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Revista Dr Plinio 247

Outubro de 2018

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Perspectiva pliniana da História<br />

Numa noite de Natal, rezando na<br />

Basílica de São João de Latrão, que<br />

é a Catedral dos Papas em Roma,<br />

o Pontífice o coroou como Imperador<br />

do Ocidente, fundando<br />

assim o Sacro Império<br />

Romano que durou<br />

exatamente mil anos.<br />

No começo, Carlos<br />

Magno não queria, mas<br />

afinal de contas, vendo ser<br />

vontade do Papa, aceitou.<br />

Terminada a Missa, foi aclamado<br />

por todo o povo como Imperador<br />

do Ocidente, do império<br />

que só terminou no século XIX, quando<br />

Napoleão o declarou extinto.<br />

Carlos Magno foi um protetor ardorosíssimo<br />

da Igreja Católica. Defendeu-a<br />

contra os invasores maometanos<br />

e bárbaros. Nos últimos<br />

anos de sua vida, os germanos estavam<br />

começando a invadir o seu império,<br />

e ele ainda lutou contra eles.<br />

Pouco depois ele morreu, tendo levado<br />

uma vida carregada de méritos.<br />

Esse homem extraordinário difundiu<br />

a cultura, favorecendo a formação<br />

de mosteiros onde se estudava e<br />

se formava a Literatura. Ele tinha por<br />

conselheiro um monge, Alcuíno, homem<br />

muito capaz que começou a fundar<br />

a cultura europeia. Então Carlos<br />

Magno aparece na História como um<br />

gigante, que ao mesmo tempo liquida<br />

todos os elementos de deterioração<br />

e de agressão, e começa a implantar<br />

o que hoje é a Europa. É o Pai da<br />

Europa católica, apostólica, romana,<br />

que limpou de invasores grande parte<br />

da Europa. Por exemplo, Espanha e<br />

Portugal ele defendeu muito contra os<br />

árabes, mas em todo caso não bastou;<br />

somente no século XV os árabes foram<br />

expulsos da Espanha. Seja como<br />

for, a luta foi-se efetuando e o núcleo<br />

da Europa de hoje foi ele quem fez.<br />

Por causa disso ele é o Fundador da<br />

Europa, mas da Europa católica, que<br />

defendeu a população necessária para<br />

que a Europa fosse Europa. Ao mesmo<br />

tempo, Carlos Magno sobretuterras<br />

católicas, a França, a Alemanha,<br />

etc. E o que agravava mais a situação<br />

era que um povo muito estranho,<br />

como até então não tinha<br />

aparecido na História, principiou<br />

a agredir a Europa.<br />

Era um povo pagão, de origem<br />

germânica, cuja característica<br />

principal estava<br />

no seguinte fato: o povo<br />

inteiro – os famosos vikings<br />

– migrou em barquinhos pequenos<br />

com proas lindas, e os<br />

vikings eram navegadores excelentes.<br />

Puseram-se a atacar o litoral<br />

europeu e descer pelos rios franceses<br />

até o coração da França.<br />

De maneira que tudo era novamente<br />

um caos. Primeiro ocorreu a invasão<br />

dos árabes, depois a dos germanos.<br />

Mas houve também uma ação gloriosa:<br />

os convertidos germano-romanos, animados<br />

por missionários, sobretudo irlandeses,<br />

empreenderam a penetração<br />

pacífica, mas muito mais perigosa que<br />

todas as outras, no território germânico<br />

para converter os germanos.<br />

Surge Carlos Magno<br />

Samuel Holanda<br />

Aquilo que era um renascer do mundo<br />

católico se encontrava exposto a terríveis<br />

perigos. Foi então que apareceu a<br />

figura famosa de Carlos Magno.<br />

O que fez Carlos Magno? Ele impôs<br />

sua autoridade a todos que eram<br />

descendentes de gauleses, romanos<br />

e germanos, essa mistura. Levou sua<br />

autoridade até a ponta da Espanha.<br />

No Norte da Espanha, em Santiago<br />

de Compostela, visitando a catedral,<br />

me falaram de uma capelinha construída<br />

por ordem de Carlos Magno, em<br />

estilo românico, que fica encaixada na<br />

escadaria da catedral. Eu fiz questão<br />

de visitá-la, porque queria prestar homenagem<br />

a essa reminiscência do Imperador<br />

Carlos e o meu culto a Deus<br />

Nosso Senhor, que assim foi glorificado<br />

por esse grande homem.<br />

De outro lado, Carlos Magno entrou<br />

na Itália e apaziguou a ferro os<br />

bárbaros que lá havia. Ele apoiava os<br />

missionários e, segundo notícias que<br />

desconfio serem falsas – não tive tempo<br />

de estudar a fundo –, punha para<br />

os bárbaros germanos esta alternativa:<br />

quem se converte está bom; quem<br />

não se converte vai morrer. E assim<br />

organizou matanças que, notem bem,<br />

a Igreja não aprovou. Ele empregava<br />

processos drásticos.<br />

Um desses processos era o seguinte:<br />

os germanos, que estavam além do Reno,<br />

acreditavam estupidamente na divindade<br />

de um carvalho que havia ali,<br />

chamado Irmensul, o qual eles diziam<br />

que deitava raízes até o centro da Terra.<br />

Carlos Magno disse: “Vou mostrar<br />

a vocês o que é esse carvalho<br />

‘divino.’” Mandou arrasar a árvore.<br />

“Olhem o deus de vocês.” Arrasado<br />

o carvalho, os germanos não tinham<br />

nada que fazer, estava liquidado<br />

o caso.<br />

Um protetor ardorosíssimo<br />

da Igreja Católica<br />

Por sua valentia, sua personalidade<br />

extraordinária, seu heroísmo,<br />

Carlos Magno de tal maneira adquiriu<br />

prestígio sobre aquela gente, que<br />

foi reconhecido como o soberano<br />

daquelas regiões.<br />

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