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e<br />

Estatística (IBGE) anunciar o<br />

Produto Interno Bruto (PIB) do<br />

segundo semestre, o resultado<br />

será uma queda de até 0,5%.<br />

Com isso, o crescimento da<br />

economia brasileira não ultrapassará<br />

1% em 2018. No dia 10 de<br />

julho, o Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI) divulgou relatório<br />

que reduz em 2,3% para 1,8% a<br />

estimativa do Brasil este ano.<br />

Ferrovias e Hidrovias:<br />

Uma coisa é certa. A greve<br />

demonstrou o quanto o Brasil é<br />

dependente do Transporte<br />

Rodoviário de Cargas. Na falta de<br />

ferrovias e hidrovias para transporte<br />

de produtos pesados, o<br />

país concretizou a teoria de que<br />

é totalmente dependente do<br />

TRC e que esse cenário não<br />

mudará a curto ou médio prazo.<br />

58% do transporte no país é feito<br />

pelas rodovias, é a maior concentração<br />

de transporte rodoviário<br />

do mundo. A malha rodoviária é<br />

utilizada para escoamento de<br />

75% da produção no país, seguida<br />

da marítima (9,2%), aérea<br />

(5,8%), ferroviária (5,4%) de<br />

acordo com a pesquisa Custos<br />

Logísticos do Brasil.<br />

Tabela do Frete:<br />

Muito se discutiu e se discordou<br />

das tabelas de fretes anunciadas<br />

pela ANTT logo após o fim da<br />

paralisação dos caminhoneiros<br />

autônomos. Somente no dia 11<br />

de julho, apoiados pelo governo<br />

federal que temia uma nova<br />

greve geral, os caminhoneiros<br />

venceram a disputa com representantes<br />

do agronegócio e da<br />

indústria. A Medida Provisória<br />

832, que estabelece valores mínimos<br />

para o frete foi aprovada na<br />

Câmara e no Senado e seguiu<br />

para a sanção presidencial.<br />

Os representantes dos caminhoneiros<br />

autônomos viram com<br />

euforia a aprovação da medida.<br />

<strong>Setcepar</strong> Business<br />

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