TECLASEAFINS60
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materia de capa<br />
sem precisar recorrer mais aos temas<br />
importados. Outras casas de São Paulo<br />
também revelaram grandes músicos: o<br />
Hermeto Pascoal estava começando a<br />
carreira tocando numa boate chamada<br />
Chicote. Era um antro, no bom sentido,<br />
de coisa de qualidade. Quando veio esse<br />
convite do Blue Note, pensei “vou fazer<br />
um tributo ao Zimbo, resgatando aqueles<br />
arranjos que o trio já fazia”. Foram 49 anos<br />
de Zimbo, desde 1964. E alguns arranjos<br />
nasceram ali na Baiúca, como o primeiro<br />
arranjo gravado nosso, muito conhecido<br />
na época, que, por incrível que pareça,<br />
foi para a parada de sucessos: “Garota<br />
de Ipanema”. Ele nasceu nessa casa e foi<br />
feito espontaneamente. Daí começaram<br />
a surgir outros discos do Zimbo. A gente<br />
fazia uma média de um por ano, sempre<br />
com repertório novo, lançando novos<br />
compositores. Daí a importância de uma<br />
casa noturna que tenha a proposta de fazer<br />
que músicos dentro desse caminho possam<br />
chegar, tocar, fazer uma apresentação. Me<br />
empolguei com essa ideia.<br />
Daí a gravar o disco...<br />
Tenho tocado como trio com o Edu Riberio<br />
e o Sidiel Vieira, dois expoentes da nossa<br />
música, fantásticos, com concepções<br />
modernas, jovens. Falei com eles se<br />
topavam fazer esse tipo de trabalho, em<br />
que eu ia recuperar arranjos do Zimbo Trio<br />
e eles ficaram empolgados. E eu queria ver<br />
justamente isso: novas ideias deles, como<br />
eles improvisariam... Sempre acreditei que<br />
aquelas estruturas propunham esse tipo de<br />
caminho e fiquei espantado - e muito feliz -<br />
de ver o interesse deles. Eles começaram a<br />
ouvir o Zimbo Trio, foram procurar em todo<br />
o material de que podiam dispor. Eu, de<br />
minha parte, fiz uma escolha dos arranjos<br />
© Divulgação - Giorgio D’Onofrio<br />
34 / abril 2019 teclas & afins