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TRANSPORTE<br />
Tabelamento do frete<br />
prejudica setor produtivo<br />
Além do aumento dos custos e consequente inflação, a ação é inconstitucional<br />
e os maiores prejudicados podem ser os consumidores e os caminhoneiros autônomos<br />
Osetor sucroenergético,<br />
o agronegócio<br />
como um todo, a indústria,<br />
os exportadores<br />
e vários outros segmentos<br />
têm se posicionado<br />
contra o tabelamento do frete,<br />
instituído por medida provisória<br />
pelo presidente Michel Temer,<br />
para por fim a greve dos<br />
caminhoneiros em maio deste<br />
ano.<br />
Responsável por definir os<br />
preços, a Agência Nacional<br />
de Transportes Terrestres<br />
(ANTT) publicou a primeira<br />
tabela em maio. Com as críticas<br />
dê todo setor produtivo,<br />
que argumentava que os preços<br />
haviam dobrado e que<br />
havia varias distorções na tabela,<br />
foi editada uma nova,<br />
que, com a crítica dos caminhoneiros,<br />
foi descartada e<br />
voltou a vigorar os valores da<br />
primeira. Diante da recente<br />
alta do diesel, a tabela foi reajustada<br />
e a ANTT quer aplicar<br />
multas pesadas para<br />
quem contratar frete por valor<br />
abaixo do fixado. A proposta<br />
está em audiência pública até<br />
<strong>10</strong> de outubro.<br />
Como o País é altamente dependente<br />
do modal rodoviário<br />
para o escoamento de boa<br />
parte de tudo o que produz, e<br />
consome, o tabelamento tem<br />
se tornado um grave problema<br />
em algumas esferas da economia<br />
e um duro golpe no<br />
projeto brasileiro de voltar a<br />
crescer, trazendo ainda insegurança<br />
para a cadeia produtiva<br />
e risco de aumento da<br />
inflação e o aumento no desemprego.<br />
A expansão do<br />
Produto Interno Bruto (PIB)<br />
desacelerou e a previsão para<br />
o aumento neste ano recuou<br />
de 2,7% para 1,4%.<br />
O setor mais duramente afetado<br />
pelo tabelamento, porém,<br />
é o do agronegócio. As entidades<br />
do setor apontam prejuízos<br />
de milhões ou bilhões, dependendo<br />
da cultura e da distância<br />
da região produtora até o local<br />
destinado, além de encarecer a<br />
produção com o aumento dos<br />
insumos.<br />
Para a economia como um todo,<br />
as perdas foram estimadas<br />
em R$ 53 bilhões, segundo estudo<br />
elaborado pela Fundação<br />
Getúlio Vargas, mas associações<br />
apontam aumento de<br />
custos de R$ 73,9 bilhões sobre<br />
o conjunto da economia,<br />
mostrando que os efeitos negativos<br />
sobre o setor produtivo<br />
se mostram mais profundos<br />
que o esperado.<br />
Algumas empresas exportadoras<br />
de grãos do Brasil avaliam<br />
paralisar atividades se<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3