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10 - Jornal Paraná Outubro 2018

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TRANSPORTE<br />

Tabelamento do frete<br />

prejudica setor produtivo<br />

Além do aumento dos custos e consequente inflação, a ação é inconstitucional<br />

e os maiores prejudicados podem ser os consumidores e os caminhoneiros autônomos<br />

Osetor sucroenergético,<br />

o agronegócio<br />

como um todo, a indústria,<br />

os exportadores<br />

e vários outros segmentos<br />

têm se posicionado<br />

contra o tabelamento do frete,<br />

instituído por medida provisória<br />

pelo presidente Michel Temer,<br />

para por fim a greve dos<br />

caminhoneiros em maio deste<br />

ano.<br />

Responsável por definir os<br />

preços, a Agência Nacional<br />

de Transportes Terrestres<br />

(ANTT) publicou a primeira<br />

tabela em maio. Com as críticas<br />

dê todo setor produtivo,<br />

que argumentava que os preços<br />

haviam dobrado e que<br />

havia varias distorções na tabela,<br />

foi editada uma nova,<br />

que, com a crítica dos caminhoneiros,<br />

foi descartada e<br />

voltou a vigorar os valores da<br />

primeira. Diante da recente<br />

alta do diesel, a tabela foi reajustada<br />

e a ANTT quer aplicar<br />

multas pesadas para<br />

quem contratar frete por valor<br />

abaixo do fixado. A proposta<br />

está em audiência pública até<br />

<strong>10</strong> de outubro.<br />

Como o País é altamente dependente<br />

do modal rodoviário<br />

para o escoamento de boa<br />

parte de tudo o que produz, e<br />

consome, o tabelamento tem<br />

se tornado um grave problema<br />

em algumas esferas da economia<br />

e um duro golpe no<br />

projeto brasileiro de voltar a<br />

crescer, trazendo ainda insegurança<br />

para a cadeia produtiva<br />

e risco de aumento da<br />

inflação e o aumento no desemprego.<br />

A expansão do<br />

Produto Interno Bruto (PIB)<br />

desacelerou e a previsão para<br />

o aumento neste ano recuou<br />

de 2,7% para 1,4%.<br />

O setor mais duramente afetado<br />

pelo tabelamento, porém,<br />

é o do agronegócio. As entidades<br />

do setor apontam prejuízos<br />

de milhões ou bilhões, dependendo<br />

da cultura e da distância<br />

da região produtora até o local<br />

destinado, além de encarecer a<br />

produção com o aumento dos<br />

insumos.<br />

Para a economia como um todo,<br />

as perdas foram estimadas<br />

em R$ 53 bilhões, segundo estudo<br />

elaborado pela Fundação<br />

Getúlio Vargas, mas associações<br />

apontam aumento de<br />

custos de R$ 73,9 bilhões sobre<br />

o conjunto da economia,<br />

mostrando que os efeitos negativos<br />

sobre o setor produtivo<br />

se mostram mais profundos<br />

que o esperado.<br />

Algumas empresas exportadoras<br />

de grãos do Brasil avaliam<br />

paralisar atividades se<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3

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