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Clareira Flamejante - O Norte do Paraná antes e depois do advento da energia elétrica

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.

No papel de empresa cidadã, a Romagnole presta um importante apoio à preservação da memória e dos valores de um povo. A obra foi lançada em 2007.

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aqueles elementos mágicos do universo da memória, impregnado de emoções as

mais diversas. Mais do que tornar a leitura agradável, isso imprime mais densidade à

história narrada. Afinal, não é propriamente de energia elétrica que se quer falar,

mas da vida de mulheres e homens e de sua experiência na edificação de sua cidade.

Nos últimos anos, a bibliografia sobre a história de Maringá e região ampliou-se

muito. O livro Clareira Flamejante não é apenas mais um título que se soma a

tantos outros. Baseado em uma pesquisa extensa, apresenta uma contribuição

singular, vertida em um texto sóbrio e acessível, sobre um tema pouco explorado

entre nós. Diverte, informa e faz refletir. Merece ser lido, divulgado e debatido.

Até mesmo para salientar a atualidade do tema do livro, não posso deixar de

observar como, apesar de vivermos uma época em que os debates concentram-se

na utilização sustentável de múltiplas formas de energia, o imaginário popular ainda

é preenchido pela energia elétrica. Seu apelo pode ser medido pelo alcance social

dos programas “Luz para Todos” e “Luz Fraterna”, implementados, recentemente,

pelos governos federal e estadual. Esses programas pautam tanto a expansão dos

serviços quanto a oferta gratuita à população de baixa renda. Na sensibilidade e no

linguajar de nossa época, trata-se de promover a inclusão social.

Em contrapartida, o vocabulário da grande política recebeu a incorporação de

um termo curioso: “apagão”. Originalmente empregado para definir a falta de

provisionamento e de fornecimento de energia elétrica, virou sinônimo de crise na

prestação de qualquer serviço público. Há quem não goste do curioso vocábulo e

de seus usos. Não se pode negar, contudo, que ele tem a enorme vantagem de ser

fácil de entender. Apagar a luz, afinal, é voltar às trevas, sejam elas literais ou

metafóricas. Desde as mais remotas épocas, o que a humanidade quer mesmo é

poder dizer, fazendo eco ao que se lê na Bíblia a respeito do primeiro dia da

criação, “haja luz”.

Reginaldo Benedito Dias

Professor do Dep. de História da UEM

[1] Cf. MELLO, Lilia, N.C. Luz e força movimentando a história. Rio de Janeiro: Centro de Memória da eletricidade no

Brasil, 2003.

[2] Cf. NETTO, Winifred Ethell. Quando o amor transpõe o oceano: uma história de coragem. São Paulo: Cultural, 2005.

[3]TAIT, Tania. As excluídas da história: o olhar feminino sobre a história de Maringá. In DIAS, Reginaldo B. &

GONÇALVES, J. H. R (orgs). Maringá e o norte do Paraná: estudos de história regional. Maringá: Eduem, 1999, p. 358.

[4]DUQUE ESTRADA, J. F. Isto é você, Maria. Curitiba: Artes gráficas, Maringá, 1974, p. 13.

[5] DUQUE ESTRADA, J. F. Terra crua. Curitiba, 1961.

[6] SERRA, E. Cocamar: sua história, sua gente. Maringá: Cocamar, 1989, p. 18.

[7] DUQUE ESTRADA, J. F. Terra Crua. Curitiba, 1961, p. 70.

[8] Conforme anotações do professor Antonio Augusto de Assis, o petebista Álvaro Fernandes reivindicava a autoria do

plano e afirmava ter “soprado” a idéia para Malachias de Abreu (UDN). Houve quem atribuísse a Fernandes a própria

execução do ato.

[9] REIS, O. Maringá e seus prefeitos. Maringá: Clichetec, 1996, p. 33.

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