TECLASEAFINS60
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sintese sonora<br />
Por Miguel Ratton<br />
Introdução à síntese<br />
subtrativa<br />
O conceito básico da síntese subtrativa é<br />
moldar a sonoridade a partir de um sinal<br />
com um conteúdo harmônico complexo, por<br />
meio de ajustes em um ou mais filtros<br />
O processo de síntese subtrativa (“subtractive<br />
synthesis”) é adotado na maioria dos<br />
sintetizadores. As principais razões para essa<br />
preferência são a facilidade e a viabilidade<br />
de implementação do processo, tanto<br />
em circuitos analógicos quanto digitais, e<br />
também a intuitividade e a preditividade<br />
na sua operação, possibilitando resultados<br />
mais rápidos no fluxo criativo.<br />
Origens do sintetizador<br />
O uso de filtros para criar timbres diferentes<br />
a partir de sinais ricos em harmônicos já<br />
havia sido empregado com sucesso na<br />
primeira metade do século 20 em pelo<br />
menos três instrumentos: o Ondes Martenot,<br />
desenvolvido na França e que teve alguns<br />
exemplares produzidos no final da década<br />
de 1920; o Trautonium, desenvolvido na<br />
Alemanha e que chegou a ser comercializado<br />
pela Telefunken no começo da década<br />
de 1930; e o Novachord, lançado pela<br />
Hammond (a mesma do famoso órgão)<br />
em 1939. No entanto, alguns aspectos<br />
prejudicaram a popularização desses<br />
instrumentos: primeiramente, porque eles<br />
utilizavam muitas válvulas eletrônicas - que<br />
na época tinham problemas de durabilidade<br />
e estabilidade – e, principalmente, por causa<br />
da eclosão da 2a Guerra Mundial, em 1939,<br />
que fez que todos os esforços tecnológicos<br />
fossem direcionados para a indústria bélica,<br />
impedindo a continuidade de muitos<br />
projetos comerciais, até mesmo por falta de<br />
demanda.<br />
Após o fim do conflito, em 1945, com<br />
a reconstrução da Europa e os fortes<br />
incentivos a um novo mercado de consumo,<br />
muitos desenvolvimentos tecnológicos<br />
ocorridos durante a guerra passaram a ser<br />
aproveitados pela indústria em geral. Os<br />
grandes excedentes industriais, por sua vez,<br />
precisavam ser absorvidos e, por isso, vários<br />
setores, dentre eles o de componentes<br />
eletrônicos, tiveram muita expansão. Houve<br />
grandes avanços nas tecnologias de rádio,<br />
de gravação e de aparelhos eletrônicos<br />
em geral, e a popularização da eletrônica<br />
estimulou muitas pessoas a se dedicarem a<br />
todo o tipo de aplicação, inclusive musical,<br />
tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.<br />
Na década de 1950, surgiram centros de<br />
pesquisa para a aplicação da eletrônica<br />
na música, destacando-se os estúdios das<br />
rádios ORTF em Paris (França) e WDR em<br />
Köln (Alemanha). Enquanto os franceses<br />
42 / abril 2019 teclas & afins