SCMedia News | Revista | Janeiro 2020
A revista dos profissionais de logística e supply chain.
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SCM Supply Chain Magazine 65<br />
A<br />
utilização do Big Data para melhorar este<br />
método de distribuição pode facilitar<br />
as entregas de última milha, e Matthias<br />
Winkenbach, director do Laboratório de<br />
Logística de Mega-cidades do MIT, explica ao<br />
Observatório das Empresas que conseguem<br />
ajudar a desenhar esses sistemas através de<br />
métodos quantitativos, “para perceber onde<br />
colocar os volumes, que bicicletas e quantas<br />
utilizar, como as distribuir, que percursos<br />
devem fazer”.<br />
Existe, no entanto, um grande desafio pela<br />
frente, e o responsável aponta dois motivos para<br />
isso acontecer, a urbanização, devido à ascensão<br />
das mega-cidades, e o comércio electrónico.<br />
“Quando as cidades atingem os limites físicos<br />
da sua expansão geográfica têm de começar a<br />
aumentar a densidade populacional”, explica.<br />
“É essa densidade que torna o transporte<br />
mais complexo. Cria congestões e incerteza, e<br />
situações aleatórias, como os acidentes, alteram<br />
o processo logístico”, revela.<br />
Relativamente ao comércio electrónico,<br />
Matthias Winkenbach confirma as dificuldades<br />
que os profissionais sentem todos os dias.<br />
Estes serviços permitem que o cliente escolha<br />
a hora de entrega, a sua rapidez, separar os<br />
pedidos em envios individuais, mas isso<br />
cria uma “fragmentação dos envios”. Explica<br />
que “cada vez mais se enviam encomendas<br />
pequenas para grandes centros urbanos,<br />
aumentando assim o número de entregas e<br />
dificultando o planeamento de rotas eficientes<br />
para as realizar”.<br />
Outro dos problemas apontados foi o dos<br />
custos associados. Revela que os clientes foram<br />
mal habituados por grandes empresas do<br />
sector para as melhorias de serviço sem custos<br />
adicionais, como a não existência de custos<br />
associados ao transporte, por vezes mesmo<br />
gratuitos no próprio dia. “Nem pensamos<br />
no que custa aos serviços logísticos fornecer um<br />
serviço com essas características”, defende.<br />
A resposta, revela, está nos dados. “Há uns<br />
anos as empresas não pesquisavam, porque<br />
o seu problema era a falta de dados. Hoje em<br />
dia, o problema é terem demasiados dados e<br />
demasiados problemas”, conta, acrescentando<br />
que elas não sabem que dados devem ou não<br />
usar para solucionar os seus problemas.<br />
“Usamos as ferramentas quantitativas de que<br />
dispomos como académicos para os ajudar a<br />
tomar melhores decisões no futuro”, explica,<br />
e desmistifica a ideia de que é necessária uma<br />
grande e complexa quantidade de dados para<br />
tomarem melhores ideias.<br />
PODEMOS OBTER MUITAS<br />
INFORMAÇÕES VALIOSAS A<br />
PARTIR DE DADOS SIMPLES QUE<br />
QUASE TODAS AS EMPRESAS<br />
TÊM, COMO REGISTOS DE<br />
ENCOMENDAS, DE ENTREGAS<br />
OU DE CLIENTES.<br />
Matthias Winkenbach<br />
Do ponto de vista logístico, o director do<br />
Laboratório de Logística do MIT revela que o<br />
mais interessante é poder combinar e georeferenciar<br />
as informações de que dispõem,<br />
tornando-as em rotas que visam facilitar as<br />
entregas. “Os dados geo-espaciais são muito<br />
importantes para nós, bem como os dados<br />
de movimento como, por exemplo, os dados<br />
de GPS dos veículos de entregas, que muitas<br />
empresas armazenam, mas não utilizam”,<br />
explica.