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Boletim BioPESB 2018 - Edição 31

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<strong>Boletim</strong> Biopesb<br />

Ciência, meio meio ambiente e e cidadania em em suas suas mãos<br />

ISSN - 2<strong>31</strong>6-6649 - Ano 8 - Nº <strong>31</strong> - <strong>2018</strong><br />

~ ,<br />

Educacao , cientifica<br />

e ambiental nas escolas<br />

Esta edição faz parte de uma iniciativa<br />

do <strong>BioPESB</strong> que visa divulgar e estimular<br />

iniciativas pedagógicas que buscam o interesse<br />

dos estudantes pela ciência para a solução de<br />

problemas ambientais.<br />

Sementes do<br />

amanha ~<br />

Escola Municipal Maria Auxiliadora G. B.<br />

Bonato desenvolve projeto de reciclagem em<br />

Rosário da Limeira.<br />

Página 3<br />

Instituto<br />

pagus<br />

Organização sem fins lucrativos desenvolve<br />

projeto de ecologia, cultura e cidadnia em<br />

Simonésia.<br />

Página 4 e 5<br />

horta na<br />

escola<br />

Recurso educacional e<br />

financeiro utilizado pela<br />

EE São Pedro do Glória<br />

em Fervedouro.<br />

, ConVida e<br />

arvore dos<br />

sonhos<br />

Escola Municipal<br />

Coronel João Vieira em São<br />

Sebastião da Vargem Alegre<br />

junta sonhos e sensibilização<br />

ambiental<br />

Viagem ,<br />

pedagogica<br />

ao pesb<br />

EFA Puris, em Araponga,<br />

leva seus alunos a<br />

desvendarem uma das<br />

trilhas do PESB<br />

Página 6 Página 7 Página 8<br />

FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE MINAS GERAIS<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 1 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:07


EscolasNoPESB Ano 8, n°<strong>31</strong> - Pág 2<br />

João Paulo Viana Leite<br />

Vivemos atualmente a<br />

sociedade do conhecimento,<br />

onde as descobertas<br />

nas áreas de ciência<br />

e tecnologia apesar de<br />

serem promissoras para a<br />

melhoria da humanidade,<br />

também podem causar<br />

danos ao meio ambiente<br />

e propiciar maior exclusão<br />

social. Esta visão reforça a<br />

importância da educação<br />

científica já nos primeiros<br />

anos das escolas, de forma<br />

a contribuir para a formação<br />

de um cidadão participante<br />

e bem informado<br />

sobre os impactos da<br />

ciência no seu meio. Neste<br />

contexto, a popularização<br />

e democratização da ciência<br />

atuam como mecanismo<br />

de participação social,<br />

exercendo a orientação<br />

do cidadão quanto às suas<br />

opções morais e políticas<br />

decorrentes dos impactos<br />

da ciência e tecnologia em<br />

sua vida.<br />

A precária educação<br />

científica detectada nos<br />

países em desenvolvimento,<br />

como o Brasil, vem comprometendo<br />

ainda mais a<br />

desigualdade social e a<br />

deterioração ambiental.<br />

Segundo a Declaração de<br />

Budapeste sobre a Ciência,<br />

a UNESCO enfatiza que<br />

“a distância entre pobres<br />

e ricos não se deve meramente<br />

ao fato dos pobres<br />

possuírem menos bens, mas<br />

também de eles serem, em<br />

boa parte, excluídos da<br />

criação e dos benefícios<br />

A educação científica nas escolas:<br />

inovar para transformar<br />

<strong>Boletim</strong> Biopesb<br />

Redação: Baeta Neves, Jéssica Silva,<br />

João Paulo Viana Leite,<br />

Rafael Mendes Teixeira<br />

Produção: Rafael Mendes Teixeira<br />

Diagramação: Jéssica Silva<br />

www.biopesb.ufv.br<br />

do conhecimento científico”.<br />

Este quadro se agrava<br />

quando levamos em consideração<br />

o ensino de ciência<br />

nas escolas brasileiras.<br />

Pelo último Programa Internacional<br />

de Avaliação de<br />

Estudantes (PISA), realizado<br />

com jovens de 15 e 16<br />

anos em 70 países, o Brasil<br />

alcançou 63ª posição no<br />

conhecimento de ciência.<br />

Em territórios de rica biodiversidade<br />

como da Serra<br />

do Brigadeiro, as escolas<br />

representam o eixo central<br />

para a busca de um<br />

meio ambiente sustentável<br />

e de desenvolvimento social<br />

e econômico para a<br />

região, pois constituem a<br />

base para a construção do<br />

conhecimento dos seus moradores.<br />

Neste contexto,<br />

foi pensado e estruturado<br />

esta edição do <strong>BioPESB</strong>. De<br />

acordo com a educadora<br />

Glaci Zancan, “o ensino<br />

de ciência deve cultivar a<br />

imaginação e criatividade<br />

de forma a propor novos<br />

paradigmas para a uma<br />

educação transformadora”.<br />

Nesta edição, você estará<br />

conhecendo exemplos<br />

de práticas educacionais,<br />

onde o ensino de ciência<br />

deixa ser meramente informativo<br />

para ser criativo<br />

e transformador. Por trás<br />

desses projetos estão educadores<br />

que propuseram<br />

novas experiências pedagógicas<br />

aos seus alunos<br />

e que podem servir de inspiração<br />

para outros(as)<br />

professores(as) da região.<br />

Dessa forma, o <strong>BioPESB</strong> dá<br />

mais um importante passo<br />

para impulsionar debates<br />

sobre a forma que se<br />

pratica a educação científica<br />

nas escolas da região,<br />

de forma a motivar também<br />

na formação de novos<br />

pesquisadores locais.<br />

Esta prática complementa<br />

a de popularização da<br />

ciência já implementada<br />

pelo <strong>Boletim</strong> <strong>BioPESB</strong>, auxiliando<br />

o cidadão a julgar<br />

a pertinência dos projetos<br />

de pesquisa e impactos<br />

tecnológicos ocorrentes na<br />

região.<br />

Se você educador(a) também<br />

desenvolve alguma<br />

prática inovadora na educação<br />

científica, entre em<br />

contato conosco. A sua<br />

iniciativa pode servir de<br />

inspiração para outros colegas.<br />

Editores-Chefes: João Paulo Viana Leite e<br />

Tiago Antônio de Oliveira Mendes<br />

Telefone: (<strong>31</strong>) 3899-3044<br />

E-mail: biopesbufv@gmail.com<br />

Endereço: Departamento de Bioquímica e<br />

Biologia Molecular - UFV<br />

CEP 36570-900, Viçosa - MG - Brasil<br />

Tiragem: 1.000 exemplares<br />

Apoio: Projeto financiado pelo Edital de<br />

Popularização da Ciência, da Tecnologia e<br />

da Inovação da Fapemig<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 2 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:09


EscolasNoPESB<br />

Jéssica Silva<br />

Sementes do Amanhã<br />

um projeto que une o conhecimento e a<br />

preservação ambiental<br />

Ano 8, n°<strong>31</strong>- Pág 3<br />

Ao ir no mercado, você<br />

já deve ter reparado na<br />

enorme quantidade de<br />

produtos cuja embalagem<br />

é feita em alumínio. São<br />

bebidas, molhos, conservas<br />

e diversos outros produtos<br />

que são armazenados<br />

nessas embalagens. Para<br />

termos uma ideia, em média,<br />

o brasileiro chega a<br />

consumir 117 latinhas de<br />

alumínio para bebidas por<br />

ano, número bem abaixo<br />

das 375 consumidas pelos<br />

americanos, segundo a<br />

Associação Brasileira de<br />

Alumínio (ABAL). Com esse<br />

enorme número de material<br />

sendo jogado fora, a<br />

reciclagem torna-se nossa<br />

melhor amiga no combate<br />

desse lixo.<br />

Para estimular a reciclagem<br />

do material na cidade<br />

de Rosário da Limeira, localizada<br />

no território rural<br />

da Serra do Brigadeiro, a<br />

Escola Municipal Maria<br />

Auxiliadora G. B. Bonato,<br />

em 2017, criou o Projeto<br />

“Sementes do Amanhã”,<br />

coordenado por José Víctor<br />

Arêdes Façanha e<br />

Simone Vicente Santos,<br />

voltado para a temática<br />

da sustentabilidade, envolvendo<br />

professores e<br />

alunos. Cada professor<br />

desenvolve dentro de sua<br />

própria disciplina temas<br />

que envolvam assuntos<br />

como impacto na natureza<br />

Imagem: reprodução<br />

Imagem: reprodução<br />

do descarte inadequado,<br />

composições químicas dos<br />

produtos, lucros e prejuízos<br />

da produção e reciclagem<br />

das latas.<br />

A fim de deixar ainda<br />

mais prático, uma gincana<br />

foi promovida entre<br />

os alunos do 5º ao 9º do<br />

Ensino Fundamental, onde<br />

confeccionaram um Robô<br />

chamado ECO para ser o<br />

mascote e uma moeda do<br />

projeto, a ECOMOEDA.<br />

A cada 70 latinhas que a<br />

sala entregasse ao posto<br />

de coleta, a mesma recebia<br />

uma moeda simbólica.<br />

A sala que mais arrecadou<br />

latinhas ganhou um jantar<br />

dançante com churrasco,<br />

sobremesas e discoteca<br />

com drinks sem álcool.<br />

Todas os lacres foram<br />

doados ao Lions Clube<br />

para aquisição de cadeiras<br />

de roda e as latinhas<br />

vendidas para arrecadar<br />

recurso para a escola. Com<br />

o dinheiro, foi possível criar<br />

uma sala de jogos na Escola,<br />

composta por 2 totós, 1<br />

tênis de mesa, mesa para<br />

jogos de cartas e tabuleiro,<br />

mesa de futebol de<br />

botão e alguns brinquedos.<br />

Para aprimorar o projeto,<br />

abrangendo a importância<br />

da preservação e cuidado<br />

com o meio ambiente,<br />

os professores montaram<br />

uma oficina de brinquedos<br />

a partir de material<br />

reciclável. Assim, o trabalho<br />

de sensibilização foi e<br />

continua sendo realizado<br />

com sucesso. Agora a escola<br />

se encontra mais limpa<br />

e com pouco lixo espalhado<br />

pelas áreas comuns. Os<br />

professores acreditam que<br />

a sementinha plantada e<br />

bem cuidada, gera frutos<br />

que alimentam os alunos<br />

com conhecimento e respeito<br />

ao próximo e ao<br />

meio ambiente.<br />

Saiba mais<br />

Responsável: Prof. José<br />

Victor Aredes<br />

Endereço: R. Cônego<br />

Américo Duarte - Vital,<br />

Rosário da Limeira - MG,<br />

Contato:<br />

(32) 3723-1294<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 3 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:19


EscolasNoPESB<br />

Prof. Baeta Neves<br />

Ano 8 n°<strong>31</strong> - Pág 4<br />

Instituto Pagus: ecologia, cultura e<br />

cidadania<br />

O<br />

termo “Pagus” é de<br />

origem latina e significa:<br />

natureza, campo.<br />

Era o local habitado e<br />

venerado pelos Druidas,<br />

povos de origem indo-européia.<br />

Os Druidas acreditavam<br />

na sacralidade da<br />

natureza e de todas as<br />

formas de vida. Hoje, o<br />

maior papel de um Druida<br />

é transformar e interagir<br />

com o mundo para que ele<br />

seja um lugar mais equilibra,<br />

mais puro e respeitado.<br />

Como um antigo sábio,<br />

Druida cuida de seu mundo,<br />

seu lar na natureza e<br />

sua cone-xão com o conhecimento<br />

e a cura do nosso<br />

planeta.<br />

Os fundadores e colaboradores<br />

do Instituto Pagus:<br />

ecologia, cultura e<br />

cidadania - têm como principal<br />

missão a valorização<br />

da vida por meio do<br />

desenvolvimento de atividades<br />

de ensino, pesquisa<br />

e extensão.<br />

Sediada em Simonésia<br />

(MG), o instituto Pagus (IP)<br />

é uma organização nãogovernamental<br />

sem fins lucrativos.<br />

O IP nasceu informalmente<br />

no ano de 1998,<br />

quando um grupo de professores<br />

começou a se reunir<br />

e realizar atividades<br />

voltadas para educação<br />

ambiental. Durante este<br />

período foram realizados<br />

dois fóruns, o I Fórum de<br />

Interpretação Ambiental<br />

em Unidades de Conservação<br />

(2005) e o II Fórum<br />

de Discussão em Unidades<br />

de Conservação: educação<br />

ambiental e cidadania<br />

(2008).<br />

A formalização do Instituto<br />

Pagus ocorreu em agosto<br />

de 2010. Os trabalhos<br />

realizados na área de divulgação<br />

científica, cultural<br />

e em educação ambiental<br />

contribuíram para que o IP,<br />

ainda no primeiro ano de<br />

funcionamento, obtivesse o<br />

reconhecimento da comunidade<br />

simonesiense como<br />

entidade pública municipal<br />

e estadual.<br />

Desde a sua fundação, o<br />

Instituto Pagus já realizou<br />

oito mostras de divulgação<br />

científica (MOSIT/SSIMCT-<br />

2011 a 2017), oficinas<br />

de carnaval ecológico<br />

Imagem: reprodução<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 4 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:20


EscolasNoPESB<br />

Ano 8, n°<strong>31</strong>- Pág 5<br />

(2011), um passeio ciclístico<br />

(2012), trabalhos de<br />

educação ambiental para<br />

comunidades e professores<br />

sobre o corredor<br />

ecológico Sossego-Caratinga<br />

(2012/ 2015/2016)<br />

e a criação de uma biblioteca<br />

comunitária (BCP)<br />

com mais de 370 leitores<br />

inscritos. Organizou também<br />

atividades de campo<br />

para docentes e discentes<br />

em áreas de preservação<br />

no município e caravanas<br />

para exposição em Belo<br />

Horizonte, São Luís e Recife.<br />

Além disso, o IP realiza<br />

consultorias ambientais,<br />

recuperação de áreas<br />

degradadas, estudos e<br />

relatórios de impacto<br />

ambiental, cursos de capacitação<br />

para empresas,<br />

prefeituras e instituições<br />

de ensino (educação ambiental,<br />

marketing verde,<br />

formação de educadores),<br />

entre outros.<br />

Através dessas ações, o<br />

Instituto Pagus vem obtendo<br />

resultados significativos,<br />

pois pode-se observar<br />

uma participação da<br />

população nos projetos<br />

ecológicos. Percebe-se<br />

um incentivo e inclusão<br />

de estudantes e professores<br />

no processo contínuo<br />

de envolvimento com<br />

a ciência no município<br />

de Simonésia e adjacências.<br />

Observa-se assim,<br />

uma conscientização de<br />

jovens, adultos e crianças<br />

a buscar uma melhor<br />

qualidade de vida para<br />

o município.<br />

Imagem: reprodução<br />

Saiba mais<br />

Endereço: Av. Gov.<br />

Valadares, 108 -<br />

Centro, Simonésia<br />

- MG<br />

Contato:<br />

(33) 3336-1429<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 5 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:25


EscolasNoPESB<br />

Jéssica Silva<br />

Horta como recurso<br />

educacional e financeiro<br />

Ano 8, n°<strong>31</strong> - Pág 6<br />

Horta é um local onde<br />

são cultivados legumes<br />

e hortaliças, podendo<br />

ser encontrada em<br />

espaços abertos, prédios<br />

ou até mesmo em residências.<br />

Geralmente, utilizada<br />

como um recurso econômico,<br />

sustentável e saudável,<br />

quem opta por cultivar<br />

esse espaço, tem como objetivo<br />

a colheita de frutas e<br />

legumes frescos e orgânicos<br />

no quintal de casa durante<br />

o ano todo. Alface,<br />

cogumelo, mandioquinha,<br />

pêssegos e tomate cereja<br />

são alguns dos possíveis<br />

alimentos encontrados em<br />

uma horta.<br />

Com o objetivo de driblar<br />

dificuldades no abastecimento<br />

de alimentos, a<br />

Escola Estadual São Pedro<br />

do Glória, localizada<br />

no distrito homônimo do<br />

município de Fervedouro,<br />

Minas Gerais, optou pela<br />

criação e cultivo da horta<br />

em seus ambientes escolares.<br />

O projeto faz parte<br />

de uma iniciativa de educação<br />

ambiental, desenvolvimento<br />

sustentável e<br />

economia solidária para<br />

os alunos da Educação<br />

Integral e integrada, que<br />

abrange crianças e adolescentes<br />

dos 7 aos 14<br />

anos, compreendendo o<br />

Ensino Fundamental I e II.<br />

Atualmente, a escola possui<br />

três hortas: uma localizada<br />

em sua sede e outra<br />

em um ambiente externo,<br />

ambas no distrito de São<br />

Pedro do Glória. A terceira<br />

horta encontra-se no<br />

distrito de Samambaia.<br />

Orientada e sob responsabilidade<br />

de todo o corpo<br />

docente escolar, as hortas<br />

têm como finalidade manter<br />

alimentos saudáveis na<br />

merenda escolar, enquanto<br />

sensibiliza alunos acerca<br />

da importância de se consumir<br />

produtos sem adição<br />

de compostos químicos. O<br />

projeto também oferta oficinas<br />

com acompanhamento<br />

pedagógico, sempre<br />

preocupados em atender<br />

as necessidades e realidades<br />

de seus alunos, que<br />

são da zona rural.<br />

Há 11 anos com o projeto<br />

de pé, crianças e adolescentes<br />

da região saem<br />

das ruas e permanecem<br />

no ambiente escolar por<br />

períodos integrais, tendo a<br />

oportunidade de aprender<br />

de maneira diversificada e<br />

atrativa. Elas estão envolvidas<br />

em todo o processo<br />

de cultivo, desde o preparo<br />

do terreno ao plantio<br />

e manuseio dos alimentos<br />

colhidos.<br />

Assim, a Escola Estadual<br />

de São Pedro do Glória<br />

encontrou uma maneira de<br />

amenizar as dificuldades<br />

financeiras, enfrentadas<br />

devido a problemas no<br />

repasse de verbas, enquanto<br />

permanece firme<br />

no seu papel de formação<br />

intelectual e moral dos cidadãos.<br />

Saiba mais<br />

Responsável: Prof. Joana<br />

Paula<br />

Endereço: Pça Silvino<br />

Nazaré, 71 - Centro -<br />

Fervedouro - MG<br />

Contato:<br />

(32) 3742-2040<br />

Imagem: reprodução<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 6 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:36


EscolasNoPESB Ano 8, n°<strong>31</strong> - Pág 7<br />

ConVida e a árvore dos sonhos<br />

Jéssica Silva<br />

Rafael Mendes<br />

Em São Sebastião da<br />

Vargem Alegre, município<br />

da Zona da Mata<br />

mineira, com uma população<br />

residente de cerca<br />

de três mil habitantes, conversamos<br />

com a Professora<br />

Rafaela Fonseca, que faz<br />

parte da equipe docente<br />

da Escola Municipal Coronel<br />

João Vieira. Rafaela<br />

nos contou sobre a proposta<br />

educacional que busca<br />

difundir e trabalhar com os<br />

alunos. O projeto visado na<br />

educação ambiental recebeu<br />

o nome “ConVida”, a<br />

fim de dar vida a escola e<br />

convidar a comunidade local<br />

a se juntar a esse ambiente.<br />

Rafaela Fonseca e Carla<br />

Massi, ambas professoras<br />

da área de Ciências, tomaram<br />

a frente do projeto que<br />

começou dentro da sala<br />

de aula. O assunto da importância<br />

da preservação<br />

do meio ambiente sempre<br />

esteve em pauta e para a<br />

primeira atividade, os alunos<br />

precisaram entrevistar<br />

toda a comunidade escolar,<br />

incluindo professores,<br />

funcionários da limpeza e<br />

cozinha, secretários e os<br />

demais alunos. Baseados<br />

nessa atividade prática,<br />

os alunos montaram uma<br />

“árvore dos sonhos”, que<br />

continha sonhos de todos<br />

aqueles que participaram<br />

da pesquisa. A partir<br />

desse compilado de desejos,<br />

as professoras fizeram<br />

um levantamento daquelas<br />

que seriam possíveis de se<br />

concretizar.<br />

Limpeza, cor e vida eram<br />

os sonhos mais frequentes<br />

pelas crianças, por isso<br />

a escola foi em busca de<br />

ajuda para alcançá-los.<br />

Fizeram uma gincana para<br />

a coleta de material para<br />

limpar o muro e pintá-lo,<br />

mudas para o cultivo de<br />

um jardim e plantio de<br />

árvores na escola e no entorno.<br />

Toda as ações envolveram<br />

alunos, professores<br />

e funcionários, permitindo<br />

que todos se unissem em<br />

prol de uma única causa.<br />

Com essa iniciativa, foi<br />

possível alimentar uma<br />

consciência ambiental nos<br />

alunos que hoje se dedicam<br />

aos cuidados do jardim<br />

e das árvores. Para o segundo<br />

semestre, o projeto<br />

implantará uma composteira,<br />

um rico ecossistema<br />

que possibilita reutilizar os<br />

nutrientes contidos nos materiais<br />

orgânicos descartados<br />

para formar adubo, o<br />

qual permite uma destinação<br />

mais adequada e útil<br />

dos resíduos orgânicos que<br />

utilizamos. Assim, os alunos<br />

poderão aprender a como<br />

separar os resíduos produzidos<br />

na escola, em seco e<br />

úmido, além de saberem<br />

a razão e a importância<br />

da tarefa de separar os<br />

materiais orgânicos, como<br />

cascas de frutas, verduras<br />

e outros rejeitos alimentares,<br />

como por exemplo<br />

o pó de café, sachês de<br />

chá, casca de banana e<br />

cascas de mandioca de<br />

outros tipos de resíduos<br />

que produzimos. Com essa<br />

iniciativa, alunos e demais<br />

envolvidos farão uma destinação<br />

e descarte mais<br />

consciente dos resíduos que<br />

produzem diariamente,<br />

além de contribuir para a<br />

diminuição do acúmulo de<br />

materiais descartados em<br />

aterros e ajuda a reduzir<br />

os resíduos e emissões de<br />

gases do efeito.<br />

Saiba mais<br />

Responsáveis: Prof. Carla<br />

Cristina Massi e Rafaela<br />

Fonseca da Silva<br />

Endereço: R. Salvador José<br />

Massi, s/n - São Sebastião<br />

da Vargem Alegre - MG<br />

Contato:<br />

(32) 3426-7165<br />

Imagem: reprodução<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 7 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:41


EscolasNoPESB<br />

Viagem Pedagógica ao PESB<br />

Jéssica Silva<br />

Rafael Mendes<br />

A<br />

Trilha do Carvão,<br />

situada no Parque<br />

Estadual da Serra do Brigadeiro<br />

entre os municípios<br />

de Araponga e Fervedouro,<br />

tem aproximadamente<br />

7km de extensão<br />

com caminhada de aproximadamente<br />

uma hora, sem<br />

presença de grandes obstáculos<br />

ou subidas acentuadas.<br />

O percurso é rodeado<br />

pela vegetação de Mata<br />

Atlântica abundante que<br />

proporciona boa sombra<br />

aos visitantes. Durante o<br />

percurso é possível observar<br />

a maior espécie existente<br />

de plantas vasculares<br />

sem sementes (Pteridófitas),<br />

a Samambaiaçu ou<br />

Xaxim; aves raras como a<br />

Araponga e o Trinca-ferro<br />

e, em determinado momento<br />

da trilha, pode-se<br />

avistar a Serra das Cabeças<br />

ao longe.<br />

Além da biodiversidade,<br />

o que chama a atenção<br />

no local é seu contexto<br />

histórico que vem antes<br />

mesmo do Parque ter sido<br />

estabelecido e que dá<br />

nome a atração. A trilha<br />

recebeu o nome de Trilha<br />

do Carvão devido a empresas<br />

que transformaram<br />

a floresta original em<br />

carvão, sendo a floresta<br />

atual, na verdade, uma<br />

mata secundária. A Companhia<br />

Belgo Mineira explorava<br />

madeira naquelas<br />

terras e transitava transportando<br />

lenha e carvão<br />

com caminhões pela atual<br />

EFA Puris na Trilha do Carvão<br />

trilha. Assim, existem ruínas<br />

de fornos de carvoaria e<br />

um chassi de carreta abandonado,<br />

em bom estado<br />

de conservação, o qual<br />

foi deixado durante uma<br />

fuga, na época em que<br />

a extração de madeira<br />

tornou-se ilegal. Agora, a<br />

carcaça do caminhão causa<br />

um contraste com toda<br />

aquela densa mata a sua<br />

volta.<br />

Devido aos diversos fatores<br />

biológicos e históricos<br />

da trilha, ela atrai<br />

diversos turistas e escolas<br />

da região. Uma delas é a<br />

Escola Família Agrícola,<br />

ou EFA, escola de zona rural<br />

que funciona na comunidade<br />

de São Joaquim no<br />

bairro de Novo Horizonte,<br />

no município de Araponga.<br />

Dedicada a receber alunos<br />

que vivem e trabalham<br />

no campo e nas terras de<br />

suas famílias, adotou a estratégia<br />

da Pedagogia da<br />

alternância de Paulo Freire<br />

para proporcionar uma<br />

possibilidade de que todos<br />

consigam conciliar os estudos<br />

com suas tarefas.<br />

Dentro do Projeto Político<br />

Pedagógico (PPP) da<br />

escola, surgiu a Trilha do<br />

Carvão, atividade em que<br />

alunos se aventuram pela<br />

trilha. Toda a escola assume<br />

a responsabilidade<br />

pelas saídas, incluindo os<br />

professores, que preferem<br />

se autointitular monitores,<br />

uma vez que seguem o<br />

ideal da escola, onde todos<br />

aprendem de forma<br />

conjunta, compartilhando<br />

saberes. Assim, não reforçam<br />

a figura de um professor<br />

como detentor único do<br />

conhecimento.<br />

Apesar da escola contar<br />

com poucos recursos,<br />

os monitores acreditam<br />

em uma escola da vida, a<br />

qual vai além da sala de<br />

aula, onde é importante<br />

o “Conhecer para aprender”,<br />

sendo os mais diversos<br />

ambientes considerados<br />

espaços pedagógicos.<br />

Além dessa atividade da<br />

disciplina de Turismo Rural,<br />

todas as outras se empenham<br />

em tentar realizar<br />

Ano 8, n°<strong>31</strong> - Pág 8<br />

atividades semelhantes. As<br />

disciplinas procuram trabalhar<br />

de forma conjunta<br />

para a realização das visitas,<br />

assumindo um pensamento<br />

comum de que esse<br />

tipo de ação contribui muito<br />

para a formação dos<br />

estudantes.<br />

Segundo a monitora<br />

Ivanete: “Quando os estudantes<br />

conhecem esses locais,<br />

eles adquirem outra<br />

visão, outra perspectiva<br />

de entendimento e um<br />

sentimento em relação a<br />

história, as pessoas e o ambiente<br />

daquele local. São<br />

assuntos e discussões que<br />

não aparecem nos livros<br />

didáticos”.<br />

Saiba mais<br />

Responsáveis: Prof.<br />

Ivanete Maceto Freitas<br />

Endereço: Comunidade<br />

Novo Horizonte - São<br />

Joaquim -Zona Rural de<br />

Araponga, MG<br />

Contato:<br />

(<strong>31</strong>) 3894-1190<br />

Imagem: reprodução<br />

Projeto <strong>Boletim</strong> <strong>31</strong>.indd 8 25/08/<strong>2018</strong> 14:53:48

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