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Relatório Cocamar 2019

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OPINIÃO

O Brasil e o paradoxo da

alimentação mundial

O Brasil é protagonista no cenário global, com uma agropecuária pujante,

que figura entre as maiores produtoras e exportadoras de diversas

commodities como soja, açúcar, café, frango, carne bovina, milho e outras

Paulo Renato Herrmann,

presidente da John Deere Brasil

de que, fruto do aumento do poder aquisitivo de

muitos países – especialmente no continente

asiático – o hábito alimentar destas nações está

se alterando significativamente, passando a demandar

maior parcela de proteína animal em detrimento

de grãos e cereais. O mundo vai precisar

de mais alimento. Muito mais! Estudos da FAO

mostram que, em quatro décadas (2010-2050),

será necessário produzir 70% mais alimento para

atender à demanda global.

Vivemos uma era de intensas e, muitas

vezes, profundas mudanças. Conforme

sugere Marshall Goldsmith em

um de seus excelentes livros, “o que

nos trouxe até aqui, não nos levará adiante”, em

tradução livre. A afirmação cabe perfeitamente

para o cenário da produção de alimentos. Há um

evidente paradoxo que desafia todos os envolvidos

nesta imensa cadeia produtiva.

De um lado, temos uma população que não para

de crescer e que deve chegar a cerca de 10 bilhões

de pessoas em 2050. Some-se a isso o fato

Pois bem. A solução para esta equação pressupõe

uso de recursos naturais, afinal, via de regra,

precisamos de água, sol e terra para produzir

alimentos... e este é o outro lado do mencionado

paradoxo. O mundo clama por sustentabilidade.

Os mercados consumidores, especialmente dos

países mais ricos e/ou desenvolvidos, não querem

estar associados a modelos produtivos que

degradem o meio ambiente e, para evitar essa

associação, irão usar cada vez mais medidas que

beneficiem sistemas de produção sustentáveis,

devidamente certificados. Fica evidente que não

podemos – não devemos, na verdade – considerar

expandir a produção às custas da destruição dos

recursos naturais que ainda restam no planeta.

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