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<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> comenta...<br />
Flávio Lourenço<br />
Martírio de São Maurício e Legião Tebana<br />
Abadia de São Maurício, Ebermunster, França<br />
Samuel Holanda<br />
Martírio de Santa Bárbara<br />
Museu Metropolitano de<br />
Arte, Nova Iorque, EUA<br />
no de Deus, deve ser morto, exerce<br />
uma prerrogativa divina.<br />
Por exemplo, um homem é um assassino<br />
e deve ser morto num ato de<br />
legítima defesa ou porque a lei mandou<br />
que fosse executado. O Estado<br />
tem o direito de mandar matar, nas<br />
ocasiões em que é justo, bem como<br />
qualquer pessoa possui o direito de<br />
matar na sua própria defesa ou de terceiros.<br />
Assim, tem-se o direito de matar<br />
na defesa da Santa Igreja Católica<br />
Apostólica Romana, nos casos em<br />
que a Moral católica permite 1 . Portanto,<br />
quando se combate em nome da ira<br />
de Deus e movido por uma cólera inspirada<br />
pela graça, há uma beleza especial<br />
no exercício dessa justiça. Então, o<br />
cavaleiro que vai à guerra não só disposto<br />
a morrer, mas a matar para que<br />
a vida espiritual, sobrenatural se espalhe<br />
sobre a Terra, também representa<br />
a Deus a um título especial, e exerce<br />
uma missão divina.<br />
Compreende-se por que os nossos<br />
antepassados julgavam uma tal maravilha<br />
um cavaleiro entrar, por exemplo,<br />
num lugar onde havia cinquenta<br />
maometanos e, com várias espadagadas,<br />
decapitar a todos. Por que era<br />
uma beleza? Porque os maometanos<br />
estavam atacando terras católicas ou<br />
impedindo a pregação do Evangelho.<br />
Há certos trovões que se propagam<br />
por várias séries de explosões<br />
até uma plenitude final. O trovão<br />
é lindo porque dá a impressão<br />
de uma divina vontade de arrasar o<br />
que não deve existir, e que vai derrubando<br />
obstáculo por obstáculo até<br />
destruir tudo. É uma sinfonia! Para<br />
mim, mais bonito do que o trovão, só<br />
o órgão. São as duas supremas belezas<br />
em matéria de sons. Sou um entusiasta<br />
da trovoada. Qualquer trovãozinho<br />
que eu ouça, acompanho<br />
Santa Teresinha do Menino Jesus<br />
com gosto sua harmonia cheia de estampidos.<br />
Esta é a alma do guerreiro quando<br />
ele, movido por uma cólera santa,<br />
mata um, outro e, ao fim do dia, matou<br />
muitos. Ele está como uma trovoada<br />
que descarregou toda a sua eletricidade,<br />
e repousa plácido depois porque<br />
a sua ira santa foi preenchida. É<br />
o repouso de um guerreiro depois de<br />
ter combatido, ter raspado pela morte,<br />
na véspera de outra batalha onde ele<br />
poderá morrer. Ele está continuamen-<br />
Arquivo <strong>Revista</strong><br />
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