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Revista Dr Plinio 260

Novembro de 2019

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Hagiografia<br />

Arquivo <strong>Revista</strong><br />

pelo menos a raiz dessa forma de<br />

amor para com a Igreja que é a coisa<br />

mais forte que há no universo. Fala-se<br />

hoje em dia em forças materiais<br />

enormes, organizadas, encadeadas<br />

e desencadeadas pelo homem.<br />

Nada disso é forte como o enlevo, a<br />

veneração e a ternura, forças espirituais<br />

incomparavelmente mais fortes<br />

do que todas as potências materiais.<br />

Que Nossa Senhora implante<br />

em nossas almas essa disposição,<br />

essa veneração e ternura pela Santa<br />

Igreja Católica Apostólica Romana.<br />

Santa Igreja Católica… como não<br />

soltar um “ai” depois de dizer isto?<br />

Como não olhar para as ruínas que<br />

fumegam, para os corpos que enchem<br />

as ruas, para o sangue que se<br />

verte de todos os lados, para os corvos<br />

que se abatem sobre os cadáveres,<br />

para os tremores de terra que<br />

abalam aquilo que os incêndios ainda<br />

não consumiram? Como não ter<br />

um gemido pensando nisso?<br />

A Santa Igreja Católica: Jerusalém<br />

celeste, cidade perfeita, com<br />

muralhas de brilhantes e pérolas,<br />

vias cobertas de safiras e esmeraldas,<br />

torres revestidas de rubis, e as ruas<br />

calçadas de ouro e prata. A Igreja,<br />

minha mãe, onde está ela?<br />

Essa pergunta causa uma dor que<br />

constringe o coração e o coroa de espinhos<br />

em toda a sua superfície. Entretanto,<br />

além de despertar esta dor,<br />

suscita uma alegria: Nosso Senhor<br />

disse que o Reino de Deus está dentro<br />

de nós (cf. Lc 17, 21). O Reino<br />

de Deus é a Igreja Católica, nós somos<br />

os filhos da Igreja, fiéis a ela. Isso<br />

se manifesta na nossa fidelidade<br />

à Doutrina que ela ensina e que não<br />

foi inventada por nós, aos Sacramentos<br />

por ela administrados, à Tradição<br />

gloriosa de dois mil anos que nos<br />

vem em documentos inconcussos e<br />

nos explicam como é verdadeiramente<br />

a Igreja, e aos quais nos conformamos.<br />

Nossas ideias não são um capricho,<br />

nossa orientação<br />

não é um ato de preferência<br />

arbitrária e pessoal,<br />

somos os escravos<br />

da Igreja Católica, que<br />

a seguimos no que ela<br />

quer, no que ela ensina<br />

e sempre ensinou e<br />

que aí está, apesar de<br />

toda a fuligem das épocas,<br />

para nos dar a entender<br />

como devemos<br />

ser. Nós conseguimos<br />

ser como somos por<br />

sermos filhos dela, porque<br />

sua graça tocou em<br />

nós.<br />

Se nos abrirmos<br />

à ação da graça,<br />

venceremos a<br />

Revolução<br />

Se nos abrirmos a<br />

essa graça, como São<br />

Bernardo se abriu, faremos<br />

maravilhas. E não haverá nada<br />

que consiga impedir que nós vençamos<br />

a Revolução. Porque nós vemos,<br />

pelo exemplo dele e de tantos<br />

outros Santos, que para uma alma<br />

aberta à ação da graça absolutamente<br />

nada é impossível.<br />

O Hino das Congregações Marianas<br />

cantava: “De mil soldados não teme<br />

a espada quem pugna à sombra<br />

da Imaculada.” A espada poderá parecer<br />

uma arma bem anacrônica. Pois<br />

bem, de mil bombas atômicas, ainda<br />

que todo o universo se desagregasse<br />

em explosões atômicas, a alma<br />

que se abre à influência de Nossa Senhora<br />

na Igreja não temeria, porque,<br />

se fosse esse o desígnio da Santíssima<br />

Virgem, depois dessas explosões seguiria<br />

o Reino de Maria num universo<br />

renovado. Porque o que Nossa Senhora<br />

quer, isso se faz irrecorrível e<br />

invencivelmente. É o desígnio d’Ela<br />

que manda em tudo. E nós devemos<br />

ter mil vezes mais medo de despertar<br />

uma expressão de tristeza na face augusta<br />

de Maria, do que da cólera de<br />

todos os ímpios e na explosão de todas<br />

as bombas atômicas.<br />

Para isso, temos que abrir as nossas<br />

almas para a graça de Deus. Peçamos,<br />

então, à Santíssima Virgem que Ela<br />

condescenda em ser cada vez mais a<br />

nossa aliada, pois assim faremos tudo.<br />

Que Maria Santíssima nos dê<br />

aquela abertura de alma que sem<br />

Ela não teríamos. Aquela generosidade<br />

da qual Ela é a fonte, para que<br />

possamos dizer-Lhe, ligeiramente<br />

adaptado, aquilo que foi dito por Ela<br />

ao Anjo quando este Lhe anunciou a<br />

missão: “Eis aqui os escravos de Maria,<br />

faça-se em nós segundo a vontade<br />

d’Ela.”<br />

v<br />

(Extraído de conferência de<br />

25/10/1967)<br />

<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> durante um discurso em 1967<br />

1) Cf. ROHRBACHER, René François.<br />

Vidas dos Santos. São Paulo: Editora das<br />

Américas, 1959. Vol. XIX. p. 33-37.<br />

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