mundo

“Ouvi dizer que os brancos estão matando os rebanhos de anta-açu que migram para o norte”, disse um Homem de
“Então, porque as anta-açu selvagens não são mais vistas ao sul do Prata, como em eras passadas? ” Indagou o
Durante toda a conversa, João caminhava ao lado da gigantesca carroça. O homem chegou a suspeitar que estavam
Antes que o jovem pudesse dizer algo, a fêmea de mastodonte que puxava a carroça parou de supetão, gerando um
solavanco que quase derrubou o jovem cocheiro. Seu imenso corpo tremia, enquanto ela urrava e jogava a cabeça
Humanos, entretanto, teriam grande dificuldade de se deslocar rapidamente por entre os densos arbustos, o que
NOVA LITERATURA - AS FERAS DE UM MUNDO AO SUL
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CONTO
João também aproveitava essas viagens para ficar sabendo do que acontecia em São Miguel.
seus quarenta anos.
“Não acredito nisso. Eles são muitos. Seria preciso um exército para isso”, respondeu um jovem de dezesseis anos.
homem.
sendo espionados. O jovem resolveu testar essa teoria.
“Ei, seu monte de merda de branco!” Disse o rapaz, rindo. “Você mesmo, montado nesse cavalo negro”.
João nem se virou.
“Viu? Se esse sujeito soubesse quéchua, já lhe tinha cortado a garganta”, disse o homem, rindo.
para os lados, como que à procura de uma ameaça invisível.
Quase no mesmo instante, Maypu começou a rosnar, uivar, e a eriçar os pelos.
“Estamos sendo vigiados”, disse João. “E não é gente”.
O cocheiro mais velho concordou em silêncio com um aceno de cabeça.
“Essa fêmea teme o som de armas de fogo?”
“Não. Ela foi treinada”, disse o rapaz.
“Sugiro que peguem suas armas e cerquem a carroça. Eu cuido da frente”.
“Somos em três”, disse o homem mais velho. “Um lado ficará descoberto”.
“Não. Somos em quatro. Maypu! Vá para trás e fique lá! Vá!”
O lobo pampeano o encarou, meio a contragosto, soltou um ganido e correu para a traseira do veículo.
Aquele trecho de estrada era perfeito para uma emboscada, uma vez que era cercado de mata pelos dois lados.