18.11.2019 Views

Revista da Sociedade NOVEMBRO 28p - semcorte

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

REVISTA<br />

DA SOCIEDADE<br />

GESTÃO 2019/2020<br />

DESDE 1967 | <strong>NOVEMBRO</strong> | 2019<br />

ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS, ARQUITETOS<br />

E AGRÔNOMOS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO<br />

REVOLUÇÃO<br />

5G<br />

5ª geração <strong>da</strong> internet móvel promete<br />

o maior avanço tecnológico <strong>da</strong> história<br />

MOBILIDADE<br />

Futuro do trânsito de<br />

São José do Rio Preto<br />

RENOVAÇÃO<br />

Conheça a atuação<br />

do CREA-SP Jovem<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

Biocombustíveis:<br />

O ‘pré-sal verde’


02 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


Palavra <strong>da</strong> Diretoria<br />

ATUALIZAR-SE É<br />

IMPRESCINDÍVEL<br />

Conforme reportagem que a <strong>Revista</strong><br />

<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de traz neste mês, em sua seção<br />

de tecnologia, o mundo vive a expectativa <strong>da</strong><br />

chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> 5ª geração <strong>da</strong> internet móvel. A<br />

conexão 5G promete revolucionar o modo que<br />

vivemos. Por meio <strong>da</strong> nova internet o processo<br />

de evolução tecnológico <strong>da</strong>rá o maior salto já<br />

registrado na história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de.<br />

Com previsão de entrar em funcionamento<br />

até o final deste ano em alguns países, a conexão<br />

5G deve chegar ao Brasil somente depois de<br />

2021, quando boa parte do mundo já estiver<br />

desfrutando dos avanços que a tecnologia<br />

permitirá à indústria.<br />

Se o atraso brasileiro na chega<strong>da</strong> do sistema<br />

5G é fato consumado e, inclusive, já anunciado<br />

pelas principais operadoras de internet móvel<br />

que atuam no país, cabe a nós, profissionais de<br />

engenharia, estarmos devi<strong>da</strong>mente atualizados<br />

para que, no momento seguinte à implantação <strong>da</strong><br />

tecnologia, tenhamos condições de impor como<br />

objetivo a recuperação do tempo perdido.<br />

A atuação <strong>da</strong> Associação dos Engenheiros,<br />

Arquitetos e Agrônomos de São José do Rio Preto<br />

é pauta<strong>da</strong> exatamente na realização de ativi<strong>da</strong>des<br />

que permitam aos associados buscarem ca<strong>da</strong> vez<br />

mais informação e conhecimento, para que assim<br />

sintam-se preparados para encarar os desafios<br />

deste mundo novo prestes a bater à nossa porta.<br />

Exemplo disso foi o seminário<br />

Biocombustíveis: A nova reali<strong>da</strong>de do Brasil.<br />

Realizado no mês passado em parceria com a<br />

Ubrabio e apoio do CREA-SP e <strong>da</strong> <strong>Revista</strong><br />

<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de, o evento é tema <strong>da</strong> seção de<br />

sustentabili<strong>da</strong>de desta edição.<br />

A edição de novembro traz ain<strong>da</strong> um<br />

giro fotográfico pela Festa do Agrônomo, que<br />

animou as dependências <strong>da</strong> sede <strong>da</strong> associação,<br />

além de uma entrevista com Amauri Hernandes,<br />

secretário de Trânsito, Transportes e Segurança<br />

de São José do Rio Preto, sobre os desafios<br />

enfrentados em uma <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des com maior<br />

índice de motorização do Brasil.<br />

Uma ótima leitura!<br />

César Antônio Vessani, engenheiro civil,<br />

presidente <strong>da</strong> Associação dos Engenheiros, Arquitetos<br />

e Agrônomos de São José do Rio Preto – SP.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 03


ÍNDICE<br />

03 - Palavra <strong>da</strong> Diretoria<br />

Atualizar-se é imprescindível<br />

06 - Tecnologia<br />

O mundo <strong>da</strong> nova internet<br />

09 - Engenharias<br />

Engenharia clínica<br />

12 - Entrevista<br />

Mobili<strong>da</strong>de humana<br />

18 - Sustentabili<strong>da</strong>de<br />

Biodiesel: o pré-sal verde<br />

21 - CREA-SP Jovem<br />

De olho no futuro<br />

26 -Engenharia de Custos<br />

A Engenharia de Custos e a Análise de<br />

Conformi<strong>da</strong>de de Preços (Parte 2)<br />

GESTÃO 2019/2020<br />

Engenheiro Civil<br />

Paulo Henrique <strong>da</strong> Silva<br />

1º Vice-Presidente<br />

Engenheiro Civil<br />

Lucas Tamelini<br />

1º Secretário<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Carlos Henrique Ravacci Pires<br />

1º Tesoureiro<br />

Arquiteto<br />

Marco Antônio Miceli<br />

Diretor de Sede<br />

Arquiteto<br />

Antônio Sérgio Agustini<br />

Diretor Cultural<br />

REVISTA<br />

DA SOCIEDADE<br />

ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS, ARQUITETOS<br />

E AGRÔNOMOS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO<br />

Composição nova diretoria biênio<br />

janeiro 2019 - dezembro 2020<br />

Diretoria<br />

Engenheiro Civil<br />

Cesar Antônio Vessani<br />

Presidente<br />

Engenheiro Agrônomo<br />

Maurício Tucci Marconi<br />

2º Vice-Presidente<br />

Engenheiro Eletricista<br />

Fábio Henrique dos Reis<br />

2º Secretário<br />

Eng. Metalurgista e de Segurança<br />

Ricardo Scandiuzzi Neto<br />

2º Tesoureiro<br />

Engenheiro Civil<br />

Rogério C. Azevedo Souza<br />

Diretor de Esportes<br />

Engenheiro Civil<br />

Renato Luis Grollla<br />

Diretor Social<br />

Expediente<br />

Diretor de Produção<br />

Vergílio Dalla Pria Jr.<br />

Diretor de Arte<br />

Thiago Dantas<br />

Diretor de Jornalismo<br />

Marcelo Ferri | MTB: 39.205/SP<br />

Colaboração<br />

Michelle Monte Mor | MTB: 31.925/SP<br />

Fotografia<br />

Editora<br />

Impressão<br />

Gráfica São Sebastião<br />

Distribuição<br />

Editora<br />

Tiragem<br />

15.000 exemplares<br />

Publicação mensal<br />

Mídias Sociais<br />

socengriopreto<br />

socie<strong>da</strong>de.engenheiros<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de é uma publicação mensal<br />

<strong>da</strong> RP Industria Gráfica e Editora em Parceria <strong>da</strong><br />

Associação do Engenheiros, Arquitetos e<br />

Agrônomos de São José do Rio Preto.<br />

Associação dos Engenheiros<br />

Rua Raul Silva, 1417, Nova Redentora<br />

CEP 15090-260<br />

São José do Rio Preto/SP<br />

www.socie<strong>da</strong>dedosengenheiros.com.br<br />

Fone: (17) 3227-7000<br />

RP Indústria Gráfica e Editora<br />

Rua Ângelo Fabrini, 377 - Jardim Urupes<br />

São José do Rio Preto/SP - CEP 15051-325<br />

Fone: (17) 3215-0700<br />

(17) 99775-3383<br />

04 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


RESOLUÇÃO Nº 1.119, DE 27 DE SETEMBRO DE 2019<br />

Institui o Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro<br />

(RREF) no âmbito do Sistema Confea/Crea.<br />

O CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA<br />

- CONFEA, no uso <strong>da</strong>s atribuições que lhe confere a alínea “f”<br />

do art. 27 <strong>da</strong> Lei nº 5.194, de 24 de dezembro 1966, e<br />

Considerando os arts. 28 e 35 <strong>da</strong> Lei nº 5.194, de 1966, e o art.<br />

11 <strong>da</strong> Lei nº 6.496, de 7 de dezembro de 1977, que dispõem<br />

sobre as ren<strong>da</strong>s do Confea, dos Creas e <strong>da</strong> Mútua;<br />

Considerando a Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de<br />

2000, que estabelece normas de finanças públicas volta<strong>da</strong>s<br />

para a responsabili<strong>da</strong>de na gestão fiscal e dá outras providências;<br />

Considerando o disposto no Acórdão nº 341/2004 – Plenário,<br />

do Tribunal de Contas <strong>da</strong> União - TCU, que determina aos conselhos<br />

de fiscalização profissional observar as normas gerais<br />

e princípios que norteiam a gestão pública responsável, com<br />

destaque para o art. 1º, § 1º, <strong>da</strong> Lei Complementar nº 101, de<br />

2000, que dispõe sobre a ação planeja<strong>da</strong> e transparente que<br />

possa prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o<br />

equilíbrio de suas contas;<br />

Considerando o Relatório de Fiscalização exarado pelo Tribunal<br />

de Contas <strong>da</strong> União – TCU, nos autos do Processo TC<br />

nº 023.357/2017-7, que trata de auditoria no Confea, com o<br />

objetivo de verificar a regulari<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s despesas e outros aspectos<br />

<strong>da</strong> gestão, nota<strong>da</strong>mente o grau de alcance <strong>da</strong> missão<br />

finalística <strong>da</strong>quele órgão;<br />

Considerando o disposto no Acórdão nº 1925/2019 – Plenário,<br />

do Tribunal de Contas <strong>da</strong> União – TCU, referente à fiscalização<br />

de orientação centraliza<strong>da</strong> (FOC), realiza<strong>da</strong> para avaliar<br />

os controles, as receitas, a regulari<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s despesas com<br />

verbas indenizatórias, as transferências de recursos para terceiros<br />

e para prover um panorama sobre as ativi<strong>da</strong>des finalísticas<br />

dos conselhos de fiscalização profissional (CFP);<br />

Considerando a necessi<strong>da</strong>de de reestruturação dos programas<br />

do Sistema Confea/Crea visando propiciar o equilíbrio<br />

financeiro dos Creas;<br />

RESOLVE:<br />

Art. 1° Instituir o Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro<br />

– RREF no âmbito do Sistema Confea/Crea com o objetivo<br />

de propiciar o equilíbrio financeiro dos Creas que atenderem<br />

aos requisitos desta resolução.<br />

§ 1° O Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro – RREF<br />

será orientado pelos princípios <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de econômico-<br />

-financeira, <strong>da</strong> transparência <strong>da</strong>s contas públicas, <strong>da</strong> confiança<br />

nas demonstrações financeiras, <strong>da</strong> celeri<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s decisões e<br />

<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de de ação entre o Confea e os Creas.<br />

§ 2° O Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro –<br />

RREF envolve a ação planeja<strong>da</strong>, coordena<strong>da</strong> e transparente<br />

do Sistema Confea/Crea para retomar o equilíbrio <strong>da</strong>s contas,<br />

por meio <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s emergenciais e <strong>da</strong>s<br />

reformas propostas no Plano de Recuperação, elaborado previamente<br />

pelo Crea que desejar aderir a esse Regime.<br />

Art. 2° O Confea fará a previsão em sua proposta orçamentária<br />

anual de valores suficientes para o Regime de Recuperação e<br />

Equilíbrio Financeiro – RREF, mediante estudo de impacto orçamentário-financeiro<br />

e análise prévia <strong>da</strong> situação financeira/<br />

orçamentária de ca<strong>da</strong> Crea.<br />

CAPÍTULO I<br />

DO PLANO DE RECUPERAÇÃO<br />

Art. 3° O Plano de Recuperação a ser apresentado pelo Crea<br />

que desejar aderir ao Regime de Recuperação e Equilíbrio<br />

Financeiro – RREF, deverá conter o diagnóstico em que se<br />

reconhece a situação de desequilíbrio financeiro, o detalhamento<br />

<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de ajuste, com os impactos esperados e<br />

os prazos para a sua adoção.<br />

§ 1º O diagnóstico de que trata o caput deverá conter informações<br />

do Crea acerca de sua arreca<strong>da</strong>ção, folha de pagamento<br />

de pessoal, endivi<strong>da</strong>mento, restos a pagar e obrigações inadimpli<strong>da</strong>s<br />

e patrimônio.<br />

§ 2º O detalhamento <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de ajuste deverá contemplar,<br />

no mínimo, os seguintes itens:<br />

I – cumprimento integral de seu plano de fiscalização;<br />

II – lavratura de Termo de Cooperação Técnica com outros órgãos<br />

públicos, voltado à fiscalização integra<strong>da</strong>;<br />

III – redução do tempo médio de julgamento dos processos<br />

éticos e de fiscalização profissional, pelas câmaras especializa<strong>da</strong>s<br />

e pelo Plenário;<br />

IV – redução do número de processos éticos e de infração à<br />

legislação profissional pendentes de julgamento;<br />

V – implementação de cobrança de dívi<strong>da</strong> ativa, através de<br />

protesto do título e inscrição no Serasa (Centralização de Serviços<br />

dos Bancos);<br />

VI – implementação de cobrança <strong>da</strong>s anui<strong>da</strong>des, não inscritas<br />

em dívi<strong>da</strong> ativa, a ca<strong>da</strong> 3 meses, desde que o valor com as<br />

despesas seja equivalente a no máximo 5% do valor passível<br />

de arreca<strong>da</strong>ção; e<br />

VII – integração de <strong>da</strong>dos finalísticos nos sistemas eletrônicos<br />

disponibilizados pelo Confea.<br />

CAPÍTULO II<br />

DAS CONDIÇÕES PARA ADESÃO<br />

Art. 4° Para aderir ao Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro<br />

– RREF o Crea deverá atender, cumulativamente, as<br />

seguintes condições:<br />

I – possuir valor projetado para as disponibili<strong>da</strong>des financeiras<br />

inferior ao valor <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> projeta<strong>da</strong> para o período<br />

estabelecido no Plano de Recuperação apresentado; e<br />

II – possuir comprometimento <strong>da</strong> despesa de pessoal superior<br />

a 50% (cinquenta por cento) <strong>da</strong> receita corrente operacional,<br />

nos últimos 12 (doze) meses.<br />

Parágrafo único. Para efeito desta resolução considera-se:<br />

a) disponibili<strong>da</strong>de financeira: valores registrados ou projetados<br />

no balanço patrimonial como Caixa e Equivalentes de Caixa;<br />

b) receita corrente operacional: receitas correntes do Regional<br />

excluí<strong>da</strong>s as transferências correntes;<br />

c) dívi<strong>da</strong> consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>: somatório do passivo circulante e não<br />

circulante; e<br />

d) despesa de pessoal: somatório dos gastos com os ativos,<br />

os inativos e os pensionistas, relativos a cargos, funções ou<br />

empregos, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como<br />

vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos<br />

<strong>da</strong> aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,<br />

gratificações, horas extras e vantagens pessoais de<br />

qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições<br />

recolhi<strong>da</strong>s pelo ente às enti<strong>da</strong>des de previdência, inclusive os<br />

valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se<br />

referem à substituição de empregados públicos, não sendo<br />

computa<strong>da</strong>s as despesas relativas a incentivos à demissão<br />

voluntária.<br />

Art. 5° A adesão ao Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro<br />

– RREF é permiti<strong>da</strong> uma única vez a ca<strong>da</strong> man<strong>da</strong>to<br />

do presidente do Crea.<br />

Art. 6° O Crea que tiver interesse em aderir ao Regime de Recuperação<br />

e Equilíbrio Financeiro – RREF deverá encaminhar<br />

requerimento, instruído com os seguintes documentos:<br />

I – plano de recuperação conforme art. 3° desta resolução;<br />

II – decisão plenária do Regional que aprova o plano de recuperação;<br />

III – documentos contábeis e financeiros que comprovem o<br />

diagnóstico em que se reconhece a situação de desequilíbrio<br />

financeiro; e<br />

IV – documentos comprobatórios <strong>da</strong> situação atual dos itens<br />

no citados detalhamento <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de ajuste.<br />

CAPÍTULO III<br />

DA ANÁLISE E DECISÃO<br />

Art. 7º Os requerimentos para adesão ao Regime de Recuperação<br />

e Equilíbrio Financeiro – RREF serão analisados por<br />

um grupo técnico, constituído por funcionários do Confea que<br />

atuem nas áreas de auditoria, planejamento e concessão de<br />

recursos, que avaliarão se:<br />

I – o Crea atende as condições para adesão ao Regime de<br />

Recuperação e Equilíbrio Financeiro – RREF;<br />

II – a documentação apresenta<strong>da</strong> atende às exigências desta<br />

resolução; e<br />

III – as ações e os prazos apresentados no plano de recuperação<br />

são exequíveis e compatíveis com os impactos esperados.<br />

Art. 8° A adesão ao Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro<br />

– RREF será decidi<strong>da</strong> pelo Plenário do Confea após<br />

análise técnica e jurídica e deliberação <strong>da</strong> comissão permanente<br />

responsável pelo controle e sustentabili<strong>da</strong>de do sistema.<br />

Art. 9° A assinatura do contrato de gestão <strong>da</strong>rá início à vigência<br />

do Regime de Recuperação.<br />

Parágrafo único. O prazo de vigência do contrato de gestão<br />

será de até 36 (trinta e seis) meses, podendo ser prorrogado<br />

por mais 18 (dezoito) meses.<br />

CAPÍTULO IV<br />

DOS RECURSOS<br />

Art. 10. O Confea disponibilizará ao Crea que aderir ao Regime<br />

de Recuperação e Equilíbrio Financeiro – RREF o valor<br />

proposto pelo grupo técnico, deliberado pela comissão permanente<br />

responsável e aprovado pelo Plenário do Confea, observa<strong>da</strong>s<br />

a disponibili<strong>da</strong>de orçamentária e a situação financeira/<br />

orçamentária do Crea respectivo, que deverão ser objeto do<br />

prévio estudo de impacto orçamentário-financeiro.<br />

§ 1° O recurso repassado pelo Confea será <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de não<br />

reembolsável.<br />

§ 2° A liberação do recurso será quadrimestral, após análise de<br />

relatório pela área de auditoria do Confea, devendo o repasse<br />

<strong>da</strong> primeira parcela ocorrer em até 30 (trinta) dias após a aprovação<br />

do Programa de Recuperação e Equilíbrio Financeiro<br />

- RREF apresentado pelo Regional.<br />

CAPÍTULO V<br />

DA SUPERVISÃO<br />

Art. 11. O acompanhamento <strong>da</strong> execução do plano de recuperação<br />

será realizado por meio de grupos de supervisão criados<br />

especificamente para o Regime de Recuperação e Equilíbrio<br />

Financeiro – RREF.<br />

§ 1° O grupo de supervisão, será composto por 3 (três) membros<br />

titulares, e igual número de suplentes, com experiência<br />

profissional e conhecimento técnico nas áreas de gestão de<br />

financeira, administrativa, contábil, orçamentária e jurídica, escolhidos<br />

<strong>da</strong> seguinte forma:<br />

I – 4 (quatro) empregados indicados pela presidência do Confea,<br />

sendo 2 (dois) para atuarem como membros titulares, sendo<br />

um obrigatoriamente <strong>da</strong> área de auditoria do Confea, que<br />

coordenará o grupo, e 2 (dois) para atuarem como suplentes; e<br />

II – 2 (dois) empregados indicados pela presidência do Crea,<br />

sendo 1 (um) para atuar como membro titular, que ficará responsável<br />

pelo envio de documentos e informações referentes<br />

à execução do plano de recuperação, e 1 (um) para atuar<br />

como suplente.<br />

§ 2° Os membros do grupo de supervisão deverão ser obrigatoriamente,<br />

empregados públicos efetivos do Confea ou do<br />

Crea.<br />

§ 3° As despesas do grupo de supervisão serão custea<strong>da</strong>s<br />

pelo Confea.<br />

Art. 12. Caberá ao grupo de supervisão:<br />

I - monitorar o cumprimento do Plano de Recuperação e apresentar<br />

à área de auditoria do Confea, trimestralmente, relatório<br />

simplificado sobre a sua execução e sobre a evolução <strong>da</strong><br />

situação financeira do Crea, com vistas a apontar os riscos<br />

ou a ocorrência de desrespeito às ve<strong>da</strong>ções cita<strong>da</strong>s nesta resolução;<br />

II - recomen<strong>da</strong>r ao Crea providências e alterações no Plano de<br />

Recuperação, com vistas a atingir as suas metas;<br />

III – notificar a comissão permanente responsável pelo controle<br />

e sustentabili<strong>da</strong>de do sistema nas hipóteses de indícios de irregulari<strong>da</strong>des,<br />

violação de direito ou prejuízo aos interesses <strong>da</strong>s<br />

partes afeta<strong>da</strong>s pelo Plano de Recuperação; e<br />

IV – analisar o relatório conclusivo, apresentado pelo Crea, no<br />

prazo de até 90 (noventa) dias, contados <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta de apresentação<br />

<strong>da</strong> documentação pelo Crea.<br />

Art. 13. O grupo de supervisão se reunirá, em caráter ordinário,<br />

uma vez por mês, quando:<br />

I – consoli<strong>da</strong>rá os trabalhos realizados pelos seus membros;<br />

II – atualizará as projeções financeiras;<br />

III – verificará o cumprimento <strong>da</strong>s metas do Plano de Recuperação;<br />

e<br />

IV – atualizará seu relatório.<br />

Art. 14. Os relatórios de acompanhamento bem como as<br />

demais informações considera<strong>da</strong>s relevantes pelo grupo de<br />

supervisão serão divulgados no sítio eletrônico do Crea, em<br />

página específica dedica<strong>da</strong> ao Regime de Recuperação e<br />

Equilíbrio Financeiro – RREF.<br />

Art. 15. As competências do grupo de supervisão não afastam<br />

ou substituem as competências legais do Confea e dos órgãos<br />

federais de controle externo.<br />

CAPÍTULO VI<br />

DAS VEDAÇÕES<br />

Art. 16. Durante a vigência do Regime de Recuperação e Equilíbrio<br />

Financeiro – RREF é ve<strong>da</strong>do ao Crea:<br />

I – a concessão de aumento ou adequação de remuneração,<br />

bem como a criação e majoração, a qualquer título, de vantagem,<br />

de auxílio, de bônus, de abonos, ou de benefícios de<br />

qualquer natureza, exceto aqueles provenientes de sentença<br />

judicial transita<strong>da</strong> em julgado ou de acordo coletivo de trabalho<br />

existente;<br />

II – a alteração de plano de cargos e salários que implique<br />

aumento de despesa;<br />

III – a admissão ou a contratação de pessoal, sem aprovação<br />

prévia do Plenário do Confea;<br />

IV – a reposição de pessoal que acarretem aumento de despesa;<br />

V – a criação de despesa obrigatória de caráter continuado<br />

ou temporário sem aprovação prévia do plenário do Confea;<br />

VI – a concessão ou a ampliação de incentivo ou benefício de<br />

natureza tributária <strong>da</strong> qual decorra renúncia de receita;<br />

VII – a celebração ou renovação de convênio, acordo, termos<br />

de fomento, contratos ou outros tipos de instrumentos que<br />

envolvam a transferência de recursos do Crea para terceiros,<br />

sejam elas privados ou públicos, sem aprovação prévia do plenário<br />

do Confea;<br />

VIII – o empenho ou a contratação de despesas com comunicação,<br />

publici<strong>da</strong>de e propagan<strong>da</strong>, com a utilização de recursos<br />

próprios do Regional;<br />

IX – a celebração de convênios, <strong>da</strong> qual resulte necessi<strong>da</strong>de<br />

de aporte de contraparti<strong>da</strong> financeira pelo Crea, sem aprovação<br />

prévia do plenário do Confea;<br />

X – a ampliação do número de conselheiros regionais, exceto<br />

para garantia <strong>da</strong> representação mínima prevista na Lei n°<br />

5.194, de 24 de dezembro de 1966;<br />

XI – o custeio de qualquer despesa com viagens para participação<br />

em congresso, simpósio, seminário, encontro ou qualquer<br />

evento de valorização ou aperfeiçoamento cultural; e<br />

XII – o custeio de qualquer despesa com viagens, para participação<br />

em reunião ou evento institucional do Sistema Confea/<br />

Crea, de mais de um representante ou funcionário do Crea,<br />

sendo que as viagens <strong>da</strong> presidência ou dos conselheiros,<br />

para fora <strong>da</strong> região geopolítica do Crea, necessitam obrigatoriamente<br />

de prévia autorização do plenário do Confea.<br />

CAPÍTULO VII<br />

DO ENCERRAMENTO E DA EXTINÇÃO<br />

Art. 17. O Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro –<br />

RREF será encerrado pelo plenário do Confea quando ocorrer:<br />

I - o cumprimento <strong>da</strong>s metas estabeleci<strong>da</strong>s no plano de recuperação<br />

com o consequentemente equilíbrio de contas; ou<br />

II - o término <strong>da</strong> vigência do contrato.<br />

Parágrafo único. O equilíbrio <strong>da</strong>s contas do Regional será<br />

considerado atingido se, durante a vigência do Regime de Recuperação<br />

e Equilíbrio Financeiro – RREF, o Crea conseguir<br />

resultados capazes de estabilizar sua dívi<strong>da</strong> consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

Art.18. São causas para a extinção do contrato de Regime de<br />

Recuperação e Equilíbrio Financeiro – RREF o descumprimento<br />

pelo Regional <strong>da</strong>s ve<strong>da</strong>ções dispostas nesta resolução.<br />

Parágrafo único. A extinção de que trata o caput implica a<br />

imediata devolução do valor integral recebido, devi<strong>da</strong>mente<br />

corrigido desde a <strong>da</strong>ta do mês dos desembolsos realizados<br />

pelo Confea.<br />

Art. 19. O Crea deverá apresentar relatório conclusivo do cumprimento<br />

<strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de ajustes, no prazo de até 60 (sessenta)<br />

dias, contados <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta do encerramento ou <strong>da</strong> extinção do<br />

contrato de Regime de Recuperação e Equilíbrio Financeiro<br />

– RREF.<br />

Parágrafo único. O relatório conclusivo deverá conter:<br />

I – descrição pormenoriza<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des realiza<strong>da</strong>s e a<br />

comprovação do alcance <strong>da</strong>s metas e dos resultados esperados,<br />

a descrição <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des ou projetos desenvolvidos<br />

para o cumprimento <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s de ajuste e o comparativo de<br />

metas propostas com os resultados alcançados; e<br />

II – informações acerca <strong>da</strong> execução financeira, com a descrição<br />

<strong>da</strong>s despesas e receitas efetivamente realiza<strong>da</strong>s, acompanhado<br />

com os respetivos comprovantes.<br />

Art. 20. O relatório conclusivo apresentado pelo Crea será<br />

analisado pelo grupo de supervisão e pela área responsável<br />

pela auditoria do Confea, antes de ser submetido à comissão<br />

permanente responsável pelo controle e sustentabili<strong>da</strong>de do<br />

sistema e ao plenário do Confea.<br />

Parágrafo único. A análise do relatório conclusivo poderá resultar<br />

em:<br />

I - aprovação;<br />

II - aprovação com ressalvas; ou<br />

III - rejeição com a determinação <strong>da</strong> imediata devolução parcial<br />

ou integral dos valores recebidos, conforme o caso.<br />

CAPÍTULO VIII<br />

DISPOSIÇÕES FINAIS<br />

Art. 21. Esta resolução entra em vigor na <strong>da</strong>ta de sua publicação.<br />

Brasília, 2 de outubro de 2019<br />

Eng. Eletric. Edson Alves Delgado<br />

Vice-Presidente no exercício <strong>da</strong> Presidência<br />

Publica<strong>da</strong> no DOU de 3 de outubro de 2019, Seção 1 – página<br />

117 e 118<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 05


Tecnologia<br />

O MUNDO<br />

DA NOVA<br />

INTERNET<br />

Conexão 5G será responsável pela maior<br />

revolução tecnológica <strong>da</strong> história <strong>da</strong><br />

indústria, em especial a automotiva<br />

06 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


Tecnologia<br />

A<br />

quinta geração <strong>da</strong> internet móvel (5G) está prestes<br />

a provocar a maior revolução tecnológica <strong>da</strong><br />

história <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de. A conexão, que promete<br />

ser mil vezes mais rápi<strong>da</strong> que a 4G, vai permitir à<br />

indústria, em especial a automobilística, o emprego de uma<br />

série de avanços que vão tornar a mobili<strong>da</strong>de ca<strong>da</strong> vez mais<br />

inteligente, segura, confortável e diverti<strong>da</strong>.<br />

Pioneiro na a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s fábricas para a indústria<br />

4.0, que integra <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> produção fabril com sistemas de<br />

Tecnologia <strong>da</strong> Informação (TI), o setor automotivo investiu<br />

pesado durante anos e encontra-se preparado para <strong>da</strong>r<br />

início à nova era <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de a partir <strong>da</strong> conexão 5G, que<br />

tem previsão de até o final deste ano entrar em funcionamento<br />

nos EUA, no Japão e na Coreia do Sul. Já no Brasil<br />

a nova internet móvel deve chegar só depois de 2021, de<br />

acordo com as principais operadoras que atuam no país.<br />

A espanhola SEAT, por exemplo, apresentou recentemente<br />

o carro conectado 5G, capaz de detectar ciclistas,<br />

pedestres e objetos estáticos, informando o condutor antecipa<strong>da</strong>mente.<br />

Já a estadunidense Ford fez a primeira demonstração<br />

de direção remota. O modelo Lincoln MKZ Hybrid com<br />

plataforma de direção autônoma a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> para recepção de<br />

sinais 5G foi controlado a 3 km de distância, por meio de<br />

sinais de vídeo e áudio enviados pelo veículo.<br />

Veículos inteligentes<br />

A conexão 5G vai permitir que câmeras conecta<strong>da</strong>s à<br />

internet nas vias enviem informações em tempo real para<br />

os veículos que nelas transitem. A veloci<strong>da</strong>de dessa troca<br />

de informações é o que vai permitir que os veículos sejam<br />

100% autônomos, dispensando a necessi<strong>da</strong>de de ter um<br />

motorista ao volante.<br />

Através <strong>da</strong> conexão 5G os veículos terão capaci<strong>da</strong>de<br />

para mapear buracos e ajustar automaticamente a suspensão.<br />

A Ford e a inglesa Jaguar Land Rover desenvolveram<br />

sistemas avançados que detectam buracos em tempo real<br />

e enviam alertas para o painel de instrumentos do veículo.<br />

A conexão 5G vai permitir também aos veículos até<br />

mesmo entender o estado de espírito de quem estiver ao<br />

volante e ajustar as configurações <strong>da</strong> cabine para melhorar<br />

seu bem-estar.<br />

A tecnologia <strong>da</strong> Jaguar Land Rover usa uma câmera<br />

com sensoriamento biométrico. Após avaliar o humor, a Inteligência<br />

Artificial (IA) a<strong>da</strong>pta sistemas de aquecimento,<br />

ventilação, ar condicionado, mídia e iluminação ambiente,<br />

de acordo com as informações coleta<strong>da</strong>s.<br />

Inclusão<br />

O mundo <strong>da</strong> nova mobili<strong>da</strong>de também será mais inclusivo.<br />

A Ford criou uma janela inteligente que dá a portadores<br />

de deficiência visual a possibili<strong>da</strong>de de sentir a pai-<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 07


Tecnologia<br />

sagem através do toque.<br />

A tecnologia foi desenvolvi<strong>da</strong> na Itália em<br />

colaboração com a Aedo, startup especializa<strong>da</strong><br />

em dispositivos para deficientes visuais.<br />

Chamado Feel the View (Sinta a Visão), o<br />

dispositivo ain<strong>da</strong> está em fase de testes. O protótipo<br />

tira fotos que são transforma<strong>da</strong>s em imagens<br />

preto e branco de alto contraste. Depois essas<br />

imagens são reproduzi<strong>da</strong>s no vidro por meio<br />

de LEDs especiais.<br />

Ao tocar na imagem, os diferentes tons de<br />

cinza vibram em uma escala de 255 intensi<strong>da</strong>des,<br />

permitindo reconstruir mentalmente os detalhes<br />

<strong>da</strong> paisagem. Ao mesmo tempo, um assistente<br />

vocal conectado ao sistema de áudio do carro,<br />

com inteligência artificial online, aju<strong>da</strong> a contextualizar<br />

a imagem, descrevendo o que está sendo<br />

tocado. O passageiro é quem ativa o que quer que<br />

seja fotografado, por meio de um botão.<br />

O Feel the View é considerado uma evolução<br />

do método Braille por expandir seu conceito<br />

para além <strong>da</strong>s letras e dos números.<br />

Motocicleta do futuro<br />

A BMW Motorrad, divisão duas ro<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

fabricante de veículos alemã, apresentou a Vision<br />

Next 100, motocicleta do futuro projeta<strong>da</strong> para<br />

não cair.<br />

A motocicleta promete conectivi<strong>da</strong>de inteligente<br />

entre condutor, motocicleta e ambiente<br />

exterior. Com todos os sistemas atuando em<br />

conjunto, a motocicleta é capaz de antecipar situações<br />

de perigo e alertar o condutor sobre a<br />

necessi<strong>da</strong>de de intervir.<br />

Mesmo para<strong>da</strong> e sem a presença do piloto<br />

a motocicleta fica em posição vertical, graças<br />

aos sistemas de compensação, que também trabalham<br />

com o veículo em movimento.<br />

Seus pneus possuem função de amortecimento<br />

e perfis variáveis, que se ajustam de forma<br />

ativa a todo tipo de terreno. A aparência do<br />

propulsor mu<strong>da</strong> conforme a circunstância. Em<br />

repouso, exibe formas compactas. Já com a motocicleta<br />

em movimento, o motor se expande,<br />

melhorando a aerodinâmica.<br />

A troca de informações entre piloto e motocicleta<br />

ocorre por meio de uma viseira que,<br />

além de providenciar proteção contra o vento,<br />

mostra informações quando o piloto solicita ou<br />

para alertar sobre algo. O controle do visor é feito<br />

pelo movimento dos olhos.<br />

Por meio do visor, a motocicleta sugere<br />

faixas ideais de trânsito, melhores ângulos para<br />

desvios e curvas e alerta o piloto para eventuais<br />

perigos. O piloto pode corrigir os desvios que<br />

aparecem e caso demore a fazer ou não faça, a<br />

própria motocicleta fará.<br />

Ao olhar para cima, a viseira ativa a visão<br />

traseira. Se olhar para baixo é aberto o mapa indicando<br />

a rota seleciona<strong>da</strong>.<br />

A Vision Next 100 também trará uma roupa<br />

com sensores que monitoram <strong>da</strong>dos como o<br />

pulso e temperatura corporal, podendo regular<br />

corretamente a climatização em caso de frio ou<br />

stress. O traje oferece, a partir de elementos vibratórios<br />

nos braços e pernas, indicações para<br />

navegação ou mostra que o piloto atingiu o limite<br />

de inclinação.<br />

08 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


Engenharias<br />

ENGENHARIA<br />

CLÍNICA<br />

Responsável pelos parques tecnológicos de hospitais, área<br />

ain<strong>da</strong> é pouco conhecido até entre profissionais de saúde<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 09


Engenharias<br />

Engenharia clínica é a área responsável<br />

pelo planejamento, gestão e gerenciamento<br />

de parques tecnológicos de hospitais<br />

e clínicas médicas. O profissional<br />

atua desde o planejamento e seleção dos equipamentos<br />

que serão comprados até o momento<br />

do descarte, passando pela compra, recebimento,<br />

realização de testes e manutenções preventiva e<br />

corretiva, entre outras ações necessárias para garantir<br />

o uso seguro <strong>da</strong> máquina.<br />

É um mercado de trabalho em expansão no<br />

Brasil. A área ain<strong>da</strong> é pouco conheci<strong>da</strong> até mesmo<br />

entre hospitais. O público em geral também<br />

conhece muito pouco sobre a Engenharia Clínica<br />

e sua importância, apesar de ser ca<strong>da</strong> vez mais<br />

submetido a exames realizados por máquinas.<br />

O campo de atuação do profissional de engenharia<br />

clínica é bem vasto. Além de gerenciar<br />

tecnologia de hospitais, pode atuar na indústria,<br />

no processo criativo e produtivo, na parte de assuntos<br />

regulatórios, quando envolve registro dos<br />

produtos junto aos órgãos sanitários, por exemplo.<br />

Ca<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> cadeia do plano de gerenciamento<br />

de tecnologias de saúde compreende em<br />

uma subárea que pode ser explora<strong>da</strong> isola<strong>da</strong>mente.<br />

A parte de planejamento e seleção do equipamento,<br />

por exemplo, envolve análise de investimento<br />

e retorno, planejamento <strong>da</strong> compra, que é<br />

como comprar e de quem comprar, como avaliar<br />

esse fornecedor.<br />

Saber fazer um descritivo técnico, por<br />

exemplo, é área que abre campo para trabalhar<br />

em órgãos públicos, na função de escrever editais<br />

de licitação.<br />

Rotinas que envolvem manutenção, preventiva,<br />

corretiva, calibração, ensaios meteorológicos,<br />

suporte técnico, políticas de descarte, de<br />

reuso de reaproveitamento. São to<strong>da</strong>s subáreas<br />

<strong>da</strong> engenharia clínica que rendem uma infini<strong>da</strong>de<br />

de possibili<strong>da</strong>des de atuação.<br />

Quanto à remuneração, o início <strong>da</strong> carreira,<br />

a exemplo de outras área, é difícil. E apesar de<br />

ser área ain<strong>da</strong> pouco explora<strong>da</strong> no país, é comum<br />

encontrar no mercado de trabalho gerentes de<br />

departamento de engenharia clínica que ganham<br />

na faixa de R$ 15 mil, R$ 20 mil mensais.<br />

Para saber um pouco mais sobre a profissão,<br />

a <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de traz um bate-papo<br />

com Rodolfo Fernandes More, 42 anos, empresário<br />

consultor de engenharia clínica. Natural<br />

de São Paulo e criado no interior, Rodolfo formou-se<br />

em Engenharia de Produção Mecânica,<br />

no ano 2000, na Universi<strong>da</strong>de de Marília, ci<strong>da</strong>de<br />

onde cresceu, e depois especializou-se em Engenharia<br />

Clínica na Unicamp.<br />

Como é a atuação em uma área <strong>da</strong> engenharia<br />

ain<strong>da</strong> desconheci<strong>da</strong> até mesmo em<br />

hospitais?<br />

Tem seu lado bom que é o potencial de<br />

crescimento muito grande. Mas também tem<br />

essa coisa do desconhecimento, principalmente<br />

de quem contrata, que é algo que atravanca.<br />

No entanto é uma área com grande potencial de<br />

crescimento e que, através <strong>da</strong>s ações fiscalizatórias<br />

dos conselhos de engenharia, tem tudo para<br />

que evolua.<br />

Como se deu a escolha pela profissão?<br />

Não procurei a profissão. Fui levado a ela.<br />

Quando comecei a fazer engenharia de produção<br />

mecânica, minha ideia inicial era trabalhar com<br />

mercado financeiro. Os bancos estavam contra-<br />

10 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


Engenharias<br />

tando engenheiros. As coisas foram acontecendo<br />

e quando percebi, estava dentro de um hospital<br />

em meio a um projeto de pesquisa e acabei me<br />

apaixonando pela área hospitalar <strong>da</strong> engenharia<br />

e segui. Costumo dizer que a vi<strong>da</strong> me levou à engenharia<br />

clínica.<br />

Trabalha onde atualmente?<br />

Tenho uma empresa de consultoria, a<br />

Uaná. Presto serviços em todo o Brasil. Já atuei<br />

em projetos nacionais e internacionais, além de<br />

<strong>da</strong>r suporte para hospitais.<br />

O que você faz especificamente?<br />

Atuo especificamente em to<strong>da</strong> parte de<br />

planejamento, gestão e gerenciamento de parque<br />

tecnológico de hospitais. desde o planejamento e<br />

seleção dos ativos, dos equipamentos que vão ser<br />

comprados, to<strong>da</strong> parte de recebimento, aceitação,<br />

testes, manutenções.<br />

Faço o acompanhamento completo dos<br />

equipamentos. O que fazer, como usar de forma<br />

segura. Atuo desde a decisão de compra até o<br />

descarte.<br />

O que é necessário para ser bem sucedido<br />

na área?<br />

Não é muito diferente do que é preciso para<br />

ser bem sucedido em outras áreas. É necessário<br />

estu<strong>da</strong>r, estu<strong>da</strong>r, estu<strong>da</strong>r e estu<strong>da</strong>r mais um pouco.<br />

Manter-se atualizado. Participar de feiras,<br />

congressos, pôr a mão na massa. Falo que não<br />

basta conhecer tecnicamente. É preciso saber<br />

como funciona, as variáveis dos processos, dos<br />

projetos. Além de conhecimento técnico, de estu<strong>da</strong>r<br />

muito, tem de ter vivência prática muito<br />

grande.<br />

Qual a importância do profissional de<br />

engenharia clínica para a socie<strong>da</strong>de?<br />

Costumo dizer que se a profissão de engenheiro<br />

clínico tivesse outro nome seria engenharia<br />

de segurança do paciente. Hospitais e clínicas<br />

com um serviço de engenharia clínica estruturado<br />

garantem que o médico, o operador e os<br />

pacientes tenham um equipamento seguro para<br />

usar. Não adianta ter a melhor estrutura, os melhores<br />

profissionais e equipamentos doentes.<br />

As pessoas precisam ser atendi<strong>da</strong>s no ambiente<br />

hospitalar por equipamentos confiáveis,<br />

que entreguem as respostas que foram projetados<br />

para obter. É o engenheiro clínico quem garante<br />

que o equipamento não cause mal ao paciente.<br />

O engenheiro clínico é tão importante quanto os<br />

profissionais habilitados e treinados para fazer o<br />

diagnóstico do paciente. Afinal, são as máquinas<br />

que dão suporte para o diagnóstico.<br />

Hoje em dia somos submetidos a ca<strong>da</strong> vez<br />

exames de todos os tipos e temos de cobrar mais<br />

esses lugares sobre como estão os equipamentos.<br />

A quinta geração <strong>da</strong> internet móvel<br />

(5G), vai impactar na engenharia clínica de<br />

que maneira?<br />

Certamente vai impactar na saúde. Ca<strong>da</strong><br />

vez mais os equipamentos médicos, assim como<br />

os demais, são dependentes <strong>da</strong> internet. Vejo um<br />

campo aberto e ca<strong>da</strong> vez maior relacionado à telemedicina.<br />

Tratamentos e consultas à distância,<br />

novas maneiras de praticar medicina.<br />

Vamos poder ver simulações, por exemplo.<br />

Coisa que até então víamos em filmes de ficção<br />

futurista. Chamo a atenção também à cirurgia<br />

robótica à distância. A engenharia clínica é uma<br />

área que tem muito a evoluir com a nova internet.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 11


Entrevista<br />

MOBILIDADE<br />

HUMANA<br />

Amauri Hernandes, secretário de Trânsito,<br />

Transporte e Segurança de São José do Rio<br />

Preto, fala sobre os desafios de mobili<strong>da</strong>de<br />

12 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


Entrevista<br />

Amauri Hernandes é secretário de Trânsito, Transportes<br />

e Segurança de São José do Rio Preto – SP.<br />

Engenheiro civil pós graduado em Segurança do<br />

Trabalho e especializado na área de Trânsito e<br />

Transporte, foi titular <strong>da</strong> mesma pasta entre os anos de<br />

2007 e 2008.<br />

Depois foi para Olímpia, onde atuou por oito anos na<br />

administração Geninho Zuliani, como secretário de Planejamento<br />

e diretor de trânsito.<br />

Voltou para São José do Rio Preto para ser diretor<br />

de mobili<strong>da</strong>de logo no início do atual man<strong>da</strong>to do prefeito<br />

Edinho Araújo. Em julho de 2018 foi alçado novamente ao<br />

posto de secretária de Trânsito, Transporte e Segurança.<br />

Conselheiro estadual de trânsito entre os anos de<br />

2008 e 2010, Amauri foi recentemente nomeado conselheiro<br />

federal de trânsito e transporte, após indicação do<br />

Confea. Vai integrar a câmara temática de transportes do<br />

Contran (Conselho Nacional de Trânsito).<br />

As câmaras temáticas – o Contran conta com cinco<br />

– reúnem especialistas que discutem legislação e normatização.<br />

São as responsáveis pelas alterações do código de<br />

trânsito.<br />

Em entrevista à <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de, Amauri falou<br />

sobre novos conceitos de mobili<strong>da</strong>de que privilegiam o pedestre<br />

e também sobre os desafios de melhorar o trânsito de<br />

São José do Rio Preto, uma <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des mais motoriza<strong>da</strong>s<br />

do país.<br />

Qual é o grande problema do trânsito em São José<br />

do Rio Preto?<br />

O índice de motorização local é um dos maiores do<br />

Brasil. São 86 veículos para ca<strong>da</strong> 100 habitantes. A frota é<br />

muito grande. Isso acaba impactando no dia a dia <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />

A frota de São José do Rio Preto é quantos veículos?<br />

Atualmente temos 396 mil veículos em São José do<br />

Rio Preto, contando tudo, moto, carro, caminhão. Além<br />

disso temos os veículos <strong>da</strong> região, <strong>da</strong>s pessoas de fora que<br />

também transitam pela ci<strong>da</strong>de, seja a trabalho, para fazer<br />

compras, ou em busca de serviços <strong>da</strong> área médica.<br />

Soma-se à frota local quantos veículos <strong>da</strong> região?<br />

Não temos esse número, mas vamos ter em breve.<br />

Estamos instalando um sistema de câmeras capazes de ler<br />

placas, que vai tornar possível detectar quantos veículos<br />

são <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e quantos são de fora. O sistema é o OCR<br />

(Optical Character Recognition). A partir dessa informação<br />

é que vamos ter uma real dimensão. Mas sabemos que isso<br />

tudo traz um grande problema. As vias, principalmente as<br />

<strong>da</strong> área central, são as mesmas de déca<strong>da</strong>s atrás. Não tem<br />

como aumentar a dimensão.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 13


14 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 15


Entrevista<br />

Então não há solução para a área central?<br />

Temos buscado analisar ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s vias.<br />

Dependendo do caso, vamos tirar o estacionamento<br />

para privilegiar a fluidez e a segurança do<br />

sistema viário. É o caso <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> Alberto An<strong>da</strong>ló,<br />

por exemplo, onde o estacionamento foi tirado<br />

para que tivéssemos três faixas de rolamento.<br />

Como é aceitação do ci<strong>da</strong>dão quanto a<br />

essas mu<strong>da</strong>nças?<br />

Isso sempre causa algum problema, principalmente<br />

para o comércio. A gente sabe que tem<br />

reclamação. Mas a ci<strong>da</strong>de tem de garantir a fluidez<br />

do trânsito com segurança e cabe, dentro de<br />

to<strong>da</strong> a análise do sistema viário, tomar algumas<br />

medi<strong>da</strong>s para garantir que a ci<strong>da</strong>de flua.<br />

Entre os motoristas também tem quem reclame.<br />

As vezes a pessoa fez aquele trajeto por<br />

anos e quando não pode mais, a primeira reação<br />

geralmente é criticar a mu<strong>da</strong>nça. Mas o trânsito<br />

é dinâmico e alterações devem ser feitas sempre<br />

que se mostrarem necessárias.<br />

É característica <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des<br />

do Brasil privilegiar o carro. Como mu<strong>da</strong>r<br />

isso?<br />

Hoje o mundo está voltado a incentivar o<br />

transporte coletivo. O Brasil também está fazendo<br />

um trabalho nesse sentido. É que ao longo de<br />

déca<strong>da</strong>s foi incentivado a compra do carro. O governo<br />

federal fez campanha para que todo mundo<br />

tivesse carro. Ótimo que todo mundo tenha, mas<br />

não necessariamente que o utilize no dia-a-dia,<br />

principalmente para ir trabalhar.<br />

Hoje tem empresa multinacional, a WRI<br />

Brasil, que promove cursos e palestras propondo<br />

uma mu<strong>da</strong>nça no paradigma <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des. A<br />

proposta é privilegiar o transporte público. Além<br />

disso, aumentar a largura <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s e diminuir<br />

a largura <strong>da</strong>s vias. Assim é possível privilegiar o<br />

ciclista, o pedestre e o transporte coletivo.<br />

Em Paris já não é possível chegar de carro<br />

ao centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. É esse o caminho?<br />

É uma tendência. São Paulo já andou fazendo<br />

testes de, na última sexta-feira do mês, proibir<br />

veículos na área central.<br />

Todo mundo tem estu<strong>da</strong>do isso, pois as<br />

grandes ci<strong>da</strong>des tem um problema que extrapola<br />

o trânsito, que é a poluição. Se todos os veículos<br />

do mundo saírem ao mesmo tempo, não tem lugar<br />

nas vias.<br />

Não há espaço físico para isso. Para melhorar<br />

isso tudo temos de fazer com que as pessoas<br />

passam a an<strong>da</strong>r mais a pé, de bicicleta, passem a<br />

utilizar mais o transporte coletivo.<br />

Uma ci<strong>da</strong>de com vias mais arboriza<strong>da</strong>s<br />

pode colaborar para que as pessoas andem<br />

mais a pé e de bicicleta?<br />

Sim. A administração já plantou uma quanti<strong>da</strong>de<br />

enorme de árvores e continua fazendo esse<br />

trabalho. As aveni<strong>da</strong>s receberam plantio, vários<br />

outros locais vão receber. Para to<strong>da</strong> obra é destina<strong>da</strong><br />

uma área de plantio de árvores. Inauguramos<br />

um complexo de viadutos nas aveni<strong>da</strong>s<br />

Domingos Falavina, Mirassolândia e Capitão<br />

Faustino (Zona Norte) que recebeu uma quanti<strong>da</strong>de<br />

de mu<strong>da</strong>s enorme. O entorno foi todo reflorestado.<br />

O compromisso é de melhorar a quali<strong>da</strong>de<br />

de vi<strong>da</strong> e a gente sabe que árvores colaboram<br />

muito com isso, inclusive melhoram a temperatura.<br />

Políticas ambientais, de trânsito e transporte,<br />

de saúde e as demais devem estar inter-relaciona<strong>da</strong>s<br />

em busca de uma ci<strong>da</strong>de melhor, mais<br />

humaniza<strong>da</strong>. O conceito de mobili<strong>da</strong>de urbana<br />

está sendo renovado e muito tem se falado em<br />

mobili<strong>da</strong>de humana.<br />

O que esse conceito traz de renovação?<br />

É sobre as pessoas terem uma ci<strong>da</strong>de para<br />

elas mesmas. As ci<strong>da</strong>des, de uma certa forma, foram<br />

pensa<strong>da</strong>s lá atrás para o carro. As ruas foram<br />

projeta<strong>da</strong>s para o carro. Em várias ci<strong>da</strong>des<br />

a largura <strong>da</strong> calça<strong>da</strong> é muito pequena. A tendência<br />

é aumentar a largura <strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s para que as<br />

pessoas tenham o direito de ir e vir caminhando.<br />

Outra tendência é aumentar a extensão <strong>da</strong>s ciclovias.<br />

É buscar atender melhor esse lado do ser<br />

humano. Não só pensar no mo<strong>da</strong>l motorizado. É<br />

pensar quais são os outros meios de locomoção<br />

que existem.<br />

Podemos esperar essa renovação de conceito<br />

em São José do Rio Preto?<br />

Sim. To<strong>da</strong>s as ciclovias e ciclo faixas que<br />

estamos fazendo é um exemplo. O próprio terminal<br />

que será inaugurado no fim deste mês, por<br />

exemplo, tem um bicicletário.<br />

A ideia é incentivar o ci<strong>da</strong>dão a ir de bicicleta<br />

até o terminal, guardá-la, pegar o ônibus para<br />

chegar no destino final e depois fazer o caminho<br />

inverso. Ter um local para deixar a bicicleta com<br />

segurança é um estimulo ao uso.<br />

Para que mais gente utilize o transporte<br />

público, o que precisa acontecer?<br />

Melhorar para estimular o uso. É justamente<br />

o que fizemos aqui. Hoje os ônibus todos<br />

contam com wi fi. Neste ano 36 ônibus novos entraram<br />

em operação, todos com ar condicionado.<br />

Também estamos em fase de licitação para<br />

16 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


Entrevista<br />

a construção de três miniterminais de ônibus<br />

na zona norte, maior região <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Com isso<br />

vamos mu<strong>da</strong>r a lógica do transporte público em<br />

São José do Rio Preto. Hoje o sistema é radial. Os<br />

ônibus saem do terminal, vão ao bairro e voltam<br />

ao terminal. Com os miniterminais será possível<br />

criar linhas interligando bairros e outras interligando<br />

os miniterminais ao centro. Assim vamos<br />

diminuir a quanti<strong>da</strong>de de ônibus que precisam<br />

chegar ao centro e melhorar o trânsito.<br />

Hoje todos os ônibus tem GPS. Tudo é<br />

georeferenciado e assim temos informação de<br />

quantos usuários tem em ca<strong>da</strong> ro<strong>da</strong><strong>da</strong> de todos os<br />

itinerários. A bilhetagem eletrônica também aju<strong>da</strong><br />

a termos todos os <strong>da</strong>dos necessários. Temos<br />

tecnologia para obter as informações necessárias<br />

para melhorar o dia-a-dia do ci<strong>da</strong>dão.<br />

Apenas a zona norte vai ganhar miniterminais?<br />

Além dos três na zona norte, teremos também<br />

dois na aveni<strong>da</strong> Faria Lima, um deles na região<br />

do Hospital de Base HB. Existe projeto para<br />

fazer outro nas imediações <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong> Potiren<strong>da</strong>ba<br />

e ain<strong>da</strong> em outros pontos que vamos indicar<br />

com base nos <strong>da</strong>dos coletados.<br />

O que esperar do futuro do trânsito rio-<br />

-pretense?<br />

Um <strong>da</strong>do estatístico é que o jovem não<br />

tem mais tanto interesse em dirigir. A emissão<br />

de novas CNHs tem diminuído. Essa e uma nova<br />

reali<strong>da</strong>de. O jovem parece estar entendendo que<br />

consegue sobreviver sem ter carro. Esse jovem<br />

tem usado transporte público, táxi, veículo de<br />

aplicativo, bicicleta ou tem caminhado. Por mais<br />

incrível que pareça, 32% dos deslocamentos são<br />

feitos a pé.<br />

Aqui em São José do Rio Preto?<br />

Não. No mundo. Diferente do que as pessoas<br />

pensam, muita gente an<strong>da</strong> a pé.<br />

O Brasil segue essa média mundial de<br />

32%?<br />

Não. Algumas ci<strong>da</strong>des chegam perto. Mas o<br />

grande problema é que ao longo dos anos as pessoas<br />

ficaram com receio de caminhar e an<strong>da</strong>r de<br />

bicicleta. A conotação era de que a pessoa não tinha<br />

condição financeira. Não é assim. Quem an<strong>da</strong><br />

de bicicleta se exercita, contribui com o trânsito,<br />

contribui com a não poluição. Temos de derrubar<br />

esse paradigma, mostrar que caminhar e an<strong>da</strong>r de<br />

bicicleta é sinônimo consciência.<br />

Essa tendência <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des de aumentar<br />

o calçamento e diminuir as vias, privilegiar o<br />

Amauri Hernandes, secretário de Trânsito,<br />

Transporte e Segurança de São José do Rio Preto<br />

pedestre em vez do carro. Podemos esperar<br />

isso em São José do Rio Preto?<br />

Sim. Inclusive fizemos na rua Jorge Tibiriçá,<br />

entre a Voluntários de São Paulo e a Quinze<br />

de Novembro. Aumentamos a calça<strong>da</strong> e tiramos<br />

um lado do estacionamento. A pretensão é fazer o<br />

mesmo em outros locais.<br />

O que também é alvo de estudo é o aumento<br />

<strong>da</strong>s calça<strong>da</strong>s nos cruzamentos. Deixar só as<br />

duas faixas de rolamento e aumentar as calça<strong>da</strong>s.<br />

Assim o pedestre faz travessia em menos tempo e<br />

com maior segurança.<br />

Como são feitas essas análises?<br />

Instalamos uns equipamentos de medição.<br />

Durante um período é verificado quantos veículos<br />

e quantos pedestres passaram. Assim temos<br />

um perfil <strong>da</strong> via. Com essa análise fazemos alterações<br />

e adequações para melhorar o sistema <strong>da</strong>quele<br />

local e do entorno.<br />

Qualquer tipo de alteração é feita em cima<br />

de <strong>da</strong>dos estatísticos. Essa é a nova reali<strong>da</strong>de do<br />

trânsito e transporte. Hoje todo mundo trabalha<br />

com <strong>da</strong>dos, com estatística para que na<strong>da</strong> seja feito<br />

de forma empírica.<br />

As obras viárias prestes a serem inaugura<strong>da</strong>s<br />

são garantia de melhoria para o trânsito?<br />

Com o anel viário vamos interligar to<strong>da</strong>s<br />

as regiões <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. São 35 quilômetros de via e<br />

temos planos de implantar ciclovias na extensão<br />

to<strong>da</strong>. É o grande projeto de mobili<strong>da</strong>de. Também<br />

tem a grande rotatória na chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> rodovia Assis<br />

Chateaubriand. Vai melhorar muito o trânsito<br />

por lá. E temos outras obras de melhoria, como<br />

os 200 km de recape.<br />

Isso tudo vai trazer quali<strong>da</strong>de para o sistema<br />

viário e a todos os usuários, sejam pedestres,<br />

ciclistas ou motoristas.<br />

FOTO: JOHNNY TORRES/ARQUIVO<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 17


Sustentabili<strong>da</strong>de<br />

BIODIESEL:<br />

O PRÉ-SAL VERDE<br />

Seminário sobre biocombustíveis reuniu especialistas e<br />

profissionais de engenharia em São José do Rio Preto<br />

Presidente <strong>da</strong> Associação dos Engenheiros,<br />

César Vessani, fala durante a abertura do seminário<br />

18 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


Sustentabili<strong>da</strong>de<br />

O<br />

futuro do biodiesel no país foi tema central do<br />

seminário Biocombustíveis: A nova reali<strong>da</strong>de do<br />

Brasil, realizado no mês passado na Câmara Municipal<br />

de São José do Rio Preto – SP.<br />

Promovido pela Associação dos Engenheiros, Arquitetos<br />

e Agrônomos de São José do Rio Preto em parceria<br />

com a Ubrabio, patrocínio do CREA-SP e apoio <strong>da</strong> <strong>Revista</strong><br />

<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de, o evento reuniu, durante um dia inteiro, especialistas<br />

em biocombustíveis, profissionais de engenharia<br />

e demais interessados em palestras e mesas de debates.<br />

“A socie<strong>da</strong>de precisa criar um processo crítico para<br />

discutir os produtos que utiliza. Roupa, alimentação. O<br />

combustível também é um produto pelo qual fazemos opção<br />

de uso e o Brasil ain<strong>da</strong> utiliza muito mal”, diz Donizete<br />

José Tokarski, diretor CEO <strong>da</strong> Ubrabio.<br />

O dirigente reforça seu argumento lembrando que o<br />

Brasil é importador de diesel fóssil e que no ano passado<br />

o governo federal subsidiou o diesel fóssil. “Enquanto que<br />

o biodiesel é um produto nacional, produzido com matéria-prima<br />

<strong>da</strong> nossa região. Com a tecnologia já disponível<br />

produzimos combustível de excelência comparado ao que<br />

é feito na Europa, nos EUA e outros países” lamenta Donizete.<br />

A Ubrabio considera incompreensível que uma máquina<br />

agrícola que produza etanol ou soja use combustível<br />

fóssil importado, um produto que causa problemas à saúde<br />

pública, poluindo o meio ambiente com a emissão de gases<br />

de efeito estufa.<br />

“Precisamos dialogar mais sobre a relação entre produção<br />

e consumo de biodiesel com o desenvolvimento econômico<br />

sustentável. É isso que viemos fazer em São José<br />

do Rio Preto. É poder proporcionar aos agentes públicos,<br />

pesquisadores, alunos e futuros profissionais esse ambiente<br />

de debate para que possamos exigir mais de nós mesmos.<br />

O governo somos nós que elegemos, então é preciso que<br />

passemos por esse processo de desenvolvimento de consciência<br />

crítica, de compreender, debater, discutir e propor”,<br />

afirma o dirigente.<br />

Biodiesel brasileiro<br />

Cerca de 70% do biodiesel produzido no Brasil vem<br />

do óleo de soja.<br />

O óleo de soja é um produto quase que residual. Vinte<br />

anos atrás usávamos uma quanti<strong>da</strong>de de óleo de fritura<br />

muito maior. Hoje, ca<strong>da</strong> vez mais a população usa menos<br />

óleo de soja.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 19


Sustentabili<strong>da</strong>de<br />

Evento reuniu bom público no plenário <strong>da</strong> Câmara Municipal<br />

No entanto, o grande produto <strong>da</strong> soja é o<br />

farelo, utilizado na alimentação humana e animal.<br />

O subproduto óleo tinha de ter algum destino<br />

e o biodiesel é considerado por especialistas o<br />

destino apropriado para isso.<br />

“O óleo residual de cozinha, assim como<br />

as gorduras animais, que eram antes joga<strong>da</strong>s nas<br />

beiras de rios, de estra<strong>da</strong>s e em lixões hoje são<br />

usados na produção de biodiesel”, explica Dozinete,<br />

para quem o biodiesel é o pré-sal verde.<br />

“Temos o pré-sal fóssil que deve ser utilizado,<br />

mas em um processo invertido. O ideal seria<br />

exportarmos o combustível fóssil para outras<br />

nações e investirmos na produção do biodiesel<br />

de excelente quali<strong>da</strong>de que já temos aqui. É um<br />

produto sustentável, energia limpa que gera emprego<br />

e ren<strong>da</strong>”, diz.<br />

Produção paulista<br />

O estado de São Paulo foi responsável por<br />

22% dos 56 milhões de metros cúbicos de biodiesel<br />

consumido em todo o país em 2018. No entanto,<br />

a produção paulista do produto no mesmo<br />

período foi de apenas 4,4%.<br />

Para suprir a deman<strong>da</strong>, São Paulo conta<br />

com o biodiesel produzido no Mato Grosso,<br />

Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Rio Grande<br />

do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.<br />

“O cenário de São Paulo é uma excelente<br />

oportuni<strong>da</strong>de para que todos os setores relacionados<br />

com a questão, produtores de biodiesel,<br />

produtores de matérias primas, setor de tecnologia<br />

ligado às instalações e equipamentos, enfim,<br />

to<strong>da</strong> a cadeia, se agrupe em torno <strong>da</strong> ideia<br />

de criar estímulos que eliminem os gargalos que<br />

atualmente determinam essa situação”, diz Juan<br />

Diego Ferrés, presidente <strong>da</strong> Ubrabio.<br />

César Antônio Vessani, presidente <strong>da</strong> Associação<br />

dos Engenheiros, considerou positiva a<br />

iniciativa de reunir especialistas e profissionais<br />

de engenharia em torno do tema biocombustível.<br />

“O principal motivo de promover eventos<br />

como este é proporcionar oportuni<strong>da</strong>des de<br />

atualização do nosso profissional de engenharia.<br />

Aproxima-lo <strong>da</strong>s novas tecnologias é algo que<br />

associação vem trabalhando para fazer”, diz.<br />

20 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


CREA-SP Jovem<br />

DE OLHO NO<br />

FUTURO<br />

CREA-SP Jovem atua na integração<br />

de estu<strong>da</strong>ntes e recém-formados ao<br />

universo profissional <strong>da</strong> engenharia<br />

Presidente do CREA-SP, Vinicius Marchese Marinelli,<br />

faz selfie durante encontro do CREA-SP Jovem<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 21<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 21


CREA-SP Jovem<br />

O<br />

CREA Jovem foi criado no ano 2000 com o objetivo<br />

de aproximar os estu<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de<br />

vivi<strong>da</strong> na prática profissional. A iniciativa teve<br />

origem no estado de Minas Gerais e espalhou-se<br />

pelo Brasil rapi<strong>da</strong>mente, integrando e envolvendo alunos<br />

de engenharia e profissionais récem-formados ao Sistema<br />

Confea/CREA.<br />

Por meio de encontros regionais e nacionais frequentes,<br />

o CREA Jovem destaca a importância <strong>da</strong>s profissões do<br />

setor tecnológico e <strong>da</strong> inserção profissional na defesa e no<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

O último evento, o 10º Encontro Estadual do CREA-<br />

-SP Jovem, foi realizado no dia 5 de outubro, na Sede Angélica<br />

do CREA-SP, na capital paulista. O tema em discussão<br />

foi “Engenharia 4.0: Os profissionais do futuro”. Na ocasião<br />

foram ministra<strong>da</strong>s palestras sobre empreendedorismo, pesquisa<br />

e inovação, uso de drones na engenharia, impressora<br />

3D, movimento AgTech, agricultura digital e indústria 4.0.<br />

Já neste mês de novembro, representantes <strong>da</strong> comissão<br />

do CREA-SP Jovem vão participar de dois eventos, um<br />

em Brasília – DF, o Encontro <strong>da</strong>s Engenharias do Brasil<br />

(ENDEB), e outro regional, em Guarulhos – SP, uma maratona<br />

Hackathon.<br />

Também neste mês o CREA-SP Jovem promove o<br />

Café com o Presidente, evento em que 15 participantes do<br />

10º encontro estadual foram convi<strong>da</strong>dos a passar uma manhã<br />

descontraí<strong>da</strong> com o presidente do CREA-SP, o engenheiro<br />

de telecomunicações Vinicius Marchese Marinelli.<br />

CREA-SP Jovem<br />

Podem participar do CREA-SP Jovem estu<strong>da</strong>ntes e<br />

jovens profissionais do setor tecnológico. Para fazer parte,<br />

é necessário preencher o formulário de inscrição, disponível<br />

na página do Crea-SP Jovem na internet.<br />

Karla Borelli Rocha, 28 anos, natural de Garça – SP,<br />

é engenheira florestal, professora-mestra na Facul<strong>da</strong>de de<br />

Ensino Superior e Formação Integral (FAEF) e instrutora<br />

no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR),<br />

além disso é conselheira <strong>da</strong> Câmara Especializa<strong>da</strong> de Agronomia<br />

(CEA) e coordenadora titular do CREA-SP Jovem.<br />

Para ela, a integração de estu<strong>da</strong>ntes de engenharia<br />

e recém-formados ao CREA Jovem é importante, inclusive,<br />

para aumentar as chances de ingressar no mercado de<br />

trabalho. “A participação aumenta a representativi<strong>da</strong>de no<br />

CREA-SP, o jovem tem a oportuni<strong>da</strong>de de conhecer a enti<strong>da</strong>de,<br />

de entrar em contato direto com a profissão”.<br />

O CREA Jovem é composto por uma comissão forma<strong>da</strong><br />

por um representante de ca<strong>da</strong> Câmara Especializa<strong>da</strong><br />

do CREA-SP. Conselheiros que tem interesse em partici<br />

22 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


CREA-SP Jovem<br />

Lenita Secco Brandão, especialista em<br />

Acessibili<strong>da</strong>de, e Mamede Abou Dehn Júnior,<br />

presidente <strong>da</strong> SEARVO e do CDER durante encontro<br />

par <strong>da</strong> comissão passam por uma eleição e os escolhidos,<br />

titular e suplente, são então nomeados<br />

pelo presidente <strong>da</strong> enti<strong>da</strong>de.<br />

Aplicativo e outros planos<br />

Com objetivo de aproximar ain<strong>da</strong> mais o<br />

estu<strong>da</strong>nte de engenharia e o recém-formado <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de vivi<strong>da</strong> na profissão, o CREA-SP Jovem<br />

anunciou o lançamento de um aplicativo. A plataforma<br />

deve estar disponível para download ain<strong>da</strong><br />

neste ano e trará além de notícias, oportuni<strong>da</strong>des<br />

de estágio e de emprego.<br />

Além do aplicativo, Karla revela que um<br />

dos objetivos do próximo ano é estreitar ain<strong>da</strong><br />

mais a relação do CREA-SP Jovem com os jovens<br />

profissionais e estu<strong>da</strong>ntes. “A ideia é promover a<br />

integração não somente ao CREA, mas também<br />

às associações de profissionais. Também temos<br />

planos de ampliar a participação de jovens ao<br />

conselho, fóruns e outros eventos realizados pela<br />

CREA-SP e continuar auxiliando na inserção ao<br />

mercado de trabalho”, diz.<br />

O CREA-SP é a maior autarquia <strong>da</strong> América<br />

Latina e exerce papel de defesa <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

contra o mau profissional, por meio <strong>da</strong> fiscalização<br />

do exercício dos engenheiros e tecnólogos<br />

em terras paulistas.<br />

Para exercer as ativi<strong>da</strong>des, o profissional<br />

precisa ser habilitado junto ao CREA-SP e a comissão<br />

do CREA-SP Jovem possibilita o contato<br />

inicial dos jovens estu<strong>da</strong>ntes e profissionais recém-formados<br />

ao Sistema Confea/CREA.<br />

“Acreditamos que a comissão do CREA-SP<br />

Jovem exerça papel fun<strong>da</strong>mental na integração<br />

do jovem engenheiro ao sistema e à vi<strong>da</strong> profissional.<br />

Além disso, a comissão organiza eventos<br />

com temáticas atuais com a finali<strong>da</strong>de de contribuir<br />

com a qualificação e a atualização profissional.<br />

Esses eventos são completamente gratuitos,<br />

mas desde o ano passado fazemos arreca<strong>da</strong>ção de<br />

alimentos e posterior doação a enti<strong>da</strong>des assistenciais”,<br />

afirma Karla.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 23


24 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


A ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS,<br />

ARQUITETOS E AGRÔNOMOS<br />

DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO e a<br />

DIVISÃO TÉCNICA DE AGRONOMIA<br />

agradecem todo o apoio recebido dos<br />

parceiros e do público, que fizeram do<br />

evento um sucesso.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 25


Engenharia de Custos<br />

A ENGENHARIA DE CUSTOS E A ANÁLISE DE<br />

CONFORMIDADE DE PREÇOS (PARTE 2)<br />

Paulo Roberto Vilela Dias<br />

Dando sequência ao tema <strong>da</strong> edição anterior,<br />

segue a descrição item a item para obtenção do<br />

preço de ven<strong>da</strong>. Lembrando que, Preço de Ven<strong>da</strong><br />

= Mão de Obra + Materiais + Equipamentos +<br />

Administração local + Benefício e Despesas indiretas<br />

(BDI).<br />

Mão de Obra<br />

Quanto à Mão de Obra, que é um item de<br />

elevado custo e de importância estratégica, temos<br />

que considerar além <strong>da</strong> remuneração do profissional,<br />

as demais exigências <strong>da</strong> legislação, entre outros<br />

itens, citamos os seguintes:<br />

• Encargos Sociais;<br />

• Encargos Complementares (Transporte, alimentação,<br />

Normas de Procedimento - NP - do Ministério<br />

do Trabalho, seguro de vi<strong>da</strong> e de mercado)<br />

e;<br />

• Alojamento, adicional de transferência, treinamento<br />

e participação nos resultados.<br />

Atualmente estes custos para operários <strong>da</strong><br />

construção civil atingem até 300% sobre a remuneração<br />

base do profissional.<br />

Materiais<br />

Quanto aos Materiais, o desafio do prestador<br />

de serviço é maior tendo em vista o elevado risco<br />

envolvido, em razão <strong>da</strong> fixação do valor do insumo<br />

na proposta e na natural oscilação do mercado até<br />

a sua efetiva aquisição.<br />

Ao se cotar determinado material, no momento<br />

<strong>da</strong> elaboração do orçamento, as propostas<br />

apresenta<strong>da</strong>s envolvem riscos econômicos que não<br />

são reduzidos pelo tamanho <strong>da</strong> amostra, porém,<br />

exigem um tratamento cui<strong>da</strong>doso para expurgar<br />

as distorções e adotar o preço mais adequado. Reduzindo<br />

desta maneira as eventuais necessi<strong>da</strong>des<br />

<strong>da</strong> aplicação de pleitos para recondução do contrato<br />

ao seu equilíbrio econômico-financeiro, tendo<br />

em vista o prazo para sua aquisição.<br />

Equipamentos<br />

Quanto aos Equipamentos, temos que analisar<br />

se os mesmos são próprios ou de terceiros.<br />

Se de terceiros, devemos admitir a mesma<br />

situação comenta<strong>da</strong> para os materiais. Quando<br />

próprios caberá à empresa avaliar o enorme investimento<br />

necessário e a necessi<strong>da</strong>de de contratação<br />

de serviços continuamente onde esses sejam adequa<strong>da</strong>mente<br />

aplicados. Em construção civil o custo<br />

dos equipamentos não costuma ser uma parcela<br />

expressiva.<br />

Administração local<br />

O custo <strong>da</strong> Administração Local do contrato<br />

é bastante significativo principalmente pelo fator<br />

mão de obra e tudo que foi anteriormente citado.<br />

Evidentemente elevando o preço de ven<strong>da</strong>. Deverá<br />

constar <strong>da</strong> planilha de quanti<strong>da</strong>des. Envolve, entre<br />

outros itens, engenheiros, mestre de obra, pessoal<br />

de escritório, almoxarife e segurança patrimonial.<br />

Sem esquecer veículos de apoio, bens patrimoniais,<br />

as contas de água, luz e telefone e materiais de consumo.<br />

BDI<br />

Enquanto o BDI - Benefício e Despesas Indiretas,<br />

quando aplicado à Construção Civil, tem<br />

metodologia de cálculo que envolve a margem de<br />

lucro <strong>da</strong>s empresas, os tributos sobre a receita e<br />

variáveis defini<strong>da</strong>s em percentuais, tais como, a<br />

Administração Central, os Seguros, a Garantia<br />

Contratual e o Custo Financeiro. O contratante<br />

deve, ain<strong>da</strong>, considerar a Margem de Risco ou de<br />

Erro.<br />

Custos Indiretos = Administração Central<br />

+ Custo Financeiro + Seguros + Garantia Contratual<br />

+ Margem de Erro<br />

A Administração Central sempre com tendência<br />

de alta em função <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de investir<br />

em novas tecnologias, técnicas e prospectar negócios<br />

inovadores.<br />

BDI = Lucro + Custos Indiretos<br />

Sabendo que o BDI é inversamente proporcional<br />

ao valor do contrato e tem menor relação<br />

com o tipo de obra, <strong>da</strong>s suas condições específicas,<br />

o prazo <strong>da</strong> obra, bem como diversos fatores intrínsecos<br />

de ca<strong>da</strong> obra, não tem sentido definir um<br />

BDI médio, nem mesmo setorizado e sim, calcular<br />

o BDI contrato por contrato, no caso do prestador<br />

de serviços.<br />

O contratante calculará o BDI de Referência<br />

(ou médio para as empresas que habitualmente<br />

participam de suas licitações) para ca<strong>da</strong> faixa de<br />

valor de contrato.<br />

A Administração Central, no caso do Contratante,<br />

deverá ser adota<strong>da</strong> após a elaboração de<br />

pesquisa junto às empresas executoras.<br />

A Conformi<strong>da</strong>de de Preços de um serviço é<br />

garantir para as partes envolvi<strong>da</strong>s a aplicação <strong>da</strong><br />

legislação brasileira pertinente, inclusive tributária,<br />

<strong>da</strong> boa técnica <strong>da</strong> Engenharia de Custos e o<br />

efetivo cumprimento do escopo do projeto.<br />

Paulo Roberto Vilela Dias é presidente do Instituto<br />

Brasileiro de Engenharia de Custos (IBEC),<br />

presidente <strong>da</strong> Associação Fluminense de Engenheiros e<br />

Arquitetos (AFEA), Diretor do International Cost Engineering<br />

Council (ICEC)<br />

26 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de


MBA<br />

Pós-graduação<br />

Módulo Internacional<br />

Educação continua<strong>da</strong><br />

O IBEC está presente em diversos estados.<br />

Torne-se uma associação parceira e<br />

leve conhecimento especializado<br />

para sua ci<strong>da</strong>de e descontos para<br />

colaboradores e associados!<br />

#EnsinoDeValor<br />

Fortaleza<br />

Recife<br />

Salvador<br />

Cuiabá<br />

Brasília<br />

Novo<br />

Cveniado<br />

Super Descs<br />

Belo Horizonte Vitória<br />

S. J. Rio Preto Campos dos Goytacazes<br />

Campinas<br />

Curitiba<br />

Rio de Janeiro<br />

S. J. Campos<br />

São Paulo I, II e III<br />

Joinville<br />

Porto Alegre<br />

Seja conveniado ao IBEC e<br />

ganhe benefícios especiais<br />

para seus colaboradores.<br />

Fale conosco:<br />

(21) 2508-7919 | (21) 3178-3340 | (21) 3176-3487<br />

ibec@ibec.org.br<br />

facebook.com/InstitutoBrasileiroDeEngenhariaDeCustos<br />

linkedin.com/company/institutobrasileirodeengenhariadecustos<br />

MBA<br />

Gestão e Engenharia de Custos<br />

Gerenciamento de Obras e Empreendimentos<br />

Pós-graduação<br />

Gerenciamento de Projetos<br />

Metodologia BIM<br />

Avaliações, Perícias de Engenharia<br />

e Gestão de Contratos<br />

Confira a lista completa dos cursos no site<br />

www.ibec.org.br<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de 27


28 <strong>Revista</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong>de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!