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mundo

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─Buenas, nestes pagos também hay civilização. Aqui usamos dinheiro, plata, señor. Esse homem precisa que o<br />

pague. É assim que sustenta sua família─ Disse o rapaz, calmamente como se explicasse tudo a uma criança de dois<br />

─ És um desses farroupilhas de merda, não é? Outro desses lacaios de Bento Gonçalves? Vocês, selvagens da<br />

─Vou te ensinar o que é respeito, seu bugre de merda! ─Disse o sargento, avançando contra o mestiço de sabre em<br />

O lobo pampeano se ergueu do chão e começou a rosnar e a fuzilar o imperial com os olhos. Seu pelo se eriçou e ele<br />

─Não, Maypu. Vivo, esse caramuru já é indigesto. Vai, vai-te embora! ─ Ordenou. E a fera simplesmente saltou pela<br />

─Bugre estúpido. Devia ter deixado o animal te ajudar─ Provocou o imperial. E arremeteu contra ele, o corpo meio<br />

─Isso é uma dessas valsas que dançam na corte? ─Indagou o jovem missioneiro, rindo dos movimentos do sargento.<br />

NOVA LITERATURA - AS FERAS DE UM MUNDO AO SUL<br />

PÁGINA 12<br />

CONTO<br />

centímetros mais alto que o militar─ Percebo, pela sua fala, que vossa mercê é do norte.<br />

─Sou de São Sebastião do Rio de Janeiro, a capital do império, da civilização ─Disse o sargento, com orgulho.<br />

anos.<br />

O sargento ficou rubro de ódio.<br />

─Obriga-me, bugre. ─Disse o militar.<br />

─Vossa mercê precisa saber que somos gente de bem. Não queremos sarilhos, inda mais, com soldados de El rey.<br />

Pague o homem e vossa mercê sairá daqui andando─ Insistiu o mestiço<br />

província se acham muito valentes, não acham? Pois o império caga em vossas cabeças, na hora em que bem<br />

entender─ Respondeu o militar sacando o sabre.<br />

─Vossa mercê, por favor, me esclareça: é para eu ficar com medo? ─Disse o jovem, pegando o copo de cachaça de<br />

cima da mesa e bebendo de um só gole.<br />

riste.<br />

mostrou seus dentes em desafio. Mas o mestiço apenas afagou-lhe a cabeça, tentando tranquilizar o animal.<br />

janela aberta.<br />

de lado, como numa posição de esgrima francesa.<br />

─Parem, pelo amor de Deus! ─Ordenou Manoel, até então duvidando que o militar se atrevesse a usar o sabre.<br />

Mas o cavalariano não o ouviu. Continuou tentando desferir estocadas contra o mestiço, que mal se movia para<br />

esquivar-se dos golpes. Foram várias estocadas, e alguns golpes de corte, todos errando o alvo por menos de um<br />

palmo. Em menos de dois minutos, a arma já começava a pesar-lhe a mão.

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